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A REVISTA DAS RELAES E COOPERAAO ENTIRE U
AFRICA-CARAiBAS-PACiFICO E A UNIAO EUROPEIA
Comit Editorial
Co-presidentes
John Kaputin, Secretrio-Geral
Secretariado do Grupo dos pauses de Africa, Caraibas e Pacifico
www.acp.int
Stefano Manservisi, Director Geral da DG Desenvolvimento
Comissao Europeia
ec.europa.eu/development/
Equipa editorial
Director e Editor-chefe
Hegel Goutier
Colaboradores
Franois Misser (Editor-chefe adjunto), Debra Percival
Editor assistente e prduao
Joshua Massarenti
Colaboraram nesta ediao
Ruth Colette Afabe Belinga, Marie-Martine Buckens, Sbastien Falletti, Sandra Federici, Jean-
Franois Herbecq, Andrea Marchesini Reggiani, Gotson Pierre, Mirko Popovitch.
Relaes Pblicas e Coordenaao de arte
Relaes Pblicas
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(Director de Relaoes Pblicas e responsavel pelas ONG e especialistas)
Joan Ruiz Valero
(Responsavel pelas relaoes com a UE e instituioes nacionais)
Coordenaao de arte
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Paginaao, Maqueta
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Gerente de contrato
Claudia Rechten
Tracey D'Afters
Capa tENGHOR
Phyllis Galembo, Servitor Homel Dorival, standing in a sacred space,
poses with a ceremonial cup used in rituals, 1995, Soukri, Haiti
Por cortesia de Phyllis Galembo
Contracapa 0 nosso parceiro
Imagem de BigStockPhoto.com
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Hegel Goutier belgas, imigrantes de origens
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externos.
O N. 4 N.E.- JANEIRO FEVEREIRO 2008
CORREIO
A REVISTA DAS RELAES E COOPERAO ENTIRE AFRICA-CARABAS-PACiFICO E A UNIO EUROPEIA
Indice
O CORREIO, N 4 NOVA EDIO (N.E.)
EDITORIAL
Das catastrofes naturais ou politicas...
e outros efeitos do esquecimento
EM DIRECTOR
Dialogar sempre com o outro.
Entrevista com Giovanni Bersani
PERSPECTIVE
DOSSIER
Ilhas do Pacifico. Alteraes climticas
e vulnerabilidade
Tuvalu, um simbolo mundial
Viver com o receio constant
das alteraoes climaticas
Uma sociedade civil dinmica
Tsunami nas Ilhas Salomao
Todas vulneraveis:
tirania das distncias e Anel de Fogo
Ilhas do Pacifico submersas devido
ao aquecimento climatico
Uniao Europeia e Estados ACP procuram
"estratgias de adaptaao"
INTERACES
Jornadas Europeias do Desenvolvimento.
Juntos frente s alteraoes climaticas
Uma nova parceria estratgica
Os APE "inflamam" a Assembleia Paritaria
COMRCIO
A Africa quer transformer
os seus diamantes em casa
EM FOCO
Um dia na vida de Mimi B., i,lijii.
NOSSA TERRA
O ouro verde no centro das controvrsias
REPORTAGEM
Haiti
3 Construir com base na estabilidade
"Temos de saber a quem pertence
a terra neste pais"
4 Relaoes haitiano-dominicanas
e meios de comunicaao
e
"Precisamos de irrigaao,
reflorestaao e insumos agricolas"
9 Procura-se crdito para negocios
10 10. FED visa estradas e govemaao
Aliciar turistas para um "pais incrivel"
12
Captura da alma do Haiti: Sergine Andr
13
DESCOBERTA DA EUROPA
14 Romnia
Romnia, pais de contrastes
16
Romnia de A a Z
17 Um novo pais doador
Ser africano na Romnia
19 Branco-negro
Transilvnia: terra prometida do turismo
Quai sera o future do turismo rural na Romnia?
20
CRIATIVIDADE
22
Uma ocasiao demasiado rara para
24 valorizar os fotgrafos africanos
Prmio Principe Claus de 2007
A hist6ria natural dos museus camaroneses
27
PARA OS MAIS JOVENS
As ilhas remotas vao mesmo desaparecer?
29
CORREIO DO LEITOR/AGENDA
* ,
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irI
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editorial
a catastrofes e catastrofes. Aquelas que sao
susceptiveis de serem provocadas pelas
alteraoes climaticas, as catastrofes natu-
rais e outras, como a tormenta que se aba-
teu sobre o Qunia -um modelo -no final do ano.
Embora as catastrofes nao sejam previsiveis, sao no
entanto facilitadas pela negligncia e sobretudo pelo
esquecimento do ser human.
O grande tema deste numero de O Correio consagra-
do s alteraoes climaticas no Pacifico. E um tema que
nao se apresenta numa perspective pessimista, porque
a determinaao de proteger o seu pais e a calma e a
alegria de viver da populaao do pequeno pais simbo-
lo da ameaa, Tuvalu, sao uma liao de optimism.
Outra razao de optimism esta nas decises tomadas
no mbito da cooperaao entire o grupo Africa-
Caraibas-Pacifico e a Uniao Europeia, sobre a preven-
ao destas catastrofes naturais. Nas Jornadas
Europeias do Desenvolvimento em Lisboa, no fim do
ano, a Uniao Europeia aceitou, convict, a ideia de um
emprstimo mundial para ajudar os pauses em desen-
volvimento a enfrentar as alteraoes climaticas,
emprstimo este que reforara as estratgias adoptadas
nesta matria pelo Conselho da Uniao Europeia e pelo
Conselho de Ministros ACP-UE.
A nova parceria estratgica UE-Africa, concluida em
Lisboa no fim do ano passado, debrua-se igualmente
sobre as origens das catastrofes. Entre as suas vinte
acoes prioritarias, figuram ainda as alteraoes clima-
ticas mas igualmente a paz e a segurana, a governa-
ao democratic e os direitos humans e outras protec-
oes contra a implosio social, political e econmica. A
assinatura, mesmo de geometria variavel e sem entu-
siasmo, antes da expiraao de uma srie de acordos de
parceria econmica entire a UE e as regies ou pauses
ACP, demonstrou um comportamento realista de
ambas as parties para evitar os riscos de afastar do
comrcio mundial estes ltimos.
Acontece entao o cataclismo do Qunia, o oasis, aque-
le pais onde as crianas enchem os museus, onde a
Bolsa de Nairobi dava lucros avultados aos investido-
res, para apenas citar algumas glrias deste pais. E
certo que foram apontadas algumas derivas political e
de governaao. Todavia, embora essas derivas pudes-
sem ter provocado alguns conflitos, nao explicam, no
entanto, s6 por si uma tal avalanche de violncia a que
o mundo assistiu com torpor.
O grande esquecido da democracia em muitos pauses
veio ao de cima: a tribo. Nao ha problema tribal, hi,
isso sim, o problema do esquecimento da tribo. A
democracia moda europeia, inclusive a dos Estados
Unidos, por exemplo, teve em conta, desde a sua ori-
gem, o facto tribal. Nao necessariamente no sentido
tnico Hutu e Tutsi serao biologicamente etnias
diferentes? -mas no sentido do sentiment de perten-
a a um grupo. Ponderou o principio um home, um
voto por instncias como os Senados, onde os grupos
minoritario e maioritario tm mais ou menos o mesmo
peso, garantindo assim a protecao dos seus interesses
vitais. Sem isso, seria reticente em votar por algum
do outro grupo, mesmo sendo o melhor.
A cooperaao ACP-UE tem provavelmente a possibi-
lidade de aprofundar tal reflexao e agir contra outras
catastrofes.
Hegel Goutier
Editor-chefe
N. 4 N.E. JANEIRO FEVEREIRO 2008
IH I
I I I
Entrevista com Giovanni Bersani
0 italiano Giovanni Bersani foi Presidente d
de 1976 a 1989 e, posteriormente, o seu
principals defensores da integrao europei
da UE com o continent africano. Defend
mediao, do dilogo e d paz, trazevalores e prince
evitando a interveno military.
Como membro do Parlamento Europeu tem estado envolvido nas rela-
5es Europa-Africa desde o final dos anos 60. O que poderd dizer-nos
sobre as origens do Tratado de Lom?
G.B. Falemos primeiro da origem do seu nome. Nas reunites de
Outubro de 1974, na Maur(cia,foi assinado um acordo sobre as novas
estruturas institucionais numa nova Convendo para substituir laund
11. No mbito desta Convengo, chegou-se a um acordo de constituio
de uma nova assembleia de representantes europeus e dos passes ACP,
com mais poderes do que antes e incluindo uma maior participado dos
pauses africanos, de 18 a 46 na5es. Mas o problema era encontrar um
nome para o novo Tratado! Lagos e Nairobiforam duas sugest5es, mas
os passes franc6fonos opuseram-se. Convidei alguns dos principals
participants nas reunites da Maurcia a relanar o debate em
Bolonha, Itdlia, juntamente com o Embaixador Dagadou do Togo. No
almoo de encerramento, ocorreu-me a ideia de "Convendo de Lom",
em honra do Embaixador Dagadou. Nessa altura, Dagadou era mode-
rador e Presidente do Comit de Embaixadores dos passes ACP. A
escolha de um pais grande ameaava a unidade do grupo ACP, mas um
pais pequeno, como o Togo, ndo era assim tanto uma ameaa. No
in(cio, esta proposta parecia mais uma brincadeira, mas a ideia chegou
a Bruxelas efoi apoiada.
A.M.R. Desde os anos 90 tem havido um criticism Convendo de
Lom devido sua incapacidade de resolver os problems de pobreza
e subdesenvolvimento. Qual a sua opinido?
m director
Andrea Marchesini Reggiani,
Giovanni Bersani e Ranieri Sabatucci
durante a apresentaao
do 0 Correio, Dlgation
Culturelle -Alliance Franaise,
Bolonha 14 de Dezembro de 2007.
Niksa Soric
G.B. -Primeiro, ha que ter em conta que o desafio era extremamente
dificil. Em 1957,50 dos 53 pauses africanos eram colnias ou territrios
sob control. A independncia e os movimentos de libertaao levaram
ao poder regimes nao democraticos. Entre 1962 e 1989, s6 tinham
goveros democraticos o Botsuana, o Senegal e a Mauricia, o que tem
constituido uma caracteristica fundamental para a prosperidade e o
crescimento econmico destes pauses, em comparaao com os pauses
onde os sistemas de partido nico, apoiados por uma potncia estran-
geira, tm prevalecido. Nao podemos esquecer que, nessa altura, havia
em Africa a Terceira Guerra Mundial entire os dois blocos em que esta-
va dividido o mundo. A ameaa nuclear impedia que essa guerra se pas-
sasse no Norte. Teve entao lugar em Africa.
Nos ltimos 30 anos, promovemos a criaao de parlamentos em todos
os pauses ACP e em muitos deles foram conseguidas melhorias na pro-
duao agricola, nomeadamente nos pauses onde a fomee a pobreza tin-
ham matado muitas pessoas. Lutamos contra o "apartheid" at sua
aboliao. Partindo de uma terrivel herana colonial, 45 anos depois a
Uniao Africana (UA) tem a sua prpria constituiao, um governor cen-
tral, goveros regionais e um parlamento. Nao nos esqueamos do
ponto de partida. Quero salientar aqui que a political da UE tomou um
rumo muito diferente da dos EUA, porque nao se baseia na intervenao
military, mas na utilizaao de valores e principios morais em constant
mediaao, o que nem sempre visfvel, mas que tem sido decisive em
muitas situaoes.
A.M.R. Portanto, uma historia de sucesso para a "exportado da
democracia". Mas a violado de direitos humans ainda um proble-
ma em muitos desses paises. Serd que a UEfecha as vezes os a.i... a
estas questoes?
G.B. Ns reconhecemos o principio no Tratado de Lom III, mas o
problema era decidir quem seria o responsavel pelo control de possi-
veis violaoes e, posteriormente, decidir as sanoes a aplicar. Tanto o
Conselho de Ministros como a Comissao nao podiam assumir essa tare-
fa. Em 1984, a Presidncia da Assembleia decidiu assumir esse papel e
apresentar casos especificos de violaoes dos direitos humans
Assembleia Parlamentar.
Em 1986, houve uma aprovaao dificil do regulamento. A partir desse
moment, os assuntos relatives aos direitos humans passaram a ocu-
par o topo da agenda da Assembleia Paritaria ACP-UE.
Lembro-me da altura em que telefonei ao Presidente da Somalia, Siad
Barre, durante uma reuniao da Assembleia. Ele tinha proferido senten-
as de morte contra tres lideres da oposiao. Pedi-lhe que lhes perdoas-
se com base nos principios da Assembleia. No dia seguinte, estando a
Assembleia reunida, ele telefonou-me para me dizer que as sentenas
de morte dos lideres tinham sido comutadas em exilio.
Outra negociaao dificil foi com o Presidente Menghistu da Etipia,
que na altura detinha como prisioneira a irma mais velha de Hail
Selassi, com noventa anos de idade. Neste caso, a intervenao do Vice-
Presidente etiope da Assembleia foi muito important. Foi autorizado o
exflio da senhora em Londres.
A.MR. Comoforam celebrados os 50 anos do Tratado de Roma?
G.B. Houve muitas comemoraoes, mas os debates foram escassos
dado o Tratado de Roma center a essncia da cooperaao com pauses
terceiros. A Parte IV tratava esse aspect integrante do texto. Foi uma
das questes mais dificeis e mais debatidas: a Frana e a Blgica que-
riam transferir o fardo da gestao colonial e ps-colonial para a entio
recm-fundada Comunidade Econmica Europeia. A Alemanha ops-
se, considerando-o "um present envenenado". A soluao foi um mode-
lo de "parceria de igualdade" com os pauses coloniais, envolvendo dis-
cusses prolongadas em que nada estava garantido e tudo devia ser
negociado! Nessa altura, surgiu a idea de criar um "Fundo de desenvol-
vimento dos pauses e territrios ultramarinos". O problema que o nfvel
de financiamento nunca foi suficiente.
A.MR. Estd familiarizado com o antigo O Correio dos ACP-
UE...Qual a sua opinido sobre a nova edido?
G.B. Tendo em conta a negligncia dos meios de comunicaao em ter-
mos de cooperaao, O Correio tem a possibilidade e o dever de divul-
gar informaes inovadoras e diferentes para reforar o entendimento
mtuo entire a UE e os pauses ACP. Desejo-vos os melhores auspicios e
peo que nao parem diante dos obstaculos que poderao encontrar no
percurso e que visem uma informaao corajosa que ultrapasse o que
puramente tcnico para alcanar os coraoes dos leitores. *
N. 4 N.E. JANEIRO FEVEREIRO 2008
M erspectiva
TRIFI CO DE-CB
JJ2 frnw t'i ferncla
0onal em
ectlue
A Comisso Europeia pretend organizer, juntamente com os paises da Africa Austral,
uma conferncia regional "de alto nivel" sobre o trfico de crianas, em junho de 2008.
paao da sociedade civil, e especial-
E sta iniciativa responded a uma preocu-
mente da Rede da Africa Austral
Contra o Trafico e Abuso de Crianas
(Southern Africa Network Against Trafficking
and Abuse of Children -SANTAC), apadrin-
hada por Graa Machel, viva do antigo
President de Moambique, Samora Machel, e
esposa de Nelson Mandela, e pelo Prmio
Nobel da Paz, o Arcebispo anglicano do Cabo,
Desmond Tutu.
Numa conferncia organizada por esta ONG
em Maro de 2007, em Joanesburgo, o direc-
tor-geral da DG do Desenvolvimento na
Comissao Europeia, Stefano Manservisi, deu
o seu apoio politico a este combat, ao qual
se solidarizaram os Comissarios europeus do
Desenvolvimento e da Estratgia de
Comunicaao, Louis Michel e Margot
Wallstrm.
um important desafio. Segundo a
Organizaao Internacional do Trabalho
(OIT), a Organizaao Internacional das
Migraoes (OIM) e a UNICEF, o trafico de
crianas um fenmeno que afecta varios
milhares de pessoas na regiao. Mas dificil
medir exactamente a amplitude desse trafico,
nomeadamente devido ausncia de assentos
de nascimento num pais como o Malavi.
Juntamente com Moambique e a Zmbia, este
pais considerado ao mesmo tempo um pais
"fornecedor" de crianas e de trnsito para a
Africa do Sul e a Peninsula Arabica.
O trafico de crianas parte do fenmeno mais
amplo do trafico de series humans, cujo volu-
me de negocios mundial relative ao crime
organizado se calcula em cerca de 7 mil milho-
es de dlares. Suas causes sao diversas. A
SANTAC evoca a pobreza e a epidemia do
VIH-SIDA. Estes males tm como consequn-
cia um crescimento consideravel do numero
de rfaos, que sao confiados tanto a parents
como a families de acolhimento, elas prprias
em dificuldade e facilmente enganadas pelas
organizaoes criminosas que, com o pretext
de Ihes oferecerem trabalho ou educaao,
recrutam estas crianas, o mais das vezes
meninas, para as redes de prostituiao ou para
as transformar em escravos.
Um dos problems que, se os pauses tenta-
rem fazer face individualmente situaao,
nio tm a capacidade para controlar as suas
fronteiras. Alm disso, mesmo se os dirigen-
tes comeam a consciencializar-se deste pro-
blema, nao ratificaram, porm, todos os ins-
trumentos legais internacionais para comba-
ter este flagelo. Tambm nao existem instru-
mentos regionais na Africa Austral para a
prevenao, supressao ou repressao do trafico
de series humans. Dai a necessidade de uma
resposta regional, cuja primeira etapa sera a
prxima conferncia de Maputo. Esta devera
resultar numa declaraao, numa estratgia e
num plano de acao de dez anos.
Seguidamente, havera que preparar uma con-
ferncia de entidades financiadoras organiza-
da pelos pauses da Comunidade para o
Desenvolvimento da Africa Austral (SADC)
durante a qual se apresentara esse plano de
acao, para o qual a Comissao Europeia e os
Estados-Membros da UE contribuirao com
apoio financeiro. Nesta fase, as medidas pre-
vistas vao da elaboraao de programs de
cooperaao judiciaria e policial transfern-
cia de competncia tcnica. M
C*RREIO
Perspective
Debra Percival
TRIITQ E CInCO
nIlaOES ASSIAIIfm
nouo acordos comerciais
Como anunciou O Correio, 35 dos 78' Estados de Africa, Caraibas e Pacifico assinaram Acordos de
Parceria Econ6mica (APE) com a Unio Europeia. Todos tinham apreciado a anterior entrada prefe-
rencial no mercado da UE ao abrigo do Acordo de Cotonu.
Os APE sao acordos reciprocos de
comrcio livre, mas enquanto que a
UE concordou em abrir o seu mer-
cado a todos os bens e produtos dos
ACP, com excepao do acar e do arroz, sujei-
tos a curtos perfodos transitrios a partir de 1 de
Janeiro de 2008, as naoes ACP s6 serao obriga-
das a abrir os seus mercados gradualmente, de
acordo com o calendario faseado negociado de 5
a 25 anos para a maioria das mercadorias sensi-
veis e que abrange 80% ou mais de todo o
comrcio. Ao abrigo das regras comerciais da
Organizaao Mundial de Comrcio (OMC), os
signatarios de qualquer acordo de comrcio livre
estao autorizados a excluir determinados bens
desde que esses acordos cubram "substancial-
mente" todo o comrcio. Consequentemente,
muitos ACP optaram por nao incluir nos APE a
sua produao agricola.
At agora, apenas as Caraibas assinaram um
APE como entidade regional. Este acordo, ela-
borado com todos os Estados CARICOM,
abrange nao s6 as mercadorias mas tambm o
comrcio nos servios, alfndegas, facilitaao do
comrcio, barreiras tcnicas ao comrcio, medi-
das sanitrias e fitossanitarias, agriculture e
pesca, pagamento e movimentos de capital, con-
corrncia, propriedade intellectual, contratos
pblicos, assuntos ambientais e sociais e funds
de desenvolvimento, que incentivario a integra-
ao regional.
Outros Estados ACP, que ja assinaram acordos
at data, sao sub-regies ou um ou dois estados
ACP individuals numa determinada regiao.
Optaram por acordos "apenas de mercadorias"
com o compromisso de continuar com as nego-
ciaoes sobre outros aspects do acordo, elabo-
rando um APE global at final de 2008. A maio-
ria, mas nao todos, sao paises de rendimento
mdio. Sentiram mais a necessidade de assinar
devido renncia da OMC, relative ao acordo de
comrcio de Cotonu, ter expirado em 31 de
Dezembro de 2007. A alternative teria sido
enfrentar os direitos aduaneiros no mbito do
N. 4 N.E. JANEIRO FEVEREIRO 2008
Sistema Generalizado de Preferncias (SGP).
S6 um pequeno nmmero de paises ACP encontra-
se hoje nesta posiao, incluindo o Gabao, a
Repblica do Congo, a Nigria e um grupo de
naoes do Pacifico, ou seja as Ilhas Cook, Tonga,
Ilhas Marshall, Niue, Micronsia, Palau e Nauru.
As entidades de comrcio da UE indicam que,
enquanto o Congo e o Gabao manifestaram inte-
resse num APE, a Nigria recusou negociar um
APE nesta fase. Acrescentam que, devido ao
baixo nivel de comrcio da UE com o Pacifico,
esta regiao nao ira sofrer tantas perdas resultan-
tes da implementaao do SGP.
Uma declaraao recent do Secretariado dos
ACP em Bruxelas afirma: "Os ACP pedem
Uniao Europeia que tome medidas susceptiveis
de garantir a continuaao do comrcio nas mes-
mas condioes, de modo que os operadores eco-
n6micos permaneam no mercado e a prosperi-
dade e o bem-estar dos cidadaos dos pauses ACP
nao sejam prejudicados."
Acrescenta que alguns dos "acordos proviso-
rios" tinham sido assinados sob pressao e devem
ser revistos aquando da elaboraao de acordos
globais no decorrer de 2008.
Muitos dos Paises Menos Desenvolvidos (PMD)
estao ainda indecisos em relaao aos APE. O
President do Senegal, Abdoulaye Wade, infor-
mou que o seu pais ainda nao esta preparado
para o comrcio livre. Os PMD podem continuar
a beneficiary da isenao e de uma quota livre nas
exportaoes para o mercado da Uniao Europeia
sob a iniciativa comunitaria "Tudo Menos
Armas" de 2001.
Contudo, uma declaraao da Direcao do
Comrcio da UE continue a salientar os beneff-
cios de um APE global: "Dao a oportunidade de
apoiar a integraao progressive dos ACP na eco-
nomia interacional e de certificar que o inigua-
lavel acesso dos ACP aos mercados da UE trou-
xe um verdadeiro crescimento do comrcio e um
desenvolvimento economic alargado. Em
suma, a oportunidade de proporcionar o que
Cotonu nao foi capaz de fazer."
APZE GLOBAL:et BE IL D
Agupm.t regional C.ARgIC1OM
Anll'lt igual e ilrbud Baa' as, Ba i bado] s
olJamica, l,: Sat Lc _, S o Viet e,
Grna0 ns S.- o. Crs e* Ne
Suinm e.. -rnd e..oag.
COM*NIDA DA FIC ORETL
* Ii [ I'I [llLr'll [* 11t
Comores*,v: Ma.lgti ca r*,n l.,, n Mau. ia
FA [IO Pu o al e 9 sadNova ACP, msaFrij adoSu
Euro ia e no- Costu do APE..
2 Ve nofial arioo-e brsCrcm
Ga e...
COM. IDAE PAR 0 o
ENOLIMEN DA RIC
Haie umetota des79 Estados ACPMD ma fica do Su
tem um acordo commercial bilateral com a Uniao
Europeia e nao participou num APE.
2 -Ver no final do artgo os membros Caricom. MIIII
Perspective
Marie-Martine Buckens
Os ministros HCP dao
PRIORIDRDE
f SIUDE
Face aos numerosos desafios colocados pelo desenvolvimento da sade nos Estados e regies ACP,
os Ministros ACP da Sade, reunidos pela primeira vez em 25 e 26 de Outubro de 2007 em
Bruxelas, decidiram intensificar a sua cooperaao.
ministros fizeram questao de rea-
firmar a importncia do dialogo
intra-ACP no mbito do Acordo
de Georgetown, e mais especialmente ao .I
abrigo da parceria ACP-UE, colocando as
questes relacionadas com a saude no centro
dos programs de desenvolvimento dos seus
respectivos Estados. Sera dada prioridade
luta contra as doenas transmissiveis, como por
exemplo o VIH e a SIDA, a tuberculose e o
paludismo, nomeadamente atravs da partilha
de experincias e de boas praticas. Alm disso,
os ministros comprometeram-se a promover a
assunao dos servios mdicos e o tratamento
das doenas nao transmissfveis e das doenas
tropicais negligenciadas, bem como das doen-
as resultantes de violncia ou de traumatismo,
atravs do reforo dos sistemas de sade.
> Trauar a fuga de crebros
Outra preocupaao dos Ministros ACP da
Sade a fuga continue do pessoal sanitario
... altamente qualificado dos seus respectivos
l| Ii pauses para os pauses desenvolvidos, nomeada-
mente para a Uniao Europeia. Para entravar
I.. ........ esta fuga, os ministros "manifestaram todos o
.I . B seu empenho" em instituir estratgias concre-
tas para a "formaao, recrutamento e retenao
dos profissionais de sade locais". E na
mesma ordem de ideias, decidiram promover
parcerias com as empresas farmacuticas a fim
de facilitar o acesso, por um custo acessivel,
........... aos medicamentos patenteados e mobilizar
......... Uma clinic em Blantyre (MaIl~]j "i financiamento para a investigaao e elabora-
i emi. lm Marl de 2006 pela munit i ao de novos medicamentos ou meios de diag-
Snstico. M
CeRREIO
ossier
ILHItS D PRCIFICO.
flteraoes climaticas e uulnerabilidade
Por Hegel Goutier
Reportagem em Tuvalu, Ilhas Salomo e Fiji
N ao ha dvida que o Pacifico uma
das regioes mais vulneraveis em
terms de riscos de catastrofes
causadas pelas alteraoes climati-
cas. Estao nesta situaao varias ilhas de
corais de baixa altitude. Uma delas, Tuvalu,
tornou-se num simbolo desta ameaa, mas
tambm da capacidade de resistncia e da
determinaao de um pequeno pais a sobrevi-
ver. Passa-se o mesmo nas ilhas vulcnicas
situadas ao long do Anel de Fogo ("Ring of
Fire"), bem como nas Ilhas Salomao que
deploraram, no passado ms de Abril, as
devastaoes de um tsunami causado por um
terramoto, resultando em dezenas de mortos e
dezenas de milhares de sem-abrigo. As popu-
laoes destes pauses ameaados lamentam
que alguns pauses ricos, em grande parte res-
ponsaveis pela poluiao que esta na base das
desregulaoes climaticas, hesitem em reduzir
o seu nivel de poluiao. Um home politico
de Tuvalu assimilou esta attitude a um "terro-
rismo rastejante" que ameaa o seu pais.
a
A extensao de Tuvalu,
principal ilha do atol de Funafuti.
SHegel Goutier
TUURLU, um simbolo mundial
. .. \ F "... .. "-
15.11.l> do llhis que I tiiI. pa,1111(ICa ;or 11: Ltef1J .11111111t.1-
.ill ui t th.himiiiil. ptii.1 .r ct.e JCLl..saig.ld..J n.ltI t''.l p. r ri' ilarLn .iliiii t.ii.-
safnu it'rriim unit l'r p rt da -p ii'i .rc. Eihiinb .i .c'l.i iiiiiidJ.it., d .it ? i.Lt.it iil'ii.il.
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> Sensibilizao precoce
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a -
DOSS er Clima Pacifico
Uiuer com o
RECEIO COISTII TE
DOS fiLERfiOES CLIIDIITICRS
Sr. Lotoala Metia, Ministro as Finanas, do Planeamento
Economico e das Empresas
> medidas em curso para protege
o ambiente
Temos zonas de preservaao, uma nesta ilha e
duas nas outras ilhas. A ideia consiste em pre-
servar essas zonas. E estamos igualmente a
tentar promover um program de sensibiliza-
ao para as pessoas tentarem manter as ilhas
limpas. Os plasticos e as latas tm de ser colo-
cados num sitio determinado, para serem reti-
rados e nao sujarem as ilhas. Tambm estamos
a procurar obter assistncia do Fundo Mundial
para o Ambiente (FMA) para nos ajudar a ten-
tar resolver o problema da erosao das nossas
ilhas em Tuvalu.
> Um project ambicioso
Quanto s cavidades no solo (burrow pits*),
havia um project financiado pela SOPAC
(Comissao de Geocincias Aplicadas do Sul do
Pacifico) para dragar areia da lagoa e ench-las,
mas esse project nao resultou por causa do
impact nas margens da lagoa. Para sua infor-
maao, o Govemo esta a tentar apresentar um
document de estratgia para obter apoio de
doadores para a construao de uma ilha artificial
no lago. Se o project conseguir arrancar, talvez
aproveitemos a oportunidade, com a assistncia
de pauses que ajudaram no project inicial utili-
zando areia, para encher essas cavidades. Para
n6s um grande desafio, mas acho que com
uma ideia bem coordenada podemos convencer
doadores a apoiar este project.
> Sobrepopulaao
Esta a tomar-se um problema, at agora nio
muito grave, mas verdade que temos de enca-
rar os diferentes niveis de desenvolvimento
entire as ilhas e a capital para podermos deter a
urbanizaao e impedirmos a vinda de mais pes-
soas. Estamos a tentar melhorar o nivel de vida
nas outras ilhas, para que possuam os mesmos
equipamentos e o mesmo tipo de projects de
desenvolvimento para atrair financiamentos
suplementares. Estamos procura de modos e
de meios para resolver o problema de sobrepo-
pulaao que temos em Funafuti.
> Sobrepopulao e cultural
traditional
No caso de Funafuti, pode dizer-se que temos
alguns pequenos problems, mas nas outras
ilhas nao. A cultural e os costume ainda perma-
necem intactos. A sobrepopulaao e os proble-
mas de terras nao afectam a vida do dia-a-dia e
a cultural de Tuvalu. E no que diz respeito
segurana, ainda temos terrenos seguros em
Funafuti, embora o excess de populaao come-
ce a ser um problema. Temos tambm de resol-
ver o problema da gestao dos residuos.
> Uao ficar de qualquer modo?
esse o consenso geral neste moment. Se
sairmos, perdemos a nossa identidade e a
nossa soberania. Por isso tentamos proteger
as nossas ilhas o melhor que podemos para
poder continuar aqui. Mas se as coisas piora-
rem, ja foram feitos contacts com a
Australia e a Nova Zelndia para ver se
podem acolher Tuvalu.
Agradeo-lhe esta oportunidade de informar
adequadamente os europeus. Assim temos a
possibilidade de dizer ao mundo que mesmo
sendo pequenos e isolados, nao estamos piores
do que outras grandes ilhas da regiao. Para o
governor e para os cidadaos de Tuvalu muito
important avanar, procurar viver com os
nossos recursos e os nossos meios, consolidar
as reserves financeiras e investor em projects
viaveis e que tragam beneficios econ6micos
populaao. Queremos sobretudo manter o con-
ceito de boa govemaao, que um grande pro-
blema para muitos pauses do mundo.
*Buracos escavados durante a Guerra, onde eram lan-
ados os detritos. H.G. M
ni vel omrA osscnisd
C@RREIO
Clima Pacifico DOSSier
UMR SOCIEDRDE CIUIL
dinamica
Annie Homasi director executive da Associao das ONG de Tuvalu (TANGO) e foi
condecorada com a Ordem do Imprio Britnico, em reconhecimento do seu generoso
apoio s comunidades de Tuvalu e do sul do Pacifico. Faz aqui um breve resumo do
trabalho da sua organizao'.
T ANGO tem 47 organizaoes mem-
bros em todo o pais e inclui various
tipos de organizaoes. Tango a
organizaao-mae. Ha ONG da area
da sade, grupos para uma maior autonomia
econmica e grupos humanitarios, como a
Cruz Vermelha, entidades religiosas e muitas
outras. Trata-se de facto de uma vasta repre-
sentaao da sociedade civil.
Colaboramos estreitamente com o governor no
dominio das alteraoes climaticas. O nosso
govemo tem chamado a atenao para estas
questes em instncias intemacionais e tam-
bm a nivel regional. Por isso, enquanto ONG
constituimos a coligaao. Trabalhamos igual-
mente com o Fundo Mundial para a Vida
Selvagem (WWF), sedeado em Fiji, e com o
Departamento do Ambiente. Realizamos
f6runs regionais da sociedade civil.
Debruamo-nos sobre questes de govema-
ao, da sade e do gnero a nivel regional e
fizemos recomendaoes aos govemos. Atravs
destes fruns estabelecemos prioridades para
o que queremos fazer e elaboramos plans de
acao. Trabalhamos igualmente na sensibiliza-
ao dos meios de comunicaao social. Em
zonas onde as ilhas estao a sofrer erosao,
temos projects para ajudar a comunidade a
plantar arvores tradicionais e, por exemplo,
para evitar a perda de coqueiros, que tambm
nos asseguram um meio de subsistncia.
Queremos que a populaao de Tuvalu se ajude a
si prpria. Alguns aspects das alteraoes clima-
ticas estao fora do nosso control. Nao os
podendo controlar, limitamo-nos a participar
nas instncias intemacionais onde podemos
exprimir as nossas preocupaoes. Em vez de
sermos dependents, de nos dizerem o que
N. 4 N.E. JANEIRO FEVEREIRO 2008
precise fazer, precisamos tambm, nos prprios,
de fazer alguma coisa.
Paises como os Estados Unidos da Amrica e
mesmo a Austraial, um dos nossos vizinhos,
nao sao muito sensiveis a esta questao. Ainda
nao ratificaram o Protocolo de Quioto, o instru-
mento que efectivamente ilustra estas questes.
A Nova Zelndia sensivel. Temos um regime
de migraao com a Nova Zelndia, mas a
Australia nao nos abre as portas. Colaboramos
mais com a sociedade civil da Nova Zelndia.
Por exemplo, numa prxima reuniao em
Wellington vamos discutir os preparativos logis-
ticos para acolher cidadaos de Tuvalu.
1 Entrevista realizada antes da mudana de governor na
Australia.
H.G. M
iL~a~rui I.
-
a s ri JL I II
nas lhas salo
lhas Salomao 2 de Abril de 2007, 7h40 da
manha. Um tsunami devasta as zonas cos-
teiras na Western Province e em Choiseul.
Foi provocado por um terramoto de 8,1
graus na escala de Richter, com um epicentro
situado apenas a 45 km da pequena cidade pis-
catria e de desportos nauticos de Gizo (5000
habitantes), na Ilha de Gizo (Western Province),
a 205 km de Chirovanga, Choiseul, a segunda
provincia mais afectada, e a uma distncia de
345 km da capital Honiara, na Ilha de
Guadalcanal. Devido sua proximidade com o
epicentro do sismo, Gizo nao recebera nenhum
aviso. Felizmente que as trombas de agua caf-
ram durante o dia e as vagas de 3 metros nao
eram tao altas e tao impressionantes como as do
tsunami do Oceano Indico em Dezembro de
2004. Apesar disso, nao deixaram de causar
dezenas de mortes e deixar milhares de pessoas
sem abrigo, nomeadamente em Gizo. Foram
igualmente sinistradas as localidades de Naro e
Taro Islands e, em menor grau, Vella La Vella,
Kolombangana, Nova Ge6rgia e Simbo na
Western Province.
Em terms de vidas humans, os danos teriam
sido muito mais graves se as populaoes em
causa nao tivessem beneficiado de projects de
sensibilizaao desenvolvidos aps o tsunami do
Oceano Indico. "Felizmente aconteceu durante
o dia e as pessoas puderam observer que o mar
reflufa, vendo nisso um sinal de que algo nao
era normal, o que levou a maior parte das pes-
soas a deslocar-se para terrenos mais altos",
especificou o ex-Primeiro-Ministro Sogavare,
ainda em funoes aquando da visit de O
Correio, em Novembro de 2007.
Na ilha vulcnica de Simbo, a cerca de trinta
quilmetros da Ilha de Gizo, o mar invadiu
200 metros de terra, libertando o enxofre de
uma cratera submarine do vulcao. A inunda-
ao da igreja da aldeia provocou a morte do
bispo, que procedia a uma ordenaao, e de trs
fiis. Aps o tsunami, registaram-se vinte e
cinco rplicas do terramoto intimidando a
populaao, que ficou acantonada nos planal-
tos da ilha mais tempo do que o necessario,
receosa de novo tsunami.
> Destruiao
dos recursos marinhos
Segundo as avaliaoes feitas pelo Secretariado
da Comunidade do Pacifico (SPC), o tsunami
provocou a destruiao nao s6 dos recursos
marinhos selvagens, mas tambm dos centros
de aquicultura, o que nao deixou de afectar o
abastecimento das comunidades instaladas nas
faixas costeiras. A aquicultura diz respeito ao
marisco, s prolas de cultural e s espcies
para aquario. As quintas volta de Gizo foram
completamente destruidas. O plano elaborado
pelo SPC, aps as reunites com os aquiculto-
res, consistia em ajuda-los a relanar as activi-
dades a partir de exemplares provenientes de
outra ilha da mesma provincia e, entretanto,
fomecer mariscos aos agricultores para mante-
rem as suas actividades comerciais. Titana, na
Ilha de Gizo, que tambm lamenta a perda de
vidas humans, Rarumana e Sagheragi foram
as aldeias mais gravemente atingidas. Nesta
ltima aldeia, havia reserves importantes de
peixes de ornamentaao que iam ser transpor-
tados para a capital Honiara quando o tsu-
nami irrompeu. Consequentemente, referee
ainda o SPC, a antena local do World Fish
Center e o centro sub-regional de Gizo de
CoPSPSI ("Commercialisation of Seaweed
Production in the Solomon Islands") tiveram
de abrandar consideravelmente as suas activi-
dades. Para ajudar determinadas espcies a
C*RREIO
Clima Pacifico DOSSier
reconstruir-se, foi decretada a proibiao da
sua capture, afectando as populaoes que
vivem dessas actividades.
> 0 Tringulo de Coral
Os danos para o ambiente submarine nas
redondezas da Ilha de Choiseul ainda estao a
ser avaliados, mas sao consideraveis, dizem
os especialistas. Esta zona uma das mais
ricas do mundo pela biodiversidade dos corais
(cerca de 500 espcies) e dos peixes de recife
(mais de 1000 espcies). As Ilhas Salomio
fazem parte do Tringulo de Coral (Coral
Triangle) com a Indonsia, Filipinas, Malasia,
Timor-Leste e Papua-Nova Guin. A afecta-
ao dos corais pode ter impacts em srie na
biologia submarine.
> Desflorestamento
e alteraes climaticas
Nas Ilhas Salomao, 70% das receitas do
Estado sao provenientes dos direitos de
exportaao da madeira e da venda de licenas
de corte. A exploraao da floresta tropical fra-
giliza consideravelmente o ambiente. Esta
exploraao extremamente intense na
Western Province, a mais atingida pelo tsu-
nami. As previses geralmente admitidas
apontam para a extinao das florestas num
prazo de cinco anos apenas. O pouco que resta
de floresta ja foi object de licenas de explo-
raao. Actualmente, os cortes efectuados cor-
respondem a cerca do triple da quantidade
considerada como sustentavel. E as empresas
florestais continuam a aumentar as suas quan-
tidades. Antes mesmo do tsunami, a mais
comprida lagoa do mundo rodeada de ilhas e,
talvez, a mais bela segundo os peritos, a
Lagoa Marovo na Western Province, estava
em grave perigo devido ao estado avanado
de desflorestamento da ilha principal. Para
comear, ji quase ndo hd marisco nem peixes.
Alm disso, as empresas florestais trabalham
em terrenos inclinados, o que nao deixa de
criar riscos de erosao nas zonas costeiras,
acentuando assim os efeitos potenciais da
subida do nivel do mar.
William Atu, director de project do gabinete
de Honiara de "The Nature Conservancy"
(www.nature.org), explica a O Correio que
estes sedimentos originados pela erosao numa
lagoa profunda, como acontece em inimeros
locais das Ilhas Salomao, danificam os corais
e provocam efeitos colaterais na vida marinha
em geral. Os estragos provocados pelo tsu-
nami nos corais e na vida marinha das provin-
N. 4 N.E. JANEIRO FEVEREIRO 2008
"l ..
rtn
cias Isabel e Choiseul sao object de avalia-
oes mais precisas a publicar pela organiza-
ao. Para o Sr. Atu, imperative, quanto mais
nio seja sob o prisma da protecao do
ambiente, que o Governo legisle sobre a
exploraao das florestas. Mas o Governo nao
o faz ou nao aplica a legislaao existente,
acrescenta, porque ha muita gente da provin-
cia que apoiada pelas empresas florestais,
sendo tambm muito importantes os interes-
ses publicos e privados do comrcio da
madeira no pais. A pratica da pesca nao
menos insustentavel, acrescenta o Sr. Atu. As
captures da maior companhia de pesca comer-
cial do pais, Solomon Taiyo LTD, diminuiram
20% desde 1993.
H.G. M
Extrato: Entreuista com o antigo Primeiro-ministro
Ianasseh Sogauare.
Nlaiiniia eh .Slaoare loi Priiiimiri-MiiiisIro dle 200011 a 2lii1 e i nii m ille
2111)7. Derek .Siikua mticedell-IIle emi 21 de I)el enhri de 201117.
t C .' .'ll lt DL pl 1. 'I I 'el e l."l .I. p li l i111 11 'L' P. l Ituh IIIi L' 1l[h Il[ ile
.' '' l l .lll iill i1 1JP.11.1 PM L .I 1 D n.[ [-lllll llll
D 1 .l qUe ll I' L' I IIll[lI. pIl nlI llL' .l E 11 ql h' I i...l 'll hl .ll l ml e.'Il llL' l .11c .dl, I.'lIJ L"es
(i 11t.ll.I r, Jl1 , P. II. L l' .1 ,1 ,Il lh.lllc-' -r .l" .ld 1 Im L' l J l' ll.l l [. l l l L'i [,n .
O. n 111 ,1 e.[I nin P I .11 .1 l .1'pln IllLt '." l,1 llL' l .ll IL.'1 1 ,nq tli' ,, 1 l l1.1 -L 'll I.1 '.nlIi.ln
hL llln .1'. I l'. '. lll' n.L.Ill .I n -l .ldLll n ,Il. pl n I'[Id IL t.I' ILIn )l [ IL [l 11.111 1.1 A[,ln 1 l."
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DOSsler IClima Pacifico
TODBS UULIERAUEIS:
tirania das distancias e
fInEL DE FOGO
A s ilhas do Pacifico formam uma das
regies do mundo mais suscepti-
veis de ser afectadas por alteraoes
climaticas devido sua vulnerabili-
dade dependent de varios factors: as suas
pequenas dimenses, o seu afastamento (a tira-
nia das distncias), as suas estruturas geolgi-
cas so muitas vezes ilhas coralinas tona da
agua a sua posiao nas linhas de deslize das
places tectnicas e, portanto, os terramotos e
os tsunamis (o famoso Anel de Fogo que se
estende at s Amricas e ao Japao e desce at
Nova Zelndia). Sem falar de uma gestio
dos recursos, por vezes insustentavel. Todas,
ou quase todas, estao em situaoes semelhan-
tes ou raramente mais invejaveis que Tuvalu
ou as Ilhas Salomao. Eis alguns exemplos.
Quiribati culmina a 87 metros, mas muitas
destas ilhas sao recifes coralinos cobertos por
dois ou tres metros de areia, sem nos nem nen-
huma fonte de agua potavel. Algumas ilhas de
Quiribati, nomeadamente Banaba, foram fra-
gilizadas pela exploraao do fosfato pela
British Phosphate Commission e outras, nas
Lines Islands, por ensaios das bombas a hidro-
gnio do Reino Unido e dos Estados Unidos
durante o period colonial. A Ilha de Tarawa
(70.000 habitantes) tem os mesmos proble-
mas que Tuvalu, apesar de ser maior. Num
dos seus recentes relatrios, o Programa
Regional para o Ambiente do Pacifico Sul
(SPREP)' confirmou que dois ilhus inabita-
dos de Quiribati -Tebua Tarawa e Abanuea
foram submersos em 1999.
As costas dos 19 atis das Ilhas Marshall estio
totalmente deterioradas. Para as proteger,
como em Quiribati, a populaao amontoa ali
desesperadamente todo o tipo de materials
usados volumosos, camies, carros velhos e
outras maquinas usadas e cobrem-nos de
pedras. As Ilhas Marshall e Quiribati ja tm os
seus primeiros refugiados ecolgicos na
pequena ilha alta de Niue.
Papua-Nova Guin. Rios da dimensao do
Amazonas quando os seus cursos evoluem em
distncias relativamente curtas. Em 19 de
Setembro de 1994, uma explosao de various
cones do vulcao Rabaul destruiu, em grande
parte, a cidade do mesmo nome. Certas ilhas
adjacentes tambm estao ameaadas de extin-
ao. o caso, nomeadamente, das Ilhas
Carteret, com cerca de 2000 habitantes que
reconstruem sem parar diques de protecao e
tentam afastar os mangues sem muita esperan-
a de sucesso. Foi tomada a decisao de os
transferir em pequenos grupos para as Ilhas
Bougainville a quatro horas de navegaao.
Nauru, muito rica no passado graas s minas
de fosfato, foi devastada e fragilizada at s
suas fundaoes por 50 anos de sobrexploraao
deste mineral agora esgotado.
1- Instaurado em 1974 pela Comissao do Pacifico Sul,
o SPREP tem por missao ajudar os pauses da regiao a
proteger o ambiente e a praticar um desenvolvimento
sustentavel.
H.G.
Os 14 paises ACP do Pacifico:
FIJI
: .2 1 ilha 1 i"i dal qui. z h.bit.-i
.d '; 2 Ilas muiiL:i' 'jjr indC_
18 2 2 kri 1 26u.i. ii.i kiii de
aii.iU territoral 9 265 ha .i.
,i ne i 2uui"C i
tant I2~' a i
QUIRIBATI
r.Ull kL-i Cr. 1 'il iiI'I kiil dJ- .ILJiV
Ierrc,1.rii 8- 44'1 h,-1ne
-14 qi.i -:1- de Thl que pErt&aem..:-4W'.'E. I .S I km
OI .ills, algumas ,ulcn li~ s~,.terit Siais; mais :de
ciiutla..JoQlipo. at..Sis crPl 090 9 5,j,099.000 habitantei. i2," iii
km 2 9oS 8Wi d kdi- de agLua'
terr[ior i 1 1 6-14 ha.iltntes SAMOA
i2uu.. i 2 ilhas principi ai e I il has ail
NAURU .- :.........
1 ilha -ora.i:na I.obreleiada 24
km ?i.2 ,1 ill kSmi dei .%liua tel'h-
t.orias 1 2 Sui h.-bit+n, es i.'C.ug
ScenF.
tes; 2857 kmi ; 12ri.uriu km de
aguas teiiitiqjis 169.lLAL hali..
tantes e ceica de 1 Ir OnIu quei
vienm no estranqgeiri: '2r,.,i
ilhii b h.;biadd. 26 kmi; 757.000
km dle IqLJas territories, 990U
h.ibitint.-s i,20 )
VANUATU
1 2 ha. qi andes e::era ..d.O
I q]uicna-r l iabltaI.a. 12.189 km "; ........
68i'i in"l km de iguas,,.terr.toJ:iais;
192 91 u habitantes (2U0.0) """
ILHASn SLPM ... :.. ....
NIUE ................ E'-gqiandes ilhas 20 pe-quenas E
1 aloI >:oralhn.:. s:lilelado 25 enintn< nci e ilh-Li 28 446 kimu
Lkm .rii i. kr iii Je aqiiu.i tein- 1 A3u rii.i kiii dle ,iqi.1 itcrrito.
Loriaii 1 8u'i" hn dbiltiQL2.:J. liais. I41 6 2rii-i hi. i,ai-tl 1' '2i..ii.iii
Clima Pacifico DOSSier
ILHRS DO PfCIFICO
SUBIIERSHS deuidoao
HQUECIMEnTO CLIMIIfTICO
Costas corroidas, len6is freticos salinizados, primeiros xodos de refugiados
"climticos": o aquecimento climtico j uma dura realidade para a maioria dos
insulares do Pacifico. Do mesmo modo, dada prioridade a programs que permitam
a esta populao e ao seu ambiente adaptar-se nova situao climtica. Estes
programs beneficiam do apoio da Unio Europeia.
Ss paises em desenvol-
vimento das ilhas do
Pacifico s6 sao respon-
saveis por 0,03% das
emisses mundiais de dixido de carbon. E,
no entanto, prev-se que estes pauses tenham
que enfrentar as consequncias mais precoces
e mais graves das alteraoes climaticas nos
prximos dois sculos." Ja em 2001 era este o
cenario apresentado pelo Grupo
Intergovernamental de Peritos sobre as
Alteraoes Climaticas (GIEC), incumbido
pelas Naoes Unidas de assistir as Partes na
Convenao Interacional nos aspects cientifi-
cos das alteraoes climaticas.
No seu relatrio de 2007, o GIEC precisou o
seu ponto de vista: "Nas pequenas ilhas receia-
se que a deterioraao das condioes nas faixas
costeiras afecte os recursos locais, nomeada-
mente a pesca, e reduza o valor turistico destes
destinos. A subida do nivel do mar devera
agravar as inundaoes, o efeito das tempesta-
des, a erosao e outros riscos das faixas costei-
ras, ameaando assim as infra-estruturas, o
habitat e as instalaoes que constituem os
meios de subsistncia das comunidades insula-
res. As alteraoes climaticas reduzirao os
recursos hidricos em muitas ilhas de pequenas
dimenses, por exemplo nas Caraibas e no
Pacifico, de tal maneira que serao insuficientes
para satisfazer a procura nos perfodos de
pouca precipitaao."
> Refugiados climaticos
Minsculas rochas vulcnicas atiradas e espal-
hadas no oceano, a maior parte das ilhas do
Pacifico sao recifes coralinos que mal exce-
N. 4 N.E. JANEIRO FEVEREIRO 2008
dem o nivel do mar, quando nao se encontram
situadas abaixo deste nivel, como acontece
com a Repblica de Quiribiti, constituida por
tres arquiplagos, 32 atis e uma ilha isolada.
O ponto culminante de Quiribiti Banaba e os
seus 81 metros. Tuvalu, Estado da Polinsia,
tem oito at6is cujo ponto mais alto se situa a
4,5 metros acima do nivel das aguas... Metade
dos seus 11.636 habitantes vive abaixo de trs
metros de altitude.
Ora, as alteraoes climaticas tornam as mars
altas guas de at 3 metros acima do nivel
normal -cada vez mais frequentes. Tuvalu o
primeiro pais onde as pessoas tiveram de
abandonar as suas terras para escapar s inun-
daoes. Quiribiti e Vanuatu tambm se vem
foradas a realojar as populaoes vitimas da
erosao das faixas costeiras e da subida do nivel
do mar. Esta migraao forada, nota um relat6-
rio das Naoes Unidas, "implica uma necessi-
dade urgente de plans coordenados, tanto a
nivel regional como intemacional, para realo-
jar as comunidades ameaadas e criar um arse-
nal politico, juridico e financeiro adequado".
-
.-
IY. -" _..,, /
" -" 1 ". .,
....... .......
DOSer II Clima Pacifico
Perante esta subida inexoravel das aguas e a
recrudescncia de ciclones por vezes assusta-
dores -como o ciclone Val, de funesta
memria, que, em 2001, devastou a ilha de
Samoa, provocando danos avaliados em
230% do PIB desta pequena economic e cau-
sando a morte de 13 pessoas a Comissio
Europeia criou uma Facilidade ACP-UE para
as catastrofes naturais. Tambm estao previs-
tos outros funds. Por sua vez, o secretario-
geral do Programa Regional Ocenico do
Ambiente (PROE), Asterio Takesa, indicou
que a UE ja contribuiu com 200 milhes de
euros para a adaptaao s alteraoes climati-
cas e 150 milhes de euros para plans de
acao nacionais. O PROE uma organizaao
intergovernmental encarregada de promover
a cooperaao, apoiar os esforos de protecao
e melhoria do ambiente do Pacifico e favore-
cer o seu desenvolvimento sustentavel. O
PROE conta com 25 membros, quatro pauses
desenvolvidos com interesses director na
regiao (Frana, Nova Zelndia, Australia e
Estados Unidos) e 21 pauses e territrios insu-
lares do Pacifico: os Estados Federados da
Micronsia, Fiji, Guam, Ilhas Cook, Ilhas
Marianas do Norte, Ilhas Marshall, Ilhas
Salomao, Quiribati, Nauru, Niue, Nova
Calednia, Palau, Papua-Nova Guin,
Polinsia Francesa, Samoa, Samoa
Americana Tnlelaii TnnQ-a Tii"lii \Vnanntii
c' \\ .i!!, u' Fiiiii .i
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gmu-ii
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> Ecossistemas em perigo
Para Espen Ronneberg, responsavel pelas
questes climaticas do PROE, o Pacifico
represent uma grande variedade de desafios,
devido sua topografia, capacidade limita-
da para enfrentar as mutaoes ambientais e
escassez de competncias locais. No seu
entender, embora exista um consenso cientifi-
co sobre o efeito de estufa e a realidade das
alteraoes climaticas, ningum sabe ao certo
se as temperatures mundiais vao continuar a
subir ou se havera acontecimentos imprevis-
tos. E acrescenta que, se os recifes coralinos e
os ecossistemas insulares podem naturalmen-
te adaptar-se em certos limits, ningum sabe,
porm, o que ocorrera se estes limits forem
atingidos rapidamente. o caso, nomeada-
mente, dos mangues, dos ecossistemas precio-
sos e com grande valor econmico. Segundo
um estudo financiado, entire outros, pelo
Program das Naoes Unidas para o
Ambiente (PNUA) ("Os mangues das ilhas do
Pacifico face a um clima em evoluao e
subida dos mares" 2006), cerca de 13% dos
mangues do Pacifico correm o risco de extin-
ao, sendo os das Ilhas Fiji e Samoa os mais
ameaados. Neste estudo, Kitty Simonds,
director executive do Conselho de Gestao das
Pe ca dn Pacfficn Ocidental e-plica que
d e 'c J, ,1C 1 1. III'II! .' ! .' "1!, 1
hmidas de mangues e os restantes ecossiste-
mas costeiros, bem como sua contribuiao
important para a produao haliutica nas
proximidades das faixas costeiras, os gover-
nos e as comunidades locais das ilhas do
Pacifico devem agir imperativamente para
assegurar o aprovisionamento sustentavel dos
servios inerentes aos ecossistemas de man-
gues. O Conselho procedeu recentemente
substituiao de todos os seus plans actuais de
gestao das pescas por plans integrados, base-
ados nos ecossistemas, para cada arquiplago.
As concluses e as recomendaoes do presen-
te estudo contribuem para a elaboraao destes
novos plans relatives aos ecossistemas
haliuticos e adaptados ao local". M.M.B. M
Destruioes provocadas pelo tsunami na
provincia de Choiseul. Robert Iroga
rr
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UnfIO EUROPEIR
E ESTlDOS ICP PROCURRII
S"ESTRATEGIRS
DE ADfPTCflAO"
As ilhas ACP do Pacifico nao serao
as nicas a sofrer severamente as
consequncias das alteraoes cli-
maticas. Os Estados insulares das
Carafbas e a Africa tambm se encontram
entire os pontos do globo que deverao ser, e ja
o sao, os mais afectados pelo aquecimento
anunciado. Reconhecendo a responsabilida-
de dos pauses industrializados neste proces-
so, a Comissao Europeia elaborou, em 2003,
uma estratgia destinada a ajudar os pauses
em desenvolvimento a enfrentar os desafios
colocados pelas alteraoes climaticas. Esta
estratgia foi adoptada em 2004 pelo
Conselho de Ministros da UE atravs de um
plano de acao para o period 2004-2008. A
partir daf, o process acelerou um pouco.
Depois, houve as Jornadas Europeias do
Desenvolvimento (JED), cujo tema da
segunda ediao, organizada em Novembro
passado em Lisboa, foi consagrado s altera-
cs e climnticas As Tnrnadas acnnteceram
fa para alm de 2012, data final do primeii a 22 de Novembro em Kigali, exigiu a criaao
period do Protocolo de Quioto. Na reuniao
de Novembro, em Lisboa, o Comissario
Europeu do Desenvolvimento, Louis Michel,
lanou um apelo constituiao de um
"emprstimo mundial" para ajudar os pauses
em desenvolvimento a enfrentar as altera-
oes climaticas.
"Imaginemos de maneira criativa um
Emprstimo Mundial que permit angariar
meios para responder a este problema criado
pelo clima. Se nao adoptarmos, aqui e agora,
uma decisao political forte com resultados
imediatos, estaremos na mesma situaao
daqui a 15 anos." Este emprstimo, acrescen-
tou o Comissario, devera ser gerido pelas
instituioes internacionais e totalmente
apoiado e financiado pelos pauses mais ricos.
> necessidade de aliana global
O Fmnrstimn Mundial nprmitiria nnmreada-
"de uma estratgia complete sujeita a prazos",
a fim de integrar a prevenao das catastrofes e
as estratgias de adaptaao concebidas em
todos os plans de desenvolvimento nacio-
nais, na political europeia de desenvolvimento
e na ajuda humanitaria. Solicita tambm aos
pauses ACP e UE que fixem um objective
especifico para as energies renovaveis, que
deveriam ser o element central dos progra-
mas de cooperaao.
Por sua vez, Bernard Petit, director-geral
adjunto do Desenvolvimento na Comissio
Europeia, reconheceu nas JED de Lisboa que
a parte da ajuda actualmente consagrada s
estratgias de adaptaao era insignificantt"
e indicou as duas orientaoes principals que
a UE deveria seguir. Primeiro, a necessidade
de incluir a parceria UE-Africa nas estrat-
gias de adaptaao. Segundo, definir uma
abordagem mais political que englobe todos
ns niafses F nesta nprspnetiva niue a TE tra-
apenas um ms antes da Conferncia mente, apoiaras ac6es previstas naestratgia balha actualmente na construao de uma
.I .l l h -Jllll. d1' ";lli 1)c - .F.!l- .1 c i !.i i .Fl il.i- 1 ,l .l 1 c . l l .l -
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JORNADAS EUROPEIAS DO DESENVOLVIMENTO
Sebastien Falletti
Juntos frente as
RLTERROES CLIMATICfS
parque da Feira Interacional de
Lisboa (FIL), ONG e diplomats,
agricultores africanos ou Chefes de
Estado, misturam-se alegremente num ambien-
te prprio de um salao de estudantes. Esta mes-
cla improvavel a receita detonadora das
Jornadas Europeias do Desenvolvimento
(JED), cuja segunda ediao teve o xito espera-
do de 7 a 9 de Novembro de 2007, em Lisboa.
Aps a primeira ediao em forma de balao de
ensaio em 2006, em Bruxelas, esta iniciativa,
concebida pelo Comissario Europeu do
Desenvolvimento, Louis Michel, entrou em
ritmo de cruzeiro na capital portuguesa, subor-
dinada a um tema central: o impact das altera-
oes climaticas sobre o desenvolvimento.
"Se nao integrarmos as alteraoes climaticas
nas nossas political de desenvolvimento -aqui
e agora -perderemos o beneficio de todos os
investimentos que fizemos." O Comissario deu
o tom, o da gravidade, ja na sessao de abertura
perante Jos S6crates, Primeiro-Ministro de
Portugal, que detinha a Presidncia da UE, cuja
presena assinalava pela primeira vez a aprova-
ao das JED pelo Conselho. Este apelo res-
ponsabilidade transformou-se em grito de alar-
me quando o Presidente das Maldivas,
Maumoon Abdul Gayoom, explicou que o
aquecimento global ameaava a prpria sobre-
vivncia do seu arquiplago. Daf a ideia de lan-
ar um apelo solene a todos os pauses desenvol-
vidos e emergentes para se empenharem em
objectives coercivos de reduao das emisses
de gas carbnico.
Na vspera da tao aguardada Conferncia
Interacional sobre as Alteraoes Climaticas
em Bali, no ms de Dezembro, as JED apresen-
taram uma plataforma ideal UE para que
manifeste a sua solidariedade com os pauses
pobres e aumente, assim, a pressao sobre os
outros parceiros mais hesitantes em empenhar-
se nas negociaoes. "Sao os que menos contri-
buiram para as alteraoes climaticas que sao os
mais afectados. Refiro-me aos pequenos
European Development Days
J L -, ..I 'ii l;:limatl ClharnE G tltr 3 ChMIlnl1
C*RREIO
", ,
deel- O
Estados insulares, nos pauses africanos, nomea-
damente os do Sael. important que a sua voz
seja ouvida em Washington, Pequim ou Nova
Deli", declarou Jos Manuel Durao Barroso,
President da Comissao Europeia, present na
capital portuguesa. Um apelo repetido pelo con-
vidado surpresa das JED 2007, Kofi Annan, que
usou de toda a sua autoridade para apontar aos
pauses ricos as suas responsabilidades. "Nio
nos podemos dar ao luxo de falhar.
Necessitamos de um regime ps-Quioto que
comece hoje, nao amanha!", declarou em tom
grave o antigo Secretario-Geral da ONU.
> 8 aldeia das OnG
Antes de serem uma plataforma poltica, as
JED sao um espao de debate e de encontro
entire os profissionais e o grande public, que
fora convidado a visitar em grande numero a
"aldeia das ONG" e a participar nas discus-
soes. No parque da FIL, 650 lisboetas, jovens
ou menos jovens, aliaram-se s figuress de
proa" das alteraoes climdticas e s ONG,
oriundas tanto do Norte como do Sul. Yvo de
Boer, secretario executive da Convenao-
Quadro sobre as Alteraoes Climaticas das
Naoes Unidas, encontrou os representantes
da Climate Action Network ou ActionAid
International. Com mais de 2100 participan-
tes, "Lisboa foi o ponto de encontro entire
Davos e Porto Alegre", declarou entusiasma-
do Durao Barroso.
O tema das alteraoes climaticas foi abordado
sob todos os prismas nas mltiplas mesas-
redondas, tendo como prioridade o enraiza-
mento local. Os pauses ACP nao foram esque-
cidos no debate especifico sobre as consequn-
N. 4 N.E. JANEIRO FEVEREIRO 2008
cias do aquecimento para os seus agricultores.
"E til estar aqui. Isto permit trocar conheci-
mentos, alargar contactos... e, eventualmente,
encontrar financiamentos para os nossos pro-
jectos", explica Samuel, agricultor do Gana. As
JED tambm sao um grande salao onde os pro-
fissionais do desenvolvimento podem encon-
trar-se, trocar impresses e... fazer negocios.
" um espao incontornvel no sector, nomea-
damente para encontrar parceiros e fazer neg6-
cios!", explica um representante de Granada,
uma produtora de audiovisual especializada em
documentarios sobre os pauses em desenvolvi-
mento. Os pavilhes de Radio France
International ou France 5 atestam que o des-
envolvimento mesmo um mercado de future
no sector do audiovisual. Para os estudantes
seduzidos pelo sector caritativo, as JED sao
uma boa oportunidade para conseguirem um
primeiro emprego.
> Uitrina
Os Estados aproveitam estes encontros como
uma vitrina para mostrarem os seus esforos
em prol dos pauses pobres. Assim, todos os
Estados-Membros da UE, except a Bulgaria,
instalaram um pavilhao nas margens do Tejo.
At havia um pavilhao de Cuba! Os Estados
que aderiram UE desde Maio de 2004 res-
ponderam present e nada os distingue dos
mais "antigos". "Na nossa opiniao, fazemos
coisas boas em matria de desenvolvimento,
logo, important demonstra-lo", explica a
representante do pavilhao da Repblica Checa.
Nos meandros da aldeia, alguns pavilhes
repletos de ecras plans do ltimo grito
impressionam pelo seu design rebuscado,
embora nem sempre sejam dos Estados mais
virtuosos em matria de ajuda pblica ao des-
envolvimento.
Mas esta abundncia de iniciativas nao ocul-
tou a mensagem principal das JED 2007: a
urgncia em ajudar os mais pobres no comba-
te s alteraoes climaticas. "Algumas parties da
Africa serao afectadas por acontecimentos cli-
maticos extremes, como inundaoes ou tem-
pestades. Isso acontecera nao no final do scu-
lo, mas durante a nossa pr6pria existncia",
advertiu o administrator do Programa das
Naoes Unidas para o Desenvolvimento,
Kemal Dervis. "Serao os mais desfavorecidos
os primeiros a serem afectados", preveniu
Mamadou Cissokho, president da rede das
organizaoes de camponeses e produtores da
Africa Ocidental.
Louis Michel nao esperou muito para passar
da reflexao acao ao propor, na sessao de
encerramento, um "emprstimo mundial" para
ajudar os pauses pobres a enfrentar as alterao-
es climaticas. "Se nao tomarmos, aqui e agora,
uma decision political forte com resultados ime-
diatos, daqui a 15 anos estaremos na mesma
situaao", afirmou o Comissario. Foi um des-
afio lanado a todos os decisores da Europa e
de outros continents, mas tambm uma forma
de lembrar que as JED sao um meio de que
dispe a UE, primeiro doador mundial, para
influir na agenda do desenvolvimento ainda, o
mais das vezes, determinada em Washington.
A terceira ediao das JED ja esta agendada
para Novembro de 2008 em Frana, provavel-
mente em Estrasburgo, tendo como tema pro-
missor o papel dos poderes publicos no desen-
volvimento.
M
Interacqes UE-Afca
Uma noua
PiRCERIII
estratgica
Uma Estratgia Conjunta e um primeiro Piano de Aco para 2008-2010, destinados a
lanar a nova parceria estratgica entire a UE e Africa, foram os dois resultados
principals da segunda Cimeira UE-Africa, realizada em Lisboa, em 8 e 9 de Dezembro de
2007. Foi uma Cimeira sem tabus e com debates francos, que mostrou uma vontade clara
de virar a pagina do passado colonial e enfrentar em conjunto os desafios do future.
Cimeira UE-Africa realizada
no Cairo e do fracasso da rea-
lizaao de um segundo encon-
tro em 2003, devido a um desacordo
quanto a convidar ou nao o Presidente
do Zimbabu Robert Mugabe, a
Cimeira de Lisboa lanou a nova parce-
ria estratgica entire os dois continents.
Este novo relacionamento e a nova
Estratgia Conjunta Africa-UE serao
implementados atravs de um primeiro
Plano de Acao (2008-2010) com oito
parcerias especificas UE-Africa, que
abrangem mais de 20 acoes prioritarias
em dominios como a paz e segurana,
governaao democratic e direitos
humans, comrcio e integraao regio-
nal, Objectivos de Desenvolvimento do
Milnio (ODM), energia, alteraoes cli-
maticas, migraio, mobilidade e empre-
go, cincia, sociedade da informaao e
espao. Os resultados iniciais serao ana-
lisados na prxima Cimeira, agendada
para se realizar em 2010 em Africa.
> Piano de aco
Os mais de 70 Chefes de Estado e de
Govemo dos dois continents compro-
meteram-se a assegurar que a
Arquitectura Africana de Paz e
Segurana passara a funcionar plena-
mente, criando ao mesmo tempo a estru-
tura necessaria para o financiamento pre-
visto de actividades de manutenao de
paz em Africa. Nos prximos meses a
Somalia dara uma oportunidade para tes-
tar este compromisso no terreno.
A parceria devera igualmente abranger a
promoao do Mecanismo Africano de
Avaliaao pelos Pares e o apoio Carta
Africana da Democracia, das Eleies e
da Governaao, intensificando ao
mesmo tempo a cooperaao no dominio
dos bens culturais. O Plano de Acao
aborda igualmente o comrcio, a integra-
ao regional e medidas para reforar a
capacidade de Africa para estabelecer
normas e controls de qualidade e assis-
tir ao lanamento de uma parceria UE-
Africa ambiciosa em matria de infra-
estruturas, a que foi afectado um pacote
de 5,6 mil milhes de euros. Outras par-
tes do Plano de Acao incluem acelerar o
progress para os Objectivos de
Desenvolvimento do Milnio e melhorar
a segurana energtica e o acesso ener-
gia comuns. Outro objective fundamen-
tal desenvolver uma agenda comum de
decises political para abordar as impli-
caoes das alteraoes climaticas.
Tambm estao incluidas as migraoes, a
mobilidade e o emprego, sendo dada
nfase aplicaao da declaraao da
Conferncia de Tripoli sobre Migraao e
Desenvolvimento e ao Plano de Acao
UE-Africa relative ao trafico de series
humans. Alm disso, o Plano de Acao
" .
--
=..
O Comissario Europeu para o Desenvolvimento e a Ajuda Humanitaria,
Louis Michel, durante a Cimeira UE-Africa em Lisboa
(8 e 9 de Dezembro de 2007). CEC
C*RREIO
UE-Africa Interacqes
centra-se igualmente no apoio ao desenvolvi-
mento de uma sociedade da informao em
Africa e na realizao de esforos especiais
para estabelecer capacidade cientifica.
No context mais vasto UE-Africa e a fim de
implementar as prioridades acordadas, a
Comissao Europeia e 31 Estados ACP da Afri-
ca Subsariana assinaram em Lisboa programs
de cooperaao conhecidos por Documentos de
Estratgia Nacionais para o period 2008-2013,
avaliados em mais de 8 mil milhes de euros
(ver extratexto). Serao assinados acordos
semelhantes com outros pauses nas prximas
semanas, o que fara aumentar a dotaao da UE
atravs do 10. Fundo Europeu de
Desenvolvimento para os pauses da Africa
Subsariana para um montante entire 11 e 12 mil
milhes de euros no perfodo 2008-2013. Este
valor nao inclui o financiamento adicional para
imprevistos, a ajuda regional, os financiamen-
tos do Banco Europeu de Investimento (BEI) e
o program de cooperaao separado com a
Africa do Sul, os pauses do Norte de Africa e
outros acordos, como a assistncia relacionada
com o comrcio. Para alm destes, foram con-
cluidos acordos de cooperaao separados com
os pauses do Norte de Africa, bem como
emprstimos do BEI.
> "fliana indispensauel"
Nas palavras do Comissario para o
Desenvolvimento, Louis Michel, a Estratgia
Conjunta, o Plano de Aco e os acordos
individuals procuram criar uma "aliana
indispensavel" entire os dois continents,
abordando em conjunto os desafios do future
e ultrapassando as diferentes perspectives
que podem ter sido expresses na Cimeira de
Lisboa. Foi uma Cimeira que correspondeu a
todas as expectativas em terms de discusso
aberta e sria e relegando para a histria a
antiga relao unilateral doador-beneficiario.
Um exemplo foi quando a Chancelerina
alem, Angela Merkel, aproveitou a oportuni-
dade para lembrar ao Presidente Robert
Mugabe o caracter universal de valores como
os direitos humans. Ele reagiu criticando
fortemente a "arrogncia" da Alemanha e de
outros pauses que o criticaram. Mais tarde,
um apelo do Presidente da Libia, Muamar
Gaddafi, para uma indemnizao pelos danos
coloniais deparou com a recusa de Louis
Michel, que referiu o enorme volume de
ajuda ao desenvolvimento atribuida pela
Europa nas ltimas dcadas regiao.
Procurando unir os dois lados, o Presidente
da Comissao da Uniao Africana, Alpha Omar
Konar, instou os lideres dos dois continents
N. 4 N.E. JANEIRO FEVEREIRO 2008
UL-AFRICA
pAT N RS hip
". RI
a.
PA
a "enterrarem detinitivamente o passado
colonial".
E actualmente, apesar destas declaraoes fran-
cas, as relaoes entire a UE e a Libia deram um
passo em frente com a decisao do Conselho
Europeu de 14 de Dezembro de dar inicio a
negociaoes para concluir um acordo de coo-
perao com Tripoli.
Os dois lados tambm nao se furtaram a ques-
toes sensiveis, como as migraoes. Uma ques-
to em que a Europa esta preocupada com o
afluxo de imigrantes ilegais e Africa esta
ansiosa por acabar com a fuga de crebros,
mas em que ambos os lados querem aproveitar
as oportunidades oferecidas pela migrao cir-
cular, as oportunidades de emprego e a criaao
de empregos.
Os projectores tambm se viraram para a pers-
pectiva de acordos comerciais compativeis
com a Organizao Mundial de Comrcio
(OMC) -os designados Acordos de Parceria
Econ6mica: APE. Prev-se que em 2008 estes
acordos substituam as preferncias comerciais
nao reciprocas de que os Estados ACP tm
beneficiado ao abrigo das clausulas comerciais
do Acordo de Cotonu.
O President do Senegal, Abdoulaye Wade,
exprimiu a opiniao de que Africa nao estava pre-
parada para criar uma zona de comrcio livre
com a Europa. Dois dirigentes europeus concor-
daram em certa media com esta opiniao. O
Primeiro-Ministro irlands Bertie Ahem afir-
mou que era precise "mais tempo" para as nego-
ciaoes, enquanto o Presidente francs Nicolas
Sarkozy reconheceu a vulnerabilidade de alguns
pauses ACP. No entanto, alguns funcionarios
europeus salientam que estes pontos de vista nio
reflectem a posiao da UE, que atribuiu um
mandate Comissao Europeia para negociar os
APE com os pauses ACP.
Apesar disto, a Comunidade da Africa
Oriental, varios Estados da Africa Austral e do
Oceano Indico, a Costa do Marfim e o Gana
concluiram acordos provisrios de comrcio
de mercadorias com a Comissao Europeia. O
President desta Instituio, Duro Barroso,
comprometeu-se a consultar os lideres das
quatro regies africanas antes de lanar uma
nova ronda de conversaoes, em Fevereiro
pr6ximo, para concluir APE globais com todos
os pauses da Africa Subsariana. Estes acordos
abrangerao igualmente o comrcio de servi-
os, investimentos, propriedade intellectual e a
abertura dos contratos pblicos concorrncia
F.M.
Jos Manuel Barroso durante a Cimeira UE-Africa
em Lisboa (8 e 9 de Dezembro de 2007). CEC
Jos Manuel Barroso e Alpha Oumar Konar,
President da Uniao Africana em Lisboa. CEC
Interaces ACP-UE
fjuda por pais Os P
Montantes dos programs indicativos nacionais para
os 31 Estados signatarios dos documents de estra-
tgia de cooperago com a UE (rubricas A e B):
Em milhoes de euros
Benim
Botsuana
Burquina Faso
Burundi
Camares
Comores
Congo-Brazzavillle
Jibuti
Etiopia
Gabao
Gmbia
Gana
Guin-Bissau
Qunia
Lesoto
Libria
Madagascar
Malavi
Mali
Mauricia
Moambique
Namfbia
Ruanda
Sao Tom e Principe
Senegal
Seicheles
Serra Leoa
Suazilndia
Tanznia
Chade
Zmbia
340,2
77,3
537,2
202,1
245,9
48,1
85
41,1
674
50,2
77,9
373,6
102,8
394,4
138
161,8
588,2
438
559,3
63,4
634,1
104,9
294,4
18,2
297,8
6,3
268,4
63,9
565,1
311
489,4
a flssembleia
NB: A estes montantes podem acrescentar-se subsi-
dios suplementares para cobrir necessidades imprevis-
tas, bem como ajudas regionais e os financiamentos
do Banco Europeu de Investimento.
Fonte: Direcoo-Geral do Desenvolvimento da
Comissao Europeia
REPARTIflO DO
10 FED
Dos 22.682 milhes de euros do
10. FED (2008-2013), 21.966
milhes vao para pauses ACP,
286 milhes para Paises e Territorios
Ultramarinos (PTU) e 430 milhes para a
Comisso, a titulo de apoio programa-
ao e execuao do FED. O montante
total para os pauses ACP inclui 17.766
milhes de euros para os programs
indicativos nacionais e regionais, 2700
milhes para cooperaao intra-ACP e
intra-regional e 1500 milhes para
Facilidades de Investimento. O FED vai
centrar-se mais nos programs regionais
para apoiar a execuao dos Acordos de
Parceria Europeus (APE) e tambm nos
incentivess" para a boa governaao. M
Paritaria
0ao ha pmano BC l piamo sac ie Bsll|
OMC'", declare coin firmeza Louis Michel
n %a.1.l cm xn I'.ronsi do centro de confer~n-
i i.i. Ji Serenai Hotl. Oi pleno centio de
kii.il i. ill i un InIi1.i L iillil.i LIt pi l.iI.lll l.lirLtr oriin di11i s dos q ti rol'
L Ii, Il .Ill. 1 I l ,1 '11.1111 i (t in.l.1 ELir lpctuI do
ti I iv ri I n i t. i' ii L: .i j ipi.i i f i ii \L A i i it-i iL'Lie I iliir [
I-).' I'l| ,'1 IlII 'l! .ll ti c L.'l .Ipa,,i h' [.l l .It. .-A l. l tld> s dL Pira l ll]l
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.. Ed P E . ll -t .[' .F.F .. I lp..! n <... a
seus colegas do Parlamento Europeu, nao deixaram escapar a
oportunidade de transmitir a mensagem Comissao, encarregada
das negociaoes, mas tambm ao Conselho, tirando partido da pre-
sena de Joao Cravinho, Ministro da Cooperaao de Portugal, que
entao detinha a Presidncia da UE.
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Interaces
ACP-UE
> 8 Declarao de Kigali
Com um resultado tangivel, fruto de various dias
de debates e de negociaoes nos bastidores, foi
finalmente adoptada a Declaraao de Kigali,
que sublinha as inquietaoes dos ACP em rela-
ao estratgia da Comissao, que ameaava
impor o sistema de preferncias generalizado
muito menos generoso em terms de acesso ao
mercado da UE -aos paises que nao assinas-
sem um acordo dentro do prazo. A Declaraao
de Kigali consider que este sistema "poria em
perigo o bem-estar e os meios de subsistncia
de milhes de trabalhadores", lembrando os
compromissos assumidos pela UE no Acordo
de Cotonu revisto, que especifica que nenhum
pais ACP devera encontrar-se numa situaao
sejamos meninos de bem e venhamos assinar
em Bruxelas!", afirmou irritado o Sr. Sebetela,
do Botsuana, desencadeando um coro de aplau-
sos. " uma autntica chantagem!", exclamou o
socialist belga, Alain Hutchinson.
Apesar deste dil6vio de critics, Louis Michel
manteve-se firme. Reafirmou a sua f nos APE
descritos como instrumentss de desenvolvi-
mento" e tentou serenar os nimos, lembrando
que a liberalizaao commercial seria progressive e
acompanhada de ajudas financeiras europeias
substanciais. "Nao se trata de uma liberalizaao
estpida e prfida!" explicou o Comissario antes
de lembrar o fracasso do sistema de preferncia
commercial existente ha varias dcadas. Para ele,
chegou a altura de os paises ACP aceitarem o
jogo da abertura econmica, tomando por mode-
lo o crescimento dos paises asiaticos.
I uWII V/l WI//I~ I uIt/ 1 Iia, cDdianIdu Z'
Afrique in visu/Baptiste de Ville dAvray
menos favoravel no final das negociaes. No
entanto, sob a pressao dos democratas-cristaos
e dos liberals, a Declaraao referee igualmente a
necessidade imperiosa de compatibilidade com
as exigncias da OMC.
No moment em que os negociadores da
Comissao tentavam concluir dentro do prazo
acordos de comrcio livre compativeis com as
regras da OMC, os parlamentares, como nao
houvesse APE completos, denunciaram as
pressese" e a abordagem "dogmatica e ditato-
rial" do executive europeu. "Como nos bons
velhos tempos das colnias, pedem-nos que
> 0 monoplio da China
A Asia e suas potncias emergentes, como a
China ou a India, que estao a tomar posioes no
continent africano, provocaram outro debate
aceso em Kigali, desta vez entire parlamentares
europeus e os seus homlogos ACP. Estes ulti-
mos opuseram-se a qualquer critical a Pequim
num relat6rio sobre os investimentos estrangei-
ros adoptado pela Assembleia, desencadeando
a fria da co-relatora luxemburguesa Astrid
Lulling. "A China aambarca os recursos natu-
rais e as matrias-primas deste continent. Isso
nao contribui para o seu desenvolvimento, s6
beneficia as empresas chinesas. A ajuda da
China faz mais mal do que bem", declarou sem
ambiguidade a deputada europeia, provocando
por sua vez a ira dos parlamentares africanos,
apoiados pelo Co-Presidente da APP,
Radembino Coniquet. "Cada pais tem o direito
de estabelecer relaoes com quem o desejar",
retorquiu secamente um representante da
Repblica Democratica do Congo (RDC),
acrescentando que os ACP nao devem receber
lioes de uma Europa cujas empresas estio
mais interessadas em externalizar-se para o
Imprio do Meio do que para Africa. Foi um
fogo cruzado que revelou a sensibilidade da
questao e o trabalho hercleo que se depara
UE, que deseja estabelecer um dialogo "a trs"
com Pequim e o continent africano.
A Assembleia recuperou a sua unidade para
denunciar a degradaao da situaao no Leste da
RDC, onde a prossecuao dos combates entire o
exrcito congols e as foras rebeldes, chefia-
das pelo general Laurent N'Kunda, forou
350.000 pessoas a fugir dos seus lares em
menos de um ano. Os parlamentares, numa
resoluao de urgncia, apelaram mobilizaao
da comunidade intemacional e dos paises
vizinhos. "O Congo o gatilho da Africa", afir-
mou um parlamentar da RDC. "A violaao de
mulheres, o assassinio de crianas, a violncia
e a pilhagem por razes tnicas fazem desta
cruise uma ameaa estabilidade da regiao",
confirmou o deputado alemao, Jtrgen
Schroeder. O aviso da APP foi tragicamente
confirmado dias depois pela intensificaao dos
combates volta da cidade de Goma, perto da
fronteira com o Ruanda.
A Assembleia foi tambm uma ocasiao para
enviar um sinal de alarme sobre um assunto
menos dramatico, mas com repercusses srias
para os paises ACP: o atraso na ratificaao do
Acordo de Cotonu revisto pe em perigo o des-
bloqueio do 10.0 Fundo Europeu de
Desenvolvimento previsto para o period
2008-2013. Os Co-Presidentes, Glenys
Kinnock e Radembino Coniquet, lanaram um
apelo mobilizaao dos parlamentos nacionais
para que garantam a ratificaao no prazo pre-
visto e permitam, assim, o desbloqueio da
ajuda europeia. Os 27 paises da UE e dois ter-
os do Grupo ACP devem obrigatoriamente ter
ratificado o acordo para que a Comissao possa
utilizar os 22,6 mil milhes de euros do FED.
"O problema muito srio. Enquanto nao for
concluido o process de ratificaao, nao have-
ra financiamentos para os projects nem ajuda
ornamental", preveniu a Sr" Kinnock, esperan-
do que esta questao ja esteja regularizada na
prxima reuniao da APP na Eslovnia.
S.F. M
C*RREIO
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1
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Comrcio
> Um nouo oligoplio
Esta assim em vias de formaao um oligoplio
africano da oferta, perante o enxame de nego-
ciantes e de lapidadores mundiais. A capacida-
de de acao deste oligoplio saira tanto mais
reforada quanto, a partir de 2008, a procura
excedera a oferta e o desnivel continuara a
acentuar-se ulteriormente, de acordo com as
projecoes do outro gigante do sector, Rio
Tinto Diamonds, segundo o qual a "beneficia-
ao" "inevitavel" (sic). Mesmo se a De Beers
tenciona investor cerca de 2,6 mil milhes de
d6lares em novos projects, nomeadamente na
Africa do Sul. Botsuana. Namibia e Tanznia.
Diamond Trading Company (NDTC) garante a
entrega de diamantes brutos a 11 oficinas de
lapidaao de 2007 a 2011. O objective para
2009 pr disposiao destas oficinas de lapi-
daao quantidades de diamantes no valor de
300 milhes de dlares.
Por sua vez, o Botsuana espera aumentar o
volume de negocios annual das suas 16 oficinas
de lapidaao nos prximos dois anos de 200
para 500 milhes de dlares, o que represent o
equivalent ao quarto das suas exportaoes de
diamantes brutos (cerca de 2 mil milhes de
d6lares). Este pais espera colher dividends da
sua posiao de primeiro produtor mundial e do
facto de a sua capital, Gaborone, receber, a par-
tir de 2008, o maior centro de triagem e distri-
buiao da Diamond Trading Company, o brao
commercial da De Beers, que extemaliza para o
Botsuana uma parte das suas actividades da
praa de Londres. Esta tera, alias, a obrigaao
de alimentar as oficinas de lapidaao locais em
condioes que lhes permitam ser competitivas,
ou seja, em pedras de mdia ou de grande
dimensao.
Angola evolui na mesma direcao, apoiada em
projecoes que deixam antever a duplicaao da
produao actual (cerca de 9 milhes de quilates
para receitas de exportaoes de cerca de 1,2 mil
milhes de dlares) dentro de dez anos.
De Beers, numero um mundial da oferta de
bruto, nao Ihe resta outra altemativa senao
seguir o movimento. Esta em jogo a recondu-
ao dos seus acordos de joint-venture com os
tres Estados, o Botsuana, a Africa do Sul e a
Namfbia, que ainda constituem o suporte da
sua capacidade de acao no mercado mundial e
que partilham o mesmo objective estratgico.
o desnivel vai tomar propores consideraveis.
Outro "peso pesado" do mercado mundial, o
president da companhia russa Alrosa, Sergey
Vybomov, consider que, em 2020, a procura
mundial de diamantes brutos andara por volta
dos 20 mil milhes de dlares, quando a oferta
s6 atingira 9 mil milhes de dlares cotaao
actual. Resultado: as cotaoes vao subir.
Dito isto, a aposta na "beneficiaao" s6 podera
ser ganha em determinadas condioes, avisa o
director da De Beers, Gareth Penny. A primei-
ra que necessario ter em conta o desafio
asiatico dos baixos custos salariais de produ-
ao. As oficinas de lapidaao implantadas em
Africa deverao identificar os segments do
mercado em que poderao ser competitivos e
deixar as oficinas de lapidaao indianas tratar a
produao de menor valor, que nao econmi-
co transformar no continent. Alm do mais, os
govemos africanos deverao criar um ambiente
atraente para os investimentos director estran-
geiros no sector.
Mas os negociantes de diamantes de Anturpia
nao escondem que o desafio nao sera facil,
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C*RREIO
M imi B.i!iiiJlii. e o conto sao inseparaveis. E dificil
encontrar um dramaturge ou actor professional que tra-
balhe a partir dos contos que nao conhea esta haitiana
que transformou uma arte, senao um folclore traditional,
em teatro experimental de alto nfvel, e apresentou as suas criaoes em
diferentes continents, recebendo varias distinoes pelo seu trabalho de
desbravadora de terrenos encantadores. Aborda o conto sob todos os
prismas: pela escrita, a encenaao, a msica, a sociologia, a semiologia.
A sua obra valeu-lhe muitos prmios e distinoes. Recebeu distinoes
como a de Chevalier de l'Ordre National du Mrite (Frana), Officier de
l'Ordre des Arts et des Lettres (Frana), Becker d'Or no 3. Festival da
Francofonia (1989), Prmio Arletty da Universalidade da Lingua
Francesa (1992), sem contar as presidncias de jris e outras distinoes.
Em 11 de Novembro passado, encontrava-se em Bruxelas, na Roseraie,
para apresentar uma pea destinada sobretudo a um pblico jovem,
Quand les chiens et les chats parlaient (No tempo em que os caes e os
gatos falavam). Mas, como acontece habitualmente nestes especticulos,
os adults nao se fazem rogados e acorrem aplaudir, tanto neste estilo
de apresentaao como em peas para um pblico mais exegeta do tea-
tro modern, caso de Une si belle mort (Uma bela morte), ainda nas
memrias, cuja estreia foi um triunfo em Avinhao em 2001.
Mimi B.!iiliJliii. chegou cedo a Bruxelas. Aps a sua chegada, limi-
tou-se a tomar um pequeno-almoo convivial com os organizadores do
espectaculo. Tinha de se dirigir rapidamente para o teatro da Roseraie
para as ltimas afinaoes, mas tambm para o prazer dos reencontros
com pessoas conhecidas e admiradores, antes de subir ao palco. Ela
conta, placida, calma como sempre, com uma afabilidade que seduz
todos os que privam com ela. E ouve, deixando pensar que os seus
interlocutores sao, para ela, o que mais conta na vida.
Mimi -como lhe chamam carinhosamente uma presena, uma
alquimia que seduz rapidamente todo o pblico por mais moro que
possa ser partida, transformando-o em figurantes que retomam can-
tos e textos, muitas vezes em crioulo ou em espanhol, que o public
muitas vezes nao compreende. As crianas sao atraidas por ela, ficam
boquiabertas, sem respiraao.
Nao perdiam pitada, fosse uma palavra, uma silaba ou uma respiraao da
histria dos dois gatos esfomeados que decide que um deles faria de
morto para a vizinhana, que acorreu vigilia, artimanha que inventaram
para comer os veladores e assim matar a fome. O resumo da histria que
nos fez previamente ja deixava antever que era de cortar o flego.
"Atravs deste simples fio e num mundo de animals (ratazana, rato, zan-
dolite, pipirite, etc.), aproveito para recriar todo o ambiente de uma vigi-
lia mortuaria em Haiti. Da cozinha ergue-se a voz que conta 'Ti Fou e o
monstro de sete cabeas ou como o dia e a noite desceram terra' (e isso
passou-se no Haiti)..." o maravilhoso que se torna realidade!
Depois deste espectaculo, Mimi ainda estava extasiada com o encanto
que criara nos pequenos anjos que vieram admira-la e beber as suas pala-
vras e a sua music. A converse com os amigos e a parte belga da famf-
lia do seu ex-marido defunto, Grard B.! ilIilii. pai dos seus filhos, co-
autor com ela de livros e estudos diversos. O tempo era pouco, ela tinha
de apanhar o Thalys nessa mesma noite.
Mimi recordar-se-a do seu pai, ex-decano da Faculdade de Medicina de
Port-au-Prince, antigo clinico dos Hospitais de Paris e descendente de um
antigo chefe negro da guerra de independncia do Haiti que fugira para
os bosques para viver em liberdade; e a sua mae, filha de um antigo pre-
sidente do Haiti dos anos 20. Mimi Barthlmy viajou muito, a partir dos
dez anos, nas Caraibas e na Florida, antes de rumar a Paris para estudar
Cincias Politicas. Expatriaao e desilusao. "Quando, aos 16 anos, a
jovem que havia concluido os estudos secundarios parte do Hati para
Frana, depressa compreende o doloroso sentido da palavra exilio...
Tinha laos de parentesco com os Franceses, pertencia a uma familiar
mulata cultivada... A Frana de entao era colonial e encontrava-se em
N. 4 N.E. JANEIRO FEVEREIRO 2008
plena guerra da Arglia... Ao emigrante estrangeiro, a Frana nao ofere-
cia outra opao que a assimilaao."
Mimi abandonou os estudos para acompanhar o marido, Grard
B.,!iJi,:.ii. adido cultural nas embaixadas de Frana na Colmbia,
Bolivia, Sri Lanka e novamente Bolivia. Depois das referidas peregrina-
oes, retomou os estudos em 1972 e licenciou-se em Letras Hispnicas
em Frana. Aps uma estadia de um ano nas Honduras entire os
Garifunas, para estudar esta cultural rara primeira mescla no continent
americano de negros e de amerindios -cuja lingua, o garifuna, a sobre-
vivncia africanizada da lingua arawak. Uma lingua que tem a singulari-
dade de ser "sexuada", as mulheres e os homes nao falam da mesma
maneira. Os substantivos utilizados para designer o mesmo object, uma
mesa por exemplo, dizem-se diferentemente em funao do locutor ou da
locutora. Foi um doutoramento de teatro sobre o tema do papel do teatro
da identidade numa minoria cultural: os Garifunas.
"A Amrica Latina e sobretudo a Colmbia deram-me a oportunidade de
contactar personalidades culturais de vulto na dcada de 60. A minha ini-
ciaao artistic fez-se pela frequentaio assidua do TEC, Teatro
Experimental de Cali, fundado e dirigido por Enrique Buenaventura, e da
Casa de la Cultura de Bogota, fundada e dirigida por Santiago Garcia.
Tive a oportunidade de descobrir, graas a eles, as obras de autores con-
temporneos militants europeus e latino-americanos, como Brecht,
Kantor, Grotowski, Eduardo Manet, Jos Triana, Arrabal, Borges, Joao
Cabral de Melo Neto, etc."
Interessou-se tambm por teatros tao variados como os de Claude Alranq,
L'Odin Thtre de Eugenio Barba, o Thtre du Soleil de Mnouchkine e
Peter Brook. Frequentou os estagios de Eduardo Manet e do Roy Hart
Thtre. Actuou em Frana sob a direcao de Rafael Murillo Selva, con-
hecido na Colmbia, e foi assistente do encenador contestatario Manuel
Jos Arce, produzindo entio um teatro bastante critico sobre as ocupao-
es militares americanas na Amrica Central e do Sul.
Uma grande parte da sua investigaao universitria ocorreu paralelamen-
te a estas experincias teatrais. Orientou-se para o teatro por espirito de
sobrevivncia, como ela prpria disse. "Os meus primeiros passes no tea-
tro, a minha aprendizagem no terreno e os meus estudos universitarios
conduziram a uma pratica do teatro sobre a memria do meu pais. Tinha
de resistir perda de identidade, alienaao a que me condenava a minha
assimilaao Frana. numa ptica de resistncia pela minha sobrevi-
vncia mental, de revolta e de militncia que abordo o teatro."
mimibarthelemy.com
Ultima obra publicada:
Livro com disco "Dis-moi des chansons d'Haiti"
Editor: Lise Bourquin Mercad H.G. M
C*RREIO
2007 foi o ano do clima, 2008 sera o da biodiversidade. De 19 a 30 de Maio
pr6ximo, os 188 Estados signatrios da Conveno Internacional sobre a Diversidade
Biol6gica reunir-se-o em Bona, na Alemanha, para fazerem o balano dos seus
esforos e tentarem restabelecer a biodiversidade em queda livre. Mas tambm, e
sobretudo, para procurarem entender-se sobre a questo controversy da "partilha
just e equitativa dos beneficios resultantes dos recursos genticos". Trata-se de uma
questo que ainda divide os paises do Norte e do Sul e sobre a quai a Unio Europeia
desempenha muitas vezes um papel conciliador.
M Menos mediatizada do que a sua congnere climatica, a
Convenao sobre a Diversidade Biolgica (CDB) surgiu,
como a Convenao sobre o Clima, aps a Cimeira da
Terra no Rio de Janeiro, em Junho de 1992. Mas nem por
isso o alcance da CDB menos important, porque ambiciona conser-
var e utilizar de forma sustentavel todos os elements do mundo biol6-
gico, de que depend a nossa sobrevivncia, muito embora nao se con-
tente em desempenhar o papel de defensora da natureza. Com o apare-
cimento das biotecnologias e a extensao dos direitos de propriedade
nomeadamente a patente -ao mundo dos series vivos, a CDB prope um
quadro juridico que assegure uma partilha just e equitativa dos benefi-
cios resultantes dos recursos genticos, quer se trate de plants, extrac-
tos de animals ou micro-organismos, que estao na origem, nomeada-
mente, dos principios activos de muitos medicamentos. Como se depre-
ende, o desafio enorme. Tanto a nivel biolgico como econmico.
> Empobrecimento
A riqueza biolgica da Terra vai empobrecendo. a conclusao a que
chegaram os cientistas para os quais a quantidade de espcies que
existiram na Terra 10 vezes superior das espcies actuais. A ser
assim, a extinao seria um fenmeno normal na natureza, excepao
feita diferena de ritmo de extinao, que acelerou. Pode-se
demonstrar que, ha mais de um sculo, a causa do desaparecimento
de inmeros organismos vivos o home. Se a tendncia actual se
mantiver, as perdas serao de cerca de 50.000 espcies por ano nas
pr6ximas dcadas.
Devido sua posiao geografica, a maioria dos Estados ACP desfruta
de um clima tropical e subtropical favoravel multiplicaao das esp-
cies. Assim, as florestas da Africa Central contm uma mistura extre-
mamente variada de plants e animals, compreendendo cerca de 400
N. 4 N.E. JANEIRO FEVEREIRO 2008
gestao sustentavel da biodiversidade, a CBD3
foi sobretudo o primeiro tratado international
a reconhecer o papel primordial do saber tra-
dicional, das inovaoes e praticas em matria
de ambiente e de desenvolvimento sustenta-
vel, e a incentivar a sua protecao atravs de
Direitos de Propriedade Intelectual (DPI) ou
de qualquer outro meio. As comunidades
locais passam a ser consideradas como
importantes agents na execuao da CDB.
Todos estes prembulos estao sujeitos a
divergncias na comunidade intemacional, a
comear pela noao de DPI, que se presta a
interpretaoes diferentes. Assim, a Uniio
Africana (UA) elaborou uma lei-modelo para
servir de quadro de referncia em matria de
-__ I
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C*RREIO
Nossa terra
espcies de mamiferos, mais de 1000 espcies gestao da biodiversidade, em especial da ges-
de aves e mais de 10.000 espcies de plants, tao das espcies comercialmente interessan-
3000 das quais sao endmicas. Mas nas tes: sementes para os agricultores, mas tam- I
estepes e nas savanas, nomeadamente africa- bm espcies de interesse para a indstria,
nas, que se encontra a mais impressionante sem esquecer a farmacutica. Esta lei confir-
abundncia de plants e animals, a que nao ma o "privilgio do agricultor", que lhe per- ^
alheia uma mistura de luminosidade natural e mite guardar uma parte da sua colheita para ^
de alternncia das estaes secas e hmidas. ulterior utilizaao, privilgio que se tornou
Para preservar estas riquezas, tanto continen- facultativo nas demais instncias internacio-
tais como maritimas, os Estados ACP, em nais. A UA reconhece igualmente o papel das
colaboraao com a UE, tomaram varias comunidades locais detentoras de saberes e
iniciativas, designadamente o project prev o pagamento de direitos (royalties) em
FISHBASE -"Reforo das capacidades de caso de utilizaao destes saberes. No terreno, .
gestao das pescas e da biodiversidade nos os pauses africanos dispem de legislaoes i -
paises ACP". O objective do project for- ainda embrionarias, esperando com certeza -
necer informaes que permitam a execuao que a questao seja resolvida no quadro da -
de political de conservaao da biodiversida- CDB. O que esta long de ser o caso. No final ^ *
de aquatica, da sua exploraao sustentavel e de 2007, os representantes dos 188 signata- ** s *
da partilha equitativa dos beneficios, segun- rios da Convenao nada conseguiram, a nio
do as disposies da Convenao sobre a bio- ser constatar os seus desacordos sobre a ques-
diversidade. O project estabeleceu trs tao. Paises como a Australia, a Nova Zelndia
eixos regionais de coordenaao em Africa. ou o Canada (os Estados Unidos nao assina-
Nas suas regies respectivas, os coordenado- ram a CDB) opuseram-se s pretenses dos
res supervisam as actividades do project de pauses do Sul de regulamentar o acesso aos
formaao e dao o seu apoio aos cientistas e recursos. .. .
gestores das pescas. M.M.B. M .
> Partilha dos benefits *
..... l a'. sua c '"" ""e*
S- e*.. *
Paralelamente sua miss.o de conservao e .'r. i ".ii e"
..,., .t .', .K' "q.. "" '
il q
O Haiti tem sofrido mais agitao political e social do que
a maior parte das naes desde a sua independncia em
1804. As sublevaes frequentes prejudicaram o bem-
estar econimico e social. Mais de 50% da populao
vive com meneos de um dolar por dia.
A Misso das Naes Unidas para a Estabilizao, a
MINUSTAH, criou um certo grau de segurana a partir
de 2004. Isto significa que o governor pode avanar com
os plans de relanamento da economic e abastecer a
sua populao. Apesar da falta de recursos autctones,
o Haiti tem potential commercial por estar rodeado de
parses com rendimentos mdios, incluindo a Repblica
Dominicana, que fica situada na mesma Ilha Hispaniola.
"A primeira condio para o investimento so a paz e a
estabilidade. por esse motivo que concentramos toda
a nossa energia na manuteno da paz e da estabilida-
de", afirmou o Presidente Prval na abertura annual do
Parlamento, em 14 de Janeiro de 2008. Os doadores
internacionais participam com um project e ajuda
ornamental na sustentao da estabilidade.
Existem diversas dicotomias neste pais das Caraibas. As
estatisticas revelam uma grande pobreza no pais, mas
apesar disso, a sua cultural e surpreendentemente rica e
fascinante...
N 4 N E JANEIRO FEVEREIRO 2008
eportagem Haiti
COnSTRUIR COm BASE
ni
Um olhar sobre as sublevaes political do passado coloca em perspective a actual
estabilidade relative no Haiti. Para o governor, uma oportunidade, juntamente
com o apoio indispensvel dos doadores, para consolidar a sua administrao e
implementar medidas de relanamento da economic e, assim, atenuar a pobreza.
s Tainos, parents dos Arawaks
da Amrica do Sul que chegaram
ao Haiti em 2600 a.C., foram os
primeiros habitantes conhecidos
da Ilha Hispaniola. Uma das personalidades
mais veneradas at ao present foi a Rainha
Anacaona, ou "Flor Dourada", que reinou em
Xaragua, um dos cinco reinos da Hispaniola
liderados pelos caciques (chefes tribais). Foi
uma das ltimas a sucumbir influncia espan-
hola com a chegada de Crist6vo Colombo em
1492: numa recepao do novo govemador
espanho em 1503, os seus seguidores foram
detidos e executados. Anacaona escapou, mas
foi capturada e enforcada em Sao Domingo.
Estima-se que existissem originalmente entire
100 mil a um milhao de tainos na ilha, que
foram progressivamente desaparecendo depois
da chegada de Colombo com epidemias e tra-
balho escravo forado. Mas as raizes tainas do
Haiti estao ainda presents na cultural do pais e
alguns haitianos alegam ter laos de sangue
com os antigos habitantes da ilha.
Os colonialistas franceses trouxeram escravos
africanos em 1520, que povoaram a parte oci-
dental da Ilha Hispaniola. Em 1731, os
Espanhis reconheceram a colnia francesa de
Sao Domingo e foi constituida uma fronteira
ao long de dois rios.
Varios lideres de escravos, incluindo Franois
Dominique Toussaint l'Ouverture, viram os
seus donos conceder-lhes a liberdade e a
Frana aboliu a escravatura em 1803. O cora-
ao branco foi simbolicamente rasgado da ban-
deira francesa pelo lider rebelde Jean-Jacques
Dessalines e o vermelho e o azul foram cosi-
dos, sendo finalmente iada a bandeira haitiana
sob a divisa "Libert ou la Mort". Em Janeiro
de 1804, aps uma batalha decisive com os
franceses, Dessalines anunciou a independn-
cia em Gonaives e os Haitianos africanos assu-
miram o control da ilha recuperando o seu
nome taino "Haiti", ou "terra montanhosa".
Avancemos agora a passes largos para o Sculo
XX e para a importncia estratgica do Haiti
enquanto rota maritima. A ligaao proporciona-
da pelo recm-aberto Canal do Panama resultou
numa invasao dos EUA em 1915, tendo a ocu-
paao durado at 1934. Varios anos depois e
vario golpes, entrou em vigor a ditadura de
Franois Duvalier, em 1957, contando com o
apoio de uma classes mdia em florescimento e
da populaao pobre rural. Reforou o seu poder
graas aos "Tontons Macoute", assim denomi-
nados por analogia com o ficticio Tio Knapsack,
que raptava as crianas malcomportadas, que
tinham autorizaao para extorquirem dinheiro e
C*RREIO
Haiti eportagem
bens populaao e que, em troca, protegiam
fielmente o seu president. Jean-Claude
Fi.,1i. Duvalier sucedeu ao seu pai quando
este morreu, em 1971. Em 1986, Rh.il.1.J"
fugiu para Frana. Seguiu-se um period de ins-
tabilidade, de 1986 a 1990. Confrontado com o
regresso dos apoiantes de Duvalier, o Supremo
Tribunal decretou eleies em Dezembro de
1990, quando um jovem padre, Jean Bertrand
Aristide, que contava com o apoio generalizado
da sociedade civil, chegou ao poder em
Setembro de 1991 sob a gide do movimento
"Lavalas", que significa "torrente". O actual
President, Ren Prval, foi seu Primeiro-
Ministro entire Fevereiro e Setembro de 1991.
Ao fim de apenas sete meses de funoes, um
golpe perpetrado pelo General Raoul Cdras foi
imediatamente condenado e seguido de um
embargo econmico que se manteve at
Outubro de 1994, quando Aristide regressou
com o apoio dos EUA. Aristide foi impedido de
conseguir um mandate consecutive nas eleioes
presidenciais de 1996, ganhas por Ren Prval,
que, em 2001, se tomou no primeiro lider da his-
t6ria do pais eleito democraticamente a concluir
um mandate. Aristide manteve-se uma figure
popular e formou o partido "Fanmi familiara" )
Lavalas" e a Fundaao para a Democracia, que
oferecia emprstimos sem juros e apoio sade
e educaao. Foi eleito Presidente em Novembro
de 2000 com 91,7 % dos votos. O 200. aniver-
sario da independncia do pais foi marcado por
protests civis que conduziram Aristide ao exf-
lio em 29 de Fevereiro de 2004, embora este ale-
gue que foi forado a abandonar o pais por
temer as agitaoes generalizadas fomentadas
pelos EUA. Boniface Alexandre tornou-se
President interino encarregado de organizer
eleies no prazo de dois anos.
Em 7 de Fevereiro de 2006, Ren Prval tor-
nou-se novamente Presidente, eleito para o
period de 2006 a 2011, no mbito do movi-
mento alargado LESPWA ("Esperana"), que
reunia various partidos politicos e grupos da
sociedade civil. Obteve uma magra maioria de
51,21%, depois da contagem dos votos em
branco, o que exigia o apoio de outros partidos
para former um govemo de coligaao.
> 1
"A situaao no nosso pais esta a mudar. A polf-
tica pode ser feita de forma diferente. O pais
nao pode, minima oportunidade, resvalar
para a instabilidade", afirmou Prval no seu
discurso de abertura annual ao Parlamento em
14 de Janeiro de 2008. Sublinhou alguns dos
principals desafios econmicos e a necessida-
de de modernizaao do Estado como forma de
reforar a segurana, incluindo mudanas no
N. 4 N.E. JANEIRO FEVEREIRO 2008
sistema judicial e a necessidade de crdito e
investimento (ver artigo sobre a indstria) e de
energia fiavel e a preos adequados.
A presena da Missao das Naoes Unidas para
a Estabilizaao no Haiti (MINUSTAH) tem
sido a grande responsavel pelo regresso esta-
bilidade, embora o Presidente afirme que
ainda se verificam muitos sequestros e que os
seus responsaveis devem ser justiados.
Na sequncia da partida do ex-Presidente, Jean
Bertrand Aristide, uma Resoluao do
Conselho de Segurana da ONU de Junho de
2004 mandatou uma fora para estabilizar o
pais e auxiliar o governor de transiao na reali-
zaao de eleies. "Bandos armados tinham o
pais como refm", declarou David Wimhurst,
director de relaoes pblicas da MINUSTAH,
discursando na sua sede, o antigo Hotel
Christopher, em Port-au-Prince.
A MINUSTAH conta actualmente com 7060
militares, na sua maioria provenientes da
Amrica Latina, com um grande contingent
do Brasil, e 2091 agents da policia (dados da
ONU de Novembro de 2007), que estao a con-
tribuir para a criaao de uma fora policial hai-
tiana. O novo comandante da MINUSTAH,
desde Setembro de 2007, o diplomat tunisi-
no Hdi Annabi. Wimhurst explicou que era
necessaria alguma fora para refrear os bandos
responsaveis pela violncia e pelos sequestros.
"Foram necessarios trs meses para desagre-
gar os bands, algumas vidas foram perdidas e
800 pessoas foram detidas em Cit Soleil",
acrescentou Wimhurst.
Desde Fevereiro de 2007 mais facil circular
em Cit Soleil. As acoes da MINUSTAH
"criarao espao para um desenvolvimento a
mais long prazo", referiu ainda Wimhurst.
"S6 poderemos abandonar o Estado se houver
uma fora policial professional e totalmente
equipada ao servio do pais." At data, foram
formados 11.000 agents da policia haitiana,
ao passo que sao necessarios pelo menos
20.000. Wimhurst declarou que a MINUSTAH
esta igualmente a financial 16 barcos para a
patrulha das costas do Norte do Haiti, que sao
um ponto de entrada de drogas ilegais.
Um estudo recent de uma ONG, o
International Crisis Group (ICG) refere que
o Governo deveria incentivar a diaspora
haitiana a investor mais no pais: trata-se de trs
milhoes de pessoas, cujas remessas
ascenderam a 1,65 mil milhes de dlares
americanos em 2006, o equivalent a 35% do
PIB. Damien Helly, analista principal do ICG,
afirmou que esta contribuiao econmica
deveria estar reflectida no sistema politico
atravs da oferta de sistemas de voto no
estrangeiro e da autorizaao de dupla
nacionalidade e representaao da diaspora no
Parlamento, o que provavelmente exigiria uma
reform constitutional. O document
incentive tambm a criaao de uma fora de
trabalho da diaspora mandatada por
responsaveis governamentais do Haiti, por
todas as foras political, pela sociedade civil e
pelo sector privado, que elaborasse uma
estratgia em 10 anos com o apoio intemacional.
tambm important para o future do pais uma
estratgia conjunta com a Repblica
Dominicana, apesar da condenaao
eportagem
Hailr
rI-n
Resumo estatistico
do Haiti
(numlero' para 2006, salvo indicado rem
contrario):
~ ~ ~ ~ - -'**** ..s.:::::.
S ,e le: 27 75n kmi2
PIB 5 mil inilh de de lars americanos
Cres1iirento armniiA Li' PIB. 2. 3".
Di'tid L longo prn 1,? mil mlllhoes de
dolares arneiicanos ('em 2ii05)
Espt'er.n-ir d.e UidLo: 52 anos (nrmeioe de
lunho de 2n0s)
Indicei d.- PNID: 146 eii 1 77 (relatorio de
2n07-2n08)
Recniii enrto Nacional Bruto (RNBi per capital
48C dolares arnelicano'
linrportacies 1,55 mil niilhoes de d:Ilares
aniericalni:s I(estinmatia ide 2u0Li), nanieada-
mente alimentas, combustivel, miquiiinas,
Irodutiis maniitaclurados.
E..portiaes 494 millihes dle lddlares amen-
canos (estilatiia cle 2006), caf, oleos,
m1anqas, vetivena.
Political
Preidlente Ren Preal, dese 14 de M1 le ai
de 2u06 (mandiato de 5 anf:cs)
Chetf d' i:. i'emo: P imeiro-M Iinistro, Jacques
Edouard Ale.xi' desde .n de Mnio de 2n06
AscTinbll /i Nacncil PcnicaLral e S,ina00
As eleie.'i para Senadco (30 senadcres)
so lealizadas de seis em seis ano', mas o
candidiato comI a ima iioia dos votos mni cada
uni dos dez departamnentos cunipre umi
mandala de 6 anos, c: candidate seguilte
cunipre 4 le c: terceirc: candidlidt: 2 anos, c:
que significa que haverj eleies de substi-
tuJIo de LIum tero dos menmbos ermn 2n08
A CImnara dos Deputados (99 deputados)
eleita de 4 em 4 ani:s prdinia eleicao emn
Abril de 2ul
Piincipais piir~xIdr poliitios Aliani.a. Fuoiio
Haitiana Sc:cial-Democrata. OPL Organizac:ac
di: Po'ao em Luta. Alyans, Aliana Nacional
Demncxrtica. Frente para a Reci:instruaio di:
Haib; Artibonite em Acdo (LAAA).
Fontes Banco lMundial, PNLID Unia.:
Eurc'peia, CIA, Governo do Haiti
.llr.''li. > i 'ii . ... i t. .i. 1,', d,., 1 i I 111
HI' ll,, .. 1 l, 1 !.k'![L I' (. .I. . l E 1 [ H.. I.k'
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CORREIO
... ... .. ... .. ... ..
erge Gilles lider do partido "Fusion
des Sociaux Dmocrates Haitienne"
(Partido de Fusao dos Sociais-
Democratas do Haiti), que detm uma
das maiores representaoes parlamentares no
pais: seis dos 30 assentos no Senado e 20 dos
99 na Cmara dos Deputados. Este partido
participa na "coligaao" ou, como Gilles sub-
tilmente se lhe refere, de um governor "plura-
lista" formado na sequncia das eleies de
2006. Com 2,62 % dos votos, Gilles foi um
dos candidates derrotados de um grupo de 33
que se apresentou s eleies presidenciais de
Fevereiro de 2006 e que colocou o Presidente
Prval no poder. O secretario-geral do partido
Fusao, Robert Auguste, esta actualmente
frente do Ministrio da Sadde.
Gilles passou 25 anos no exilio durante o
period das ditaduras Duvalier, regressando ao
Haiti em 1986. Em meados de Novembro,
quando nos conhecemos, preparava-se para
N. 4 N.E. JANEIRO FEVEREIRO 2008
uma reuniao ministerial, que teria tarde com
o Conselho de Ministros para a qual o
President Prval convidara os cinco lideres
da oposiao. O objective era debater uma ava-
liaao do govemo feita pelo Banco Mundial.
No nosso encontro em Ptionville, apesar de
aplaudir esta consult aberta, Gilles manifes-
tou a preocupaao de que a actual liderana do
Primeiro-Ministro, Jacques Edouard Alexis, e
do President Prval se tenha mostrado at
agora aqum do necessario no que se refere
"resoluao dos grandes desafios do passado".
"Ren Prval conta com experincias ante-
riores na governaao do pais. Ja foi
Primeiro-Ministro e tambm Presidente, mas
nao abusa dos seus poderes. Compreende a
fragilidade da situaao. At data, consegui-
mos ultrapassar os problems de segurana.
A policia national que se desagregou foi
novamente restabelecida e, apoiada pela
MINUSTAH, a Missao das Naoes Unidas
para a Estabilizaao no Haiti, esta a fazer um
bom trabalho. O governor pluralista trouxe
consigo a estabilidade political. Ha algumas
critics, mas de pessoas que nio estio repre-
sentadas no governor. Todos os que se encon-
tram representados aceitaram permanecer
neste governor formado por consenso a fim
de garantir a estabilidade do pais e, com a
ajuda da comunidade international, tornar
possivel a construao de estradas e a reabili-
taao dos servios pblicos para dar ao
governor alguma paz de espirito. O pais tem
muitos problems. Do lado negative, volvi-
dos dois anos, o Governo ainda nio conse-
guiu ultrapassar os principals desafios do
passado. Aquilo que Ihe digo disse tambm
ao President, Ren Prval. As nossas con-
versas sao muito francas."
eportagem
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eportagem Haiti
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I -
cia era corrupt. A opao pela MINUSTAH
nao foi ma."
"Aquilo que temos de fazer agora prepararmo-
nos para a partida da MINUSTAH. Temos de
tirar partido da presena da MINUSTAH aqui
para former a fora policial e estabelecer outra
fora. Alguns chamam-lhe gendarmerie, outros
um novo exrcito. Qualquer que seja o seu
nome, necessaria para patrulhar os portos, os
aeroportos e as fronteiras e para combater efi-
cazmente o problema da droga."
"Temos uma administraao muito fraca.
Quando se vivem as catastrofes que nos vive-
mos, deixa-se para tras o facto de se ter uma
administraao muito fraca. Apoio os
Canadianos, que investiram imenso em forma-
ao. Gostaria de ver uma escola de formaao
para a administraao em cada provincia e tam-
bm duas aqui (na capital, Port-au-Prince)."
"Nao se pode dizer que a oposiao seja corrup-
ta, evidentemente. Nao se pode dizer que Ren
Prval seja corrupt, ja que nao seguramen-
te o caso. Conheo Estados que sao corruptos
de cima a baixo. Se existe corrupao no Haiti,
esta refere-se ao trafico de droga e a uma part
do sistema de justia. Prval estabeleceu um
comit para avaliar a reform do sistema de
justia e o Parlamento acaba de adoptar trs
leis sobre a independncia e o saneamento do
sistema de justia leiss decretadas em 27 de
Novembro de 2007). Sera criada uma escola
de formaao para juizes. Todos os nossos par-
lamentares apoiaram esta reforma"
"Sinto que a descentralizaao faz progredir a
democracia, mas verdade que ainda nao deli-
neamos um quadro legal para a descentraliza-
o. Os parlamentares estio a trabalhar no sen-
tido de proceder a esta tarefa para que as auto-
ridades municipais (collectivits territoriales)
possam dar inicio ao process. O funcionamen-
to de uma autoridade municipal nao apenas
uma questao de angariaao de financiamento."
D.P.
Pagina 38:
Vista de ruas em Les Cayes.
Marc Roger
De cima para baixo:
Lider da oposio, Serge Gilles.
Debra Percival
Les Cayes.
Marc Roger
Mapa do Haiti.
Minustah
N. 4 N.E. JANEIRO FEVEREIRO 2008
eportagem Haiti
Gotson Pierre*
RELfCOES
Hi TI O- DOm InICHnS
E IEIOS DE
As relaes nem sempre foram fceis devido aos direitos dos trabalhadores haitianos nos
"Bateys"** dominicanos. As iniciativas de unio dos dois praises atravs da abertura de canais
de informao apenas conseguem contribuir para uma melhor compreensao entire as duos
parties. Isto reforar a political bilateral adotada pelo governor do Haiti, visando o estabele-
cimento de relaes mais estreitas em prol dos dois praises.
os primeiros anos do sculo XX,
os Haitianos deixaram as suas
casas para irem trabalhar para as
plantaoes de cana-de-acar
dominicanas que abasteciam fabricas constru-
idas ou financiadas pelos americanos. Nos
anos 60, foi celebrado um acordo entire os dois
pauses para o fornecimento de trabalhadores
sazonais que fizessem as colheitas da cana-de-
acar dominicanas. Depois da condenaao
deste acordo, no seguimento da queda da dita-
dura de Duvalier em 1986, muitos haitianos
continuaram a migrar para a Repblica
Dominicana, principalmente procura de
emprego.
Hoje em dia, embora nao se tenha feito um
censo da populaao, as entidades dominicanas
dizem que vivem no pais mais de um milhao de
haitianos. A Repblica Dominicana v esta imi-
graao como um fardo e esta sempre a repatriar
imigrantes haitianos em condioes que violam
os direitos humans mais basicos, incluindo a
desagregaio de families, a deportaio noctur-
na sem coordenaao com as autoridades haitia-
nas e outras formas de maus-tratos.
Os antecedentes da situaao actual sao uma
longa histria de hostilidades e disputes. Os
Haitianos nao esqueceram o massacre de cerca
de 30.000 conterrneos na Repblica
Dominicana em 1937 sob as ordens do ditador
Rafael Trujillo. Por seu lado, os Dominicanos
lembram-se do severo regime de ocupaao que
lhes foi imposto pelo govemo haitiano de
Jean-Pierre Boyer entire 1822 e 1844.
Existem igualmente diferenas culturais entire
as duas sociedades que alimentam preconcei-
tos na Repblica Dominicana, cuja populaao
reivindica uma herana india e espanhola,
enquanto que os Haitianos invocam a sua
herana africana.
Esta situaao nao favorece o entendimento
entire Haitianos e Dominicanos e influencia o
trabalho dos meios de comunicaao, afectando
a informaao sobre as relaes haitiano-domi-
nicanas.
Durante muito tempo, os meios de comunica-
ao haitianos apenas faziam uma cobertura
esporadica da questao dominicana, com base
em despachos das agncias de imprensa inter-
nacionais. Enquanto a imprensa haitiana opera-
va ignorando quase totalmente o pais vizinho,
a imprensa dominicana simplesmente divulga-
va as informaoes oficiais sobre o Haiti forne-
cidas pelas autoridades dominicanas.
Contudo, nos ltimos anos, o desenvolvimen-
to de Novas Tecnologias de Informaao e
Comunicaao (NTIC) e as actividades de sec-
tores alterativos no campo da comunicaao
permitiram que as informaoes sobre as rela-
es haitiano-dominicanas tomassem outro
rumo e adquirissem uma maior presena nos
meios de comunicaao haitianos.
Uma das agncias que tem trabalhado sistema-
ticamente nesta questao a AlterPresse
(www.alterpresse.org), uma rede noticiosa
alternative haitiana e membro do Groupe
Mdia Alternatif, que iniciou funoes em
2002. A AlterPresse da prioridade divulga-
ao das relaes haitiano-dominicanas,
cobrindo regularmente temas essenciais, tanto
em francs como em espanhol.
Elaborou centenas de artigos, alguns deles em
cooperaao com colegas dominicanos, relacio-
nados principalmente com a imigraao, ques-
toes fronteirias, comrcio binacional, direitos
humans, ambiente, catastrofes naturais,
sade, turismo, cultural, etc.
Com mais de 20.000 ocorrncias por dia e rela-
t6rios transmitidos por various meios de comuni-
caao (radio, televisao, jomais, sitios web) em
todo o Haiti, Repblica Dominicana e outras
regies, a AlterPresse tem ajudado a garantir
uma melhor cobertura mediatica dos assuntos
haitiano-dominicanos, bem como a influenciar
varias decises sobre estas questes.
A AlterPresse tem relaes profissionais e de
amizade com a Espacio Insular, uma agncia
dominicana altemativa criada em Agosto de
2006. Em Fevereiro de 2007, celebraram um
acordo de cooperaao e, em Novembro passa-
do, completaram um estudo sobre as relaes
haitiano-dominicanas e sobre como sao apre-
sentadas nos meios de comunicaao em ambos
os passes, tendo organizado uma reuniao de jor-
nalistas haitianos e dominicanos em Port-au-
Prince para discussao dos assuntos em questao.
Os jornalistas aperceberam-se que dois pauses
que partilham a mesma ilha partilham igual-
mente um destino. Por esse motivo, necessi-
rio haver compreensao e cooperaao para
ultrapassar qualquer hostilidade, para facilitar
a compreensao e a harmonia e para criar pers-
pectivas de um desenvolvimento comum
enraizado num sentido de solidariedade. @
*Gotson Pierre co-fundador do Grupo Media
Alternatif
**Lugar reservado nas exploraoes aucareiras aos
escravos e mais tarde aos cortadores de cana.
C@RREIO
Ml i
Tudo no Haiti captado em prospeces e as ddivas da terra no so uma excepo,
mas sera isto uma licena meramente artstica? A verdadeira imagem a da degradao
da terra, do fraco investimento e da baixa produFo, incitando a reforms urgentes.
% da po]P
ainda de
Haiti
eportagem Haiti
Promotion de l'Elvage (Associaao Haitiana
para a Promoao da Actividade Pecuaria)
(AHPEL) e tambm da ONG Vtrimed. Agora
apenas sao produzidos 30.000 ovos por ms, na
maior parte das grandes quintas do Haiti. Com
melhores infra-estruturas, crdito e um bom
abastecimento elctrico, a Repblica
Dominicana tem preenchido as lacunas deixadas
nos mercados, conforme explica Greet
Schaumans da ONG belga Broederlijk Delen.
Relativamente produao de frangos, de 6 mi-
lhes produzidos anualmente nos anos 80, a pro-
duao caiu fortemente no inicio dos anos 90
devido ao embargo econmico. No final dos
anos 90, o mercado foi preenchido com impor-
taoes macias de raoes de frango congelado,
segundo numeros da Vtrimed. Agora, a pro-
duao de frangos no pais de apenas um quarto
da dos anos 80, ou seja, 1,2 a 1,5 milhio por ano.
Quase toda a gente ligada ao sector referee que
falta crdito para investor em tecnologia e produ-
tos que permitam agriculture realizar o seu
potential. Gabriele lo Monaco, conselheira da
delegaao da UE no Haiti, afirma que "nao exis-
te praticamente investimento na agriculture por
parte dos pequenos agricultores". Chavannes
acrescenta: "Tem havido uma descapitalizaao
da agriculture dos camponeses."
Chavannes refere que os agricultores da
Repblica Dominicana conseguem aceder a cr-
ditos com uma taxa de 12% ao ano e com uma
reduao de at 6%. No Haiti, o crdito ou
inacessivel ou esta indisponivel. As taxas de juro
de 20 a 30% sao comuns. Diz-nos ele:
"Precisamos de um compromisso politico que
falta agriculture. Precisamos de irrigaao, de
reflorestaao e de produtos. No 35. Aniversario
do Congress, em Maro de 2008, vamos apelar
para uma agriculture diversificada, bem como
para um comrcio just e reform agraria."
Serge Gilles, lider do partido Fusao dos Sociais-
Democratas, referiu igualmente numa entrevista
necessidade de crdito e de reform agraria por
forma a permitir que as pessoas possuam terra, o
que encorajaria o investimento individual.
Consider igualmente que o Haiti tem future na
agriculture orgnica, sendo que estes produtos
sio vendidos em mercados interacionais a pre-
os mais elevados do que os produtos normais.
juventude. A Lt Agogo, o nome commercial dos
produtos, recebeu um prmio de melhor produ-
to na Amrica do Sul.
A agriculture nao um sector prioritario para o
10. FED, mas a UE ja financiou muitos projec-
tos com ONG para a promoao da segurana
dos alimentos e lanou igualmente um esquema
de diversificaao agricola para o Centro e o Sul.
Um project aprovado recentemente no valor
de 3 milhes de dlares, dos quais 495.000
d6lares sao forecidos pelo govero do Haiti,
vai elaborar informaoes sobre a vulnerabilida-
de daqueles que dependem da agriculture em
todo o pais. Este project sera realizado pela
Organizaao para a Alimentaao e a Agricultura
(FAO) e o Instituto Haitiano de Estatisticas e
Informaoes, com o objective de desenvolver
estratgias contra a insegurana alimentar.
Alguns produtos de nicho de mercado, como o
caf Rebo e Haitian Blue e a manga Francis,
popular na diaspora haitiana de Miami, tive-
ram algum xito em terms de exportaao,
embora as fracas infra-estruturas e as instala-
oes de refrigeraao limitadas constituam obs-
ticulos s exportaoes de produtos pereciveis
a uma maior escala.
Ha quem pense que o Haiti deveria seguir os
passes do Brasil no que respeita ao cultivo de
mais cana-de-acar para produao de bioeta-
nol. Isto reduziria a despesa de combustivel do
pais. Mas a ONG belga Broederlijk Delen afir-
ma num document que antes de seguir em
frente devera haver um questionamento sobre
se esta seria a melhor utilizaao a dar terra.
Argumenta que a utilizaao generalizada da
terra para produao de bioetanol a nivel global
fara subir os preos dos gneros alimenticios.
Neste caso, alm de precisar de investor muito
em agua e infra-estruturas necessarias a qual-
quer empreendimento relacionado com o bioe-
tanol, o Haiti agravaria sua dependncia das
importaoes de alimentos e arriscaria perder
qualquer beneficio decorrente da produao de
combustivel mais barato. D.P. *
A Vtrimed, ONG de profissionais especializa-
dos em sade e produao animals, cujo objecti-
vo ajudar a aumentar os rendimentos das
pequenas quintas rurais, criou um project agri-
cola que marcou. Os lacticinios, como o leite e
o iogurte esterilizados, fabricados em 10 unida-
des de micro-transformaao, sao distribuidos
por todo o pais por organizaoes rurais de
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N..-JNIR EE 4
epartagem Haiti
PROCURR-SE
para
Se vende maracujs, roupa ou msica e no se levanta antes do sol nascer, pode
esquecer encontrar um lugar para vender em Port-au-Prince ou na rea commercial
vizinha de Ptionville. Todos os espaos no passeio tero sido ocupados. Vendedores
ambulances tentam ganhar o seu dia-a-dia.
que parece ser um vigoroso
negcio num mercado de quase
nove milhes de consumidores,
ao nfvel da rua esconde uma falta
de organizaao, uma procura internal fraca e
falta de crdito bancario, o que leva a um fraco
investimento nos sectors produtivos e pouco
valor acrescentado aos produtos. A balana
commercial total com a UE foi negative em 77
milhes de euros em 2004, sendo os txteis o
nico sector que registou um excedente de
exportaao de 2 milhes para o mercado da
UE nesse mesmo ano.
Com mais segurana nas ruas e um governor
estavel no powder, os Haitianos esperam que
uma economic domstica mais saudavel pro-
porcione emprego e melhore o nfvel de vida no
pais. As questes de segurana impediram
recentemente que empresas internacionais
investissem no Haiti, mas existem agora sinais
de investimento extemo. A Digicel, o operator
de rede mvel que cobre a totalidade das
Caraibas, uma grande empresa regional que
se apercebeu que pode ter grandes lucros no
mercado haitiano e os seus painis publiciti-
rios vermelhos atraem as atenoes nos espaos
pblicos da capital.
A abundncia de criatividade no Haiti e o
mercado interno potencialmente grande, bem
"Necessidade de crdito e investimento
para aumentar a produao". Debra Percival
como os mercados prximos dos Estados
Unidos e do rest das Carafbas, sao trunfos
bvios, mas no que respeita criaao de
pequenas empresas, as que contactamos
durante a elaboraao desta reportagem men-
cionaram frequentemente a falta de crdito
como o maior obstaculo ao lanamento de um
negcio. O perfil de negocios do pais nio
melhora devido s pobres infra-estruturas,
especialmente as estradas que ligam a capital
ao rest do pais, as falhas de electricidade
frequentes e o facto de possuir poucas mat-
rias-primas locais.
O PRIMA ou, em Kwyol, o "Pwogram
Ranfosman Entegre na sekt Koms an Ayti"
um project da Uniao Europeia (UE) que apoia
o esforo para estimular a produao national.
O project no valor de 8 milhes, a realizar em
quatro anos, de 2005 a 2009, esta a ajudar as
pequenas empresas. Ja tem inscrioes em
excess, segundo o seu director, Klaus Dieter
Handschuh, o que levou o Ordenador Nacional
(NAO) a sugerir que seria benfico um projec-
to de seguimento.
C*RREIO
Hai, eportagem
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If I.+ .-',,, -r -. .r. T, ,,,. I -.I.+ .+ T.:.I..I.. D P
narca de iium do Haiti rnmundial-
niente tfinosa, PBibancouit, Lenl
vinldo a e.pancdir-se apesar da
recent falta de sequrana nc: pais,
segundo Thierry Gardere, directior-qeral
da empires A BJiir iriicrit e reconhecida
por reviitas de bebida' comio LJrn da'
cinc meplhores na rica de rui no
nlLundo Garde diz que os barri! de car-
valho blanco tiancis da iegido de
Limousine, utilizadc. para o envelheci-
nientoi e a utilizaAci: de cana-de-aiicar
em ez de nmelao imnpiprtado sao a razao
da diferena ni: sabc:r deste runi particu-
larniente sua e Actualmente, a empresa,
coni 2Su enmpregados prc:'luz pi:r ani 3
milhc'es de ciarrafas de runi de 4, 8 ou 15
anc's, realizando vendas particlularnmente
boas no' Estados LUnidos. Panarnm e Chile
Gaidie pertence a quarta geraaio desta
empriea familiar iniciada emn 1862
Explica que um proIecto regional comru-
nitario para produtoies de iiu caliben-
ho' fez aumentni a prJodudo. O proiecto
Cini:cc nio .alor de 70 nilhoes de euros
crcin duraac:i de 4 anas para todos os
prc:'lutores de rum, foi criginalmente
riadlc para compensar as perdas no se(-
Lor, devidc a umi ac:rdi: realizaido na
OMC em 1996, em Sinqapura, socbre a
abertura do nieicado s bebidas espii-
tLU.OSa' brancas. Lanado erm 2002, foi
recnenteente prorrogado at lunho de
201 n paia itilizar todo' oc funds dispo-
niVepi
eportagem
A estabilidade political actual significa que o 10.o FED (2008-2013) poder ser dedi-
cado a sectors cruciais para o future do pais. Um total de 291 milhes de euros ao
abrigo do 10. FED (2008-2013) destinar-se- construo de estradas e
governao, reform do sistema judicial e descentralizao, bem como a algum
auxilio oramental geral.
legivel para o Fundo Europeu de
Desenvolvimento (FED) pela primei-
ra vez ao abrigo da Convenao de
Lom IV em 1990, o Haiti sofreu uma
srie de crises political e institucionais, dos
anos 90 at 2004, que fizeram com que o paga-
mento de funds pela UE destinados a sectors
fundamentals da economic fossem canalizados
para projects de emergncia, humanitarios e
de "ps-conflito".
O golpe de estado contra o Presidente
Bertrand Aristide em 1991 atrasou a imple-
mentaao dos 112,2 milhoes de euros do 7.
FED (1990-1995). O pagamento dos 148 mil-
hoes de euros do 8. FED (1995-2000) carac-
Mapa do Haiti que mostra as principals
redes rodovirias.
Direltos de autor Vincenzo Collarino
terizou-se por "uma ausncia de governor ,
resultando na adopao de "medidas apropria-
das" por parte da UE em 2001, tendo os fun-
dos sido destinados para beneficio director da
populaao, incluindo ajuda de emergncia,
projects atravs da sociedade civil e ajuda
adicional do Servio de Ajuda Humanitaria da
Comunidade Europeia (ECHO).
Um dos poucos projects a mais long prazo a
realizar era o apoio ao sector da educaao em
1999. Um montante de 28 milhoes de euros
para o PARQUE ("Programme d'Amlioration
de la Qualit de l'Education" Programa de
Melhoria da Qualidade da Educaao) inclufa a
construao e reabilitaao de 17 locais de for-
maao de professors, "Ecoles Fondamentales
d'Application et Centres d'Appui
Pdagogique" (EFACAP), que iriam servir 350
escolas em 4 departamentos. O ordenador
national Price Pady afirma que este esquema
"extremamente bem-sucedido" foi recente-
mente alargado com 14 milhoes de euros do
fundo "ps-conflito" do 9. FED (ver abaixo).
Quando terminou a crise political de 2004, esta-
va a ser concebido o 9. FED (2000-2007). O
seu oramento de 167,6 milhoes de euros foi
redireccionado para apoio "ps-conflito", apoio
s eleies de 2006 e reabilitaao do pais.
Juntou-se o que restou dos 7. e 8. FED, dando
um total de 276 milhoes de euros "ps-crise".
Financiou-se a realizaao de eleies (18 mil-
hoes de euros), bem como o apoio commercial
educaao atravs do PRIMA (ver artigo sobre
a indstria), alguma construao de estradas e
diversos projects atravs da sociedade civil
(ver AVSI abaixo).
A extensao de estrada que liga Port-au-Prince a
Mirebalais estava a ser asfaltada por altura da
nossa visit, embora a construao no terreno
inclinado e rochoso que desce de Port-au-
Prince tenha sido dificil, como explica Roberto
Rivoli, engenheiro de estradas da empresa fran-
cesa BCEOM, que esta a orientar o trabalho do
grupo de construao dominicano. Trata-se de
uma secao da estrada situada entire a capital e
o Cabo Haitiano na costa norte. Estao tambm
em curso uma secao adicional desta estrada
para Hinche e uma melhoria da estrada que vai
do Cabo Haitiano a Dajabon, na fronteira da
Repblica Dominicana, com verbas do 9. FED.
A melhoria na gestao econmica por parte do
govemo eleito recentemente tambm atraiu a
ajuda oramental geral (36 milhoes de euros)
em 2006-2007.
C@RREIO
Hai, eportagem
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. ... |i i i i 1in .D li cII i . 1 11. 1 i l ii.i .
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E .,I.I, I I .. "I... .. ,.l l' .. j l hic i .l I I.. .
111.111-C d c 11ll., C i. lm njts .I .ni ..n I
d1 ,n.. . iJihu i. h l l,, Illh I'l-. h nil, Jidi
,.I .. I. .. !, ,l .' t. P I. .. P, ...... .. ,... -
I lll I :l I ll '" DP ,
RESPEKTE
moun,
gola podemos andar poi todo o
lado Pem eeguraniai", coimenta
Fiaimmetta Cappellini, con'ul-
tora sccioeducacional da ONG italiana A'SI,
que est, a executai um proeicto FED para a
construdo da paz no bairro C(r Soleil,
situado a noi te de Port-au-Prince, culas barra-
cas alberqamn cerca de 350.uO0 haitianos.
Anteriormente co:ntrolado p:cr bandoi:s arma-
dos, que usa.am a ,:lclncia e faziani seques-
trc's, a partir de Fevererro de 2u07 a vida ias
ruas nimais fcil, lendo siio delidos mult:cs
dos respc:nsaveis pela violencia comn a ajuda
da llLNUSTAH
O piolecto, no ialoi de 1,2 millido dc euios, a
realizar em ti s anos, de 2007 a 2n09, intitu-
lado Bati lap' (Consolidaco da Pa.). ao quai
!ao atribuidos 200 000 eiiis pela ONG lustia
e Paz. ensina que existede uma alternative aos
bands armados', segundoi Carlo Zorsi, repre-
sentante da AVSI no Haiti.
Nao dificil explicar a flLustraia das pe
que vivem nesta pordo de terra de S knm2 'em
equipamentos basicos, semr emprego e sein
sbeirem de onde vii a primrna efeido Os
buraco' de balas nalgurmas casas 'ao a pirva
da dispc'nibiliciaci e de armas
Fiamnmetta Capellini explica que no inici:c to:i
diticil ransmitir a nmensagem de paz pois as
pesscoas estaam lihaiuiiadas a receber algo
material em troc:a. 0 program dai formiaa:a a
'mediad:,res da pazf que transmitem a mensa-
gem fa outro! que a inamr LJnla 'Dclarado de
compromi.c."o para coi a paz'. Cailo Zorsi diz
que toi ditfcil tiansmitir iima isi o do futurLi
ads lovens, principalmeniie queles qule ti
idades compreendidas entire 18 e 28 anoS. O
pi.ogcar'na di igualnmente apoio mais geral, por
e.xemplo na aluda a elal:raao de CV
Fi:Ornece ltanmlbii assistencia sccial e aconselha-
menti: psicol':'lico a crianas mais no:,as
Fiammertta Cappellini explica que a violencia
d:' mn eni enqendrou a 'iolkncia no seio das
famillas contra as mulheres e as crianas.
Zorsi diz que ih necessiiacde de ise cointinuar a
tiabalhai em "Cit Soleil e taimbm no bairro
scial de Mlatissant, a sul da capital Afirma
ainda que poderia ser til um piolecto de hor-
ticultura Lrbana corn pneus e telliados e
'.ublinhi a ineessidade de auLJiliar as autorda-
des locals Zo015 diz que "o piesidente da
C.mniara ('e Cit Soleill foi eleito, mas rem
pouca influencia ou caacidale '
wv.w avsi org
eportagem Haiti
10 11
um
Ra ios
para
incriuel"
m Novembro de 2007, uma viagem de
trs dias de um grupo de turistas japo-
neses foi alvo de noticia de destaque no
jomal "Le Nouvelliste" do Haiti. O que
este grupo tinha de especial era o facto de nio
serem trabalhadores para o desenvolvimento,
nem amigos ou familiares de pessoal da ONU,
nem pessoas que iam assistir a conferncias, e
todos mantiveram os hotis do Haiti ocupados.
Estando por chegar outro grupo destes turistas
"reais" do Extremo Oriente, em inicios de 2008,
existe optimism pelo facto dos veraneantes
estarem de novo a ser aliciados para o Haiti.
O turismo tem sido seleccionado como uma
prioridade para o Govemo como forma de gerar
emprego, rendimentos e crescimento, mas atrair
visitantes ainda uma enorme tarefa de relao-
es pblicas. comum verem-se os capacetes
azuis da ONU por todo o pais, e assim o sera
num future prximo. Tambm os sequestros
esporadicos em troca de dinheiro, noticiados na
imprensa intemacional, assustam os turistas. As
estradas com sulcos e buracos profundos signi-
ficam que, por todo o pais, a visit de locais
apenas atractiva para quem gosta da aventura.
Por outro lado, facil ver por que razao o
govemo esta empenhado em potencializar o
sector. Ha uma grande variedade de locais a
visitar que levam os visitantes a penetrar nas
ricas hist6ria e cultural do pais. Ao mesmo
tempo, pode desfrutar dos trunfos das Caraibas:
areia branca e um ambiente descontraido na
maior parte dos locais do pais."O Haiti um
cocktail de destinos", explica Giliane Csar
Joubert, director executive da associaao de
turismo do Haiti.
Anne Rose Schoen Durocher, director da
empresa publicitaria ARCA, em Port-au-Prince,
que vive no Haiti ha 28 anos, e que chegou
como guia turistica de uma operadora europeia
lider, afirma que o turismo era saudavel nos
anos 70. Nessa altura, um dos ex-libris mais
famosos do pais, "La Citadelle", dramatica-
mente situada no topo de "Pic-la-Ferrire",
construida pelo rei Henri-Christophe para evitar
novas invases por parte dos franceses, costu-
mava ter 600 visitantes por semana. No sop da
Citadelle ficam as ruinas do palacio Milot Sans
Souci de Henri-Christophe, destruido por um
terramoto em 1842.
Segundo Durocher, a visao dos refugiados a
deixar o Haiti em barcos nos ltimos anos de
Duvalier e a crise do VIH, com a qual nao se
lidou muito bem do ponto de vista das rela-
oes pblicas, afastaram os turistas e o sector
nunca recuperou. Explica ainda que o pais
i ""_..'" nel fP. "" ... -
S......... ..... trm ni Im-rs :.
andou para tras muito depressa e o turismo
tambm foi mesma velocidade. Por volta de
1986-1987, o turismo estava paralisado.
Para ela, os "locais de paragem obrigatria"
incluem Jacmel, uma bonita cidade do sculo
XIX, perdida no tempo a sul, construida por
comerciantes de caf com pilares vitorianos de
ferro fundido e agora associada ao artesanato. O
Cabo Haitiano, no norte, a segunda cidade do
Haiti e fica perto de La Citadelle.
Les Cayes, construida em 1720, uma cidade
descontraida situada a sudoeste. Anne Rose
Durocher diz que todo o sul esta em bom estado
de conservaao e possui quilmetros de praias
de areia incriveis. Cte des Arcadins, mesmo a
norte de Port-au-Prince, tem tambm extenses
de praias de areia.
Os turistas nao devem deixar de ver a agitada
cidade de Port-au-Prince. Mesmo no centro, o
Champs de Mars, construido em 1953 e recente-
mente renovado pelo Presidente Ren Prval,
uma espcie de espao recreativo ou ponto de
encontro, um local para os Haitianos verem e
serem vistos. No mesmo local, o Museu de Arte
Haitiana alberga uma vasta colecao de arte
C*RREIO
;;"-~
Haiti eportagem
nave. Ao ver o Palacio Presidencial totalmente branco, ima-
gine as entradas e saidas de govemantes do Haiti.
Nao muito long, nao se podem perder as noites de voodoo
jazz das quintas-feiras do Hotel Oloffson. Sabe-se que o Hotel
Trianon de Graham Greene em "Os Comediantes" era basea-
do no Hotel Oloffson, onde o autor escreveu parte do roman-
ce. Varias casas adoradas de Port-au-Prince sao caracteriza-
das por varandas vitorianas enfeitadas, torrees, frontes e tel-
hados inclinados. Colina acima, as galerias no bairro comer-
cial de Ptionville estao cheias de trabalhos de artists haitia-
nos muito procurados. Ainda mais acima, em Botilliers, apre-
cie uma vista geral sobre Port-au-Prince.
Para noroeste, Gonaives o local onde foi declarada a inde-
pendncia do Haiti em 1 de Janeiro de 1804, e na parte su-
doeste do Haiti, o Parque Nacional de Macaya o que resta
do pico da floresta nebulosa virgem do pais que ascende aos
2347 metros. Anne Rose Durocher pretend partilhar a sua
paixao: "Temos de mostrar o incrivel pais que o Haiti."
Com tao poucos viajantes a dormir uma noite no Haiti,
uma surpresa tomarmos conhecimento, atravs do
Ministrio do Turismo, que 600.000 turistas visitam o pais
anualmente. Quase todos os viajantes de um s6 dia sao tra-
zidos a bordo do paquete Royal Caribbean, da Liberty
Overseas. O barco faz escala nas praias de areia branca de
Labadie, no norte, 2 a 3 vezes por semana e cada viagem
faz desembarcar cerca de 4300 turistas. Sao cobrados 6
d6lares americanos aos visitantes pelo desembarque, indo
metade para o govero haitiano e o resto para a empresa
que dirige as instalaoes na praia. Paul Emile Simon,
arquitecto urbano no Ministrio do Turismo explica que,
com a Citadelle a apenas alguns passes, tem-se a sensaao
de que os visitantes podiam despender mais dinheiro em
viagens a esta fortaleza no cu, mas as fracas infra-estru-
turas sao um entrave as visits.
Ha igualmente muita esperana em relaao aos projects
binacionais com a Repblica Dominicana, incluindo o
desenvolvimento do Lago Saumtre e do Lago Enriquillo
na Repblica Dominicana. Simon explica que os lagos se
situam na mesma "faixa ecolgica" e partilham a fauna,
crocodilos, iguanas e flamingos. Simon v oportunidades
para hotis e campos de golfe na parcela de terreno plana
da area circundante.
Alguns pensam que se deveria oferecer o Haiti como um
"destino paralelo" num circuit que abrangesse a
Repblica Dominicana, Jamaica e Cuba. Giliane Joubert,
da associaao do turismo do Haiti, acha que embora exis-
tam muitos hotis familiares de muito boa qualidade no
Haiti, o pais tiraria beneficios do investimento de uma
cadeia international.
Encoraja-se igualmente a diaspora do Haiti a investor mais
no sector. A "Cimeira de Desenvolvimento do Turismo no
Haiti" organizada pela MWM Associates, em Port-au-
Prince, de 20 a 22 de Junho de 2008, vai ver, entire outras
coisas, a forma como as parcerias, entire o sector public e
o privado, podem trabalhar em conjunto por forma a
desenvolver o sector.
D.P.1
N. 4 N.E. JANEIRO FEVEREIRO 2008
!nte o eat eojut de- pnoes, esrtrs -iosetino i
aii .egn Anr ou ""Djinn". *S**Ie ev raam oHit
erin Andr S Sud o5 que oastm qenmetd etas gm aa ta ea seilci
de Saivne vir. te cratva sen do *sfio ceias u oo ena m a oe evrv
escoberta da Europa
Jean-Franois Herbecq
ROIDEnDA,
Nova fronteira oriental da Europa, a Romnia , sem dvida, o pais do continent
que regista o desenvolvimento mais acelerado. Membro da Unio Europeia h
pouco mais de um ano, caracteriza-se tanto por um crescimento econ6mico rpido
como por estruturas obsoletas e necessitadas de reform. O pais oferece igualmen-
te fortes contrastes regionais. Como tal, revela-se um destino turistico mal conheci-
do mas com um enorme potential. Com as suas inmeras minorias, a Transilvnia
oferece um belo exemplo de modelo de coabitao multicultural.
F E i i. e.i Ciii i i Li c C1 i I h. diii i. .
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P -1 N E j.AniEiRO FE- EREIRO .iC'C'3
escoberta da Europa
Romnia de H a Z
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'Iln .l :.iii l 1 .:i J i i icl i i : pri l r:i i rui n I:
1:u :]u i ,:l d i ',,i_ i TpII I- ri,-:, I in.: .:.
Brancusi: ': u ri ii .:,l,.l:.r -.:uIlr,:ir rilii i-:i tr:.i
ulii' .:1.:.[ primii' r,-,' rIl-'ilr i 1 i lr .- il:'Tr lu:
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dir'l iur-'i lurr_'n lh r i II'I i l :il- u iTr. i'.ii:i un'.'i
+_.l : i .l iriJ rei'ii. ,:, r. l,;,b u.l'._l li- ;.:.u l itll[,:, o ir r .ii:,
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Dracula: ':t rii-[: d1 i.I: lII n i:. rI-i -.iTid,.
n ,[ i r:1r.id .:r : i Li .:_ [ i:] n.iI l, r. [:_ i l, ii.:: ~\ .1 h'h r .:..
liij. r l _u.: i:.r I ,:l''-'.i l'' '.'. -'lr i', ii .:.i |ii ,l- _
Sri .:.'lr i :. r i P rit' ll ,.:
mi l'F .:]:r iu l ulu' L'z. r J i 'r'n i'' m- 8
mr mu'IF .I lIlo a mueCu o
Ecologia: p il'. i iJ d -:.- nhi I .: i P-Iii i '-ru
lui p-.j>:u .. tu m [.:.'
Francofonia: iiii .- lu.i.tinidu:- l i. 1 nu :i :i ii-i:
l 'i .: k. '. ni i ':.:.' r; -i Ar i i. i tr in:-l
.uim,1 ul-i .-ulu p"un .. : muund-:l' n'.:.'-idui-
l'-u. '.u iu i A- rlu I
Guarda de Ferro: in m:,' ii'r.-mr,-, ,r.ri i r i .:,:,i
u FI,''- 8'' t-l'- l .J.- r-llu-T l'l' -.'lu. r llu -iurl-
L ,ilui'' .. lu .. Au u u I. h I 'L
Hngaros: .iinur 'p.ii l riii.n:ri.i urn-.:i n i
i l ui:. rlii i ii -- l iI il.- n : l iii l -l :u : i j l .
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Indiusria cinematogralica: : :in.i em- rime.
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judeus: ei- Iir. .iij:, iiii :ir \\ i- l i
P.:.'i nii-i Iu [l.:.. iii I .l :-.i iu.:.[rru : i. i i.
I.':i .I d: I I q ul.I:quI r :.Ir,:. 'I l.II 1
SEi.::. r, AI-. n m i u.ii i, i- ii i ip ij.: ,. :l ,:_i h.:,li.ii
l ill :h ,9l r,:,l:;i l F-.i-ii :i:i .- l,: iir l- .:]
r.:.mi''i'_ rii I ii lU iir-' i '-i.i-. i
Kronstadt e Koloszvar: n.:.il. Ip-i .:p-I.
i'I:.1,:1 'r-in : i1 i, r-.:|jI:
Logan: i 1 'I'IIII I I' I 'ii .:.i:-I.: -in.:li:l: -uil
S.-'i'if-ri(:i d I:|u. i-iT:' I Li :i.i tF: ur'i u :eri,:,
Su:l i I'iist i iI ri'r i vi c : i.toI.:.mI:II -, l.\I:I II qu II tIIr,
p l"tJ t'-.rrin' i -t '. . -r p.I l i j in.:l.i-r
nee--,:l.:|e J d. t' ::l,:, : n l-r.: ,:, J r'.-ru i _rl -nu -
M anele: :-iII:u rir~i.i-: il -riii l : i Tr itli.- d:-
lu m |i:ipi T .i i:i id -ri.Im u :i I [ ,:r ]i-.i.:li pn I,:, p,:,m
oIlml_:Ie -l oIr: m Lirlm 1 il::r i:i]ii-intIl II iuLII -
du:u' ij i u 'i. ii d _p :'[ .-'iuIt i.:..- i; i.:.ri'i-i ll
Ih-lf om' r -ruu- ' l-uu i u. 'u-- r I- u .
Pequena Pari- lu ii lg-- l -i.-:ui]--r- l'i-imi.:jdi
SIi ..:i1u ilid .il .>- :i di ii li il i ':iidlui' : I-:i".i I
Quadril tero: i.:. :, _i,, ri imiinr ..I l : ri.ii h.: l,:,'
' l 1 ,L u .:.l'..r>.| i r '. l : iiiII:l.. I. 'ii .-il -nur.-
ll'I '. l II'I l i
OrfI os: I irmin-:l :e rus u.:'U ,:: r, : II
,:uLl b i',+_lJ-l:,
Religio: S. -. di p- pulLm'':' I ':' r:'i'n- ,u-,[.T: i:ii
* ui A qu-I d i d i:. ....u'Iii'-I ,:u r ib iu .: ~ ii. irJ:i 'i .i
Sarm ale: ir ,r,:, i r ni u: i i -i .I ihii: :-.u.: .-L .iii
- .:.i' ' ,.ii r ,I- l i h i. .i:.i :.i'ii:.iui i L id i. i'J i i.iiii ili-
1 h d 1 Irp-1jh i z -W .in1ir l -11
i'-i'iii '-: I -i.i l ':ii- l iI- l ii:nrir, :i i ii:ii" i-:
Ilrit,:, [:'..iri r:, r',u]l ,iInil .,:. FII.i : .Ili
Vegetarian: Liriiu i -ri.: -.-C'i iinI ii.:m. ' ,
.iiri'i."i ii rt i, :', 'E |i:,r':, d u l iiirT ."i :-u II-ri I'i'I I
I\ LIilr iu-l'- ii Pl.:h -l[d -1. ,: LI u ,'u [. l: l l] r
U111 1j '- e ,: .. u- ;.n1 d,:,[ t.u- 111 i In- ] I.IIli
i1nii1 1 l: i Pi:i -i.i i i i u.- r i r..-it i r -
ii,:, i- 'u- 1 nir' ..- l jIIu ,- n :' :,'' lil '.lliir -
Xenofobia: .:m :iri.eri.:. r-em Irn.:lil.:i i i ull
i:,i ,:,- :i. -':ii ril:.i L i *:l'fii "rll,::_I l :l. i ::_ IL .:'i, L i ii r:III
Yuan: i .:jr U l .: i' : : I::i:u l m u:: r..lu.-
. uni.:. m i ,n:s ,:, I'h II i Ir: i.:, i:in i _m i I i :,r,:,,:Ju r,:,
l:Il. I .l ri :]i n.i:, u 'i 'r l -.:. i]. ii i u .. l I rl ii
Ziinia : i uri i'.r. -I l r, ,l.i li Iiii Iiru r lil.
i u ,,'l'-FH _l i
CORREIO
''i''~i '''~ '""'-""'
A adeso da Romnia
Unio Europeia,
no inicio de 2007,
assinalou uma viragem
na sua political external:
o pais integrou os
objectives europeus de
cooperao e, acima de
tudo, juntou-se ao grupo
dos praises doadores.
No entanto, esta political
face aos paises ACP
permanece embrionria.
I 0 Edificio Berlaymont, Bruxelas 2006. EC
N. 4 N.E. JANEIRO FEVEREIRO 2008
dia 1 de Janeiro de 2007 foi um
moment historic para a
Romnia. Os beneficios da sua
adesao Uniao Europeia ja se
faziam sentir antes desta data, com as refor-
mas e um crescimento mdio de 6% ao long
dos ltimos sete anos. Os investimentos
estrangeiros registaram uma forte progres-
sao, o desemprego permaneceu baixo. Alm
disso, a adesao trouxe os beneficios de um
acesso complete ao mercado interno, s polf-
ticas econ6micas e de coesao social da UE.
Permitiu igualmente uma presena reforada
na cena international. Em suma, para a
representaao permanent da Romnia na
Uniao Europeia, este primeiro ano de adesio
- 2007 foi para o pais um sucesso muito
claro nos plans econmico, social e politi-
co. A partir de agora, qual sera a sua political
face os pauses ACP?
"O apoio definitive concedido pelo regime
comunista de Ceausescu a alguns pauses afri-
canos denegriu a image da cooperaao",
advertiu logo de inicio Daniel Daianu, recen-
temente eleito para as bancadas liberals do
Parlamento Europeu.
"Os regimes politicos vao-se, as pessoas
ficam", relembra, por sua vez, o ministry dos
Negcios Estrangeiros, Adrian Cioroianu, que
nio excluiu do dialogo politico uma dimensao
econmica a fim de recuperar os mercados e
diversificar as fontes de abastecimento ener-
gtico. Porque a Romnia perde mercados em
Africa... Os principals pauses da Africa sub-
sariana com os quais a Romnia mantm tro-
cas comerciais sao Angola, Costa do Marfim,
Etipia, Gana, Guin, Nigria, Sudao e Africa
do Sul. As relaoes econ6micas e comerciais
reorientaram-se para os parceiros ocidentais
ou geograficamente prximos.
A Representaao Permanente da Romnia
record que o pais apresenta uma srie de
vantagens interessantes para os Estados afri-
canos: em matria de economic e de tecnolo-
gia, por exemplo. As universidades romenas
formam mais de 30 000 especialistas, que
tm contribuido para a realizaao de obras e
infra-estruturas na Nigria e no Gana, explo-
raoes mineiras e petroliferas na Nigria,
Senegal e Burundi, cultures agricolas em
Moambique e Madagascar, prospecao de
agua na Zmbia e instalaoes de montagem
escoberta da Europa
para a inddstria automvel e ferroviaria na
Nigria. Actualmente, um numero significati-
vo de especialistas romenos trabalha em dife-
rentes pauses africanos.
Para a eurodeputada socialist Corina Cretu,
altura de fomentar novas relaoes entire a
Romnia e os pauses terceiros. Contudo,
record que, como doador, a Romnia devera
ter em conta as suas prprias capacidades.
O antigo ministry das Finanas Daniel
Daianu mostra-se optimista: "O alargamento
da Uniao Europeia a Leste nao significa uma
reduao do oramento reservado coopera-
ao, pelo contrario: o oramento global
encontra-se em crescimento. Isto quer dizer
que a political de cooperaao para o desenvol-
vimento da Romnia continue um pouco
paroquial e isso devera mudar!"
Mesmo se, aps a adesao Uniao Europeia, as
relaoes entire a Romnia e os pauses da Afri-
ca subsariana constituem uma dimensao
important da sua political externa, esta inte-
graao euro-atlntica continue a ser o seu
principal objective, explica a representaao
romena em Bruxelas. Os pauses geografica-
mente prximos, nomeadamente os pauses de
Leste e os Balca Ocidentai- tmt prioridade
tal como os p.i' ic n'li '-.1 t.i c c> i.il1.!! .i..
onde a Romnia participa nas foras de paz,
como por exemplo no Iraque ou no
Afeganistao. Efectivamente, ja ha muito
tempo que a Romnia o "bom soldado" da
cena intemacional. Bucareste participa, sem
hesitar, nas operaoes de manutenao da paz
em quatro continents: Haiti, Congo, Costa do
Marfim (todos pauses francfonos!), Etipia,
Eritreia, Sudao, Libria, Afeganistao, Nepal,
Timor-leste, Gergia e Kosovo.
A adesao da Romnia Uniao Europeia f-la
passar do estatuto de beneficiario para o de
fornecedor de ajuda. Brevemente, contribuira
para o FED, o Fundo Europeu de
Desenvolvimento, que visa co-financiar pro-
jectos no continent africano com outros
Estados-Membros da UE. Simultaneamente, o
governor romeno exprimiu a sua vontade de
apoiar os objectives de desenvolvimento do
milnio, assim como as actividades da ONU
nos domfnios da educaao e da sade, altera-
oes climaticas, segurana alimentar, ajuda
humanitaria e manutenao da paz.
Com 5 milhes de habitantes que dominam o
francs numa populaao de cerca de 22 mi-
lhes, a Romnia constitui um posto avana-
do da francofonia na Europa de Leste. Em
2007, o governor romeno implementou um
sistema de bolsas de estudo, baptizado de
"Eugne Ionesco", destinado aos residents
estrangeiros das instituioes de ensino supe-
rior da Romnia. A Romnia concede, assim,
um montante annual de um milhao de euros
para os doutorandos e os investigadores dos
pauses do Sul e membros da francofonia. O
objective deste program permitir aos
investigadores e doutorandos dos pauses do
Sul beneficiarem de um estagio de, no maxi-
mo, 10 meses em 15 instituioes de ensino
superior romenas reconhecidas pela sua
excelncia. O numero minimo de bolsas con-
cedidas anualmente de 70 e, em 2008, sera
de 120. O program Eugne Ionesco tem
agora um ano e, entire os investigadores ja
inscritos, ha representantes do Benim,
Camares, Costa do Marfim, Guin,
Mauritnia, Madagascar e Senegal.
A 10." Cimeira da Francofonia realizada em
Bucareste de 25 a 29 de Setembro de 2006
apresentou uma srie de manifestaoes cultu-
rais abrangendo diversos aspects da vida
artistic. Deste modo, sob o nome de Ritmos e
Imagens da Francofonia, artists e grupos pro-
venientes de Marrocos, Haiti, Congo, Djibuti,
Vietname, Senegal e Guin apresentaram
espectaculos ao ar livre, altamente apreciados
pelo pblico romeno. Uma exposiao de pintu-
ra sobre vidro "Senegal Romnia: o dialogo
sobre a rota do vidro" venceu o desafio de con-
jugar a diversidade cultural destes dois pauses
apresentando as obras de dez artists. j.F.H.
C*RREIO
Romnia
Romnia escoberta da Europa
nn Romnini
Dois milhes de romenos expatriados contra apenas
60.000 estrangeiros residents no pais. E no entanto, a
Romnia comea a tornar-se numa terra de imigrao. A
economic do pais esta em crescimento e necessita de
mdo-de-obra. Os recm-chegados so provenientes da
Moldavia, Turquia ou Asia e, por vezes, de Africa. Para os
africanos, a integrao nem sempre fcil.
madou Niang, antigo estudante,
testemunha: "Como bolseiro sene-
gals, fiquei desde logo decepcio-
nado com as mas condioes reser-
vadas aos estudantes no terceiro ciclo. O quar-
to na cidade universitaria estava em muito
mau estado e foi precise alugar um estdio
com o meu prprio dinheiro. A qualidade dos
estudos tambm deixa a desejar. Ha corrupao
nos exames."
Uma vez terminados os estudos, Amadou
Niang quis ficar na Romnia. Por amor. Mas
mesmo o casamento com uma romena nio
impede as discriminaoes, tanto a nivel admi-
nistrativo como na procura de emprego.
Quanto dificuldade de existir como um casal
misto, afirma que "a lei anti-discriminaao
uma fachada e nao eficaz. Para alm de uma
multa, nao prev a indemnizaao da vitima",
insisted, salientando que os romanichis sao,
sem dvida, mais vitimas do racism do que
os africanos e que, apesar de tudo, tem muitos
amigos romenos.
Amadou Niang criou uma associaao para aju-
dar os imigrantes a instalarem-se. E nao o
nico a reagir: um program intitulado
"Democracia e coragem" ensinara os jovens
das escolas a renunciar ao racism.
J.F.H.
IEGRO
Branco-negro: O duo AlbNegru, formado pelo romeno Andrei e o franco-guineense
Kamara, constitui um manifesto vivo a favor da tolerncia. Mistura de pop romeno
com um sabor oriental e de hip-hop francs com toques de reggae, a msica
dos AlbNegru canta o amor e a abertura aos outros. Notvel num pais onde os
estrangeiros so, por vezes, vistos com desconfiana.
SI m 2004, aquando da nossa
estreia, pouca gente nos dava
uma oportunidade de suces-
so", record Andrei. "Porm,
aqui estamos no mercado ao fim de tres belos
anos. A nossa image, um branco e um negro,
teve um impact muito forte". Kamara acres-
centa: "A nossa mensagem bem transmitida.
Ao ver-nos juntos, dois amigos e duas raas
para uma nica msica, as pessoas compreen-
deram que o entendimento entire dois homes
de cores e cultures diferentes possivel".
"As msicas guineense e francesa sempre me
fascinaram. Fui influenciado pela minha cultural
franco-guineense enriquecida, com o tempo,
pela cultural da Romnia", conta o Guineense de
Bucareste. "E isto faz de Kamara uma persona-
gem parte no mercado musical romeno",
acrescenta o seu comparsa branco, Andrei.
Os xitos dos AlbNegru, "Noi doi" (n6s os dois)
ou "Muza mea" (minha musa), conjugam o
romeno e o francs. Uma aposta arriscada num
pais francfilo, certo, mas que associa muitas
vezes a moderidade lingua inglesa. " verda-
de que a lingua francesa na misica romena
uma novidade. Os anos passaram e podemos
dizer que a fusao entire o rap francs e o pop
romeno uma aposta ganha", avalia Kamara.
Trs albuns em tres anos, uma participaao no
Festival da Canao da Eurovisao com um grupo
cosmopolita e muitos projects, entire os quais
digresses em Espanha e, sem dvida, em
Frana: o xito dos AlbNegru total.
J.F.H. M
N. 4 N.E. ENERO FEBRERO 2008
escoberta da Europa
TRHnSILUOniO:
TERRA DO
No ha duvidas de que a Transilvnia deve muito ao autor irlands, Bram Stoker, que,
ao criar a personagem do Conde Dracula em 1897, inaugurou uma galeria de clichs
que assentam na Transilvnia como uma luva. Todavia, a regio no se resume aos
castelos perdidos nas brumas dos Carpatos. O seu patrimonio arquitectnico tambm
inclui igrejas fortificadas, cidades saxs e aldeias bem conservadas. As suas montanhas
e colinas oferecem igualmente paisagens magnificas. Trunfos a destacar.
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N .II, 1 d|,,I .IIl' IIIl ,. lthlld c. I
C*RREIO
Ciganos munidos de Motorola fotografam os
b6lides que desfilam.
As grandes cidades ja atraem os turistas. Cluj
continue a atrair a atenao e a conhecer um
enorme xito. Em 2007, com a nomeaao para
capital europeia da cultural, saiu a sorte grande
a Sibiu, mais conhecida pelo nome alemao de
Hermannstadt: esta jia urbana pde ser reno-
vada para ascender ao estatuto de destino de
turismo de qualidade. Brasov menos concor-
rida, mas nao lhe falta charme ao p das mon-
tanhas. Em Sighisoara, outra cidade saxa, os
turistas japoneses ja desembarcaram. Disparam
as objectives vista da mais pequena placa dra-
culesca. Os parques de campismo dos castelos
e cidadelas enchem-se completamente. Os ago-
rafobos evitarao a visit ao castelo (chamado
de Dracula) de Bran, enquadrado num mercado
perfeitamente kitsch: bonito e bem restaurado
mas s6 dificilmente consegue absorver a
enchente de turistas na poca alta!
Mais a leste da Transilvnia, a partir de Tirgu
Mures, depois no pais sicule, estamos como
que numa ilha hngara em pleno centro da
Romnia. Escritas em romeno e hngaro na
melhor das hipteses, a sinalizaao encontra-
se, muitas vezes, apenas em magiar. Os par-
ques "memoriais" sao ornados de estatuas
enfeitadas com fitas com as cores hngaras.
Vendem-se recordaoes diversas, chavenas
ou t-shirts vangloriando a Grande Hungria...
Sensivel... J.F.H.
Estamos em Szekelfold, o pais dos Sicules. Os
hngaros tnicos habitam a parte oriental
da Transilvnia. Trata-se de uma pequena cida-
de onde se fala mais hungaro do que romeno.
Para alm de um museu, tem muito pouco
interesse para os turistas.
Longe do centro da cidade, uma rua resi-
dencial sobe. partida, nada a distingue
das outras. A seguir a uma igreja, o bairro
residential muito modesto. Menos viven-
das, mais pavilhes, depois blocos de apar-
Romnia escoberta da Europa
tamentos. Nada de especial.
Mas, de repente, a rua divide-se em duas em
todo o seu comprimento: um muro de 2,5
metros separa o lado direito do lado esquer-
do. Um lado de asfalto, alguns carros
encontram-se estacionados ao long dos blo-
cos de apartamentos. No outro lado, a rua
transforma-se em caminho de terra que ladeia
pequenas casas modestas. Nem um carro.
Alguns rapazes brincam.
Basta um olhar para identificar as duas popula-
oes separadas. De um lado, os "brancos", do
outro, os "negros", os "morenos", os ciganos,
os romanichis.
Entre eles, um muro de beto.
pequena regiao montanhosa de
Maramures, encostada Ucrnia a
norte da Transilvnia, , por vezes,
apresentada como o "Shangri-La" da
"romenidade". Com efeito, num pais maioritaria-
mente agricola dificil dissipar o mito do cam-
pons romeno, mesmo na altura da adesao
Uniao Europeia.
Longe do turismo de massas do litoral do Mar
Negro ou dos castelos que se diz terem abrigado o
Conde Dracula, esta regiio verde, com tradioes
bem enraizadas, viu desembarcar uma espcie par-
ticular: a do turismo ps-modero, explica Raluca
Nagy. "Ha 10 anos, os turistas descobriram Praga.
Hoje, rumam a Bucareste ou Sofia", resume ela. O
etnoturista recusa-se a bronzear como um idiota.
Pelo contrario, informa-se e mostra-se curioso e
atraido pelas outras cultures.
"A paisagem dos postais de Maramures e o mito de
uma autenticidade romena (algo falacioso, tendo
em conta a sua hist6ria que viu desfilar hngaros e
ucranianos) fizeram o sucesso da regiao. Em alguns
anos, o turismo amigavel, baseado na hospitali-
dade traditional, deu lugar a uma relaao mais
commercial constata no local a antroploga.
"As pessoas de Maramures, na maior parte dos
casos agricultores a tempo parcial devido pobre-
za da terra, enveredaram pelo turismo rural.
Alguns, que trabalham no estrangeiro, construiram
novas casas para receber os visitantes com mais
conforto do que as casas tradicionais dos bosques.
O desenvolvimento destes "pensiuni" asspticos
ameaam precisamente aquilo que constitui a
caracteristica principal do turismo em Maramures:
a sua autenticidade. Arrisca-se mesmo a esgotar-
ie" firms a in.,eqtiadnr,
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A 7" ediao dos Encontros Aficanos
da Fotografia, uma das raras iniciati-
vas que valorizam as realizaoes dos
criadores de Africa, um moment
esperado por todos aqueles que, tanto no Sul
como no Norte, se interessam por este meio par-
ticularmente contemporneo: a fotografia.
Prxima do video, com que trabalham inteligen-
temente various fotgrafos profissionais, a foto-
grafia artistica de expressao, ou mais simples-
mente de autoria, dificilmente rentavel para
um criador africano demasiado afastado das edi-
toras, das salas de exposiao, das redes de difu-
sio e dos pontos de encontro profissionais.
Isto torna os Encontros Africanos da
Fotografia ainda mais indispensaveis e s6
podemos lamentar o facto de, excepao da
Africa do Sul, onde varios autores e organiza-
dores sao activos, muito poucos projects pro-
fissionais ligados fotografia serem desenvol-
vidos no continent. Apenas podemos citar
algumas acoes no Mali, Botsuana, Gabao,
Zimbabu e na Tunisia.
Nesta perspective em que falta fazer tudo, os
7 Encontros de Bamako sao indispensaveis
ainda que, de facto, tivessem sido iniciados,
organizados e supervisionados com a ajuda de
peritos vindos de Paris em colaboraao com a
Casa Africana da Fotografia de Bamako.
Como dizia com humor um visitante maliano:
"Antes viamo-los fotografar-nos, agora aju-
dam-nos a olhar para as nossas prprias foto-
grafias" e a colocar os operadores culturais
malianos perante um dilema: autogerirem-se
ou sujeitarem-se.
N. 4 N.E. JANEIRO FEVEREIRO 2008
i llira
PIq
IZ o
B 4^
De cima para baixo:
Fanie Jason (Africa do Sul), Carters on the Wayto the epping scrap yard, Srie Cape Carting, Bienal de Fotografia,
Bamako 2005. o Fane Jason
Samy Baloji (RDC), Gcamines 3, Srie Mmoire, Bienal de Fotografia, Bamako 2006. samy Baloji
O porto de Bamako, lugar surpreendente de intense actividade e de vida Anne Sophie Costenoble
Criatividade
Num soberbo catalogo franco-ingls de 269
paginas, magnifica ferramenta editada pela
CULTURES FRANCE, descobrimos um ver-
dadeiro directrio das mltiplas sensibilidades
que alimentarao durante dcadas a diversidade
cultural tao apreciada. esse o desafio de um
encontro como este. A Africa fotografada
pelos Africanos; a Europa, a Amrica, o
mundo, fotografados pelos Africanos. Em
Bamako em 2007, o tema exacto era "A
Cidade e o Alm", o que inspirou tantos olha-
res diferentes, tantos apelos ao dialogo, clichs
reveladores, imagens de amor e de paz.
A cidade africana um labirinto improvdvel
para o visitante estrangeiro procura de pon-
tos de refernciafamiliares. Os cddigos inven-
tam-se aia media que vo surgindo. Ao sabor
do vento. E o vento quefabrica este sincretis-
mo arriscado que, apesar de tudo, funciona.
Porque feito de carne e de sangue. (Simon
Njami, Comissario-Geral dos Encontros
Africanos da Fotografia em Bamako)
O interesse de um encontro fotografico esta
em constituir uma ocasiao para os fotgrafos
de se confrontarem com a criaao mais actual.
Claro que, em Bamako, as referncias eram de
qualidade. O olho experience de Simon Njami
e o do seu comissario associado, Samuel
Sidib, director do Museu Nacional do Mali,
permitiram a selecao de uma pliade de talen-
tos de 16 nacionalidades de origem africana.
Mas de que se trata ao evocarmos a origem de
um artist e, sobretudo, de um fotgrafo? De
uma identidade de nascena, administrative,
cultural? Sabendo que uma parte dos fotgra-
fos presents na Bienal vivem em Londres,
Paris, Nova torque e vao de tempos a tempos,
de maquina ao pescoo, procurar novas foras
nos seus pauses, podemos interrogar-nos o que
significa hoje a fotografia africana. Sera real-
mente africana, mais africana que a de algum
de origem ocidental que passou metade da
vida em terras de Africa e que se empenha em
olhar e palpar as luzes e os contrastes da vida
africana? E o que dizer da condiao dos fot6-
grafos africanos menos provides que escolhe-
ram permanecer na terra dos seus antepassa-
dos e se esforam por afirmar, na indiferena,
uma sensibilidade do terreno?
Voltemos ao event: os Encontros de Bamako
eram tambm a impressionante presena da
Fundaao Jean-Paul Blachre, que tem o nome
do seu mecenas, que a partir do local da sua
residncia de artists de Apt (Frana) valoriza
ha varios anos com subtileza as obras dos
artists africanos mais originals. Em matria
de fotografia, devemos-lhe o facto de ter reve-
lado muito cedo Sadou Dicko (Burquina
Faso), a quem foi atribuido um Prmio mais
uma vez este ano, o da Organizaao
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Interacional da Francofonia. Em Bamako,
num baldio arranjado, expunha o trabalho de
16 artists que combinavam fotografias e vide-
os numa espantosa cenografia.
O Ambito da promoao para a Formaao em
Fotografia (CFP) de Bamako, apoiado pela
Uniao Europeia, nada ficava a dever. Este cen-
tro de formaao em imagem, apoiado pela
associaao "Contraste" de Bruxelas, acolhia
uma formaao cruzada de 18 estagiarios
malianos e belgas. Este project, apoiado pela
Africalia, permitiu a criaao de 200 fotogra-
fias, expostas e projectadas nos bairros popu-
lares de Bamako. Paralelamente, o "Cinema
digital ambulante" fazia deambular um estdio
digital pelos mercados da cidade, captando
aqui e ali, num louco ambiente de festa, cente-
nas de retratos de habitantes que associava,
com um computador, a paisagens da aldeia
global. O sucesso foi assegurado pelas projec-
oes em ecra gigante das figures do bairro que
ficavam entao sorridentes frente da torre
Eiffel, das pirmides de Quops, da Grande
Muralha da China!
Por fim, e porque indispensavel multiplicar o
intercmbio, mergulhar os criadores em con-
frontaoes estticas, criar ocasies para visio-
nar obras, os organizadores tinham convidado
a Finlndia e a sua nova geraao de captadores
de imagens para exporem os seus trabalhos.
Choque, descoberta, partilha de valores, de
sensibilidade e de urgncia, sempre com uma
questao: o que pode aproximar mundos em si
tao diferentes? O home escondido por detris
do gesto artistico? O desejo de conhecer
outros lugares? A generosidade de um rosto?
Ou simplesmente a vontade de viver uma
experincia positive: ver fotografias?
* Mirko Popovitch, Director da Africalia (Blgica) M
No cimo:
Bienal de Fotografia, Bamako 2007.
Afrique in visu /Baptiste de Ville d Avray
Em baixo:
Bienal de Fotografia, Bamako 2007.
Afrique in visu / Baptiste de Ville d Avray
SFundo Principe Claus para a
Cultura e Desenvolvimento foi cria-
do em 6 de Setembro de 1996, para
celebrar o 70 aniversario de Sua
Alteza Real, o Principe Claus, marido da Rainha
Beatriz da Holanda. Este fundo premeia artists,
pensadores e organizaoes culturais em Africa,
Asia, Amrica Latina e Caraibas desde 1997.
O Fundo Principe Claus atribuiu um prmio a
U m m...............,,,,,,,, e: --
Faustin Linyekula pelo seu total empenhamento
em prol do Congo, pela excepcional coreografia,
bem como pelo corajoso regresso ao respective
pais e pela sua inovadora estimulaao da vida
cultural, apesar da instabilidade e turbulncia
que prevalecem.
O coregrafo de Kisangani utiliza movimentos,
textos, imagens e sons para divulgar e sensibili-
zar para a experincia de viver no meio de um
conflito que tem assolado o seu pais durante
Ji. .ilJ. Dc .. i c.- e a si prprio como um con-
l..,.Ihi d.Ic hIi.i,. Ao honrar Lineykula em
Dc ci.iili. d. 'iJl'- o jri mencionou que as
i1i.1 .ii iii.l.''. c.i!ii fortes e retratavam uma lin-
D)c ,.I i. lu.I .' ., ..i t data, o Fundo Principe
C(. !.i, icii .ii!!liu, .I., prmios de 100.000 euros
. p!i i.iI.I.in.i. li not6rias e organizaoes de
AIii i.i A~..i Aiici ,ca Latina e das Caraibas no
I n I l I: ,,'1. I,- "- .
"-VI. Por cortesia de As Aevi
ramo da cultural e do desenvolvimento. Sao
convidadas personalidades do mundo inteiro a
propor nomes e, baseando-se em pesquisas,
um jri restrito seleciona alguns candidates
dos quais saira um vencedor que recebera o
prmio numa cerimnia realizada na presena
da familiar real em Amesterdio. Em 2007, o
Prmio Principe Claus decidiu homenagear
artists e organizaoes que trabalham para
impedir o poder destrutivo dos conflitos, pro-
movendo a beleza, o dialogo e o respeito, a
dignidade e auto-estima face devastaao.
Dez prmios mais pequenos de 25.000 euros
foram atribuidos, nomeadamente, ao produtor de
teatro e revolucionario cultural, Augusto Boal
(Brasil), actriz e poetisa Patricia Ariza, que
trabalha na Colmbia, ao cartonista da Tanznia
Gado, ao grupo artistic Ars Aevi (Bsnia e
Herzegovina), Unio Sudanesa de Escritores
(Sudao) e Radio Isanganiro fundada em 2002,
no Burundi, por um grupo de jomalistas. M
N. 4 N.E. JANEIRO FEVEREIRO 2008
r L
O patrimnio, material ou imate-
rial, um element essencial da
identidade de um pais. Portanto,
a sua protecao uma obriga-
ao moral e de responsabilidade pblica. Os
Camares compreenderam isto perfeitamente
e tm feito grandes esforos nessa area.
O Ministrio da Informaao e Cultura dos
Camares, aquando da realizaao dos
Estados Gerais da Cultura, tomou resoluoes
e assumiu compromissos em terms de valo-
rizaao do patrimnio daquele pais.
Contudo, a partir de 1980, com o concurso do
Gabinete de investigaao cientifica e tcnica
do ultramar e do Fundo universitario de
apoio investigaao, lanou-se num vasto
program de investigao sobre o inventirio
do seu patrimnio. Isto levou instituiao de
estruturas como centros de informaao, edu-
caao, formaao e investigaao.
Deste modo, existed em Iaund, em Douala e
nalgumas localidades do Oeste dos Camares
alguns museus, galerias e monumentos, onde
encontramos colecoes de natureza diverse
(etnografia, histria local e regional, geogra-
fia, histria natural, artes plasticas). O
Ministrio da Cultura muniu-se igualmente
de uma political de aquisiao de obras con-
temporneas atravs de concursos de criaao.
No entanto, a rede de museus demasiado
fraca, se considerarmos toda essa riqueza.
Museu Nacional dos Camaroes: entrada principal.
Achille Komguem I
Estao abertos apenas 15 museus e alguns nio
merecem essa designaao. Os museus priva-
dos representam mais de metade dessas ins-
tituioes em actividade.
> Letargia
Apesar das resoluoes tomadas, existe uma
certa letargia na gestao dos museus pblicos.
Por esse motivo, encontramos ai alguns proble-
mas. Alm da falta de espao e de equipamen-
to necessrios para exposiao permanent, os
meios financeiros sao demasiado limitados
para o bom funcionamento dos museus: o equi-
pamento de control do clima, os servios edu-
cativos e misses de recolha e transport das
obras pelo pais e a montagem das bibliotecas
especializadas em museologia e cincias auxi-
liares. As obras ficam, assim, expostas a diver-
sos factors de degradaao. Temos tambm, e
sobretudo, dificuldade em recrutar pessoal
qualificado. A isto se devem os enormes atrasos
observados em matria de conservaao e res-
tauraao.
Alias, todas estas lacunas colocaram o proble-
ma da prpria pertinncia da criaao de tais ins-
tituies em Africa a nivel geral. Felizmente, o
equivoco foi retirado aquando de um encontro
organizado pela ICOM, no Gana, em 1991
(Que museus para Africa? Patrimnio de futu-
ro), que teve como efeito a melhoria da situaao
dos museus africanos. Actualmente, os organis-
mos intemacionais tomam medidas para ajudar
esses pauses a enfrentar verdadeiramente estes
desafios. Espera-se que os especialistas da cul-
tura dos Camaroes que participam nestes semi-
nnrios possam concretizar as suas sugestes
para ultrapassar as dificuldades ligadas con-
servaao das colecoes e garantir uma melhor
valorizaao do patrimnio cultural camarons
junto do pblico.
* Historiadora de Arte.
Professora na Universidade de Yaound I,
Camares
1- Actas dos Estados gerais da cultural, laund,
Palacio dos Congressos, Ministrio da Informaao e
da Cultura, 23-26 de Agosto de 1991, p. 54, 55.
2 -Boletim ZAMANI, 1993, n5/6, p. 8.
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C*RREIO
A4
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D iz-se cada vez mais
que na regiao do -
Pacifico e das
Caraibas, por
exemplo, muitas das pequenas
ilhas remotas, que sao de uma
rara beleza, correm o risco de
desaparecer.
Desde ha um certo tempo, a
Terra nao cessa de aquecer. Nos
pauses mais frios, como na
Europa, ha menos neve do que
antes, chove um pouco menos e,
por vezes, esta calor quando
devia estar frio.
Nos pauses onde nao ha Invero,
ha muito calor, quase sempre
demasiado calor. Em certas
regies, ji quase ndo chove. Nestas circunstncias, as plants crescem
dificilmente e dificil encontrar agua para beber, porque a agua da
chuva que penetra profundamente na terra. esta agua que se bombeia e
que sai das torneiras.
Verifica-se igualmente um aumento do numero de grandes catastrofes
mortiferas: furaces, terramotos, inundaoes, vulces em erupao. No
P6lo Norte e no Polo Sul, onde havia constantemente enormes quantida-
des de gelo, hoje o gelo derrete depressa. Ao derreter, aumenta a quanti-
dade de agua nos mares.
Em certas zonas da Europa, por exemplo na Blgica e nos Paises
Baixos, e sobretudo nas pequenas ilhas do Pacifico, que sao como gran-
des corais plans, quase ao nivel do mar, isto pode ser grave. Num des-
tes pauses, Quiribati (deve pronunciar-se Kiribass), duas das pequenas
ilhas foram desaparecendo pouco a pouco no mar. Nao eram habitadas,
mas havia gente que dava ali os seus passeios. Conta-se que, um dia, o
F sPrincipe de Gales, o Principe
SCarlos de Inglaterra, quando
jovem, almoou numa delas.
Nalgumas pequenas ilhas de
Quiribati, a populaio tem medo
e tanto as pessoas deste pais
v fcomo de um outro, as Ilhas
Marshall, ja partiram refugiar-se
noutro pequeno pafs da regiao
que se chama Niue. Niue tem
sorte, montanhoso.
Mas o pafs ameaado do Pacifico
de que mais se fala Tuvalu. Diz-
se que podera ser o primeiro pais
a desaparecer inteiro se a agua do
mar continuar a subir. Visitamos
Radek Steska, 2007 Manifesta! Tuvalu. Dizia-nos uma avozinha:
SAfnca e Mediterraneo
"Deixarei partir os meus filhos e
os meus netos, mas eu ficarei, aqui que quero morrer." triste.
As crianas aprendem nas escolas o que se pode fazer para ajudar o pafs:
nio esbanjar a agua, protege as arvores, etc. Aprendem igualmente o que
devem fazer em caso de perigo, se o nfvel das aguas subir. Mas nem pen-
sar em partir. Susana, de 9 anos, diz-nos: "Nao sei o que fazer, mas nio
quero partir." Uma outra mida, Tepula, disse-nos que subira a uma arvo-
re e aguardara que o nfvel das aguas baixe. Um mido, Teisi, quer ficar
para vigiar o seu pafs e Kanava, outro rapaz, diz que enchera o mar para
fazer uma montanha.
A verdade que Kanava tem razao. Ele pensa o mesmo que os governan-
tes do seu pafs que querem construir uma ilha artificial mais alta perto da
praia. Para isso, necessario muito dinheiro e materials. Pensam, como
estas crianas, que as pessoas do mundo inteiro vao dar uma ajuda para
evitar que o seu belo pafs desaparea do mapa.
H.G. M
N. 4 N.E. JANEIRO FEVEREIRO 2008
Cartas do
leitores
Fico feliz por esta Revista muito educativa estar de volta e estou ansioso
por ler novamente sobre os acontecimentos nos Paises ACP.
Obrigado pela ediao numero 1 do O Correio. Depois de ler a publica-
ao, acolho o novo estilo com prazer.
Michel Baudouin,
Professor de agronomia na Universidade de Gembloux h'. .. .. i
e perito em desenvolvimento rural
Parabns pela vossa revista. Melhores cumprimentos,
Pamla d'Authier
Cirad
Direcdo das Relages Europeias e Internacionais
D. i. .... .... para a Europa comunitdria (Montpellier Franga)
A vossa opinio
e as vossas reaces
aos nossos artigos
interessam-nos.
No hesitem em
no-las comunicar.
Estou a escrever a partir do Forum Europeu da Juventude (FEJ). Estamos
felizes por saber que O Correio ACP-UEvoltou a ser lanado.
Angela Corbalan
Coordenadora de Imprensa e Relages Externas da FEJ
(Bruxelas B!. I.. .. i
Deixem-me felicitar-vos pelo restabelecimento desta publicaao que tem
sido sempre extremamente valiosa para nos no Uganda.
Com agradecimentos,
Michel Lejeune
Vice-Director executive
NCHE (Kampala Uganda)
Bem-vindo de volta a revista O Correio ACP-UE muito educativa nos pal-
ses ACP-UE. Aceitem os meus parabns por terem voltado a imprimir esta
revista. Atenciosamente
Asagaya Jasper
laund Camaroes
I G ElDfl aneiro- Maio 2008-
I janeiro Maio 2008
Janeiro 2008
> 22-23 Frunm do sector privado africano
organizado pelo Departamento dos
Assuntos Econmicos da Uniao
Africana -Adis Abeba
> 28-29 Conselho de Ministros da UE
sobre Assuntos Gerais e Relaoes
Extemas -Bruxelas
> 31-2.2 Conferncia dos Chefes de Estado
e de Govemo da Uniao Africana
Adis Abeba
feuereiro 2008
> 18 Conselho de Ministros da UE
sobre Assuntos Gerais e Relaoes
Extemas -Bruxelas
> 20-22 PNUE Frum Ministerial
Mundial para o Ambiente 10
sessao extraordinaria Mnaco
maro 2008
> 10-11 Conselho de Ministros da UE
sobre Assuntos Gerais e Relaoes
Extemas -Bruxelas
> 15-22 Assembleia Paritaria ACP-UE
Liubliana
> 17-20 CNUCED -Conselho sobre o
Comrcio e o Desenvolvimento
24" sessao extraordinaria
Genebra
fbril 2008
> 28-29 Conselho de Ministros da UE
sobre Assuntos Gerais e Relaoes
Externas Bruxelas
maio 2008
> 16-17 Cimeira UE-Amrica Latina-
Caraibas (EU-LAC) -Lima
> 26-27 Conselho de Ministros da UE
sobre Assuntos Gerais e Relaoes
Exteras -Bruxelas M
--- ---------- ---------- ------- .
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Cook (llhas) Fiji Marshall (llhas) Micronsia (Estados Federados da) Nauru Niue Palau
PapuAsia-Nova Guin Quiribati Salomao (llhas) Samoa Timor Leste Tonga Tuvalu
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UNIAO EUFEIA
Alemanhe rliii I Bulgari, I ' .I ,-, Espanha
Estnia F,, i' iij., l i : Grcia -,,i,, ,im ,,, L i emburgo
Malta Paises Baixos Polnia Port,.i i i i i i 'i i :. -ia Sucia
l/s-I
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As listas dos pauses publicadas pelo Correio nao prejulgam o estatuto dos mesmos e dos seus territrios, actualmente ou no future. O Correio utiliza mapas de inmeras fontes.
O seu uso nao implica o reconhecimento de nenhuma fronteira em particular e tampouco preludica o estatuto do Estado ou territrio.
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