ARQUIVO
DE
BIBLIOGRAFIA
PORTUGUESA
ANO VII > JULHO-DEZEMBRO O4 N.0" 27-28
*
ATLANTIDA
CO IMBRA 961
010.5/
'2 ?77 b
Arquivo de Bibliografia Portuguesa
(Publicagqo trimestral)
DIRE) GAO DE
MANUEL LOPES DE ALMEIDA
S U MA RIO DESTE NOM ERO
VIRGINIA RAU No tricentendrio do casamento real anglo-portugugs
de 1662 A A. RODRIGUES MOINO -Los pliegos podticos de Oporto.
(Siglo X VI) Noticia bibliogrdfica A F. J. NORTON Los pliegos podti-
cos de Oporto Notas tipogrdficas A ZEFERINO FERREIRA PAULO Ser-
vifos bibliogrdficos nacionais e actividades conexas em 196o Portu-
gal A JoIo DE SOUSA DA CAMARA A prop6sito de uma carta inddita
para D. Luis da Cunha & MARIA DA CONCEICAO Os6Rio DIAS GOUVEIA
- A Conferencia de Paris (196i) para os problems de cataloga-
fdo a Epistoldrio A Notas de Leitura A Noticias
Assipatura annual (4 numeros) . . . .
Nimero avulso . . . . . . .
Numero duplo avulso . . . . .
Toda a correspondencia deve ser dirigida ao Arquivo de Bibliografia
Portuguesa, Rua Ferreira Borges, io3-mn Coimbra
50000
25*00
40*00O
Arquivo de Bibliografia Portuguesa
ANO VII 4f JULHO-DEZEMBRO W N.-* 27-28
No tricentendrio do casamento real
anglo-portugues de 1662
Hi precisamente tries seculos que D. Catarina de Braganga des-
posou Carlos II rei da GrA-Bretanha.
Ao partir do Tejo no dia 25 de Abril de 1662, a bordo da Royal
Charlesi, nao capitania da armada que sob o comando de Eduardo
Montague, conde de Sandwich, a viera buscar, D. Catarina deixava
Portugal acompanhada por uma numerosa familiar (i) e levava con-
sigo todas as esperangas da nacgo portuguesa. Quando em Portsmouth,
a 31 de Maio de 1662, se realizou o casamento, ela acorrentou corn alvo-
rogo a sua vida A de Carlos II e cimentou uma alianga secular entire
Portugal e a Inglaterra.
Curiosa e enternecedora hist6ria 6 a vida de D. Catarina de
Braganca.
Saida de Portugal, duma corte conventual e triste, da tutela
several de sua mae, a Rainha Regente D. Luisa, foi obrigada a ocupar
o lugar de primeira Senhora no reino de Inglaterra, na corte mais dis-
soluta e perigosa do seculo xvii, sem preparagio ou instruqgo para
desempenhar o seu dificil papel.
Sem grande beleza, dizem alguns dos seus contemporAneos,
odiada por muitos, por causa de uma religiAo banida do pais de que
se tornara rainha, a sua figure chegou ate n6s deturpada pelas intrigas
e pelo rancor. Ainda ha bem pouco a sua mem6ria dividia os histo-
riadores em dois campos diferentes: os que a defendiam e os que a
atacavam; em ambos os campos a critical era acerrima no ataque ou
na defesa. Nalguns escritores coevos a apreciagao da sua personali-
dade, levada por um espirito de calinia e de desprezo, ultrapassou os
limits da injustiqa. Todas as afirmag6es de Burnet e Forneron fize-
ram f6 e a tinica desculpa que invocavam, em defesa da filha de
D. JoAo IV, era a sua profunda estupidez. Hoje, passada a torrente
de acusa96es e de injdrias, D. Catarina ocupa o lugar que lhe pertence,
(i) Ver Doc. IV.
169
e um pouco de compreensao, cada dia mais complete, espalha luz sobre
o seu character e o seu coraqao t.o profundamente portugueses.
Nao possuiria D. Catarina nenhuma das qualidades ou defeitos
necessirios para prender o perito em beleza feminine, que foi seu
marido, Carlos II; a sua educai.do e acanhada cultural, que sua mae
descurara mesmo quando ji a destinava para noiva do rei de Ingla-
terra, foram certamente a verdadeira causa da sua infelicidade conjugal
e da antipatia da frivola corte inglesa. Educar A portuguesa uma prin-
cesa destinada a ser rainha de Inglaterra, comprimir a sua alma e o
seu corpo numa religiosidade e num trajar essencialmente peninsulares,
foi um erro que D. Luisa nao soube remediar.
Para compreendermos essa infant de Portugal, que amava o seu
pais a ponto de lhe sacrificar tudo quanto mais adorava, temos que a
olhar sem preconceitos e adentro da mentalidade seiscentista. Apesar
da sua grandeza e representaqdo, D. Catarina foi profundamente mulher,
sujeita pela sua natureza As mesmas fatalidades e paix6es que todas as
mulheres do tempo e, na existencia de todos os dias, sofreu e foi feliz
como a tiltima das suas damas.
A bondade, a gratidao e a dogura aparecem sempre como as suas
qualidades mais constantes. Mesmo quando a distancia a separou daque-
les que a serviram corn dedica9go, a sua mem6ria nao os esqueceu e ao
fazer testamento testemunhou-lhes amizade e reconhecimento.
0 que foi a vida de D. Catarina de Braganca que, bonita ou feia,
amou o marido infiel que a political Ihe imp6s, e o que tem procurado
contar muitos dos seus bi6grafos (i).
Nao constitui nosso prop6sito, agora, sengo recorder o tricente-
nario desse casamento anglo-portugues e a princess que, bem e corn
amor, sempre cumpriu o seu dever para corn os dois paises que haviam
partilhado a sua vida: Portugal e a Inglaterra.
Para esse efeito resolvemos reunir alguns documents originals
ou indditos pertencentes ao Arquivo da Casa de Cadaval (2). Tais
documents sao constituidos por cartas de D. Catarina, de Carlos II,
de Gaspar de Abreu de Freitas, do P.0 Manuel Dias, e por aponta-
mentos referentes A comitiva da princess e preparativos da sua torna-
-viagem trinta anos passados. Eles nos ajudam a compreender mais
intimamente certos moments cruciais que foi dado viver a D. Catarina,
(i) Entre as biografias portuguesas, citaremos: Virginia Rau, D. Catarina
de Braganpa, Rainha de Inglaterra, Coimbra, 1941; Augusto Casimiro, D. Cata-
rina de Braganpa, Rainha de Inglaterra Filha de Portugal, Lisboa, 1956.
(2) Cf. corn alguns documents e cartas de Carlos II e da Rainha D. Lulsa,
pertencentes ao Arquivo da Casa de Cadaval, publicados par A. Caetano de Sousa,
Provas da Historia Genealdgica da Casa Real Portuguesa, Lisboa, 1745, vol. iv,
pag. 835 e segs.
entire o seu casamento, em 1662, e o seu regresso a Portugal, em 1692.
Nas cartas de D. Catarina, ora queixosas e angustiadas, carinhosas e
tristes, ora serenas e resignadas, perpassa a frescura de uma alma que,
pelo facto de ter sido a de uma rainha, nao lhe impediu de ser tambdm
a de uma Senhora (i).
A Ex.ma Senhora Marquesa de Cadaval, Dona Olga di Robilant
Alvares Pereira de Melo, pela sua infatigivel amizade e hospitalidade,
que nos permit dar a conhecer e publicar a documentag5o do seu
arquivo, testemtinhamos os mais sinceros agradecimentos. E-nos par-
ticularmente grato associar o seu nome ao de D. Catarina de Braganga,
por nao esquecermos, tambem, que a princess era afilhada de D. Fran-
cisco de Melo, marques de Ferreira e pai do i.0 Duque de Cadaval,
D. Nuno Alvares Pereira de Melo.
VIRGINIA RAU
Da Universidade de Lisboa
Da Academia Portuguesa de Historia
DOCUMENTS
I
Carta de Carlos II para a Rainha Regente D. Luisa
Mi Sehora y Madre. Me alegron much sus cartas de V. Mag.e
de 3 de Septiembre y o10 de Octubro por las buenas nueuas que me
truxeron de su salud, y las finezas con que me paga mi voluntad a la
persona de V. Mage. y la de Reyna su hija mi muy cara y muy que-
rida mujer, quexando me much de los malogrados cuidados y trabaxos
que he tenido en ver partir mas presto la Armada, que aora saldra in
diez dias a mas tardar. Tambien he sentido much el yerro de no
hauer Ilevado alia el Tratado (2), que no ha sido malicia, si no sobra
de buena voluntad en mis criados, lo qual se pone aora en manos del
Obispo Russel (3) que me dize tener orden de V. Mage. de recibirlo,
(1) D. Catarina raramente datava as suas cartas e, por isso, se torna muito
dificil ordeni-las cronologicamente, a nio ser quando o assunto e suficientemente
conhecido para o localizarmos no tempo.
(2) Alusio ao tratado assinado em Whitehall a 23 de Junho de 1661, de paz
e amizade entire D. Afonso VI e Carlos II, e de casamento entire o rei de Inglaterra
e a Infanta de Portugal, D. Catarina.
(3) Ricardo Russel, antigo aluno do colegio dos Ingleses de S. Pedro e
S. Paulo em Lisboa, sumilher da cortina da Rainha D. Luisa, enviado a Inglaterra
para apoiar as negociag6es do casamento de D. Catarina. Foi-lhe confiado ensi-
y si no, lo lievara oy el portador Don Hugo Chomley (I), a quien
supplico V. Mage. de dar entero credit, quando la segura de la impa-
ciencia en que estoy de tener aca a la Reyna su hija mi muy amada
muger a quien he de querer sobre todas las cosas desta vida, y mas si
fuera possible que V. Mage., que en este punto solo me ha de perdonar
la competencia V. Mage. a cuya Serenissima persona guard Dios los
muchos anios que desseo, y he menester. Londres y 15 de Nouiem-
bre i661.
De V. Mag*.
el hijo que sus manos beza
Charles R
No verso: aA la Serma. Reyna de Portugal mi Sehiora y Madre.
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4- Cod. 970 (K vii Ic), fl. 327.
II
Carta de Carlos II para D. Afonso VI
acreditando como embaixador extraordindrio Eduardo Montague,
conde de Sandwich
Carolus Dei gratia Magnae Britanniae, Franciae et Hiberniae
Rex, Fidei Defensor, etc. Serenissimo ac Potentissimo Principi Domino
Alfonso VI eadem gratia Portugalliae et Algaruiorum Regi, etc. Fratri,
Consanguineo, et Amico Nostro Charissimo, Salutem et omnimodam
felicitatem. Serenissime ac Potentissime Princeps, Frater, Consangui-
nes, et Amice Charissime; Cum Serenissimae Reginae Conjugis Nos-
trae Diletissimae desiderio flagremus, nihilque optemus vehementibs
quam ut salua quamprimim in Angliam venire possit, 111. atque
Excellm". Domino Eduardo Montaigue Comiti de Sandwich, Vicecomiti
de Hinchinbrook, Baroni de St Noots, Angliae Archithalassi Locumte-
nenti, Gardeborae Nostrae Magistro, Ordinis Periscelidis Equiti, A
nar ingles a D. Catarina e acompanhou-a a Inglaterra como seu capelIo mor
Depois de obter a nacionalidade portuguesa em t665 e ser nomeado bispo de Por-
talegre, em 1671, foi transferido para a Se de Viseu em t684, cidade onde morreu
em 1693.
(i) Nao foi possivel identificar exactamente este D. Hugo, a quem o Dictio-
nary of National Biography, vol. iv, n.o faz referencia pois apenas menciona urn
Sir Hugh Comley que faleceu em 1657.
Sanctioribus Consilij, Consanguineo, et ad Majestatem Vestram Legato
Nostro Extraordinario, in mandatis dedimus, ut sensus Nostros Majes-
tati Vestrae exponeret, nulli dubitantes, quin quo studio alia omnia
quae Nostri desiderij erant executa est Majestas Vestra, eodem moras
omne tollere velit, quae classics reditum qual celerrimum impedire
possent. Pendemus enim animi, nec nisi aspect et presentiA Reginae
Conjungis exoptatissimae recreari possumus. Haec subtiliis Majestati
Vestrae exponet praedictus Legatus Noster Extraordinarius, utique Nos
arctissimo hoc vinculo in perpetuum Majestati Vestrae astrictos fore:
Ei ut cumulatam adhibere fidem in omnibus velit, Majestatem Vestram
rogamus. Quod superest, Majestati Vestrae secunda omnia ex animo
optamus. Dabamus in Palatio Nostro Westmonasteriensi tertio die
Decembris, 1661.
Majestatis Vestrae
Bonus frater et consanguineus
Carolus Rex
No verso: eSerenissimo ac Potentissimo Principi Domino Alfonso VI
Dei gratia Portugalliae et Algaruiorum Regi, etc.
Fratri, Consanguineo, et Amico Nostro Charissimo
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4- Cod. 970 (K vm Ic), fl. 336.
III
Tradufdo contempordnea da precedent carta de crenfa
Carlos por graga de Deos Rey da Gram Bretanha etc. Como
quer que nos abrasemos cornm a saudade da Serenissima Rainha
nossa muito amada esposa, e nenhuma cousa mais desejemos, que
ella poder vir a salvamento brevemente a Inglaterra, mandamos ao
Ill1m. e Exmo. Senhor Duarte Montaigue, Conde de Sandwich, Vizconde
de Hinchinbrook, Bardo de St. Noots, Lugar Tenente do Almirantado
de Inglaterra, Mestre da nossa Guardaropa, Cavalleiro da Ordem da
[Jarreteira] (i), do nosso Conselho Supremo, nosso primo, e Embaxa-
dor Extraordinario a V. Mde. (2) para que declarasse a V. Mde. nossos
(1) Deixado em branco pelo tradutor.
(2) 0 Conde de Sandwich, depois de ter tornado posse de Tanger em Janeiro
de 1662, como parte do dote de D. Catarina, entrou no Tejo corn a armada que
comandava, a i de Maro ; vinha na qualidade de embaixador extraordindrio para
conduzir a Infanta para a Inglaterra.
sentiments, nao duvidando, que, com o amor, com que V. Mde. executou
todas as outras cousas, que erao do nosso desejo, corn o mesmo queira
evitar todas as detengas, que possio impedir a volta brevissima da
armada: Porque estamos corn grande cuidado, nao podemos aliviar
nos, sengo corn a vista, e presenga da Rainha esposa muito desejada.
Estas couzas declarari a V. Mde. mais sutilmente o nosso dito Emba-
xador Extraordinirio, e como N6s corn este vinculo estamos obrigado
eternamente a V. M.de., rogamos a V. M.de. que Ihe queira dar em
todas as cousas inteira fd. 0 que resta, a V. Mde. desejamos de cora-
glo todas as cousas prosperas. Dada no nosso Palacio de Westmuns-
ter a 3 de Dezembro de 166I.
De V. Mde.
Bom Irmlo e Primo
Carlos R
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4- Cod. 970 (K viii Ic), fl. 337.
IV
Pessoas que acompanhardo a Rainha de Inglaterra
D. Catharina (i)
Joio Fr6es de Aguiar Thezoureiro do dinheyro destinado para
Inglaterra faga pagar as pessoas contheudas no rol incluzo, que hio de
acompanhar a Inglaterra a Raynha da Gram Bretanha minha muito
amada e prezada Irma o dinheyro que se declara naquelle rol, que vay
assinado por Pedro Vieyra da Silva do meu Conselho e meu Secreta-
rio de Estado, de que me fica outro assinado pello Bispo eleyto da
Guarda meu Mestre, e corn conhecimento do recibo das pessoas que
ouverem de receber este dinheiro sera levado em conta a Joio Fr6es
por este Decreto somente. Em Lixboa a 27. de Margo de 1662.
Damas duas
D. Maria Portugal (2) 4U cruzados
D. Elvira Maria de Vilhena (3) 4U cruzados
(i) Cf. corn a indicacio de A. Caetano de Sousa, Hist6ria Geneal6gica da
Casa Real Portuguesa, Lisboa, 1740, vol. vu, pdg. 297.
(2) Condessa de Penalva, irma de D. Francisco de Melo, Marques de Sande,
que negociara o casamento de D. Catarina e a acompanhava como embaixador
extraordinArio. Morreu solteira em Inglaterra.
(3) Condessa de Pontevel, dama da Rainha D. Luisa de Gusmio e casada corn
Nuno da Cunha de Ataide, que, por ela, recebeu o titulo de Conde de Pontevel,
em 15 de Abril de 1662.
Mogas da Camara, tres, huma Portuguesa e duas Inglezas
D. Francisco neta de Gongalo Mendes Mergulhio U5oo cruzados
D. Maria Salisburi
D. Catherina Rosel
Mogas de retrete, duas
Dorothea Soares U400 cruzados
Izabel da Silva
Infermeira huma
Catherina de S. Jozeph castelhana U4oo cruzados
Conserveyra huma
Nio se Ihe sabe por hora o nome como se souber se
declararh: Esta no mosteiro de Santa Ana- U4oo cruzados
Huma mulher para o officio infrior de varrer
porem ainda se Ihe ndo sabe o nome Uzoo cruzados
Confessor hum
O Padre Mestre Antonio Fernandez religiozo da Com-
panhia de Jezus 22oU reis
Pregadores seis
D. Prospero dos Martires conego regular e prior do
Mosteyro de S. Vigente (i)
O Padre Mestre frey Christovao do Rozario (2) dominico
O Padre Mestre frey Antonio de S. Bernardino recoleto
de Sio Francisco
O Padre Vigayro da Companhia de Jezus
(i) Pregador e poeta corn fama no seu tempo. Era natural de Lisboa e
professor no convento de Santa Cruz de Coimbra em 1627. Havia sido nomeado
prior do convento de S. Vicente de Fora, em Lisboa, no ano de 1661. Nfio sabemos
quanto tempo esteve em Inglaterra, mas Barbosa Machado diz-nos que faleceu em
Portugal a 14 de Agosto de 1672.
(2) Da ordem dos Pregadores, natural de Evora e filho de Diogo da
Cunha e de sua mulher Gracia Dias, de familia antiga e nobre dessa cidade alen-
tejana.
O Doutor Thomaz Godinho prezidente que foy do Col-
legio dos Inglezes (i)
O Padre D. Rodrigo de SA conego regular
Tangedor de Orgdo, Capellio
O Padre Manoel Pereyra capelld.o da Capella real
de S. Magde. 4ooU reis
Mais nove Capellies
O Padre Jo.o Bautista 20oU reis
O Padre Manoel Moreyra
O Padre Paullo de Almeyda (2) -
O Padre frey Manoel Pereira trino
O Padre Manoel da Silva
O Padre Baltazar de Oliveira
O Padre Domingos de Bastos Ferreira
O Padre Luis Vidal
O Padre Juliao Rodriguez
Mestre de Capella, hum
Pedro Ferreyra cantor da Capella real 5ooU reis
Cantores dez
Hum bayxio frade de Enxabregas por nome frey
Francisco de Jezus 40ooU reis
Hum tenor se bem este ainda nao esti eleyto
Hum contralto cantor da See desta cidade
Dous tiples
Hum falsette do Hospital desta cidade por nome Sebas-
tiam da Fonseca (3)
(1) 0 ingles Tomds Codden, que foi president do Coldgio dos Ingleses, a
seguir ao Dr. Clayton. Nomeado preceptor e capelgo de D. Catarina em 1661,
embarcou em sua companhia e ficou a residir no palacio de Somerset House.
Em 1678 viu-se implicado, por tragica difamaiao, no assassinate de Sir Edmundo
Godfrey e nas agitaq6es do chamado Popish Plot. Morreu em Londres no ano
de 1668 e foi sepultado na cripta da capela real de Somerset House.
(2) Moqo do n(imero do servigo da capela real desde 1648; em Janeiro
de 166o recebeu carta de padrao de um moio de trigo por ano para se ordenar
sacerdote.
(3) De seu nome inteiro Sebastiao da Fonseca e Paiva, misico e poeta natu-
ral de Lisboa. Depois de ter estado alguns anos em Inglaterra, ao regressar a
Portugal, recebeu a ordem de S. Tiago, no convento de Palmela,no ano de 1676; ai
Hum fagote
Marcos de Brito tangedor de Arpa
Joao Froes de Aguiar Thezoureiro do dinheiro destinado para
Inglaterra entregue a Domingos Ferreyra Laborio meu Mogo da
Camera do servico as quantias que importio o que se declarou no
rol incluzo que vay assinado por Pedro Vieyra da Silva do meu
Conselho e Meu Secretario de Estado, para as repartir pellas pessoas
declaradas no dito rol que hdo de acompanhar a Inglaterra a Raynha
da Gram Bretanha minha muito amada e prezada Irma, e corn recibo
de Domingos Ferreyra de como recebeo as quantias do dito rol e este
Decreto somente serdo levados em conta a Joao Froes na que der do
dito dinheyro. Em Lixboa 31 de Margo de 1662.
Rol que foy como Decreto
Paulo de Almeyda capello que faltou no outro rol-- 2ooU reis
Hum frade Mercenario que faltou no outro rol 2ooU reis
Hyeronimo de Abreu de Mendonca (i) que faltou no
outro rol 23oU reis
Aos quatro mocos da Capella de mais do que se the
manda prover no outro rot sincoenta mil reis mais
a cada hum 200ooU reis
A Joao Morato 2ooU reis
i.o3oU reis
Francisca de Almeyda iooU reis
Joao Froes de Aguiar Thezoureiro do dinheiro destinado para
Inglaterra faga logo entregar a Manoel Francisco cozinheyro sessenta
mil reis de que the fago merce de ajuda de custo para a jornada que
fazem a Inglaterra no seruigo da Raynha da Gram Bretanha minha
foi mestre de muisica e ai faleceu em 1705. Entre outras obras compoz vArias
relaq6es em verso celebrando a viagem de D. Catarina, a jornada de Portsmouth a
Hampton Court, a entrada e as festas de Londres, relaq6es que foram publicadas
em Londres em 1662-
(i) Cavaleiro da Ordem de Cristo, foi despachado com a capitania de Solor
e Timor em 1640, e servfu ulteriormente de porteiro da cAmara da Rainha D. Maria
Francisca. Seguiu viagem corn o oficio de guarda-damas e porteiro da cimara de
D. Catarina. De Inglaterra, e por ordem do Marques de Sande, passou A Holanda
com o tratado de paz que havia sido firmado em 1661, mas que s6 veio a ser ratifi-
cado pelos Estados Gerais a 4 de Novembro de 1662. Em 1663, jA estava em Portu-
gal e tomou parte na recuperagido de Evora, agregado ao terqo do Conde de Vilar
Maior. Em 1679 obtinha para a sua neta Jer6nima de Mendonag, a mercer de um
lugar de freira que vagara no mosteiro de Abrantes, lugar que havia sido instituido
nesse mosteiro por D. Catarina.
muito amada e prezada Irma, e com conhecimento de recibo seraio as
ditas quantias levadas em conta a Joao Froes por este decreto somente.
Em Lixboa a 18 de Abril de 1662.
Joao Froes de Aguiar Juiz Thezoureiro da Moeda dos dois mil
cruzados que recebeo da Junta dos tres estados entregue logo a
Dona Hellena Coutinho sincoenta mil reis, e a Antonio Rodriguez
de Lomba quinhentos cruzados para a despeza da jornada que fazem
a Inglaterra em servico da Raynha minha muito amada e pre-
zada Irma; E corn conhecimento de recibo de Antonio Rodriguez
de Lomba que podera tambem receber os sincoenta mil reis por
D. Hellena, serio levados em conta os duzentos e sincoenta mil
reis a Joao Froes por este Decreto somente. Em Lixboa a 20o de
Abril de 1662.
Mocos da Capella quatro
Sebastiio Pinto, qne hora he moqo da Capella real 25o cruzados
Joao de Moura
Antonio de Medeyros
Manoel Dias
Medico hum
O Doutor Antonio Ferreira (i) medico da
Camera de S. Magde.
Cirurgi.lo hum
Tambem por nome Antonio Ferreira (2) como medico 400 cruzados
(r) Filho do cirurgifio Valentim Ferreira, nasceu em Lisboa e foi baptisado
a 6 de Novembro de 1626, Tanto ele como seu pai foram, ern seus principios.,
oficiais de barbeiro. Depois de aprender a arte da cirurgia no Hospital Real de
Todos os Santos e ai a ter praticado, e sendo latinoo, obteve carta de cirurgiio
em 26 de Outubro de 1644. Ascendeu, posteriormente, a medico e cirurgiao mor
da camara del-rei, primeiro, em 1669, na serventia desse uiltimo cargo, e, 1671, na
propriedade. Ao regressar a Portugal, em data que desconhecemos, continuou a
praticar a sua arte. Em 1664 recebeu o habito da Ordem de Cristo. Veio a falecer
em Lisboa no ano de 1679. Foi autor de um livro sobre medicine e cirurgia,
intitulado LuT verdadeira, e recopilado exame de toda a cirurgia, editado
em 1670.
(2) Possivelmente o mesmo que obteve carta de cirurgiaio em 5 de Maio
de 1653, depois de praticar essa arte, por mais de dois anos, no Hospital Real de
Todos os Santos.
Barbeyros dous
Manoel Alvares
Outro da caza e obrigag.io do Conde da Ponte cujo
nome por hora se nio sabe
Manoel Antunes ocupado em meu servi-o
250 cruzados
18oU reis
Reposteiros dous
Antonio da Silva do quarto de El Rey
Domingos Ribeyro
No tocante as Molheres duas Inglezas mais que
vio sem foro por se ndo conhecerem ainda
Marta Ponse catholica -
A outra filha do Consul por nome Izabella
Mogos da Camera dous
Fidalgos dous, cada hum
18oU reis
i8oU reis
Soo cruzados
5oo cruzados
4U cruzados
Copiador, t. 4-Cod. 1027c (K vi Ic), fl. 145-147 v.
V
Carta de Carlos II para a Rainha D. Luila
Seinora Madre Mia, Ya libre de recelos de la mar aun por la pri-
mavera tan justos, en compafiia de mi carissima mujer, me veo el
hombre mas dichoso del mondo, y el mas enamorado, registrando de
cerca y riconociendo en ella a demas de lo agradable en su persona, y
dessas virtudes tan medidas a mi gusto, y tanto nombradas aun por
serlo en la carta de V. Magd., candidez, mansedumbre, y juicio, otras,
por moments infinitas, cosas que me van obligando de nuevo a rumiar
en los interesses y a procurar con todas veras el sossiego de su amada
patria della, como se vera por las obras, y por las ordens y poderes
que dard a mi Embaxador D. Ricardo (i) al qual en Ilegando yo a
(i) Sir Ricard Fanshawe, diplomat e poeta, autor da primeira tradug9o de
Os Lusiadas em ingles, publicada em i655. Veio a Portugal em 1661 como embai-
xador extraordinArio para trazer a D. Catarina o retrato de Carlos II. Voltou de
novo como embaixador extraordindrio em t663, mas no ano seguinte foi nomeado
para Madrid, onde veio a falecer em 1666.
Hamtoncorte ird despanchando para la de Portugal, y bueluo a desir
de mi muger, que ya no me harto de miralla (sic.), y de oyrla hablar,
el buen Dios me la conserve y a V. Mag.d. para consuelo de entrambos
larguissimos afios de vida. Porthemout en 24 de Mayo. 1662 (1).
Hijo de V. Magd. que much
le quiere
Charles R
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4 -Cod. 970 (K viii c), fl. 33o-33o v.
VI
Carta de Carlos II para D. Afonso VI
Sefior Hermano, La de V. Magd. en 21 del passado me cogio
con el hurto en la mano, auiendole yo robado la mejor joya de su
Corona para adorno de la mia, mas a trueque desta, empleard la mia
toda en defense de la suya, y assi V. Magd. haura ganado vn hermano
sin perder la hermana, que por auerla perdido de vista, no perdera ella
a V. Magd jamas de la memorial, Con esto guard Dios a Vuestra Real
persona muchissimos afios como los dos desseamos. Porthemout en
24 de Mayo. 1662 (2).
Hermano de V. Magd. que
much le quiere
Charles R
No verso: A la Magd. del Rey
de Portugal mi Hermano
que Dios guard como desseo
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4- Cod. 970 (K vm I lc), fl. 340.
(i) D. Catarina entrou em Portsmouth a 24 de Maio mas Carlos II s6 ai
chegou a 3o, realizando-se o casamento a 3r, primeiro pelo ritual romano em
segredo, e depois pelo ritual da igreja de Inglaterra. A carta de Carlos II obedece,
portanto, ao estilo do calenddrio ingles, pois o calendario gregoriano s6 foi adop-
tado em Inglaterra em 1752.
(2) Ver nota anterior.
Carta de D. Catarina para o Principe Regente D. Pedro
Estimando todas as occazi6es que se offeregem, em que possa
manifestar a V. A. o meu affect, nesta se me ajuntAo mais duas res6es e
cada huma dellas he para comigo muito poderosa, pois he dar a V. A os
parabens do nacimento de minha sobrinha (i) e dar-no los a nos mesmos
polla mesma cauza, acresentando huma grande circumstancia ao nosso
gosto, que he de uermos a V. A. corn tio boa saude: Deus nosso Senhor
lha conserue por muitos anos, pera lhe fazer muitos seruigos.
El Rey meu Senhor fez escolha deste Caualheiro para huma tio
boa comissio, eu tio bem me paregeu que a nio podia fiar de quem na
podesse faser com mais aserto, pepo a V. A. queira abonar esta opinion,
fauorecendoa e patrocinandoa corn seu amparo, porque segurando este
o ficara de cumprir bem o que se lhe tern encaregado; e desta sorte o
fica V. A. fauoreqendo a elle, e obrigando me a mi, o que V. A. faria
com mais forga, se me mandasse em alguma couza de seu seruigo, o qual
he a minha ambigio continue, dezejar obedecer a V. A. a quern Deus
guard como dezeja.
Esta Irmaa de V. A.
Catherina R
3 de Marqo
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4- Cod. 970 (K vmi Ic), fl. 63.
VIII
Carta de Gaspar de Abreu de Freitas para o Duque de Cadaval
Ex.-m Senhor
Recebi a de V. Ex.a de 17 de Mayo passado que foi a vnica que
chegou a minhas maos; e por essa razdo nao hauia feito com S. Magde.
a Sra. Rainha a deligencia que V. Exa. diz me mandaua fazer; E agora
quando recebj a que V. Exa. Ihe escreuia estaua S. Magde. mouida de
poucos dias, e como me deo lugar a lhe falar lha entreguej em sua real
mao; e quando me pareger tempo lhe lembrarej a reposta em que he
dificultosissima nto porque o ndo deseje fazer, mas porque o ha de
querer fazer por sua mao propria, e as cousas de Portugal nao as fia
(i) A Infanta D. Isabel, que nasceu a 6 de Janeiro de 1669, filha do Prfncipe
D. Pedro e de D. Maria Francisca Isabel de Saboia.
de outrem, hem seu secretario sabe escreuer em portugues, nem ainda
em castelhano; E sobre tudo Ihe faz muito mal o escreuer, e a hora
que s6 para isso tern he muy desacomodada, porque ou ha de ser logo
despois de jantar, ou despois da cea porque todas as mais estdo repar-
tidas. E muitas vezes me tern dito que deue algumas repostas princi-
palmente as senhoras de Carnide e framengas, e a sua aya, e as outras
donas, e se tem quexado de nao ter tempo para Ihes poder escreuer,
E eu tenho entendido que nao ha cou'sa que fapa mais contra sua von-
tade; except a Sua A., que s6 esse he seu gosto; E he tal seu capri-
cho que tomara ter muitas de S. A. para Ihe responder, parecendo ihe
que de damas he responder, e nao o escreuer sem occasiao. E eu
cuido que mais sentio agora o escreuer Ihe Sua A. de mao de hum
official da secretaria, que a noua viagem de Sua Mag.de. para a Ilha
Tergeira (i). Esta senhora tern hum linhage de amor que se nao sabe
penetrar bern, e he necessario muito cuidado para acertar naquellas
delicadezas. Ategora nao me mostrou a carta de V. Ex*. nem mos-
trari, e se V. Exa. queria que eu a visse, pudera mandar me a copia
como o Principe Nosso Senhor faz, que eu nem corn a licenca de
V. Exa. a hauia de abrir, nem eu tenho o sello de V. Exa. para a
poder ao despois cerrar, quanto mais que nunca hauia de fazer huma
cousa impracticauel. E tambem digo a V. Exa. que esta senhora nao
esta capaz de a molestarem porque Ihe nao falta em que entender de
porta adentro corn esta occasiio do prenhado, como se fora culpada
em o mio logro. Sobre as cousas de Antonio de Sousa de Macedo
tenho escrito a Sua A. muitas vezes e muito largo. E pello que pude
alcangar elle conhece o erro que fez e o emendou com que nio trateu
mais que do seu particular, e como teue auiso do enuiado D. Roberto (2)
que S. A. Ihe perdoaua tratou de apressar a sua ida, e he partido a
embarcar se as Dunas, em huma nao de guerra, que a esquadra ainda
nao teue lugar de partir por falta de dinheiro (3).
Contudo porque El Rey (pello exemplo) nio se contentou da ida
de S. Mgde. para a Ilha, e podia hauer nestes dias ultimos alguma
nuuidade, bom sera preuenilo e esprar os passes deste Ministro, e ver a
comunicargo que tern corn o enuiado Dom Roberto e corn Batauilla (4),
(i) D. Afonso VI desembarcou na llha Terceira em 21 de Junho de 1669,.
(2) Sir Robert Southwell, enviado ingles em Lisboa de 1665 a 1668, tomou
parte aciiva na agitaqio political que levou t anulaqdo do casamento e deposiaio
de D. Afonso VI. A sua acqdo foi decisive nas negociaq6es que conduziram A paz
corn a Espanha em 1668. Ainda voltou a Portugal, como enviado extraordinario, em
Junho de 1668, regressando a Londres, em Agosto de 1669.
(3) Noticia de ter terminado o exilio de Antonio de Sousa de Macedo.
(4) Bario de Vatteville, fidalgo frances ao servico da coroa espanhola. Foi
embaixador de Espanha em Londres e depois em Lisboa.
e logo tratar de que nao esteja na Corte nao interuindo nisso o Prin-
cipe; que he cousa muito facil nao o admitindo a falar, nem ainda de
cortesia como eu aqui fiz, corn o que despejard logo a Corte, e a
quinta para onde elle diz que se ha de retirar. Digo isto porque sej
que elle leua cartas da secretaria, e nao cuido que serdo para Sua A.
para o enuiado inglez, que nesta ultima ocasido ouqo dizer que escreueo
largamente e nto como Portugal lhe meregia, mas o peor he que tam-
bern os portugueses o ajudardo.
Eu estou aqui muito prompto para seruir a V. Ex3. em tudo o
que me quiser mandar de seu gosto, e nao terej outro mayor nesta
Corte que dar me V. Exa. para isso occasi.o. Guarde Deos a V. Exa.
como desejo Londres 28 de Junho de 669.
criado de V. Ex.
que beija a V. Exa. as maos
Gaspar de Abreu de Freitas (i)
ORIGINAL
Cod. 1064 (K vi 18), fl. 375-375 v.
IX
Carta de Gaspar de Abreu de Freitas para o Duque de Cadaval
Exmo Senhor
A Serenissima Senhora Rainha da Grio Bretanha me entregou esta
reposta sua para Va. Exa. e me ordenou que a nao mandasse por terra, e
per essa rezdo nao foi mais cedo as maos de Va. Ex*.; E por que agora
me dizem que se prepare hum pataxo para essa Cidade a acompanho
corn estas regras, desejando muito que em breue cheguem a V'. Exa.
Hauendo anteontem chegado hum nauio e trazendo cartas para
todos, eu me hacho ategora sem alguma de nenhum genero nem pes-
soa; e conforme a isto deuido ter per certa a noua de que eu era
(i) Magistrado corn uma brilhante folha de servigos. Desembargador extra-
vagante e dos agravos da Relagdo do Porto, juiz da alfandega da mesma cidade,
conservador da Companhia Geral do Com6rcio, desembargador dos agravos da
Casa da Suplicagao, corregedor do cfvel da corte, ouvidor geral das terras da Rai-
nha D. Maria Francisca, procurador de Silves nas cortes de 1668, etc. Foi nomeado
em 1668 enviado portugu8s na corte inglesa e, mais tarde, resident junto da
Santa Se, a seguir ao regresso do Marques das Minas, em 1672. Em i de Margo
de 1675 foi nomeado conselheiro do Conselho da Fazenda. Voltou a Inglaterra
em 1679, na comitiva do Marques de Arronches. Ver Doc. xvm.
morto: pois saiba V. Exa. que estou ainda muito vivo e com muitas
forgas para seruir V.a Exa. no que me quiser mandar de seu gosto.
As cartas que trouze sdo de 22 de Julho e nao ouui mais noua
que a de hauer chegado o Sor. Conde de Prado (i), deixando S". Mag.
na Ilha corn saude, e content; o que tudo ja sabiamos pella gazetta
de -9 do corrente. E tambem a Rainha ha muitos dias que teue auiso
9
do perigo a que esteue exposto S. A., Deos o guard, corn um touro
em Alcantara, de que teue particular sentiment. E aqui vem as nouas
voando como pinto a fama; e ja nos contentaremos corn que fordo so
as verdadeiras, e que nao ouuera nessa Corte tantos malintencionados
que procur.o a desunido della e das coroas.
Como Va. Exa. asiste no Conselho de Estado escuso repetir
a V. Exa. outras cousas de que por ali constara a V. Ex.a Cuya
Exma. pessoa guard Nosso Senhor coino desejo. Londres 24 de
Agosto de 1669.
Gaspar de Abreu de Freitas
ORIGINAL
Cod. Io64 (K vi 18), fl. 373
X
Carta do P.' Manuel Dias para o Duque de Cadaval
Ex"0. Senhor
Ja V. Exa. teve noticia da ncssa chegada a saluamento a esta
Corte pello auizo que Ignacio de Mira (2) lhe fes no mesmo dia que
sahimos em terra, e a nao ser dia tao ocupado, o deuia eu tambem
fazer na mesma ocazido para me excuzar com V. Exa. do mao trata-
mento que dei a sua gente: mas o seu sofrimento e a limitagqo das
Saudades (3) me desculparao; a viagem nao foi das mais prosperas
porquanto quazi todo o tempo nos foi contrario, e nella tiuemos huma
tromenta que a nao ser a fragata tio boa podiamos correr algum risco;
comtudo como se chega a saluamento logo a uiagem he boa.
(1) D. Ant6nio Luis de Sousa, filho de D. Francisco de Sousa, marquis das
Minas; teve a merc6 do titulo de Conde de Prado por carta passada a 9 de Junho
de 1664.
(2) aCriadon do Duque de Cadaval que, de Londres, devia passar a La Rochelle
para acompanhar a Duquesa de Cadaval, D. Margarida Armanda de Lorena. Ver
nota I e 2 do Doc. xi.
(3) Nome da fragata pertencente A Rainha D. Catarina.
ARQUIVO
DE
BIBLIOGRAFIA PORTUGUESA
ARQUIVO
DE
BIBLIOGRAFIA
PORTUGUESA
ANO-Vil
ATLANTIDA
C 0 1M'BRA-r961
DIREC(AO DE
Manuel Lopes de Almeida
0 Embaxador de nenhuma maneira quis que Ignacio de Mira
fosse alojar onde eu Ihe queria buscar alojamento, antes me dice que
se lho nao trazia para caza que dentro ao nauio o hauia de hir tirar
por forga: corn que nao foi possiuel escuzarse de hir para sua caza
onde elle o trata como couza de V. Exa., e uerdadeiramente com grande
agazalho; e posso asegurar a V. Exa. que o bom modo do Ignacio de
Mira merece tudo e nao podia V. Exa. mandar pessoa de melhor pro-
cedimeuto nem que soubesse mais grangear as vontades que elle; este
ja grgo moda de tal maneira que V. Ex". o nao conhecera.
Logo que cheguei dei os recados de V. Exa. a S. Magde. e junta-
mente Ihe sertifiquei o quanto V. Ex*. se desuelaua pello seu seruiqo,
ella me dice que nao tinha necessidade de Ihe dizer nada disso por-
quanto ella estaua mui prezente, e conhecia o grande affect corn que
V. Exa. sempre a tratara.
As molheres forgo mui bem recebidas, e esti S. Magde. content
corn ellas; mas para a terms de todo aqui sigura falta o effeituarse a
vinda de hua senhora titular para Ihe ter aqui companhia, e ir corn ella
onde leuar gosto, porque de outra maneira ficara isto como de antes,
e nunca a teremos quieta pellas rezois que eu 1i dei a V. Exa., e so
fazendosse o cazamento de D. Francisco (i) corn a Senhora D. Antonia
de Noronha e vindo ella para esta corte cornm o titulo de Condega ficara
tudo isto sossegado que de outra maneira nunca o ha de estar; e por
mais que as pessoas que andao junto della a persuade, e que tenha
paciencia, e que consider o risco em que poem sua pessoa e esse
Reino nada h6 capaz de a satisfazer; e dis que pois querem, e he
conueniente que ella uiua aqui que a ajudem de la a leuar a crus man-
dando Ihe huma pessoa corn quem se possa aliuiar, e ir para onde
quizer sern leuar consigo pessoas de quem ella tao pouco gosta, e corn
quem entende anda uendida; o pedir a Senhora D. Antonia de Noronha
para mother de D. Francisco he por the mandarem dizer de Lisboa
que a Senhora D. Catherina da Silua e Noronha era doente, e que de
nenhuma maneira queria se effeituasse o cazamento corn ella senao
corn a mais pequena porque ella se falara primeiro, e que era a que
mais lhe conuinha; tudo isto que aqui digo a V. Exa. sao resois que
passarao entire mi, e ella, e nao obstante que eu pus minhas dificulda-
des para se effeituar o cazamento corn esta Senhora mais mopa ella
dice como o andar a outra Senhora palida era de ter comido barro de
que poderia estar logo boa, nada foi bastante antes me dice que ella se
tinha inconformado melhor que eu, e que D. Catherina estaua o mais
do tempo fora do Pago a curar se, e que nao queria fazer aqui hum
(t) D. Francisco de Melo, fidalgo que acompanhara a Rainha e fazia part
da sua casa desde a chegada a Inglaterra.
185
nouo hospital porque ella era doente D. Francisco e sua Irma doentes
e esta senhora tambem doente que donde hauia de ir buscar enfermei-
ros para tanto doente/palavras suas/sobre tudo ella escreue a S. A.
e .a V. Exa. e pellas suas cartas se podera la uer qual he a sua vontade.
No tocante ao titulo de Visconde a D. Francisco nao ficou tdo pouco
satisfeita, nem o ha de nunca estar ate se Ihe nao fazer da maneira
que ella o pede; n.o obstante as rezois que eu em particular lhe dei
sobre este negocio pressuadindoa a que cresse o quanto S. A. dezejaua
fazer lhe o gosto em tudo, e que a nao auer tanto obstaculo para S. A.
fazer esta merce a D. Francisco lha hauia ja de ter feito.
Os presents de S. A. e da Rainha fordo ca mui celebrados prin-
cipalmente .a cama, e el Rei mesmo me dice que nio tinha uisto leito
melhor que aquelle; todas as mais couzas uinhdo corn muita prefeigao
e assevo.
A Rainha Nossa Senhora me dice que ja tinha agradecido a S. A.
a merce que foi seruido fazer me e eu lhe related os muitos fauores
que recebi de V. Exa. em que entendo tem tambem falado a V. Exa.
na que Ihe escreueo a posta passada n.o me esqueceo em Ihe aduertir
o que V. Exa. me dice acerca de lhe escreuer em frances; Agora pesso a
V. Exa. seja seruido querer senificar a S. A. o meu agradecimento
juntamente o zello que tenho do seu seruigo e a Princeza que Deos
guard que a melhor pessa que ueyo a esta Corte foi o retrato da
Senhora Infante (i), que todos se admirdo de que haja tanta beleza
e elRei me preguntou muitas uezes se era certo que aquella pintura se
parecia corn sua sobrinha; a Rainha a tern posto em hfia rica moldura
na sua camera bern defronte do seu leito; pego a V. Exa. escuze esta
minha confianqa em Ihe tomar o tempo, e me queira mandar em tudo
o que for de seu gosto pois em todo o tempo me honrarei muito do
titulo de
Criado de Vossa Ex".
Manuel Diaz
O nosso Armenio tenho entrodozido
de tal modo nesta Corte que me parece
nio ira mais a diante corn a sua viagem (2).
ORIGINAL
Cod. 1064 (K vii 18), fl. 369-370
(i) D. Isabel, filha do Principe Regente D. Pedro e de sua primeira esposa
D. Maria Francisca Isabel de Saboia.
(2) No topo da ultima pagima esta a seguinte nota aut6grafa do Duque:
*Manuel dyay. O p.e Manuel Dias fazia parte da casa da Rainha D. Catarina e
parece ter sido seu confessor. Em 1679 acompanhou a Inglaterra o embaixador
Marques de Arronches. Ver Doc. xvm.
Carta do P.' Manuel Dias para o Duque de Cadaval
Londres -4- de Julho de 1675
24
Senhor
Hoje fas 20o dias que uim acompanhando a Ignacio de Mira ate
bordo de hfi dos pataxos delRei em que foi as Dunas corn todo o fato
a meters na fragata de nome de Portsmouth e dali foi acompanhando
elRei ate o dito porto, onde eu lhe mandei hii expresso corn as nouas
de ter ja chegado a dispensa a Paris (i); e logo se comessou apressar
para partir para a Rochela onde espero estara ja por correrem todos
estes dias ventos bellissimos; e eu creyo que a Sra. Duqueza (2) estara
por toda esta somana na Rochella conforme os auizos que o Embaxa-
dor teue a posta passada.
A Rainha, e mais Corte se estfio deuertindo em Windsor, e como
ella se rezolueo a mandar a Antonio Toscano (3) para esse Reino por
nio ter ca em que o ocupar; me foi forcozo uir a esta Cidade para o
auiar e embarcar; Sua Mai e Irmris ficio ja corn suas rendas assen-
tadas que sio mil, e quinhentas liuras cada anno que fazem na nossa
moeda dez mil, e quinhentos cruzados, e demais disto lhes tern S. M.
dado muitas couzas que lhe tern custado muito dinheiro de prezente. Nio
ha nada de nouo de que se possa auizar, o Embaxador escreue a V. Ex.,
e the deue dar mais meudamente nouas de tudo: no entretanto ueja
V. Ex*. se me quer ocupar em tudo o que for de seu gosto pois me
honrro muito de
Criado de V. Exa.
Manuel Diaz
ORIGINAL
Cod. io64 (K vn 18), fl. 36i.
No verso, da letra do Duque: aDe manuel diasD.
(1) Dispensa para o terceiro casamento do Duque de Cadaval, que se reali-
zou em Paris, por procuragio, em 25 de Junho de 1675.
(2) 3.* mulher do Duque de Cadaval, D. Margarida Armanda de Lorena,
filha de Luis de Lorena, conde de Armagnac e de Harcourt, estribeiro-mor de
Luis XIV, rei de Franga.
(3) Ver Doc. xi.
Carta de D. Catarina para o Principe Regente D. Pedro
Meu Irmao. A ida de Antonio Toscano, me fas escreuer uos,
corn esta press que nao he just que elle ua sem carta minha,
suposto nao tenho tempo, mais que para uos dizer, que eu me acho
mui satisfeita da boa escolha que uos fizestes, de Donna Anna sua may
e irmaans para me uirem seruir e polla boa uontade corn que uejo se
dispoem para o fazerem, julgo, eu me darei, por mui bern seruida, que
allem deste amor uir de long, acrese lhe, o conhecerem uos sera agra-
dauel, e asi uos pego queirais que seu Pay e Irmao, uos achem tao
propicio e fauorauel, como eu espero ellas me saberao merecer, e
querei fazer isto que uos pego, pois nao he muito que tomeis muito
a Vossa conta os Portuguezes que aqui estao, para os considerar, pois
em nenhuma couza me podeis obrigar tanto e dar me gosto como nesta,
e nao uos sera dificultozo por serem poucos e gente arezoada, e em
ordem a minha uida e saude mui principal, pois he so a que contribute
ao meu gosto. Mais uos tenho dito que intentaua, mas chegando a
este ponto nao sei tomar medidas, que parecendo este negoceo alheo,
he mais meu que de particulares, estes dezejo eu e espero que uos
examinareis corn uosco mesmo, entendendo eu o que eu uos quero
dizer nestas succintas regras, que pois tinha portador seguro, uos falo
tao claro, e de boa uontade, eu a tenho bem boa de continuar esta, mas
como a mortificaqio em mi nao he couza noua acomodar me ei corn
ella, pois me nao posso deter que se ajuntou a minha jornada, corn a
do portador, pois neste dia eu uo para o campo adonde vosso Cunhado
ja esta; e esta embarcagao sucede irsse no mesmo e por isso nao
passo daqui. A Deus que uos guard como eu quero e dezejo desta
muito e sempre vossa
Catherina
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4, Cod. 970 (K vii Ic), fl. 71-72-
XIII
Carta do P.' Manuel Dias para o Duque de Cadaval
Senhor
Nao obstante que sei tomo o tempo a V. Exa. corn a leitura
destas regras he tal o dezejo que tenho de me mostrar em todas as
ocaziois agradecido aos fauores que nessa Corte recebi de V. Ex'., que
nao estranho o notarem me ja de importuno.
Nesta ocaziao em que uai a mother do consul escreue S. Magde.
que Deos guard, a Rainha duas cartas huma he em reposta da que
eu trouxe; e a outra de pezames da morte do Duque de Sauoya; esta
mother dice a Rainha se hia corn tanta press que lhe nao deu mais
de huma noite de tempo para escreuer: se bern depois se deteue muito
pellos tempos serem contrarios e como esta mother deu tanta press,
a Rainha nao teue lugar de mandar algumas couzas que tinha teng o;
pode ser que em passando a forga do inuerno se rezolua a mandar as
Saudades (i) e entdo as leuara.
Ja auizei a V. Exa. em como a muitos dias que el Rei mandou
leuantar o Parlamento e como aqui se tern deitado alguns papeis e
pasquins escandalozos contra el Rei e seu gouerno (2); e elle anda
corn alguns receyos pellas muitas guards que sempre tras consigo de
dia e de noite; ha tres dias mandou sair huma proclamacgo em a qual
manda que dentro em 15 dias se extingugo todas as cazas onde se uende
huma bebida que chamdo Cofi, e chocolate, e te, e sorbetes porquanto
nestas cazas se ajuntaua a mayor parte do pouo desta Cidade e ali se
nao fazia outra couza mais que dar nouas e murmurar del Rei e seu
gouerno e quando o Parlamento esta assentado e tern algumas couzas
que porpor antes que la se fallem se dizem ja ca por estas cazas por-
que os donos dellas para atrairem mais freguezia pagao mui bern a
quem Ihes da estas inteligencias; nio sei como se tomara isto porque
se aruina muita gente.
A Rainha que Deos guard anda agora boa e ao que parece mais
alegre que de antes, Deos a console e Ihe de paciencia para leuar a sua
crus, que he assas pezada.
Nesta ocaziao mando a V. Exa. por uia de Manuel de Moira
huma caixeta, dentro uai hum frasco do melhor e mais excellent
tabaco que se pode achar nesta terra onde todos o tomao, dentro no
frasco uai hum ferro corn que se enchem as pipas (3) de que na mesma
caixeta uai tambem prouizdo, e a molher do consul leua tambem tres
canas ou bambus dos que agora aqui se costumao que eu tambem
ofereqo a V. Exa., e espero escuze esta minha confianpa; as que
V. Exa. me tern dado me poderdo agora seruir de desculpa; ficando
(1) Nome da fragata pertencente A Rainha.
(2) Alusdo b prorroganio do Parlamento por 15 meses, ordenada por Car-
los II e re'acionada corn a sua political de alianga corn Luis XIV, rei de Franqa, e
dos subsidios fornecidos pelo soberano francs; trata-se do chamado *Pension Par-
liament*.
(3) Cachimbos.
sempre muito as ordens de V. Ex'. que Deos guard Londres 2 de
Janeiro de 1676.
0 mais obrigado
Criado de V. Exa.
Manuel Diaz
ORIGINAL
Cod. io64 (K vu 18), fl. 371-372.
XIV
Carla de D. Catarina para o Duque de Cadaval
Nio he boa disculpa que porque tenho escrito muito estes dias,
vos nio escreuo agora de m'o propria, mas para vos nao sao necessa-
rias disculpas; pior fora deixar de vos escreuer nesta ocaziio em que
parte as Saudades, e em que eu me acho deuedora de tantos agradegi-
mentos ao vosso zello, e a vossa vontade, pello que de contino obrais
em tudo o que me toca. Mas como em vos nio he nouo este costume,
tambem em mi o nio he este conhecimento. Ja vos insinuej o bem
que me tinha achado com as vossas inculcas, e cada dia me acho mais
satisfeita de todas as gentes que de lA me vierio, e por isso mesmo
quizera que me mandareis ainda outras de que nio necessito menos, e
em que entro corn major empenho como vos sabeis. A comfianga que
tenho em vos, e em que vos nao descuidareis de um negocio que tomas-
tes tanto a vossa conta, fas que eu vos nio repito mais vezes as lem-
branqas delle. E de outra parte o escrupulo que fago de que este meu
silencio pode parecer descuido, ou mudanga, me obriga a vollo tornar
a emcomendar agora de nouo; pois nao so as rez6ens sio ainda as
mesmas, mas o dezeio he cada vez major de ver a Dom Francisco
acomodado. Bem sej que se isto dependera de vos s6, que muito
tempo ha que eu tiuera tido este gosto, porem tambem emtendo que
ainda que no depend de vos s6 esse negocio pello menos que de vos
depend a maior parte delle, pois a vossa prudencia e a vossa aplica-
qio poderio acabar corn meu Irmao e corn minha Irman, o que falta
para fazer nesta material. Vos comegastella tam bem, e elles mostra-
rio tanta disposigio para ella, que sera lastima que tio bons principios
nio produzio melhores fins. Eu escreuo de nouo ao Principe sobre
jsto; e estou certa que se vos quizerdes representar Ihe todas as rez6ens
que tenho para esperar que elle me nio negue este fauor, o pouco que
isto Ihe custa, e o muito que me acomoda, que nao deixara elle de me
dar este gosto; como em tambem nio deixarej de reconhesser sempre
nos vossos particulares todo o seruiqo que vos me fizerdes neste.
Escrita em Whithall a 12 de Mayo de 1676.
Catherina R (i)
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4- Cod. 970 (K vim Ic), fl. 67.
XV
Carta do P.' Manuel Dias para o Duque de Cadaval
Senhor
As obrigagois que sempre confessarei deuer a V. Exa. nao me
permitem deixar de fazer o que deuo, inda que seja notado de impor-
tuno, principalmente auendo esta ocaziio da fragata Saudades; nella
uio dous religiozos Arabidos que pedirio licenqa a Sua Magde. para
irem uer seus parents, e voltarem, corn que antes que se acabe o
uerio os esperamos ja de volta nesta Corte, nio obstante o ir a fregata
a Tanger, e Cadis.
A Rainha que Deos guard anda hoje melhorada de seus acha-
ques mas sempre corn as mesmas afligois, Deos lhe de paciencia para
as poder sofrer.
Na posta passada recebeo o Embaxador huma de V. Exa. corn a
noua de auer S. A. perdoado a Albano Viloni que elle logo deu a
Rainha para que ella uisse quam bem obedecidos sAo os seus preceitos;
S. Magde. o estimou muito e sabe mui bem o quanto V. Exa. trabalhou
da sua parte para reduzir a D. Francisco Mascarenhas a que comdes-
cesse corn a vontade da Rainha, paresse me que S. Magde. mandara
escrever ao dito agradessendo lhe a fineza que fez por seu respeito.
Por hum nauio que sahio daqui ha muitos tempos mandei a V. E.1
tres canas das que aqui se uzao, e hum frasco de tabaco de pipa do
melhor que aqui se toma imaginando que V. Ex.a me faria a honra de
o aceitar, perdoando a minha confianga e de querer que eu o prouesse
todo o anno delle contentando lhe; disto nio hei tido auizo nem ainda
de que fosse entregue; Se V. Exa. Ihe agrada e for seruido que eu Ihe
faca este prouimento me auize por hum criado que eu nio espero nem
quero que V. Exa. o faga que bem sei as muitas ocupagois que V. Ex'.
tern que nem para outras couzas de mayor importancia lhe dio lugar,
bastame saber o gosto de V. Ex'. seja por qualquer uia que for.
(i) Assinatura aut6grafa.
Pella fragata Saudades tinha a Rainha tengdo de mandar algumas
couzas a SS. AA., e dandosse me. noticia disto, e uendo eu que erAo
couzas de nouos empenhos fis tudo o que me foi possiuel para dissua-
dir a S. Magde. desta tengio por S. A. mo emcomendar assim mui
deueras.
A Rainha uendo que se lhe punhio obstaculos ao que queria
mandar se rezolueo a nao mandar couza alguma, somente me dice que
da minha parte mandasse essas bagatellas que ahi udo sem que se
entendesse que ella interuinha alguma couza nisso; tambem me dice
auizasse la lhe nao mandassem nesta ocazio cousa alguma por que de
tudo esta agora prouida que quando ouuer mister algumas couzas como
sdo pucaros agoas de cheiro prezuntos e fruta que ella promete de os
mandar pedir e lhe uirdo, em qualquer nauio mercantim; porque de
pucaros e frasqueiras de aguas esta tdo prouida que ja nao ha onde
meter os caix6is porque de todos os conuentos Ihe tern mandado grande
copia.
Somente quer se made la dar algum uinho dos armazens ao
Capitgo para fazer beberaje para a gente porque deixou aqui quazi
today a serueja que leuaua para a. uiagem para poder receber o fato, e
caix6is que uai nella.
0 Embaxador fica em mizerauel estado de cabedais por falta das
mezadas e como El Rei tirou as menzas uesse em grandes apertos bern
creyo que V. Exa. fara da sua parte o que puder para que se lhe acuda
mas no interim he necessario que sofia todos os inconuinientes que
tras a falta de dinheiro. De nouo me torno oferecer para tudo o que
for do seruico de V. Exa. onde dezejo empregar todo o meu prestimo
pois me confesso mui obrigado aos fauores de V. Exa. que Deos guard.
Londres de Mayo de 1676
Criado de V. Exa.
Manuel Diaz
ORIGINAL
Cod. 1064 (K vn 18), fl. 367-368.
XVI
Carta de D. Catarina para o Principe Regente D. Pedro
Meu Irmio. Temo que, uos cangeis, de terdes.as minhas cartas
se todas, uos chegarem as mdos, que uos tenho escrito, em poco mais
de quinze dias, a data da primeira 5 de setembro, da segunda de 14,
a qual enuio, por hum bom relligiozo, da Arrabida, que deixa o meu
seruigo corn bem forgossa rezdo, aconselhando lho assi o meu medico
Doutor Mendez corn bem pouca esperanca de saude, so se funda na
patria, e tal patria, a este mesmo sugeito polio ser, de prendas, cujo
nome he frei Luis da Crux (i), encarreguei, particularmente, pois se
Ihe offerecia esta jornada, e nto estar la em segredo, este meu dezejo,
pois huma criada minha Ingleza, me pedio ja allojamento por Ihe
escreuerem, de la ay prepara96es para esta mudanqa, e pois isto fas
ja tanto ruido, me pareceu conueniente, fazer uos, a saber os meios
acomodados para se conseguir, elle me prometeu, reprezentar uos o
que Ihe mandei se tiuer a honrra de ser admitido, uos Ihe dareis essa
permissao pois como testemunho de uista, pode melhor imformar, dos
meus dezejos, e necessidade, asi para eu ir, como que aja quem o possa
procurar se isto nao fora mui vrgente, nunca o eu pedira, que estou
mui obrigada ao vosso enuiado que he deuotissimo ao meu seruiqo,
mas o meu negoceo he de sphera hum pouco alta para se effeituar,
por medianias, uos entendeis, isto melhor do que uollo eu sei explicar
pois bem o mostrastes, agora, nas grandezas quzastes (sic) de que os
nauios que de la uem, estao todos cheos, o que eu me alegrei muito
de ouuir, uos vzastes da vossa costumada grandeza, a particular, e
dobrada, que fizestes ao que foi Capitio das Saudades, vos agradeco
mais, que propria, que tenho grade vaidade da vossa stimagio, e que
o mundo ueja, que, me sabeis pagar, o que todos confegqo uos eu
merego, comecei corn temores de prolixa parece que o uou sendo.
A Deus ate outra occazido 18 do mesmo (2)
I[rmd] a[ffeicoada]
C[atherina]
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4 Cod. 970 (K vm Ic), fl. 88.
XVII
Carta de D. Catarina para o Principe Regente D. Pedro
Meu Irmlo. Auendo me elRey despedido o meu Camareiro mor,
a dias, dandosse por mal seruido delle, e nao sei se foi este o vnico
motiuo que teue para este effeito, o se tdobem entro a valia de outrem
pera recomendar, a quem eu sabia de serto, me nao seruiria corn o
zello corn que eu experimented no expulso, valendo me da forpa das
(t) Foi professor de filosofia no colegio de S.to Agostinho, prior de Evora
e provincial da sua ordem, muito respeitado pela cultural e prudencia do seu espl-
rito. Faleceu em 1720.
(2) Cf. corn a carta anterior do P.e Manuel Dias, para o Duque de Cadaval.
minhas rez6es e priuilegios recorri a elRey por uia do embaxador, no
qual elle me seruio, tanto a meu gosto, como sempre costuma fazer,
elRey nao so o ouuio mas deferio ao que eu lhe pedia confirmando o
a elle no dito officio, o que pera mi foi de grande satisfa9do, polio
sogeito e pella religiao, e juntamente por uencer huma grande oposiago
que me encontraua, o que nao he nouo nesta pessoa, e se nao fora a
pessoa do embaxador nada disto se pudera efteituar, ao que eu nao
pudera fugir, por elRey estar resolute a me preferir so quem me nao
conuinha e nao auia outro meyo pera euitar isto nem elle o admitia
senlo esta escolha, do qual ele esta mui satisfeito que se asi nao fora
nao na fizera. Eu pego uos que vos nao descentenseis della pois e
geralmente aprouada, e dai me licenga pera em outra occaziAo uos
dizer o que agora me falta por nao ter tempo muito A[ffeicoada]
[Catherina]
No verso: Ao Princepe de Portugal meu Irmao.
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4 Cod. 970 (K vm Ic), fl. 59.
XVIII
Carta de D. Catarina para o Principe Regente D. Pedro
Meu Irmao. Consta me tendes, por outras uias, bastantes noticias
do estado prezente de minhas couzas, e he a rezao de eu o nao fazer
por mino propria, sendo por outra parte, minhas molestias de qualidade,
que me impedem ate este aliuio de dezafogar comuosco minhas penas.
Temos de prezente asentado o nouo Parlamento, se bern a maior part
dos uogais do passado, tornario a ser eleitos, e corn isto, nio podemos
esperar melhoras nos effeitos; e ia corn elRey tiuerio desgostos em
materials de porte (i). La tereis ia notigia da said do Duque nao so
da Corte, mas do Reyno, por mandado delRey seu Irmlo (2). Foi
resolug9o ndo esperada, por se ter por gerto que elRey o deflenderia
(i) Referencia ao chamado aHabeas Corpus Parliamenta, que tomou
aassenton em 6 de Margo de 1679.
(2) 0 Duque de York deixara a Inglaterra, a pedido de seu irmio, a i3 de
Margo de 1679 ; desde a aprovagio do (Test Acts, o Duque havia resignado o seu
posto de .Lord High Admiralm.
sempre, sobre rez6es tio manifestas, por ser Princepe de valor, e ter
seruido corn grande fidelidade, e vtilidade, mas o temer a furia do Par-
lamento parece fes fechar os olhos a tudo e tomar rezolugao tao con-
traria ao affect corn que ama a este Irmao, que Iho merece muito.
Semelhantes rezulu96es fazem temer, que se se intentarem outras pode-
rao ter o mesmo fim. De minha parte estou serta tenho summa inno-
cencia no que a malicia me impoem. E taobem estou gerta a conhece
elRey, e todos que tern iuizo, mas para os maos, nao ha maior crime
que a innocencia, espero acudira Deus polla uerdade, em suas maos estou
posta, e dezejo conformar me em tudo com sua Diuina vontade (i).
Mandai la continuar ora96es e obras pias para nos ajudarem a ser
ouuidas. Tenho noticia que podemos esperar aqui o Marques Emba-
xador dentro em pocos dias, esta Corte esta de prezente tio embara-
gada que temo nao seja reqebido corn aquelle applauzo que eu dezejo (2).
Faremos quanto pudermos. Como chegar tera cuidado de uos fazer mais
larga imformagio do que achar, e eu taobem o farei emquanto puder,
pedindo uos n&o me falteis corn uossa asistencia, pera me ualer della em
tao duros golpes. A Deus que uos guard mais que a mi, como eu sempre
Ihe pego. Mar0o 17.
desta infelis Irmia
mas muito uossa e sempre fiel
Catherina (3)
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4 Cod. 970 (K vm Ic), fl. 65.
XIX
Carta de D. Catarina para o Principe Regente D. Pedro
Meu Irmio. Jolo Pereira, me pedio licenga para fazer esta via-
gem, eu lha dei corn toda a vontade, se puder fazer nella algum seruiqo
(i) Alusio aos tragicos acontecimentos conhecidos corn o nome de ,,Popish
Ploto e em que se situa a acusaqgo de alta traiggo feita por Tito Oates contra
D. Catarina na Camara dos Comuns, em 28 de Novembro de 1678.
(2) Referencia ao Marques de Arronches, Henrique de Sousa Tavares, que
partiu de Lisboa em Fevereiro como embaixador junto da corte inglesa; foram na
sua companhia Gaspar de Abreu de Freitas, Domingos Barreiros e o P.e Manuel
Dias. Chegou a Londres em fins de Abril e teve a sua primeira audiencia de
Carlos II no dia t9 de Maio de 1679.
(3) Esta carta, do ano de 1679, foi por mim publicada, em inglis, em Ninth
Annual Report & Review, da sHistorical Association-Lisbon Branch,, Lisboa, 1945,
p. 564-565.
a Raynha Minha IrmAa, e para quando despois voltar, me trazer nouas
mais frescas vossas, pois he so o que neste mundo dezejo ouuir, nio
sei bem o como uos disto estais inteirado, pois offerecendo uos eu por
tantas uezes esta uerdade, uejo o poco que a ella uos posso persuadir,
pois nao tomais o caminho para se effeituar, que bem sabeis uos que
negoceos graues, nao se fazem se nao por Embaixadores, quando come-
gei esta nao intentei proseguir esta material, que nao he o tempo acomo-
dado agora, so uos peqo me empregueis em couzas de vosso gosto, que
esse me nto podera botar nunca a fortune seja a que for. A Deus.
Irmaa toda Vossa
C[atherina]
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4- Cod. 970 (K vm Ic), fl. 94.
XX
Carta de D. Catarina para o Principe Regente D. Pedro
Meu Irmao. Ainda que o Marques (i) me da cada dia occazi6es
de penna, nao uos fasso queixa por uos nao molestar, mais quero leuar
minha penna que dar uos huma minima occaziao della, agora he forga
o fazer uos a saber o que de nouo aconteceu, que eu senti mais a uosso
que a meu respeito. Por estar a mais de hum anno, sem Estribeiro mor,
por desterro do meu que era Catholico, se empenhou elRey nomeasse
hum frances, grande seruidor seu e todo do Duque, meu cunhado, e de
maior prestimo para meu seruico nesta occaziao, que podia ser sobre
ser mui affeigoado as couzas de Portugal, por ser sobrinho do Marishall
de Turena, so poco afeicoado aos do partido, a que inclina o Marques.
Hontem fiz a nomeacgo corn aprouacgo de toda a Corte, so o uosso
embaxador se ouue, na minha Camara, diante dos principals da Corte,
com demonstrag6es tdo pouco corteses, que derdo motiuo de escandalo
aos prezentes, e os sentio sobre maneira elRey e me disse algumas
couzas pezadas contra o Marques, que corn estas demonstrag6es e
outras se dezacredita a si, e nao pouco a uos, que he o meo maior
sentiment, pois o ueio passar nesta Corte por ridicolo e tudo se elle
fas pollos maos terms que tem commigo, fiandosse so de meus inimi-
gos, e desuiandosse e nao dando credit aos que me sdo fieis. Isto o
(i) Marques de Arronches, embaixador de Portugal. Ver nota 2 do Doc. xvim.
malquista a elle, e uos nio acredita, que he a minha maior penna, pois
em negoceos tio graues esperauio se escolhesse a pessoa de maiores
talents: tudo sao mortifica96es para mim, pesso uos a nao tenhais
mas sem elle se pode ser Ihe mandeis por algum remedio, pois parege
que basta o que sofro aos Inglezes, sendo so a minha consola9io que
sofro por uos e pela minha patria que tanto amo, e duro e pera mim
muito nouo, que nenhum portuguez tenha parte nas minhas desconsola-
q6es. Peqo uos queirais atalhar isto, pois podeis, ainda que o Marques
se iacta, que as minhas penas nio do de ter recurgo e me fas tio mal
aceita a uossos olhos, que fas os meos fontes perennes.
TLobem tenho corn aprouaqio e gosto delRey feito eleigio de
Joseph Carneiro pera meu seruigo, pera asistir comigo na minha
Capella, por me achar sem algum criado catholico, sei leuais gosto
nesta ellei9do, e me bastaua pera a fazer saber uos servir corn fideli-
dade e entender me seruida corn semelhante mas, cada ues que uos for
necessario pera uosso seruiqo o largarei corn muito gosto.
Faqo conta mandar recolher pera a sua prouincia a frei Paullino
da Estrella (t) hum dos meus cappellges, que por ordem minha se
passou, o anno passado pera Flandres, alguma cauza deu, que nao
podia dar cuidado, nao merege tanta nota, como ouqo querem alguns
ou pouco affeicoada ou demaziadamente zelloza. Estimarei que corn
hum recado da vossa parte, entendco os prelados nao merece o rel-
ligiozo pena, nem pella cauza que deu nem pella auzencia do seu
Conuento, que foi ordem minha, e nto vontade sua. Espero boas
nouas uossas pera aliuio de minbas grandes penas, pois lhe nao posso
chamar de outra sorte, quando uejo o muito que se trabalha por se
meter desuniao entire duas almas que so uiuem huma da outra. Peco
uos que nao acabem isto comuosco meus enemigos, que comigo nao
consiguirdo mais que a confusao de uer o poco que seus lazos pera
mi montgo, que fazer nouas prizes ao meu tao verdadeiro amor, o ser
este tao grande me fes sentir infinite ouuir que a minha linda sobrinha
estiuera achacoza, a Deus gracas ia ougo melhores nouas que me deixAo
fora de cuidado. As deste Pais ficdo para melhores rellatores, uos as
tereis de toda a casta de nouellas e comedies, que as minhas ordina-
riamente sao tragicas, que buscando todos os caminhos por nenhum
(i) Franciscano da provincia da Arrabida que esteve durante dezassete anos
ao serviqo de D. Catarina. Desenvolveu grande actividade nos socorros espirituais
aos enfermos durante a grande peste que grassou em Londres durante o ano de 1665.
Obrigado a deixar a Inglaterra por motivo, em grande parte, da perseguigio aos
catblicos, veio a falecer no hospital da sua ordem, de contagio contraido junto dos
enfermos no ano de 1683. Publicou em Londres, em 1667, um livro de versos dedi-
cado a D. Catarina, e intitulado Flores del Defierto cogidas en el jardin de la clau-
sura minoritics de Londres.
content, nao tomeis por vosso Cunhado que estranho e enexplicauel
o carinho comn que me trata e o como toma tudo o que me toca a sua
conta pera defender minha inocengia, he serto que so a vossa eu pode-
rei deuer mais, he uerdade que testemunha a minha candides a qual
pera comuosco elle sera a que minhia obrigassao pede e meu amor
requere. A Deus. 22 de Dezembro
I[rmd3 m[uito] a[ffeivoada]
C[atherina] (I)
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4- Cod. 97o (K vim ic), fl. 55.
XXI
Carta de D. Catarina para o Principe Regente D. Pedro
A de V. A. estimei muito, e juntamente segurar me o portador
della, que lograua V. A. a saude, que eu sempre Ihe saberei dezejar.
Deus lha continue pera seu seruigo, como Ihe pe;o, ueja V. A. se quer
alguma couza deste Reyno, ou de mi que nio achara alguem pera Ihe
obedecer mais prompta, como tenho de obrigac&o, a Deus que guard
a V. A. como dezejo. Oje 4 de dezembro.
Irma mui
affeigoada
Catherina R
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4- Cod. 970 (K vm Ic), fl. 57.
XXII
Carta do P.' Manuel Dias para D. Pedro II
Senhor
A grande afligio e consternagio em que neste dia uejo a minha
Ama a Rainha Irma de V. Magde. corn a morte delRey Seu Marido,
re obriga a fazer estas regras lembrado tambem que V. Magde. me
(i) A Rainha terminou a sua carta corn as seguintes siglas 1 M A C, Esta
carta foi por mirim publicada, em inglas, no Ninth Annual Report & Review, da *His-
torical Association Lisbon Branchn, Lisboa, 1945, pp. 565-567.
ordenou, quando ultimamente estiue nesse Reiro, que auendo algum
sucesso de importancia o ffizesse a saber a V. Magde. Assim o fago
agora nao obstante que bem creyo tera ja V. Magde. esta noticia por
diuersas vias, tanto do Inuiado Joseph de Faria (i) como per outras
pessoas.
Segunda fra. do corrente as sete oras da menhg se levantou
12
elRey da cama alguma couza quebrantado por nio auer bem dormido,
e assim despido corn a sua roupa de camara entrou no seu retrete onde
esteue so, pertp de meya ora, e saindo para fora se assentou na cadeira
para lhe fazerem a barba, e asim que se assentou Ihe deu hum acci-
dente de aperplexia tAo uiolento, e corn tanta forga que esteuc tres oras
serm pulso nem sinal de vida; a forga de remedios tornou alguma couza
em si, e pouco a pouco se foi achando milhor; corn que a terga e quarta
feira dezido os medicos que elle estaua fora de perigo, e em effeito
asim paresia no tocante do accident de aperplexia, porque tornou ao
seu juizo perfeito, e sem sinal algum do tal accident: mas as forgas
dos remedies que Ihe tirarao aquelle mal da cabega Ihe fes corromper
os humores no corpo de maneira que a quarta feira a noite se Ihe des-
cobrio uma pouca de febre a qual foi cressendo de tal sorte que a
quinta feira ao jantar esteve quazi morto, e dali por diante comessargo
os medicos o desconfiar da sua vida e elle a tratar cda sua alma que
podemos esperar estara gozando da Gloria (2).
Os meyos para alcancar esta segunda Croa de gloria forio bern
raros e dignos de grande ponderagdo; porque mistiriozamente sucedeo
que a mesma pessoa que auia trinta e quatro annos foi o principal ins-
trumento em lhe saluar a uida, o fosse tambem agora em Ihe saluar a
Alma (3); de tudo isto dei eu noticia a Joseph de Faria muy particular-
mente, e elle creyo a deue dar a V. Mde. corn toda a meudeza e cir-
cunspe4c;o de segredo que requere o cazo.
Da quinta feira ao Jantar por diante foi elRey sempre achandose
peor, e peor, corn que a meya note para a huma ora chamou seu
IrMao e Ihe disse tomasse os seus calcois e algumas outras couzas
que tinha a cabiceira, por que a sua vida era acabada, assim foi
(i) Foi enviado extraordin.rio em Inglaterra de 1681 a 1685, e em Madrid
em 1688. Alem de conselheiro dos Conselhos Ultramarino e da Fazenda, serviu de
secretirio de Estado por impedimento de Mendo de Foyos Pereira. Desempenhou
ainda o lugar de guarda-m6r da Torre do Tombo e de cronista mbr do reino, por
cartas de 25 de Janeiro e ii de Abril de 1695. Morreu em Lisboa a i5 de Setembro
de 1703. Genealogista e bibli6filo, juntou uma livraria de valor que vendeu, poste-
riormente, ao Conde da Ericeira, D. Francisco Xavier de Meneses.
(a) Alusao a conversio de Carlos II ao catolicismo.
(3) Aluslo ao ao P. Joo Hudleston que salvara Carlos II depois da batalha
de Worcester, em i65i, e lhe administrou os ultimos sacraments.
continuando ate a sexta teira pella menha, sempre com o seu juizo.
prefeito.
Os medicos uendoo corn algum alento Ihe dergo huma sangria no
pd mas sem esperangas de sucesso; despois da sangria respirou alguma
couza milhor, mas as noue para as des conheceo elle mesmo chegada
a ultima ora. Chamou seu Irmao, e Ihe emcomendou a Rainha minha
ama, e todos os seus Criados, e juntamente seus quatro filhos machos
nomeandos hum por hum que forio o Duque de Grafton, o Duque de
Northumberland, o Duque de Richemont, e o Duque de St. Alban;
mas nao fallou huma so pallaura no de Monmouth, nem tao pouco nas
filhas. Logo chegardo junto do leito muitos dos principals Senhores e
o Conselho de Estado a quem dice que da sua parte fossem pedir per-
dio a Rainha sua Molher, e que elle o pedia a seu Irmio e a todo a
seu pouo, e que Ihes ordenaua que logo em espirando proclamassem a
seu Irmao James Segundo Rey e mandou sair todos fora. Das des oras
por diante Ihe comessou a ir faltando a falla, e as onze oras e tres
quartos deu Alma a Deos trocando esta vida temporal pella Eterna, e
a Croa do Reino pella da Gloria.
A Rainha minha Ama esteue corn elle ate a quinta feira a noite
nao obstante os muitos desmayos e accidents que Ihe dauao, corn que
sempre a trazilo nos bragos para fora; mas logo que dicerdo que elle
morria e comessaria a entrar em agonia a trouxerao para a sua Camara
e nao premetirdo as Senhoras que a acompanhaudo que ella o tornasse
a uer por lastima que tinham assim de hum como do outro. Logo que
espirou que foi como digo sexta feira f6 do corrente hum quarto antes
do meyo dia, se ajuntou o Conselho de Estado e o Duque de Yorke
foi declarado James Segdo. Rey destes Reinos e as tres oras e meya
foi proclamado nos lugares acostumados nesta cidade cornm grande cere-
monia e aparato como he costume, e corn grandes aclamagois de todo
o pouo; mas nao sem estar corn a preuenqdo de quatro ou sinco mil
homes em armas tanto cauallaria como infanteria que he o, de que
consiste as suas guards, e sao os que conseruarao a seu Irmato e o
hAo de conseruar a elle.
He incriuel o respeito corn que elRey e Rainha tratdo a Rainha
minha Ama; elRey Ihe ueyo fallar ontem e anteontem duas ou tres uezes, e
de nenhuma se quis sentar falloulhe de jolhos inda despois de ser ja
Rey; mas nada disto he bastante para a poder consolar em tao grande
aflicgo; eu e os mais Criados Portuguezes lhe asistimos todos estes
dias de dia, e de noite, e a consolamos o mais que nos he possiuel;
mas quando a vemos agora nesta solidio ja cuberta de lutto derra-
mando mil lagrimas, nao podemos nos abster as nossas; e assim tudo
slo prantos e choros, que irdo continuando ate que Deos seja seruido
metigarnos tao grande dor; e a de minha Ama he de callidade que so
despois de ter cartas de V. Magde. creio podera ter algum aliuio nesta
sua pena; despois disso o tempo Ihe ira dando algum remedio que he
a unica cura inda que vagaroza.
Eu disse ontem a tarde a minha Ama, auia de escreuer a V. Magda.
dando conta do sucedido, e Sua Magde. me disse o podia fazer; bem
quizera eu ser o mesmo rellator para dar a V. Magde. noticia de outras
muitas meudezas concernentes ao estado prezente de minha Ama e
discorrer tambem no que podera ser para o future mas o tempo e a
distancia nao ddo lugar a isso; eu creyo que se as lagrimas Ihe derem
lugar escreuera a V. Magde. hoje ou amenha e pode ser que elRey
fassa o mesmo.
Este Princepe he digno de todo aquelle afecto de que estou muy
lembrado a V. Magde. me disse muitas uezes Ihe tinha o que eu lhe
signifiquei quando vim desse Reino; he Princepe de honra e de rezo-
lug o, ja Deos Ihe tern premiado mesmo nesta vida a que elle teue na
constancia da sua fee; era me necessario muito tempo para discorrer
nas suas vertudes mas V. Magde. estara ja cansado de ler huma tao
larga rellaggo e assim nao quero ser mais importuno, antes pego mil e
mil vezes perdao de o auer ja sido tanto: o zello e obriga9go de Criado,
e Vassallo de V. Magde. me derdo motivo a esta minha confianga fiado
tambem na benignidade que achey em V. Magde. quando tiue a honra
de assistir na sua Real prezenqa.
As mais noticias dara a V. Mag.de. Joseph de Faria a quem eu
sempre assist como a Menistro de V. Magde. dandolhe todas as noti-
cias e auizos que eu posso saber para que com mais lus possa acertar
no seruico de V. Magde. que so esse he o meu ufnico fim alem do grande
zello, e affect que sempre tiue a Real pessoa de V. Magde. que Deus
prospere, e guard para consolac.o da Rainha minha Ama e amparo
de seus Criados. Londres 19 de feuereiro i685
Muy humilde vassallo e
obediente criado de V. Magd'.
Manoel Dias
No verso, da letra do Duque de Cadaval: aCarta do Pe. Me' dyas
capeldo da R'. de yngalatera em 4 da conta a elRey D. pro. da
doensa e morte de Carlos seu cunhado Rey de ynga later, (i).
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 19 Cod. 975 (K vii Ig), fl. 340.
(i) Esta carta foi por mim publicada ern ingles no Eighth Annual Report
d Review, da ((Historical Association Lisbon Branch), Lisboa, 1944, p. 514 e segs.
201
XXIII
Carta do P. Manuel Dias para o Duque de Cadaval
Londres 14 de Mayo de 1685
Meu Senhor
Nio quero faltar em dar a V. Ex*. todos os correyos nouas da
Rainha que Deos guard porque sey o cudado corn que ]a sao espera-
das; e nao obstante o saber vio por diuersas vias nem por isso hey eu
de deixar de fazer esta obrigaqio que como criado mais de caza as
poderey saber corn mais particularidade. Sua Magde. tern passado
estes quatro ou sinco dias corn alguma queixa do seu estomago, mas
hoje gragas a Deos dice se achaua milhor e comeo cornm mais appetite;
a tristeza e profunda malenconia em que esti muitas uezes sio cauza
de Ihe nao fazer o estomago cozimento e por isso se acha algumas
uezes indisposta; e estes dias corn mais cauza porque quer mandar
fazer huma estatua de marmore delRey seu Marido na forma em que
ficou despois de morto e para se fazer foi necessario que o Mestre
trouxesse a mostrar a cara delRey em hum molde de cera como se
tirou despois de morto, e tenho reparado que desde o dia que a uio
ate agora tern andado mal tratada ou fosse pello muito que chorou ou
porque Ihe ficou aquella reprezentassdio na imaginacdo de tal maneira
que a nao pode tirar do sentido; todas as delligencias possiveis se
fizergo para que ella a nao uisse mas nada montou; o Mestre ma
mostrou no mesmo tempo em que a leuaua a mostrar a Rainha e me
dice quizera antes ser enforcado do que ir mostrar o tal molde a
Rainha; elle estaua de tal maneira feito que paressia a mesma cara
delRey despois de morto; a estatua que a Rainha manda fazer he a
cabeca delRey dos peitos para sima com a mortalha a roda da cabega
e hum cupido chorando junto delle que esti apontando para o rosto
delRey e abaxo croas e ceptros langados por terra tudo isto sobre seu
pedestal de marmore que sera couza excellent porque o Mestre he o
mais insigne que se conhece hoje na Europa.
ElRey continue em uir uizitar a Rainha minha Ama todos os
dias e a trata cornm todo aquelle respeito que se pode imaginar; a sua
Croag o e da Rainha se fes em 23 do passado corn a mayor grandeza
e ostentacgo do mundo (i). De hoje a quinze dias se ha de assentar
o Parlamento, he certo que elRey ha de ter delle tudo quanto quizer;
corn todos os Parlamentarios meus conhecidos corn quem fallo me
dizem hao de dar a eIRey huma boa soma de dinheiro e Ihe hao de
(i) 0 rei Jaime II e a rainha Maria Beatriz de Modena.
confirmar todas as rendas que tinha seu Irmiro; o Parlamento de
Escocia lhe serue de exemplo, porque este nao somente tern ja confir-
mado as rendas que elRey tinha naquelle Reino mas Ihe tern dado
outras de nouo (i).
A Rainha me preguntou ha dous ou tres dias se tinha nouas
dessa Corte, e que se espantaua que o seu expresso nao tiuesse
voltado ou por mar ou por terra; eu disse a Sua Magde. em como
elle Hl chegara no tempo em que se aparelhaua o socorro para a
India, mas que agora que era partido o podiamos esperar todos
os dias.
Sua Magde. tambem esperaua ja de li algum Menistro e Ihe
paressia que tardaua ja muito eu Ihe dey a mesma escuza que digo
assima e juntamente estarmos mais long; mas como ja aqui tern che-
gado de Roma o Conde de St. Angello Inuiado da Duqueza de Modena
e de outras parties paressia lhe a ella que tambem o nosso podia auer
chegado; d'Espanha se espera o Marques de Belparaizo que vem por
Inuiado; a todo o tempo que o nosso chegar sera bem vindo. Deus o
traga e guard a V. Exa.
Criado de V. Ex*.
Manuel Dias (2)
ORIGINAL
Cod. 1064 (K vii 18), fl. 365.
XXIV
Copyra da carta da Raynha de ynglatera para Sua Altega
Meu yrmlo Saudades chegou e tudo o que nela ueyo excelenty-
symo alem de ser muito o que trazya me paresseo muyto mais por uyr
tudo tam bom estado em rezio da yornada ser breue desta uez tomara
eu saber uos agradeser como sey estymar as uosas lenbransas e regalos
que posto que estas couzas sam dynas de estyma nesta tera pela rary-
dade commygo nao he esa a mays frosoza rezio se nio por que sam
uosas mas contudo as couzas desta uyda todas tem seu desconto asym
(i) Este Parlamento foi prorrogado em ao de Novembro de 1685 e nao
voltou a reunir-se durante o reinado de Jaime II.
(2) Esta carta foi por mim publicada em ingles no Eighth Annual Report
& Review, da wHistorical Association -Lisbon Branch, Lisboa, 1944, p. 519
e segs.
sucedeo agora nesta ocazygo poys esperando em uos mays pyadade
poys conheso uo la mereso por todos os camynhos nao me deferys
corn feyto a suplyca tao yustyfycada que pelas duas ultymas uos fys.
Meu yrmro peso uos por amor de Crysto e por todas as rezoys que
comuosco sam mays poderozas que nao queyrays por o negosyo em
estado pyor do que esta e asym responded me corn efycasya e prom-
tyddo o termo e camynho que uos he mays conuynyente que eu tome
poys he soo o que ya uos posso seruyr ysto fazey mo saber corn a
breuydade posyuel que se asym nio for dar me ey por dezobrigada
poys o efeyto a de ser eso quysera saber o que he mylhor para uos
dygo o modo e seguray uos que se eu pudera sofrer mays que o ouuera
de fazer sern uos dar estes emfados mas nio poso mays e nao he sem
cauza a qual he tao grande que bem me seguro eu que quando uos me
uyrdes mays aueys de ter que me agradeser que nio de que uos quey-
xar e como esta he a prymsypal cauza que me moue a faze la he a
pedyr uos corn toda (i) a ynstansya que me consedays o que uos
peso e o segundo he a breuydade da reposta pela qual espero por
yunho sem falta se dentro deste tempo nao fizerdes ou por mar ou
por tera dar me ey por dezemganada. Mas tambem uos declaro
que eu ozo me so apresurar se a uosa reposta nao estiuer aquy por
ese tempo poys o tern asas para uir perdoay me a molestya poys uos
acompanho tanto nela e compadssey uos de mim por todos os camy-
nhos que uos seguro que nao sou exzergedora e todo o mundo o ue
em mym que ando metendo medo a gente no estado em que eu estou
he so para uos pedyr uma sepultura querey uos que seja huma se la
qual quyserdes que quysera descansar a alma ya que o corpo nao
pode. A Deus hoye 17 de mayo
desta desgrasada irma e sempre vosa
catheryna
No verso, da letra do z. Duque de Cadaval: Copya da carta da
Raynha da GrA Bretanha para Sua Alteza (2).
Papeis Varios, t. 4- Cod. 970 (K vii Ic), fl. 233.
(i) Riscadas as palavras que me.
(a) C6pia feita pelo Duque de Cadaval e toda da sua letra.
XXV
Carta de D. Catarina para D. Pedro II
Meu Irmao. De grande aliuio me forgo, as vltimas nouas que
aqui corrergo, da vossa grande melhoria, Deus uolo continue e acre-
sente como Ihe eu peco e uos dezejo, pois he so o de que uiuo, seguro
uos que nao tenho outra consolagio, e que desta so tenho uiuido ate-
gora, e nella estribo o ualerdes me nos grandes apertos em que
todos os dias me acho de perplexidades, e de indignidades que
tolero, por falta de quem entenda os meos negoceos, que ha poucos
mezes estauio em boa altura. Considerai o meu estado e a uossa
distancia, 'socorrei me corn quem me sirua e me remedee, e nio no
dillatais se me quereis uiua, e nio aruinada e ainda corn vltrajes, nao
cuideis que o que uos digo sdo quimeras nem paixdo tomaias no uer-
dadeiro sentido de realidade e crede me, fiaiuos de mi que nam exa-
gero nem uos engano (i)
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4- Cod. 970 (K vm Ic), fl. 102.
XXVI
Carta de D. Catarina para D. Pedro II
Meu Irmao. Agora recebo huma uossa que me deixa corn grande
aliuio pois me segura o estareis bem de todo, Deus continue esta
felis melhoria, para consolacgo minha, pego uos que a esta ajunteis
outra rezoluendo uos procurar me gosto com a liberdade, de estar
perto de uos, polio que toda a minha uida anellei, e Deus abrio
caminho, polio meyo que uistes tomou, para eu comprir este dezejo,
o qual he e foi sempre patente a todo o mundo. Meu Irmao nao
sejais uos so quem o ignora, o serto he que eu o nao quero asi crer
de uos, e nao sendo asi, nao permitais que ninguem asi preualega
comuosco e contra mi, vede aonde estou, sem nimguem, e cornm
milhares de enfados, dos quais nenhuma creature que he so, se pode
liurar, remedeai o que uos digo pois Deus parege so me quer depen-
(t) Carta incomplete e cujo final falta.
dente de vos pois me tirou toda a outra proteccio humana. A Deus
8 de Feuereiro
C[atherina]
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4- Cod. 970 (K vi Ic), fl. 96.
XXVII
Carta de D. Catarina para D. Pedro 11
Meu IrmAo. No vltimo correo que foi, sinco deste mes, uos
escreui todo o que pertencia, a este meu negogeo que eu ja corn tanta
ansia, dezejo effeituado, esta mesma rezio me fas agora segundar, a
repetigAo de uos pedir outra ues, queirais, mandar hum embaixador,
para que corn sua authoridade o conclua, e traga todas as ordens e
instrucq6es, de se acomodar com o meu beneplagito, e fiai uos de mi
que nenhuma couza outra tenho no sentido que o dezejar uer me na
minha patria e comuosco, nao mo dillateis, escolhei quem quizerdes,
so uos pego, seja pessoa que o effeitue, declaro me pessoa, que o queira
e sendo asi, toda a detenga, he so em quanto uos, o mandais, e elle
cruza os mares, os quais em nenham tempo me intimidardo, nauegando
os para a Patria. Nio desprezeis este affect pois he tanto de coraqio.
A boa chegada da Raynha Minha Irmaa, estimei infito (sic) ouuir, se
nio for demaziada prezumgto minha pedir uos lhe deis hum abrago por
mi, e outro a minha linda sobrinha, bem dezejara eu por mi mesma
fazer esta comi9io, e pois nio posso cometo a em boas mios, eu espero,
fazer este comprimento por hum dos meus Criados, se os negoceos
delRey meu Cunhado se puzerem em altura, que elle me possa fazer a
graga, de me ajudar, corn algum dos seus nauios que os mares nem
sempre estao saluos se nao corn combois, tudo isto uos digo, porque se
nio suceder, nio me imputeis a mim a culpa, mas aos tempos, pois,
para mi sio ja tio diferentes, nesta terra, para o que forio, que se
agora fordo as calumnias passadas ou alguma outra nao tenho ja uosso
Cunhado que tanto trabalhou por aclarar a minha inosencia, todas estas
rez6es me fazem pedir uos breuidade no que uos tenho reprezentado;
So uos acresentarei, mais, que a escolha, que fizerdes da pessoa, que
ouuer de uir tratar dos meus particulares seja inclinada ao meu seruico,
e interesses, pois sendo de outra sorte, mais os embaraqara, que os
ajudara a os solicitar, e porque isto ja aqui sogedeu, em meu tempo,
me pareceu necessario advertiruo lo, por couza bem necessaria, pois
quem tern negoceos, de pezo, como estes sao, e mais nesta Nacio, he
necessaria muita manha, junta corn muito zello e trabalho, para se con-
seguir, o que se pretend. Mas tiobem tem essa fellicidade, que se se
trabalha bem, uemcesse, eu tenho experienqia destes dous sucessos, na
minha pessoa, despois que estou aqui, que sempre os meus negogeos
sahirao bem quando ouue, quem os tomasse a peito, seguindo os, e
deixando aparte fantasias, e que nio he muito se nao concluio quando
se nelles nfio da hum passo, e por preuenir isto, uos fago esta aduer-
tengia para que escolheis pessoa, que me aja de seruir e que lho emco-
memdeis, e eu spero que sendo de uossa satisfagio, nio faltara, ao que
for de vossa parte e tanto minha. Meu Irmao querei fazer isto, e peso
uos, mais, que seja corn toda a breuidade, para meu remedio, e conso-
lag9o, lembrai uos que o ser Raynha da Gr.o Bretanha, nio me tirou
o ser vossa Irmaa, para me ualerdes nos trabalhos e afflicq6es, a minha
vida, niao podia chegar a mayor que a corn que eu uiuo, a uos compete
o aliuiar me, obrigado, estais a isso, nao me falteis pois nio tendes
rezio para o tazer, e desta sorte uos ficarei ainda mais obrigada, se he
que eu o posso estar, tudo o que toca a este ponto, tenho dito, nesta e
na vltima que escreui, so me falta o despedir me de uos, esperando
fazello pocas uezes por este caminho a Deus que uos guard oje 12 de
Setembro.
Irmaa sempre firme e amantissima
C[therina] (i)
0 que digo do Nauio arriba nao fallo de mi mas do meu Criado.
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4- Cod. 970 (K vm Ic), fl. 89.
XXVIII
Carta de D. Catarina para a Rainha D. Maria Sofia
Madame ma Soeur (2), J'envoye le Sieur Sandys (3) gentilhomme
de ma Chambre Priude pour tesmoigner a Vostre Magest l1'exces de
ma joje de I'heureuse conclusion de son marriage auec le Roy Monsieur
Mon Frere et Vous assurer en mesme temps de mon affection et des
voeux ardents que Je feray tousjours pour que Dieu vous comble de ses
(i) Esta carta foi por mim publicada, em ingles no Ninth Annual Report &
Review, da *Historical Association Lisbon Branchn, Lisboa, 1945, p. 569-570o.
(2) Carta para a Rainha D. Maria Sofia, segunda esposa de D. Pedro IL
(3) Tomas Sandys, gentilhomem da camara da Rainha D. Catarina, que
haveria de a acompanhar e servir durante os Oltimos anos de vida em Lisboa.
benedictions. Je me promets que Vous n'aurez pas de difficult d'ajous-
ter foy a ce qu'il vous dira sur ce sujet et qu'estant ce que Je suis a la
Maison Royalle, ou Vous estes entrie, Vous ne douterez jamais que Je
ne sois auec estime et tendresse tres particulieres.
Madame ma Soeur
vostre tres affectionnee Soeur
Catherina R
A Londres ce
2. Octobre. 1687
No verso: cA la Reyne de Portugal Madame ma Soeurs.
ORIGINAL
Cod. 946 (K vin 4), fl. 317
XXIX
Carta de D. Catarina para a Infanta D. Isabel
Minha querida sobrinha (i), a occaziao de mayor contentamento
para mi, como a do cazamento delRey meu IrmAo e vosso Pay, me
offerege o que eu sempre procurava, se estiuera na minha mdo corn
hum cordeal affect o inquirir nouas uosas e se forem as que eu dezejo
ouuir bem satisfeita ficarei, pedindo uos queirais reter aquella affeig.o,
para comigo que o meu terno affect, sabe e procurara sempre mere-
cer no que estiuer em meu poder; nao vos quero cansar mais, ao segu-
rar que despois de vosso Pay nao pode auer couza na terra que eu
mais estime nem ame que a uos, tiuera me por mui uenturoza se asi
uollo podera sertificar espero sereis ualia com elle para que eu uos
possa ainda uer pois tanto o dezejo no entretanto que eu nto consigo
esta felicidade dai me so a de me encarregardes de tudo o de vosso
gosto, juntamente, uos pego o tenhais. Se patrocinardes, estes meus
Criados, pois todos estio sugeitos a vossa obediencia. A Deus.
tia amante
C[atherina]
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4- Cod. 970 (K vi Ic), fl. 73.
(i) Carta para a Infanta D. Isabel, filha de D. Pedro II.
XXX
Carta de D. Catarina para a Infanta D. Isabel
Minha Sobrinha. Pocos dias ha uos tinha escrito, agora o torno
a fazer, com estas mas nouas tdo pouco esperadas de mim, asim uos
seguro me sobresaltargo muito, o mesmo creo, uos sucederia a vos pois
tendes para isso tantas rez6es, espero que esta uos ache com boa saude
que sera para mim toda a consolacio que posso esperar, asi uos peso
me escuzeis corn elRey uosso Pay nao lhe dar nouas desta Choroa,
pois as tera por melhor mao que as minhas, a Deus uede se prestto
para alguma couza de uosso gosto, para o qual uos seguro me nao falta
vontade.
vossa tia que muito uos quere
Catherina R
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4- Cod. 970 (K vi Ic), fl. 8o.
XXXI
Carta de D. Catarina para D. Pedro II
Meu IrmAo. Allem do grande e insaciauel dezejo que eu tenho de
uos uer, se augmento nao ha muitos dias, se he que se podia acresen-
tar, por me dizer o vosso Enuiado que uos correspondieis aos meus
dezejos com outros iguais. Bern creereis uos que grande consolacao,
foi para mi o ouuir isto, pois me fica a esperanga do que eu ha tantos
annos annello, que he o ueruos, mas so a difficuldade esta em que
dezejando o, vos e eu, se nao effeitua, ha vnica rezao, que eu so
conhego, neste particular, uos por uos mesmo a podeis remediar, corn
toda a facillidade, e nao ay outro caminho, se nao o que uos aponto,
e emtao esta na uossa mao. Mas bem podereis uos julgar que material
de tanto peso e de tanta authoridade, que he necessario que comcorrdo
todas as circumstangias na pessoa que ouuer de tratar este negoqeo,
pocos tempos ha que uimos estas duas Choroas, corn elles, e essa he a
mesma rezao, porque eu me acho de prezente embarapada, e pois ouue
de preterito, rez6es, para eu uir para este reyno, so por comueniencias
desse, e so por essa rezao, e bem da nossa Caza eu fui sacrificada, oje
ja que ouue esses b6ns effeitos, e cessou a cauza, que me trouxe, deuo
eu esperar, ja allem do vosso amor de justiga, que vos tomeis muito a
uossa conta, os proprios meios que se tomarto, pois foi uir hum embai-
xador tratar do meu cazamento, como vos soubestes agora mandar hum
para conduzir a Raynha vossa mother e minha Irmda. Meu IrmAo eu
fio tanto do meu amor, e do muito, que eu presumo que uos me tendes,
que so a este, eu tomo por meu procurador, para me conseguir, o que
eu corn tantas ueras dezejo, rezoluei uos, de nouo uos pego a effeituar
isto, e segurai uos e crede me, que a ninguem se lhe ha de fazer de
nouo, o dezejarmos, uer hum ao outro; conforme as circumstancias de
ambos, pois nenhuma couza pode abalangar a minha pena, e perda,
senio so o grande, e just gosto, de uos uer a Vos, e nesta occazido,
que he para todos que uos amAo a uos e a todo o Reyno, mais de
press se repara que nesta conjecture de tempo, me nio ache eu nesta
solemnidade, que, he s6 a licita para mi e a que tanto me toca, pois
sois uos Vossa mother, e filha, e jumtamente uer a minha patria por
cujas rez6es ando desterrada della ha uimte e seis annos, dezejamdo
me, sempre comuosco nella, bern podeis uos nio ignorar que sendo eu
o tudo em vida delRey, que nio posso ser agora asi e que se me hdo
de offerecer agora occazi6es de que eu emtao estaua de todo liure por
euitar estas mortificag6es que me fazem tamto mal a saude, uos euita-
reis tudo isto, mandando como ja uos disse embaixador, que uenha
tratar este negogeo e nio por cartas, que couza desta consideracgo nio
se pode negocear, de outra sorte, faqo uos prezente outra circumstancia,
por onde uos toca, ainda mais, os meus interesses correrem de todo por
uossa conta e do Reyno, pois por essa cauza se incluiu a minha legi-
tima, a qual meu Senhor e Pay nosso, me tinha deixado e estaua tao
estblecida (sic), como uos bern sabeis, e por uos aliuiar a uos e ao
Reyno se union no meu dotte que he a satisfa9go das minhas arras que
Portugal nio ficara peor, polls ter la; pois ]he eu custei tanto quizera
Iho pagar, e emcomemdar me a Deus que estou cresendo na idade,
estes negogeos sio graues, mas nfio impossiueis auendo como ja disse
quem os trate, dai me este gosto uos torno outra ues a pedir, e tio
bem que leais esta carta mais que huma ues, porque tenho medo que
me nao explique tao bern que da primeira se entenda, tudo o que uos
pego queirais por em execucgo breuemente que eu bern creo que uos
me quereis uiua e este he o vnico meo a Deus que uos guard
l[rma]
C[atherina] (1)
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4-Cod. 970 (K vim Ic), fl. 84.
(i) Esta carta foi por mim publicada, em ingles, no Ninth Annual Report &
Review, da *Historical Association -Lisbon Branch*, Lisboa, 1945, p. 567-568.
XXXII
Carta de D. Catarina para D. Pedro II
Meu Irmao. Hoje que aqui contamos 28 de nouembro, uos acha-
reis ja corn as instancias, repetidas, que por tantas uias tendes experi-
mentado. Vos fis a saber o grande dezejo, e firme resulugdo que tenho,
de me uer comuosco e na minha patria, motiuos de que eu me apartei,
corn tao pouco gosto, e sempre conseruei esta grande repugnancia.
Agora que Deus foi seruido de me fazer liure, nao queirais uos que me
abranga o castigo de Deus, pois huma mother viuua, no mundo, donde
nao tern que fazer, nao tern que esperar mais e isto he muito que temer,
estou certa que quando esta vos chegar, ja tereis elleito, a pessoa, que
me ha de conduzir, depois de ter effeituado, os negogeos, que uos, e
eu, Ihe auemos de encomendar, neste ponto, me nao detenho, agora,
porque em outros, corn mais largueza, me tenho ja declarado, allem de
que, persuadindo me, que este negogeo, era mais para a uista, que para
a penna, o comoniquei (i) corn pessoas que fordo nesta occaziio do meu
seruiqo, e uos conheceis algumas como o P.e Dias, nao me dilato, e por
isso nao comego de nouo, a uos dizer o que, elle, e as minhas, que ja
uos do de ter chegado, uos tem dado a emtemder, e segurai uos, que
tudo o que por estes caminhos uos tenho dito, he certissimo, e corn
todas as ueras uos pego que me queirais tirar desta mizeria, em que
uiuo, rezoluei uos por uos mesmo, nao uos aconselheis nesta material
corn nimguem que eu, temo, que alguns, que sabem, que nos amamos,
e nao nos dezejdo uer juntos, ate, isto mesmo uos prometo, de uos ndo&
dar penna que se me nao quizerem, tao perto de uos eu me acomodarei
corn ir para Villa-Vigoza donde eu naci, e dessa distancia nao aueri
siume just, de que a minha affeigdo depara com uosco, pode influir,
em uos nada, Meu Irmfio isto nao he escolher e facilitar, sim, por todos
os caminhos, a uer se posso emcomtrar corn algum, que diga corn os
meus intentos e dezejos (2) de uos dizer tudo aqui incluido. Meu born
Irma.o, nao resta mais que dizer uos, que se cs ermos, nto estiuercoa
prohibidos para as molheres, ou eu fora de outro sexu, que nao era
necessario dar conta de mim ao mundo, he serto, que ja aqui nao esti-
uera, mas todas estas rez6es, e o ser Irmaa uossa me fas aturar, o que
me nao he mui gostozo, e me admira o nao aleanceis uos, tendo o eu
por tantas ueses manifestado, que nao posso uiuer eu com gosto nem
comsolagdo, corn huns Cunhados, que sempre fizerdo as suas parties
(i) A folha seguinte foi mudada do seu lugar, ficando intercalada no c6dice
com a numeraqio de 74.
(a) Aqui terminal o fol. 74 e comega o fol. 83.
comtra as minhas, pois elles forio sempre, pollas suas, que era sempre
diminuir as nossas, despois desta clareza nao ay mais que dizer da
minha parte da vossa fica o obrar. A Deus que estou cancada.
I[rma]
C[atherina] (i)
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4-Cod. 97o (K vm Ic), fls. 82, 74 e 83.
XXXIII
Carta de D. Catarina para D. Pedro IH
Meu Irmio. A vossa de ia de Abril regebi por mao de Vosso
Enuiado, a satisfa;Ao que della tiue, nao posso eu exprimir, so uos
pego, que considereis uos as rez6es deste tao grande aluorosso pollas
muitas instancias que eu tenho feito polio conseguir, a Deus e a uos,
graqas, pois me fica a esperanga de uer, se Deus me der uida, as pre-
para96es da minha jornada. Fico dispondo para que quando os nauios
estiuerem preparados nao aja couza, que me detenha, que o dezejo de
uos uer nao permit dillaq6es. A elRey Meu Cunhado, fallei omtem, e
recebendo a vossa, e Ihe pedi aprestase os nauios, para o fim de julho,
queira Deus dar me tao boa viagem, como a Raynha Minha Irmaa teue
o anno passado, polio mesmo tempo. A elleicao que fisestes do Conde
de Ponteuel he tao asertada como Vossa, elle he born caualhero e ja
-cruzou estes mares comigo, desta ues, me embarcarei de melhor uon-
tade, que da primeira pois agora vou para a patria, e emtio a deixava,
as ocupa96es me fazem nao passar adiante 3o de Abril
I[rma] A[ffeigoada]
C[atherina]
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4- Cod. 970 (K vi Ic), fl. 92.
(i) Esta carta foi por mim publicada, em ingles no Ninth Annual Report <
Review, da *Historical Association- Lisbon Branch*, Lisboa, 1945, p. 57o-57I.
XXXIV
Carta de D. Catarina para a Rainha D. Maria Sofia
Senhora e Irmaa. A V. Magestade dou infinitas, polla bondade
que mostra, em se alegrar, com a minha melhoria, eu a estimo, porque
com ella me seguro darei a V. Magestade, as mostras do meu grande
affect, e da vontade que terei sempre de a dar a Vossa Magestade,
em tudo, o em que eu puder, espero que em breue tempo, V. Mages-
tade tera as prouas de uerdade, que he o tudo que pode offerecer huma
Irmaa tio
Amante como eu
C[atherina] R
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4- Cod. 970 (K vi Ic), fl. 9o.
XXXV
Carta de D. Catarina para a Rainha D. Maria Sofia
Minha Irmaa. 0 grande gosto, que V. Magestade nos deu a todos
corn o nacimento do Pringepe meu sobrinho (I), que Deus prospere, he
impossiuel exprimillo, asi pego a V. Magestade, me seja tao fauorauel,
me queira ajudar a festejar o que eu nio posso explicar, nao foi menor
o meu gosto, quando soube V. Magestade ficara cornm tao boa saude a
qual o Ceu continue como dezeja esta boa Irma
C[atherina] R
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4- Cod. 97o (K vni Ic), fl. 76.
XXXVI
Carta de D. Catarina para a Infanta D. Isabel
Minha Sobrinha. Iaques da Costa, me trouxe huma uossa, em|a
qual, uos me pedis uos ajude a festejar, o geral gosto, corn que nos
achamos todos os que somos interessados, nas feligidades desses reynos,
e como a sucessio delles, estaua tio diminuida, tudo, o que for estable-
(i) Possivelmente o principe D. Jolo, mais tarde D. Jodo V. que nasceu a
22 de Outubro de 1689.
cella, por todos os caminhos, serao as nouas para mi de mayor gosto,
de toda a sorte Deus uos de a uentura que uos eu dezejo, e sendo asi,
nfo tereis uos que uos queixar de mim, nem eu de ella, a Deus que uos
guard (i)
vossa affeigoada tia
C[atherina] R
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4 Cod. 970 (K viii Ic), fl. 78,
XXXVII
Carta de D. Catarina para a Rainha D. Maria Sofia
Somerthouse 2 de Dezembro
Desde o instant que ouui, que foi Deus seruido, leuar para si, ao
Princepe Elleitor Palatino (2), acompanho, a V. Mag.de nesta penna,
pedindo, ao mesmo Senhor, queira por Sua bondade, consolar a
V. Mag.de de huma tio grande magoa, e asi mais lhe congeda todas as
outras fellicidades que eu dezejo, na continuaqgo da criaqao do Prin-
cepe, meu Sobrinho, o qual me alegro infinito ouuir, se vai creando tio
bem, este, e outros mais, espero V. Mag.de tera o gosto de uer, e o
Reyno que tanto delles necessita
C[atherina] R
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4-Cod. 970 (K vm Ic), fl. 98.
XXXVIII
Carta de D. Catarina para D. Pedro II
Somertahouse 8 de Dezembro
A falta de saude e nio de uontade atribuira V. Mag.de o nao fazer
eu estas regras, as uezes que o meu dezejo o pede mas o auer me
achado tio mal, que por uezes a minha vida tern estado em risco, he
(i) Ver a carta anterior para a Rainha D. Maria Sofia.
(a) Pai da Rainha D. Maria Sofia, que morreu no ano de 16go.
so o que me pode disculpar em o que ignorado, nao se pode excuzar,
com tudo nao me achando ainda corn milhoria mas corn huma ocazido,
tao propinqua, como o de ir hum Enuiado deste Reyno, nio me pudera
eu perdoar a mi mesma se em esta occaziio por ella faltasse asegurar
a V. M.de os meus affects corn a firmeza dos meus obsequios os quais
sempre estao dedicados a V. Mag.de segundariamente a meus sobrinhos
a quem peso a V. Mag.de lembre huma tia que muito os ama.
C[atherina] R
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4 Cod. 970 (K vm Ic), fl. 69.
XXXIX
Carta de D. Catarina para D. Pedro 11
Meu Irmao. Simlo de Souza me trouxe a vossa de 9 de dezem-
bro. Alegrei me de uer tinheis alguma melhoria, Deus vola continue e
aperfoiqoe, como eu dezejo, o mesmo me leu a carta da secretaria, em
resposta do que lhe eu tinha preguntado, as dificuldades que dela se
apontgo, bemrn as conhego, e me nao parecem inuenciveis, como todas
as outras couzas do mundo, que nao estao sem ellas, disto o so reme-
dio, he euitar as mayores escolhendo as menores, este foi e he de pre-
zente o meu intent, concorrendo nos meyos possiueis, para os quais ui
uarios pretextos auendo quem corn isso corra, que de outra maneira nao
pode ser, o serto he que minha sobrinha e eu nao somos sufficientes
secretaries para hum tal negoceo, eu espero uos me asistireis nelle pois
he tao just e sobremaneira de meu gosto, e de que ninguem se ha de
admirar auendo quem no saiba negocear, n.o me detenho
V[ossa I[rmrna]
C[atherina]
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4-Cod. 970 (K Vyi Ic), fl. 100oo.
XL
Carta de D. Catarina para D. Pedro II
Meu Irmao, fago esta so para uos segurar, que nio estou de todo
morta, sendo que mui penalizada, em rezio dos meus negoceos, toma-
rem mui mas medidas, por falta de os eu entender, e de mudan9as que
prouauelmente me aruinarAo, nio me deixeis pere;er sem com toda a
breuidade me acudir que a o nio fazerdes logo, e corn pessoa de autho-
ridade e capas, obrigarmeis (sic) ao que eu sentirei muito, retirar me a
outra parte, o que sera bem estranho, sendo Irmaa Vossa ir correr
terras, e expor me, ainda que de ma uontade, a fazer o que uejo que
se nio acudirdes nio poderei euitar, a Deus nio posso dizer mais 14 de
Dezembro
C[atherina] (i)
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4- Cod. 970 (K vm Ic), fl. 104.
XLI
Carta de D. Catarina para D. Pedro II
Meu IrmAo. Eu me achei corn as saudades tio abundantes dos
uossos fauores, que nio sei se uos diga, que me fazem mais impaciente
que de antes, pois as uossas ternuras e carinho me cauzio e uerificio
a rezio que eu tenho para uos amar. 0 serto he que nem uos nern eu
nos emganamos, mas tiobem he certo que ambos padecemos, de mi o
digo porque o sei, de uos o suponho, porque uolo mereqo, e isto que
costuma dezempanhar em outras occazi6es, pois he huma coresponden-
cia reciproca, nesta experiment eu polo contrario, pois duplica as
rez6es do meu empenho, corn tudo de este me nao queixo, pois delle
nio me arependo, que o nio posso empregar, donde elle seja, nem
mais valiozo, nam mais asertado; e he o tanto, que em chegando a
este ponto, bern uedes uos que me nio sei ualer corn o que antes que
de a costa, me he necessario amaynar as uellas, e ellas estio sempre
soltas pera uos agradar no que me constar que e do uosso gosto. Dou
uos as gracas pollas que fizestes aos frades, que tudo o que de ca uai
istimo muito que honreis
Irmaa muito, muito uossa
C[atherina]
ORIGINAL
Papeis Varios, t. 4 Cod. 970 (K vin Ic), f. 61.
(i) Esta carta foi por mimn publicada, em ingles, no Ninth Annual Report &<
Review, da aHistorical Association Lisbon Branch*, Lisboa, p. 572.
XLII
Escrito do Secretario de Estado sobre o que o Duque
ha de escreuer acerca da Raynha de Inglaterra ao
Embayxador de Franca
Sua Mag.d* que Deos guard he seruido que V. Ex.a, fale hoje ao
Embaixador de Franga (i) e Ihe diga que S. Mag.de dezeja muito ver a
Senhora Raynha da Gram Bertanha neste Reyno. Como ja disse ao
mesmo embayxador a quem tambem V. Ex.a o fez prezente, e que asim
estimaria muito que S. Mag.de Christianissima premita que possa pellas
suas terras vir embarcarsse a qualquer dos portos de Franga fora do
Canal adonde algumas naos desta Coroa poderio hir buscar a Senhora
Rainha; e diri V. Ex., ao mesmo Embaxador que quando S. Mag.de
Christianissima assim o premita se partecipe logo ao Inuiado Saluador
Taborda Portugal (2), para que sem perder tempo possa avizar a Senhora
Raynha, e como V. Ex.a ouuio a S. Mag.de neste particular sabera
melhor nelle expor a sua Vontade. Deos guard a pessoa de V. Ex.*
Do Pago 8 de Agosto de 1690.
Mendo de Foyos Pereira
Senhor Duque
Copiador, t. i- Cod. 1027 (K vi la), fl. 164 v.
XLIII
Do Duque para a Embaixador
Ex."* Senhor
EIRey meu Senhor me ordena diga a V. Ex.* que tendo S. Mag."*
grande dezejo de ver neste Reyno a Senhora Raynha Dona Catherina
espera que S. Mag.de Christianissima convenha em dar a S. Magde Ber-
tanica passage por Franga para que possa chegar a hum dos portos
daquella Coroa que estfio fora do Canal adonde S. Mag.de meu Senhor
a poderA mandar conduzir em alguns nauios desta Coroa: e a resposta
que sobre esta material se houve por parte de S. Mag.de Christianissima,
sera V. Ex.* seruido que em Paris se partesipe a Salvador Taborda.
Deos guard a V. Ex.a muitos annos De caza 7 de Agosto de 1690.
Copiador, t. i- Cod. 1027 (K vi la), fl. 165.
(i) Era entgo embaixador em Portugal o Presidente de Rouille.
(a) Enviado portugues na corte de Franga. Ver Doc. XLIII.
217
Los pliegos poeticos de Oporto. (Siglo xvi)
NOTICIA BIBLIOGRAFICA
La primera noticia de la existencia en Oporto de un voldmen
facticio conteniendo optsculos espafioles de comienzos del siglo xvi,
impresos en caracteres g6ticos, se debe a la diligencia del bibli6filo
Don Pascual Gayangos. En uno de sus viajes a Portugal, antes de 186o,
explore con su mirada de lince los fondos de las mis importantes
bibliotecas lusitanas y sac6 multitud de notas interesantisimas.
Don Cayetano Alberto de la Barrera se hallaba por entonces
redactando los articulos para su bibliografia teatral y recibi6 como
generoso donativo de Gayangos una lista de las dieciseis piezas que
figuraban en el tomo, alcanzando a incluirla en los Apdndices (i).
El interns de la Barrera se cefiia, naturalmente, a las dos obras
dramaticas contenidas en el voldmen, una edici6n de la Tinellaria de
Torres Naharro y otra de una Egloga de Juan del Encina, pero tuvo
el buen acuerdo de detallar las restantes obritas poniendo asi en circula-
ci6n un valiosisimo conjunto de nuestra primitive bibliografia poetica.
AdemAs de la Tinellaria, dos pliegos sueltos de Torres Naharro,
el Psalmo en la gloriosa victoria que los espaholes ovieron contra
venecianos y el Concilio de los galanes y cortesanos de Roma,
llamaron la atenci6n de Menendez y Pelayo quien hizo sacar copias
fieles de ellos para su edici6n del dramitico extremefio aparecida
en Igoo (2).
Contaron, cuantos han mencionado el volume, diecisiete unida-
des: son en realidad dieciocho porque, por rarisima casualidad, existen
dos ejemplares de uno de los pliegos, el que contiene las Coplas de
(1) Cayetano Alberto de la Barrera: Catdlogo bibliogrdficoy biogrdfico del
antiguo teatro espafiol, Madrid 186o. Cf. las pigs. 722-723.
(2) Bartolom6 de Torres Naharro: Propaladia... con un studio critic de
D. M. Menendez y Pelayo. Madrid, 188o-1900oo. 2 volCimenes.
Madalenica; tal vez este detalle sea prueba de que la recopilaci6n y
encuadernaci6n se realizaron en tiempos de la tirada o muy poco des-
puss, cuando adn se hallaban venales y era cosa ficil adquirir various.
Nada sabemos de su procedencia ni de los caminos por los cuales
lleg6 a Oporto este precioso tomito: probablemente en el mismo
siglo xvi algun curioso lo llev6 de Espaifa, quedando desde entonces en
manos portuguesas hasta el dia. Tal vez este voldmen y el que se
conserve en la Bibliotheque Nationale de Paris (i) sean los mas anti-
guos que se nos han conservado, pues los de Londres, Praga y Craco-
via son muy posteriores.
Salvo las piezas de Torres Naharro y Rodrigo de Reinosa, puede
decirse que la colecci6n de Oporto no ha entrado en el torrente circula-
torio de la bibliografia national. Por ello nos ha parecido ttil hacer
una detallada resefia de cuanto contiene y trazar algunas noticias comple-
mentarias en las pAginas que van a continuaci6n.
Asimismo hemos creido oportuno afiadir descripciones de otros
dos opusculos que se hallan en la misma biblioteca y que casi pueden
entrar en la categoria de pliegos sueltos, aunque debidramos ir limitando
este concept a las obras de car~cter popular impresas sobre 32 o
menos paginas.
El insigne bibli6grafo ingles, nuestro querido amigo Mr. J. F.
Norton, ha redactado unas cuartillas en las cuales, con su pericia
habitual, justifica la cronologia y tipografia de las piezas. Y hechas
estas advertencias, procedamos al examen de la coleccioncita- de
Oporto.
El primero de los opdsculos que contiene el voltmen es la Come-
dia Tinellaria de Bartolom6 de Torres Naharro. Ha sido descrito
cientificamente por vez primera en el trabajo de nuestro difunto
amigo el Prof. Joseph E. Gillet The original version of Torres
Naharro's Comedia Tinellaria (2) sefialando la extraordinaria impor-
tancia que present para fijar el primitive texto. Volvi6 a estu-
diarlo con detalle en su edici6n de la Propalladia (3) y puede fijarse
la fecha de impresi6n en ibi6, siendo obra indudable de taller
italiano.
An6nimo aparece el Gracioso ragonamiento en que se introduced
dos pastores y por tal lo seguiremos teniendo a pesar de la opinion de
(i) Signatura: Res. Yg. 86-112.
(2) Joseph E. Gillet: The original version of Torres Naharro's Comedia
Tinellaria, articulo publicado en The Romanic Review, vol. xiv, nam. 4, October-
-December 1923, pags. 265-275.
(3) Propalladia and other works of Bsrtolomd de Torres Naharro, edited by
Joseph E. Gillet. Volume one. Bryn Mawr: Pennsylvania, 1943, pags. 7q-81. Con-
cluye que el afio probable de publicaci6n es el de 1516.
Gallardo (i) y Menindez y Pelayo (2) que se inclinan a creerlo obra de
Rodrigo de Reinosa. Hasts ahora nos era conocido por un ejemplar
de edici6n tardia que existe en la Biblioteca Nacional de Madrid (3) y
ha sido reproducido facsitnilarmente dos veces: una en la colecci6n de
Castafieda Huarte suponidndolo impreso en Burgos por Juan de Junta
hacia 1540; otra en los Pliegos porticos gdticos. Don Fernando Col6n
posey6 un ejemplar (anterior, por tanto, a 154o) que figure registrado
en el Abecedarium con el n~mero 14511.
Gallardo tenia copiado el texto integro, pero al preparar los mate-
riales del Ensaro para publicarlos, Mendndez Pelayo suprimi6 bastan-
tes pasajes y, entire ellos, la Confesi6n del pastor indicando que estaba
llena de abrutales y hediondas obscenidades. Estas, que en otro
lugar (4) llama ahorribles obscenidadess, impidieron asimismo a nuestro
amigo el Prof. John M. Hill estampar esas seis malhadadas estrofas en
su excelente libro sobre la poesia germanesca (5) donde copi6 el resto
del pliego.
La atribuci6n a Rodrigo de Reinosa nos parece harto dificil de
sostener: mis creemos estar en presencia de una obra de poeta anda-
luz, acaso sevillano, de los comienzos del siglo xvi. Josd Maria de
Cossio, l1timo editor de Reinosa, tampoco se decide a considerarlas
como parto de la minerva del escritor montafids. Este y los cinco
pliegos siguientes pueden adscribirse a la tipografia sevillana de Juan
Varela de Salamanca entire los afios i5i5 y 1520, segun las investiga-
ciones de Mr. Norton.
Tal vez sea la de Oporto la mas antigua edici6n del romance del
conde Alarcos, al cual se ahadieron un par de textos de Juan del
Encina para completar pliego. La historic textual de esta primorosa
composici6n no esta aun hecha y bien valdria realizarla por ser una de
las mas divulgadas por la imprenta.
Don Fernando Col6n, antes de 1540, poseia tres ediciones diferentes
que constant en su Abecedarsum con los ntimeros 12251, 12427 y 12513.
Como muy conocido se le sefiala en la famosa Ensalada de Praga (6),
(i) B. J Gallardo: Ensayo de una biblioteca espaiiola de libros rarosy curio-
sos. Tomo cuarto (Madrid i881), nOmero 4491.
(2) M. Menendez y Pelayo: Origenes de la novela. Tomo cuarto (Madrid 1943,
edici6n Ilamada Nacional). pdginas 19-2o.
(3) Signatura: R-9472.
(4) Origenes de la novela... iv, pag. 2t, nota i.
(5) Poesias germanescas, edited by John M. Hill. Indiana University, Bloo-
mington-Indiana, 1945. Cf. las pags. 7-12.
(6) A ui comienFa vn romance de vn I desafio entire don Vrgel y Bernardo
del Carpio I Mas vna ensalada de muchos roman Ices viejos r cantarcillos. 4.0 4 h.,
s. i. t., letra g6tica. Cfr. Foulche-Delbosc Les Cancionerillos de Prague, articulo en
Revue Hispanique LXI (1924) pags. 374-377.
cent6n que va glosando romances viejos en su mayoria y que suele
fecharse hacia i55o o poco despuds, y en la Glosa peregrina que
compuso el c1drigo Andrds Lopez (i).
Hoy se conocen, o al menos han llegado a nuestra noticia, siete
pliegos, cuatro con atribuci6n terminante a Pedro de Riaho y los otros
dejando en el an6nimo la paternidad. Nos referimos, naturalmente,
a ediciones antiguas, anteriores o muy poco posteriores al Cancionero
de romances antuerpiense sin aio (2). Dos se conservan en el Museo
Britanico (que designaremos A y B) y uno en cada una de las biblio-
tecas siguientes: Nacional de Madrid, Universitaria de Praga, Natio-
nale de Paris y Pdblica de Oporto; el que posey6 el famoso coleccio-
nista Huth esti en paradero ignorado.
Todos tienen entire si relaci6n. Uno (Praga) solo lleva el romance
del conde Alarcos, dos (Paris y Madrid) contienen por complement
un romance de Amadis, dos (Oporto y British A) tienen dos piezas
iguales sobre'tres afiadidas y, finalmente, dos (British B y Huth) llevan,
tras la pieza principal, dos textos para completar pliego.
De estos siete opuisculos han sido reproducidos o descritos deta-
Iladamente los dos del British Museum (3), el de Praga (4), el de la
Biblioteca Nacional de Madrid (5) y ahora resefiamos el de Oporto
mis adelante. Vamos a describir el de Paris y, por ser muy raro el
Catalogue de Huth (6), copiaremos de &1 la nota relative al que posey6
este ilustre bibli6filo.
f Romance del conde Alarcos I t de la Infanta Sollsa. Fecho por
Pedro de riaflo. (i Otro Romice de Amadis: 4 dize. Despues que el esfor-
gado. I [Cuatro grabados: caballero, roy, reina, caballero].
(t) ([ Gloss peregrina: la qual I glosando muchos Romances antiguos nar I
ra la eterna perdici6 de Lucifer y sus sequa I ces: y la cayda y reparacion del kom-
bre: c6puesta por Al6so Lope; clerigo... [etc]. 4.0 4 h., s. i. t., letra gotica.
Reimpresa en fascimile en la coleccion Pliegos podticos g6ticosde la Biblio-
scea Nacional [de Madrid]. Madrid 1957, numero LXXX.
(s) Cancionero de I Romances I en qve estan I recopilados la mayor par- I te
de los romances caste I llanos que fast ago- ra sean corn- I puesto. I [Escudete del
impresor] I En Enveres I En casa de Martin Nucio. 8. 275 folios, sin afio de impre-
si6n. Se reprodujo en facsimile por R. Menendez Pidal en Madrid 1914 y 1915, con
importance pr61logo.
(3) Henry Thomas: Early Spanish Ballad..., London 1927. Thomas cree
al an6nimo como impreso en Sevilla, Cromberger 0505 y al otro como de Zaragoza,
G. Coci c. 152o.
(4) Descrito por Foulche-Delbosc, Les cancionerillos de Prague..., pag. 6;
reimpreso en la colecci6n de Pliegos Podticos Espaffoles en la Universidad de Praga,
pr6logo del Excmo. Sr. D. Ramon Menendez Pidal, Director de la Real Academia
Espafiola. Madrid :960; el facsimile se ball en las pAgs. 81-88.
(5) Pliegos podticos g6ticos..., numero Lxxu, reproducido en facsimile.
(6) The Huth Library..., London 188o. Tomo iv, nom. 1264.
4. [4] hojas, letra g6tica. Signatures: a-aiij. Sin indicaciones tipo-
graficas.
Paris, Biblioth6que Nationale.
([ Aqui se contienen tres Romances. El primero es del Conde Alar-
cos, como mato a la Condessa su muger por casar con la hija del Rey, a quien
el havia offrecido casamiento. El segundo del Comendador de Auila. El ter-
cero trata de la muerte del Rey Alboyno.
S. 1. n. a. 4.0 Black letter. Four leaves.
Beneath the title is a rude woodcuts.
Una possible cronologia, segun los datos suministrados por los
bibli6grafos (Thomas, Norton) o por nuestro juicio personal, seria esta:
i c. 1515. Sevilla, Cronberger. British Museum. (Thomas).
2 c. 1516-17. Sevilla, Juan Varela de Salamanca. Oporto.
(Norton).
3 c. 1520. Sevilla, Cronberger. Bibliotheque Natioriale (Norton).
4 c. 1520. Zaragoza, Coci. British Museum. (Thomas).
5 c. 155o. Burgos?. Praga.
6 c. i55o. ? Biblioteca Nacional.
7 c. i? I? Colecci6n Huth
Del embri6n dramitico Coplas de una doncella... parece ser la
mas antigua edici6n conservada la de Oporto, que segdn las investiga-
ciones de Mr. Norton fu6 impresa en Sevilla por Juan Varela de Sala-
manca en i5t6 o 1517. Salvi posey6 y describi6 otra s. i. t., muy
semejante a esta, que boy se halla en la Biblioteca Nacional de Madrid
y ha sido reproducida facsimilarmente por mi recordado amigo Vicente
Castafieda en su Corona poitica en alabanga de Nuestra Sefora (i).
Moratin (2) alcanz6 a ver una, que no localizamos, impresa en
Valladolid el afio de 154o, la cual escape a la diligencia de Mariano
Alcocer. Vicente Salvi (3) tenia la de Alcala 1604, que fud reimpresa
por Gallardo (4), y ain cita, sobre la fd de un catalago antiguo de la
biblioteca ducal de Osuna, otra de Cuenca 1619.
(1) Corona podtica en alabanfa de la Virgen nuestra sefora (pliegos de los
siglos xvi y xVl). Introducci6n [por] Vicente Castafieda Alcover, Madrid 1956.
Cfr. las pdgs. 23-3o. No se localiza ejemplar ni se dice de donde se reproduce ni se
sefialan otras ediciones.
(2) Leandro Fernandez de Moratin: Origenes del teatro espafol..., ed.
Biblioteca de Autores espafoles (Rivadeneyra), tomo n, pAgs. 193-194.
(3) Catdlogo de la biblioteca de Salvd, Valencia 1872, tomo i, nfims. 1199
(g6tica s. i. t.) y 1197 (1604).
(4) Ensayo de una biblioteca espaiola..., tomo x, (1863), nim. 574, colum-
nas 703 a 711.
El bibli6filo portugues Conde de Ficalho tuvo en sus estantes la
impresa en Barcelona por Sebastian Cormellas en 1611 la cual, vendida
por Henriques de Oliveira (i) figure hoy en nuestra colecci6n. Tanto
esta como la conquense aparecen atribuidas a un desconocido Eugenio
Alberto. Gallardo sospech6 si pudieran ser las Coplas obra de Lucas
Fernindez y en fe de tal suposici6n las imprimi6 Cotarelo al final de
su edici6n facsimilar del poeta salmantino (2), siguiendo el texto trans-
crito en el Ensayo.
He aqui, ahora, la descripci6n inedita de la barcelonesa que
poseemos:
Coplas de la Donzella y el Pastor |y del Saluaje: las quales son a
modo de farsa, de como vna don-Izella andando perdida se encontro con vn
Pastor: y vn | Saluaje. Y como todos van a adorar a nuestra I Seiiora a vna
hermita. I Compuesta por Eugenio Alberto. I [Cuatro grabados en madera y
sobre cada uno de ellos el nombre del personaje: Pastor. Donzella. Hermi-
tafio. Saluaje.]
Alfin. Con licencia, en Barcelona, por Sebastian de I Cormellas, al Call.
Afio de 16 1.
4.0 [4] hojas, letra redonda. Signatures: A2. Texto a dos columns.
Dos tiradas casi coetineas conocemos del pliego Coplas de Mada-
lenica y ambas conservadas en double ejemplar: una representada por
los que existen en Oporto (nmmeros v y xv de nuestro catilogo) y otra
que figure en la Bibliotheque Nationale de Paris (Yg. 86- 12) y en el
British Museum de Londres (G. 1102 z-7). Las diferencias tipograficas
son escasisimas pudiendo decirse que estin limitadas al desarrollo de
abreviaturas. La primera puede atribuirse a las prensas sevillanas de
Juan Varela de Salamanca entire 1565-1520, mientras que la segunda
parece ser product de las tambien hispalenses de Jacobo Cronberger
entire 151I-i5i5. He aqui la descripci6n, hasta ahora no hecha, de
esta parisina y londinense:
([ Coplas de Madalenica. I ([ Otras de ta bue ganadico afia I dfdas por
Jaques normante. I ([ Otros fieros que hizo vn rufia I en ;amora con vn puta,
4.0 [4] hojas, letra g6tica. Signatura: A. Texto a dos columns.
Exceptuando las Coplas hechas por Alvaro de Solana de las
cuales no conocemos otro texto, reimpresas por John M. Hill (3), las
(i) Catalogo da biblioteca antiga que pertenceu ao Conde de Ficalho... para
venda em leilao que tera inicio em 8 de Abril de 1946... sob a direcqio de Arnaldo
Henriques de Oliveira. Lisboa [1946]. Cfr. el n0mero 1o, pag. 3.
(a) Farsasy dglogas por Lucas Fernandez, reproducci6n en facsimile de Ia
primera edici6n de 1514, publicala la Real Academia Espafiola. Madrid, Tips Archi-
vos, 19a9, pdgs. i a t6 del Apdndice.
(3) Poesias germanescas..., pags. 13-17.
cuatro composiciones restantes figuran en diferentes impresos y manus-
crAtos. De Tan buen ganadico, conocida obra de Juan del Encina (i),
posey6 edici6n suelta Don Fernando Col6n (Abecedarium, num. 14509)
y aparece con mdsica en el Cancionero de Barbieri (2), asimismo se
hall en un pliego de la Biblioteca Nacional de Madrid Coplas de Anton
Vaquerijo. Y otras de tan buen ganadico. Y otras canciones. Y vn
willancico, s. i. t. pero muy probablemente Burgos c. i56o, repro-
ducido facsimilarmente en la colecci6n de Romero de Lecea (3);
tambien en otro que anunci6 en venta la libreria muniquesa de
Jacques Rosenthal Coplas nueuamente hechas de tan buen gana-
dico y otras de Magdalenica. Con otros villancicos y coplas de
amores (4.* 2 hojas, letra g6tica) (4) y fue adquirido por mi difunto
amigo el Duque de T'Serclaes perteneciendo hoy a la colecci6n de
su hijo el Marquis de Morbecq, en Madrid, donde lo hemos estu-
diado (5).
Las dos composiciones que comienzan Pues el fin de mi esperan(a
y No te tardes que me muero son obra de Juan del Encina y aparecen
ya en la primera edici6n de su Cancionero (6) asi como en el folleto de
de la Biblioteca Nacional madrilefia ya mencionado Coplas de Anton
Vdquerijo.
De las famosas coplas que dan titulo al opusculo y comienzan
Abrasme Madalenica hay no menos de diez ediciones antiguas: Don
Fernando Col6n posey6 hasta cuatro, que figuran en su Abecedarium con
los numerous 2246, 45o9, 5009 y 12216. Se hall asimismo en los plie-
gos mencionados de Rosenthal y Biblioteca Nacional; hay ademis, dos
ediciones sueltas en este tiltimo dep6sito bibliogrifico, ambas sin fecha
pero antiguas, tal vez anteriores al Cancionero de romances s. a.: Aqui
comir4i las coplas de Madalenica. Con otras coplas de la Reyna de
(i) No figure en su Cancionero (:496) pero sl en el de Barbieri que citamos
a continuaci6a.
(2) Cancionero musical espaiol de los siglos xvy XVI, transcript y comen-
tado por Francisco Asenjo Barbieri. Madrid, 189o. Citamos por la reimpresi6n de
Buenos Aires 1945: en ambas ocupa el ndmero 393.
(3) Pliegos podticos goticos. .., tomo m, numero cix.
(4) Jacques Rosenthal, Librairie ancienne... Munich: Editions originates de
Romances Espagnoles. 4.0 8 pags. s. i. t., pero Munich, c. t9a2. Se described allf
53 pliegos impresos del siglo xvi y 2 manuscritos; las Coplas de Madalenica Ilevan
el nQmero 19 y se fechan c. 154o.
(5) La soberbia biblioteca del Duque de T'Serclaes de Tilly se dispers6 entire
sus herederos a su fallecimienco: sus hijos y buenos amigos nuestros el Marques de
Morbecq y el Marqu6s de Lade conservan preciosamente la part que les correspondi6.
(6) Cancionero de Las obras de Juan del Enrina. (Salamanca, so de junior
de 1496). Hay reimpresi6n en facsimile hecha por la Real Academia Espaiola
en 1928.
Napules. Con vna cancion (i) y Aqui comienfa quatro maneras de
Romances: el vno de magdalenica. etc. (2).
Tambien figure en la biblioteca de The Hispanic Society of Ame-
rica, New York, en un pliego original o copia del penultimo madrileflo
citado, que perteneci6 a Salvi (3) y a Heredia (4) y hemos descrito
con detalle recientemente (5).
Col6n posey6 un ejemplar del opusculo podtico que contiene la
Elegia fecha a la muerte del cat6lico rey don Fernando, y es la dnica
noticia antigua que tenemos de il; va sefialada en su Abecedarium con
el ndmero 14569: Ferdinandi, regis Hispanie. Elegia a su muerte,
en coplas y cita el primer verso complete mis el comienzo del
segundo.
Pura herencia de los caminos medievales, las treinta y tres coplas
de arte mayor que describe el an6nimo poeta, siguiendo las trazas de la
escuela aleg6rica, acaban por disolverse en el prosaismo enumerativo
de las disposiciones testamentarias. Si hemos de career sus dichos, no
era la primera vez que tajaba la pdiola para escandir versos sino que ya
estaua partida de mi pensamiento
Ia gana de mas cantando escreuir;
ia pluma dexaua el borrar y teffir,
la lyra quebrar la queria sin tiento.
Valdria la pena estudiar alguna vez este tipo de poesia periodis-
tica consagrada a la muerte y testamento de personas reales. Nuestra
amiga Pilar Garcia de Diego ha sefialado en various trabajos suyos los
testamentos porticos de Felipe II, Felipe III, segundo D. Juan de
Austria y Felipe V, recogidos de plieguecillos volantes modernos o de
ediciones tardias (6).
Pero la cosa venia de muy atris. Creemos que la manifestaci6n
mas antigua impresa es el Romance sobre la muerte del rey don Felipe
de Castilla (ibo6) que apareci6 primero suelto (7) y luego unido a otros
(i) Pliegos podticos goticos..., nfm. cxx.
(a) Pliegos poeticas goticos..., nom. cxxxim.
(3) Catalogo de la biblioteca de Salvd..., tomo nmor. 3a.
(4) Catalogue de la Bibliothbque de M. Ricardo Heredia, Comte de Benaka-
sis. Deuxieme parties. Paris 1892, nrim. 1741, pags. 90-9t.
(5) Antonio Rodriguez-Mofiino: Los pliegos podticos de The Hispanic Society
of America (siglo xvi), noticia bibliografica. New York, tg96. Cfr. nom. i, pag.9.
(6) Pilar Garcia de Diego: El testamento en la tradiccidn. Articulos publi-
cados en It Revista de Dialectologiay Tradiciones Populares, Madrid, tomo ix (1953)
,cuaderno 4. pigs. t-66 y tomo x (1954) cuaderno 3,*, pigs. 400-471.
(7) Aparece asi mencionado en el Abecedarium de Col6n: Philippe, regis
Castelle. Romance sobre su muerte, :4875. bafrcelona].
en pliego que reimprimi6 Sanchez Cant6n hace afios (i). Al deceso de
Fernando el catdlico se consagraron al menos dos opusculos: el que
motiva estas lines y la obrita de Francisco Fuertes Coronati6n a la
muerte del Rey don Hernando (2).
El Bachiller DurAn es autor de un Romance a la muerte del
emperador Maximiliano, que comienza, segun la nota que nos ha que-
dado en el Abecedarium de Col6n :
Afio de mil y quinientos
y dezinueue a mi ver
a doze del mes...
Nos ocuparemos en otro trabajo del divulgadisimo Testamento de
Felipe II y para aquella ocasi6n reservamos la bibliografia posterior a
las fechas que alcanzan los pliegos de Oporto.
El pliego que viene a continuaci6n en el voldmen nos ha conser-
vado la memorial de Crist6bal de Pedraza y el texto de ocho poesias
suyas no conocidas por otra fuente, y una ajena (No ay palabras que
declared) incorporada al Cancionero general a partir de su segunda
edici6n de 1514. Pedraza, poeta religioso popular, pertenece a la line
de los Ocafia, Avila, Zafra, etc. representada hoy en solitarios pliegos
sueltos y que debieron de tener gran divulgaci6n en su tiempo. La
primera de las composiciones aparece registrada entire los libros de
don Fernando Col6n.
Tienen las devotas piezas de Pedraza la curiosidad de revelarnos
unos cuantos de los tonos musicales mis populares de los comienzos
del siglo xvi a cuyas melodies, de todos sabidas, se acoplaban sus
letras, v. gr. Abras me tu el hermitalo, El corro, Pastorcico que habe-
des que, Tan buen ganadico, Aquel caballero madre y Por vos gentil
sefiora. De dos de ellos, al menos, se nos ha conservado la miCsica con-
temporanea: Aquel caballero madre figure en el Cancionero de Barbieri
con el nimero 209 y Tan buen ganadico con el 393.
Como vademecum para enamorados precisantes de formulario el
oputsculo titulado Cartas y coplas para requerir nuevos amores debi6
de ser muy reimpreso, aunque solo han llegado a nuestra noticia cuatro
ediciones antiguas: la present de Oporto, obra del tip6grafo toledano
Juan de Villaquirin hacia 1515; otra que hay que considerar impresa
con anterioridad al 23 de noviembre de 1524, ya que en esa fecha
(i) F. J. Stnchez Cant6n: Un pliego de romances desconocido, de los prime-
ro afios del siglo xvi. Articulo en la Revista de Filologia Espafola, vn (192o), 37-46,
con facsimiles.
(2) Col6n Abecedarium, nam. 12884.
adquiri6 un ejemplar en Medina del Campo don Fernando Col6n (i),
la tercera conservada en la Biblioteca Nacional de Paris, sin indicacio-
nes tipogrificas como las anteriores (2), y por fin una fechada de la
Biblioteca Nacional madrilefia la cual ha sido reimpresa en facsimile
dos veces: una hacia 1875 por don Jose Sancho Rayon (3) y otra en la
colecci6n de Pliegos poeticos gdticos (4). Lleva en la portada el afio
de estampaci6n: 1535. No hay variantes en los textos.
Copiamos la reseiia de Col6n y la descripci6n que sobre el ejem-
plar de Paris hemos hecho recientemente:
Cartas y coplas pa reqrir de amores en espaffol. las cartas son seys la
p.* I. si por escreviros vfa md. la vltra. d. y con este fin acabo. las coplas.
I. la carta lleua c6sigo. d. que solo veros cobro. It. se siguE vnos loores a vna
dama. I. los altos meregimientos. es en 4.0 costo en medina del cipo 3. blancas
a. 23. de nouiEbre de. 1524.
[Orla xilogrdfica y dentro el titulo]. Cartas y coplas I para reqrir
nue- I uos amores.
4,0 [4] hojas, s. i. t., letra g6tica. Paris, Bibliotheque Nationale.
[Sevilla, Cronberger, hacia 15i6-S52o].
Cuatro composiciones, todas ellas procedentes del Cancionero
general de Hernando del Castillo, integran el optisculo Metafora en
metros: ademis de esta obrita de Quir6s va otra suya y unas coplas
de macho y hembra a una del Comendador Stilfiiga. Dirigida la Metd-
fora a Juan Fernandez de Heredia siendo servidor, es decir enamorado,
de la senora Jer6nima Beneyta, claro esti que la fecha no puede ser
posterior al 2 de Agosto de t5zo en que matrimoniaron (5).
Si la impresi6n se realize por el toledano Juan de Villaquirin
c. i515 y la primera edici6n del Cancionero general se concluy6 en :5
de enero de 15s1, parece 16gico deducir que una y otro repiten un
pliego anterior a agosto de 1i5o, hoy perdido; uno mis entire el infi-
nito ndmero de los desaparecidos!.
El Psalmo de Bartolomi de Torres Naharro que viene a conti-
nuaci6n en el volhmen parece clara estampaci6n italiana de hacia i515.
Gillet lo ha descrito, estudiado y publicado con su maestria habitual (6)
y ello nos exime de ocuparnos de l1 mis detalladamente.
(i) Regestrum..., numero 4o85.
(2) Signatura: R6s. Y2 86i.
(3) Adviertase que Sancho Rayon solta poner a sus reproducciones unas
cubiertas realizadas caprichosamente, imitando portadas antiguas.
(4) Tomo n, nomero XLVIII.
(5) Juan Fernandez de Heredia: Obras, edici6n, pr6logo y notas de Rafael
Ferreres. Madrid, g1955, Cldsicos castellanos tomo 139. Cfr. la pag. x1.
(6) Propalladia and other works..., tomo :.
No parece corresponder el Aue maria trobada por vn delote
frayle, obra pia de an6nimo claustral, a ninguno de los asientos que
con semejante titulo figuran en el Abecedarium colombino:
Aue maria en coplas por un fraile con un verso a sant'Ana en coplas.
13687.
Aue maria glosada en coplas con otras deuociones. 12384.
Aue maria glosada sobre, cada palabra una copla. 14825;
mis sentidas que inspiradas las coplas no nos son conocidas mis que
por ese texto, asi como la Prosa a modo de suplicaci6n que acaso
pudiera referirse a las calamidades y epidemias del aiio i5o7, tan alu-
didas en la literature contemporinea. La Prosa se halla escrita en
ochavillas, metro ficil y muy propio para la poesia devota y popular
que reflejan los pliegos de este tipo.
Estudiado por el diligente Hill y publicado en parte (i) el cuadernillo
que contiene las Coplas de Rodrigo de Reinosa, es ejemplar tinico y no
conocemos otra tirada. La primer de las composiciones, que comienza
Si te vas bafar Juanica se hall en un pliego de Praga obra probable del
burgalds Felipe de Junta (2), en otro del British Museum 3)) no descrito:
[Orla de cuatro barras que encierra today a plana. ( Romance
nueuamente imprimido dl I infante Turian y d la infants Florea: I con Ias
coplas de si te vas a basfiar % c. ([Tres tacos: casa con jardin, hombre,hombre)
A continuaci6n el texto, a dos columns.
Turbado estaua linfite el infante Turian.
Si te vas a balar juanca [sic] dime a quales bafios vas. Otras coplas.
Si la fe y el galardon por vn peso se pesasse. Cancion.
4.O [4] hojas, s. i. t., letra g6tica.
si bien aqui como an6nimo. En el llamado Cancionero de psala (4)
hay un comienzo semejante con musica, igual que ocurre en el libro de
(i) .John M. Hill: An additional note for the bibliography of Rodrigo de Rei-
nosa, articulo en Hispanic Review, xvu (1949) pags. 243-25o.
(2) Foulche Delbosc: Les Cancionerillos de Prague..., nm- xx1n y pig. 73.
(3) Signatura: G. 1ios3 (9).
(4) Villancicos I De diversos autores, a dos, I y a tres, y a qvatro I y a cinco
bozes, I agora nvevamente I corregidos. Ay mas I ocho tons de canto de Organo
para que puedan, I Aprouechar los que, A can- I tar comencaren I | [Grabadito] I
Venetiis, I Apud Hieronymum Scotum. I [raya] I M D L V I.
4.0 LXIII folios. Biblioteca de la Universidad de Upsala. Manejamos la
unica edici6n modern, becha en Mexico 1944 por Jests Bal y Gay. Pars los textos
literarios veanse las dos importantes publicaciones de Leopoldo Querol Roso La
poesia del Cancionero de Uppsala, Valencia, t932 (4.* 1s4 pigs.) y Jose Romeu
Figueras: Mateo Flecha el Viejo, la corte literarie musical del Duque de Calabria y
el Cancionero Ilamado de Upsala. Barcelona 1958 (4.0 78 pigs.).
vihuela de Pisador; los dos primeros versos debieron, por tanto, de
bacerse muy populares.
Las cuatro siguientes composiciones solo se nos han conservado
en este texto, de donde las reimprimi6 Hill (i), pero el villancico por
deshecha que comienza Alfa la boT pregonero no pertenece a Reinosa:
se habia publicado ya en el Cancionero general (2) como obra de Lope
de Sosa en 5S11 y mis tarde en un pliego de la colecci6n de Praga (3).
Las dos iltimas figuran en otro de la misma series (4) y en el Cancio-
nero de Constantina (5). Degime vos pensamiento ha sido infinidad de
veces reimpresa.
Para el studio de Rodrigo de Reinosa tiene un gran interns este
pliego, puesto que nos da dos fechas de una vida tan poco situada cro-
nol6gicamente: en las Coplas de amores para cantar afirma que estan
hechas a ruego e intercesi6n de un cantor del ilustre e magnifico seFior
don Alvaro de Estuiniga, Prior de San Juan, llamado Quintana, es decir
en los dltimos afios del siglo xv o comienzos del xvi, y en otras coplas
figure la fecha de i5o6 en que requeria el poeta de amores a una moza;
quien moceaba el aiio seis debia ser hombre joven todavia. Norton
establece la posibilidad de que la impresi6n correspond al taller sevi-
Ilano de Juan Varela de Salamanca entire 1515 y 152o.
Dos ejemplares existen del pliego que va a continuaci6n: uno el
que nos ocupa y otro que hemos examinado en la Bibliotheque Natio-
nale de Paris (6). El encabezamiento y el solo constar de dos hojas,
nos hizo en un principio suponer que se trataba de un fragmento de
pieza mayor, pero seria muy raro que se hubiesen conservado esas dos
parties finales. Claro estA que tratindose de poeta censurado, como lo
era Garcisinchez de Badajoz quizi pudiera concebirse una mutilaci6n:
recudrdese que sus Lecciones de Job y su Infierno fueron suprimidos
inquisitorialmente ya en el siglo xvi.
(i) Hill: An additional note.. pAgs. 245-250.
(2) Hernando del Castillo: Cancionero general. Valencia 15s i, folio cxxxij.
Citamos por Ia edici6n facsimilar (con studio nuestro) de Valencia 1958.
(3) Foulche-Delbosc: Les cancionerillos de Prague .., nom. vn,
(4) Foulche-Delbosc: Les cancionerillos de Prague..., n0m. ixxv.
(5) 4 Oficionero llama I do guirlanda esmal I tada d galanes y elo I quentes
dezires de I diuersos autores. 4.0 s. i. t., lxx [x] viii fojas. Cir. fol. 6o.
Hay dos ediciones s. i. t., g6ticas: esta probablemente de Sevilla, Varela,
hacia 152o, y otra de Cronberger anterior. Reimpresion modern, con pr6logo de
Foulche-Delbosc, en Madrid 1914.
(6) Signatura: Res. Yg so6. El Dr. Norton, en carta, nos sugiere: uaLe parece
possible que el editor haya podido dejarse influir distraidamente por el eptgrafe
'Otra obra suya...' del Cancionero general Se encuentra lo que pudiera ser el
mismo fen6meno en el Otro romance del conde Claros... fecho por Juan de Burgos
*(British Museum)*.
229
El opisculo, posiblemente toledano y salido de las prensas de
Juan Villaquir6n entire los afios 1512 y 15i5 contiene cuatro com-
posiciones, todas las cuales se hallan en el Cancionero general
de Hernando del Castillo (i) a partir de su edici6n primera (6i5 ).
Hemos cotejado 6sta y las de 1514 y 1517 (2) sin haber podido
hallar variantes caracteristicas que nos permitieran filiarlas con exac-
titud.
De indudable interns hist6rico es el cuadernito en prosa, probable-
mente impreso en Sevilla por Juan Varela de Salamanca hacia 1i56,
que comprende dos cartas relatives a la sucesi6n en el trono espafiol.
Una es del principle don Carlos (mas tarde Carlos I) fechada en Bru-
selas a i de febrero de i516 respondiendo a la en que la reina viuda
dofia Germana de Foix le participaba el fallecimiento del rey don Fer-
nando, y otra escrita al Cardenal Arzobispo de Toledo confirmindole
en el nombramiento que tenia de Gobernador del Reino y enviindole
como embajador al Dean de Lovayna, su fecha en catorce de febrero
de 15i6.
Tras el pliego que repite las ya examinadas Coplas de Madale-
nica viene la Egloga trobada por Juan del Encina, impreso toledano
de Villaquirin entire i513 y 1520, por los mismos afios en que la publi-
caba en Burgos Fadrique de Basilea (c. 1515-17) o Alonso de Melgar
en los primeros meses de 1520, segun el ejemplar que existe en la
Biblioteca Nacional de Paris (3).
Absolutamente desconocido a lo que creemos es el opuisculo
que contiene las Coplas al bienaventurado Sant Roch, producci6n de
un an6nimo fraile de S. Agustino. Solo relevarnos en el Abecedarium
colombino una menci6n del verso con que comienza la obra con-
templativa sobre lo que dice San Juan sobre la Virgen al pid de
la cruz.
La iltima de las obras que contiene este important volhmen de
various es una pieza del dramitico extremeFho Bartolom6 de Torres
Naharro de la cual solo se conserve el ejemplar de Oporto. Tritase
del Concilio de los galanes y cortesanas de Roma convocado por el
dios Cupido. Su texto no ha llegado complete a nosotros pues solo
existen cuatro hojas debiendo de constar de seis. Gillet supone con
buenos fundamentos que es impresi6n romana de hacia 1515.
Pero si cierra el tomo este optisculo, no concluyen con 61 las
existencias de pliegos podticos en la biblioteca portuguesa, pues en el
(i) Cancionero general..., Valencia i5i i. Cfr. los folios ccix y ccxv.
(2) Ejemplares inicos en la Bibliotheque Nationale de Paris, donde los
hemos estudiado.
(3) Signatura: Res. Yg. 87.
fondo general auin existen dos cuadernos populares del siglo xvi: uno
que contiene los Castigos y ejemplos de Cat6dn y otro el Despertador
de pecadores. Obritas eminentemente populares entran dentro de
nuestra actual recolecci6n aunque sean algo mas extensas que lo
normal puesto que tienen doce y dieciseis hojas respectivamente (i).
Hasta nueve tiradas diferentes hemos podido precisar, como rea-
lizadas en el siglo xvi, del poemita medieval en cuaderna via que se
populariz6 bajo el titulo de Castigos y ejemplos de Caton, interesante
catecismo moral utilizado durante muchisimo tiempo para adoctrinar
a la infancia. Una de ellas por cita en el Abecedarium de la Biblioteca
Colombina, sin que nos sea possible indicar el lugar y fecha de impre-
si6n y si solo conjeturar que fuese edici6n de Medina del Campo, por
ser alli donde la adquiri6 Don Fernando. He aqui la nota correspon-
diente del Regestrum, contenida en el nimero 3322 (no 322 como se
-dice en la Bibliografia hispano-latino cldsica) (2):
Castigos y ejemplos de Caton procede en mafia de coplas. I. en Roma
fue vn hombre. D. y a la virgin maria. est en. 4.0 cost 6 m.a del Campo. 8. mrs.
La mis antigua fechada es esta de Oporto, que ha sido descrita por
Sousa Viterbo (3) y Anselmo (4), a la cual siguen las de Le6n i533 (5),
Medina 1542 (6), Medina 16 de enero de 1543 (7), Medina 'i de setiem-
(i) Nos tranquiliza el hecho de que el volomen v de los Pliegos podticos
gdticos se rellena con libritos de igual y aun de mayor extension, v. gr. los Dichos
o sentencias de los siete sabios de Grecia, de Hernan L6pez de Yanguas (num. CLXXV
y CLXXVI, de 16 folios), las Cincuenta preguntas del mismo (num. CLXXVII, 16 fols.),
las Coplas de Bias contra Fortuna (nUms. ci.xxvm y CLXXIX, 16 y 18 fols.), Cancionero
de Velazquez de Avila (CLXXX, 20 folios) y Coplas del Vita Christi, de fr. Ifiigo de
Mendoza (n6m. CLxxvm) que tiene nada menos que ochenta paginas.
(2) M. Menendez y Pelayo: Bibliografia hispano-latina cldsica, I. Santan-
der 195o, pagina 375 de la edicl6n llamada Nacional, dirigida por Enrique Sanchez
Reyes. Por respeto a la memorial de Don Marcelino y a la erudici6n espafiola con-
temporanea, a la que en modo alguno represent esta edici6n desdichadisima, no
deberia permitirse la irresponsabilidad que significa. Vdanse las paginas que le
consagra el docto Antonio Alatorre en NRFH, xm (1959) pags. I 5-123.
(3) Sousa Viterbo: A litteratura hespanhola em Portugal, articulo publicado
en Historia e Memorias da Academia das Sciencias, tomo xn, part n, numero 5,
pags. 151-454. Cfr. las pags. 23o-231.
(4) Antonio Joaquim Anselmo: Bibliografia das obras impressas em Portu-
gal no seculo XVI. Lisboa 1926, pdg. 162, numero 565. Anselmo, en realidad, se
limita a copiar lo dicho por Sousa Viterbo.
(5) Menendez y Pelayo: Bibliografia hispano-latina cldsica, tomo i, pagi-
nas 379-380.
(6) Ejemplar en el British Museum, signature: C. 39. f. 28 (9).
(7) Reproducida en Pliegos podticos g6ticos..., noiaero CLXVI.
bre de 1543 (1), Sevilla i55o (2), Burgos i563 (3), Alcal i1586 (4), y
Barcelona 16o09, recientemente estudiada por nuestro queridisimo y muy
docto amigo el Prof. Edward Glaser (5).
Finalmente, el iltimo de los cuadernos populares podticos del
siglo xvi que registramos es el Despertador de peccadores inventado
por vno dellos, en su edici6n burgalesa de 1541. No es desconocido el
libro ni la tirada: hay, al menos, dos anteriores. Posey6 la mis anti-
gua (Medina 1534) Salvi (6), de quien pas6 a Heredia en cuyo catilogo
se reproduce en facsimile la portada (7); figure en The Hispanic Society
of America otra estampada en Valladolid, s. a., c. 1525 segtn Miss
Clara L. Penney (8). De un ejemplar no localizado de la edici6n de
Burgos 1541 hizo una reimpresi6n facsimilar hacia 187o don Jose San-
cho Rayon.
Y con estas notas conclufmos el ligero examen de los veinte cua-
dernos literarios espaitoles del siglo xvi que se conservan en la Biblio-
teca ptiblica de Oporto, esperando que su conocimiento pueda ser itilt
a los estudiosos.
A. RoDRIGUEZ-Mo0INO
Madrid, 19-22 de enero, 1962.
(i) Menendez y Pelayo: Bibliografia hispano-latino cidsica..., pig. 38o.
(2) A. Palau y Dulcet: Manual del librero hispano-americano, tomo ui, Bar-
celona 195o, num. 5o359.
(3) Facsimile en la Colecci6n de pliegos sueltos de Vicente Castafieda y
Amalio Huarte, tomo r, Madrid 1929, pigs. 209-232.
(4) Menendez y Pelayo: Bibliografia hispano-latina cldsica, tomo i, pig. 378.
(5) Edward Glaser: An Addition to the Cervantes Canon f, articulo en el
Harvard Library Bulletin, vin, nom. i, Winter 1954, pp. 88-96. El Dr. Glaser cita
todas las ediciones que recogemos aqui y ofrece un facsimile de la portada de esta
curiosisima edici6n que di6 a la estampa el Licenciado Miguel de Cervantes.
(6) Catdlogo de la biblioteca de Salvd .., tomo nim. 56t.
(7) Catalogue de la bibliotheque de M. Ricardo Heredia... deuxi6me parties,
nam. 1861. Hoy en el British Museum: C. 63. f. 5.
(8) Clara Louisa Penney: List of books printed before z6or..., New York 1955,
pag. 81. Por su extension no nos atrevimos a incluirlo en nuestro trabajo sobre los
pliegos sueltos de The Hispanic Society.
DESCRIPCIONES BIBLIOGRAFICAS
I
COMEDIA TI= | NELARIA. I SACTISSIMO DOMINO NOSTRO. D. L. I X
PONT. MAX. OBLATA: PER I BARTH. D. TORRES I NAHARRO. [ESCUDO
DE ,ARMAS PONTIFICALES].
Portada, a la vuelta la [dedicatoria latina:]
-Rev. in Christo Patri et Dio. D. B. Caruaial. S. R. E. Tituli
Sancte Crucis in Iherusale Episcopo Car. idem. Bart. D. Torres
Naharro. S.
Acuerdome 4 despues de recitada esta Comedia Tinelaria...
TEXTO. Comienza:
Hasta aq: por: excellitia.
4.* [18] folios. Letra redonda except en parte del titulo, a dos colum-
nas. Signatures: A-C4, D6e. Sin indicaciones tipograficas, circa 1516.
x-3-26 (i)
II
SEISS GRABADOS EN MADERA: GALAN, GALAN, ANCIANO,
ANCIANA, BEATA, CASAS] I [BARRA HORIZONTAL] I GRACIOSO RAZO-
NAMIETO EN QUE SE | INTRODUCE DOS RUFIANES EL VNO PREGU-
TADO EL OTRO I RESPONDIEDO EN GERMANIA DE SUS VIDAS z
ARTE DE J BIUIR QUADO VIENE VN ALGUAZIL LOS QUALES COMO I
VIERON FUERON HUYEDO z NO PARARON HASTA EL BURDEL A
CASA j DE SUS AMIGAS LA VNA DE LAS iQLES ESTAUA RINENDO CO
VN PAST I OR SOBRE Q EL SE QUEXAUA Q LE AUIA HURTADO
LOS DINEROS DE LA= | BOLSA Y VIEDO ELLA SU RUFIAN HAZESE
MUERTA Y EL SE HAZE FIEROS | e DIZE AL PASTOR Q SE COFIESSE
EL (L HAZIEDOLO ASSI ACABA LA OBRA.
A continuaciOn el texto.
A boca de sorna por yr encubierto
el fiero German tomo su desgarro...
4.0 [4] hojas, letra g6tica. Signatura: a. [Sevilla, Juan Varela de Sala-
manca, 1i55- 52o].
En la mirgen respective, cuando cambia de interlocutor el texto, va
colocado un grabadito que le represent. Hay en total siete, todos diferen-
tes que indican personaje, cuatro masculinos y tres femeninos, por este
orden: rufian, sefiora, pastor, otra sefiora, pastor [es un tipo de anciano],
rufian y otro rufian. La letra G con la cual comienza el texto, floreada.
x-3-26 (2)
[ORLA INCOMPLETE DE TRES LADOS: SUPERIOR (DOS
TROZOS), INTERIOR (UN TROZO), INFERIOR (DOS TROZOS),
DENTRO DE ELLA DOS TACOS: INFANT HABLANDO CON REY,
CASA] I[ ROMANCE DEL CONDE ALARCOS I z OTRO ROMANCE DE
JUAN DEL ENZINA r VN VILLACICO A NUESTRA | SENORA NUEUA-
MENTE IMPRESSO.
A continuaci6n el texto, a dos columns.
Retrayda esta la infant bien assi como solia.
Por vnos puertos arriba de montafia muy escura. Romance.
A qui8 deuo yo llamar vida mia. Villancico.
4.0 [41 hojas, letra g6tica. Signatures: a-aij. [Sevilla, Juan Varela de
Salamanca, c. 155-5201o].
x-3-2b (3)
IV
EN LAS PRESENTS COPLAS SE TRA== I TA COMO VNA HER-
MOSA DOZELLA ANDADO PERIJIDA POR VNA I MONTANA: ENCOTRO
CON VN PASTOR: EL QUAL VISTA SU GENTILE I ZA SE ENAMORO
DELLA: Y CON SUS PASTORILES RAZONES LA REQUIRIO DE
AMO I RES. A CUYA REQUEST ELLA NO QUISO CONSENTIR t DES-
PUES VINO VN SAL= I UAJE A ELLOS c TODOS TRES SE CONCER-
TARON DE YR A VNA DEUOTA HERMITA | QUE ALLI CERCA ESTAVA
A HAZER ORACION A NUESTRA SENORA. E COMIENCA | A DEZIR
LA DONZELLA EN LA FORMA SIGUIENTE. I [TRES GRABADOS: CASA,
ANUNCIACION, CASAI.
A continuaci6n el texto, a dos columns.
Las que nascen sin ventura como yo triste perdida.
4.- [4] hojas, letra g6tica. Signatures: a-aij. La letra E con la cual
empieza el titulo, floreada. [Sevilla, Juan Varela de Salamanca, c. 1515-152o].
x-3-26 (4)
V
([ COPLAS DE MADALENICA I OTRAS DE TAM BUEN GANADICO
ANA I DIDAS POR. JAQUES NORMANTE.I OTROS FIEROS QUE HIZO VN
RNFIAN [sic] | EN (AMORA CON VNA PUTA,
A continuaci6n a dos columns, el texto.
Tambuen ganadico y mas en tal valle.
Yo te voto a dios ximena puta vil rostros de mona. Coplas hechas
por Aluaro de solana En que cuenta como en camora vido hazer a vn
rufig c6 vna puta los fieros siguientes.
Pues el fin de mi esperiga tanto tarda. Villancico.
Abrasme madalenica ay jesus quien anda ay. Comiengan las.
coplas de Madalenica.
No te tardes 4 me muero carcelero. Villancico.
4. [4] hojas, letra g6tica. Signatura : A. [Seville, Juan Varela de Sala-
manca, c. 1515-1520].
x-3-26 (5)
VI
([ ELEGIA: FECHA A LA MUERTE fL CATHO | LICO REY DON
FERNANDO DE GLORIOSA MEMORIAL. EN LA QUAL SE HAZE MEN= I
CION DE LO MAS SUBSTANTIAL DE SU TESTAMENTO.
A continuaci6n, a dos columns el texto.
Ya estava ptida d mi pEsamiEto: la gana de mas cdtddo escreuir.
4.* [a] hojas, letra g6tica. [Sevilla, Juan Varela de Salamanca, c. i515-
520].
x-3-26 (6)
VII
[ORLA DE TRES BARRAS: SUPERIOR (UN TROZO), INTE-
RIOR (UN TROZO) INFERIOR (DOS TROZOS). DENTRO DE ELLA
CUATRO TACOS: PASTOR, NACIMIENTO, PASTOR, CASA] I([ COPLAS
HECHAS POR CHRISTOUAL I DE PEDRAZA CRIADO DL ILLUSTRE Y
MUY MAGNIFICO SENOR DUQUE DE I ARCOS. PARA CANTAR LA GLO-
RIOSISSIMA NOCHE DE NAUIDAD A LOS MAY I TINES. CON VNA AVE
MARIA AL CABO NUEVAMENTE TROBADA SOBRE I CADA PALABRA
VNA COPLA.
A continuaci6n, a dos columns, el texto.
Alegrias alegrias ques nascido el rey de gloria. Al tono de
Abrasme tu el hermitafio.
Puer natus glorioso por nuestro bien y reposo. Otras al tono
del corro.
Ay hijo bendito que auedes que. Otras al tono de Pastorcico que
auedes que a la fe senior vuestros amores he.
0 sancto misterio de rey infinito. Otras al tono de tambuen
ganadico.
0 rey muy alto del cielo poderoso. Otras al tono de aquel
cavallero madre que no viene algo tenia en el campo que le duele.
Por vosotros pecadores quise venir ancarnar. Otras al tono de
por vos gentil sefiora yo soy venido aqui aued compassion de mi.
Abricias digo aha huyho. Otras al tono del corro.
Aue. aue que bolaste mas que todas quantas fuer6. El aue Maria
en coplas sobre cada palavra vna copla.
No ay palabras 4 declared lo que siento. Villancico a nuestra
sefiora.
4.*a [(4] hojas, letra g6tica. Signaturas: a-aij. [Sevilla, Juan Varela de
Salamanca, 1i55-1520].
x-3-26 (7)
VIII
[ORLA COMPLETE: SUPERIOR (UN TROZO), LATERALES
(DOS TROZOS), INFERIOR (DOS TROZOS SUPERPUESTOS). DENTRO
TRES FIGURES: CABALLERO, GALAN, DAMA] | CARTAS z COPLAS
PARA I REQUERIR NUEUOS AMO I RES.
Portada, a la vuelta comienza el
Texto, en prosa y verso. Anoto solo el verso que figure el fin de
cada carta.
La carta lleua consigo mi desseo captiuado.
Si c6 el triste quexarme os he hecho mas cruel.
Pues no me puedo partir de quereros y seruiros.
Quedaos a dios que me vo do nunca pienso venir.
La triste carta que va mas breue que mensajera.
El siervo de dios q fue para las tierras agenas.
Los altos merescimi6tos de vuestra virtud z fe.
4.0 [4] hojas, letra g6tica. [Toledo, Juan de Villaquiran, c. i5i5].
x-3-26 (8).
IX
METAFORA EN METROS: QUE I FIZO QUIROS AL SENOR JU AN
FERNANDES DEREDIA SI= I ENDO SERUIDOR DE LA SENO= | RA
GERONIMA BENEYTA E= I STAND ELLA EN VN LUGAR QUE SE
LLAMA AL I CAQAR.
A continuaci6n, a dos columns, al texto.
Entre valencia y alcacar trauessando vnos boscajes.
Sefiores q me mandays como q queres hazer. Perque de Quiros
despiendose de vnos amigos suyos.
Tristura comigo va por4 con ella vo. Canci6 del comedador estu-
fiiga d macho,y hibra.
En esta jornada guio no tras bien q no me guia. Sobre esta c5ci6
haze el mismo estas coplas de macho: y hembra.
4.0 [4] hojas, letra g6tica. Signatures: a-aij. (Toledo, Juan de Villa-
quiran, c. 15i5].
x-3-26 (9)
x
PSALMO DE BARTHOLOME DE TORRES NA= J HARRO: EN LA
GLORIOSA VICTORIA: QUE LOS I ESPAtNOLES OUIERON CONTRA
VENECIANOS. I [GRABADO: COMBAT ENTIRE CABALLEROS].
Portada, vuelta en blanco.
Cantemos psalmos de gloria sepan q somos christianos.
4.0 [4] hojas, letra g6tica, a dos columns. La iltima plana, en blanco.
[Q Roma, c. 1503-05i4 ?|.
x-3-26 (io)
XI
[ESTAMPA DE LA ANUNCIACION, AL PRINCIPIO DE LA PRI-
MERA COLUMN DE TEXTO] | AUE MARIA TROBADA POR VN DE I
VOTO FRAYLE: INDIGNO SERUIDOR SUYO.
A continuaci6n, a dos columns, el texto.
Aue reyna gloriosa sacro templo virginal.
Reyna sin comparacion madre de los peccadores. Prosa o modo
de suplicacio q haze vn deuoto a la muy preclarissima serenissima
inclita madre de dios, por la qual suplica aya copassion de las muchas
habres dgustias z tribulaciones terremotos z aguaduchos: quel senior
embia en el mfido: houiendo piedad de las gentes tenga por bien de
suplicar a su eterno hijo quiera amansar su yra: z algar las tales y
tantas habres: z tribulacioes q los hombres por sus pecados padescE.
4.0 [4] hojas, letra g6tica. [Toledo, Juan de Villaquiran, 1503-152o].
x-3-26 (ii)
XII
AQUI COMIENCAN VNAS COPLAS Q ISE DIZE SI TE VAS BANAR
JUANICA Y HANSE DE CANTAR AL THO I NO DE LOS VUESTROS
CABELLOS NINfA. r. c. FECHAS POR RODRIGO DE REYNOSA.:.
A continuaci6n, a dos columns, el texto.
Si te vas vafiar juanica dime a quales vafios vas.
Donzella do amor esta no dira. Comienqan otras suyas pa las q
son enamoradas: hUse de catar al tono de fasta la venida q vega me
atEded Fechas por rodrigo d reinosa.
Gentiles ojos aueys nifia que a mi muerto me han. Otras suyas
a vna moqa porq en el afio de la habre de mill z quiniEtos z seys a
la 41 reqria d amores porq se enamoro de sus hojos y el los
loaua: y ella dezia q mas qria Pan fechas por Rodrigo de Reynosa
auctor.:.
Gran deported es el amor avnque haze padecer. Coplas de amo-
res pa cdtar fechas a ruego z yntercessi6 de vn cator del ilustre z mani-
fico senior d6 Aluaro de estuniga prior de san Juan llamado quitana.
Fechas por Rodrigo de reynosa.
Porque sea satisfecho de vos la muy getil dama. Aqui comien-
gan vnas coplas. Fechas por vn bachiller para su amiga en q el pedia
por merced q pues se dezia que era su amiga que fuesse assi y van
al tono de demand me carillo q a ti dar te me bh c. c. Fechas por
Rodrigo de reynosa.
Alqa la boz el pregonero por q quiet su muerte oyere. Villancico
por desecha.
No puede sanar ventura mi dolor. Cancion.
Dezime vos pEssamiEto d6de mis males estan. Romance que hizo
nufiez que dize dezime vos pensamiento.
4.* [4] hojas, letra g6tica. [Sevilla, Juan Varela de Salamanca, 5i5S-
-i520].
x-3-26 (12)
XIII
([ LAS MALDICIONES DICHAS CLARA ESCURA | DEL MISMO GAR-
CISANCHES DE BADAJOZ COMIEN(;AN EN ESTA MA= I NERA.
A continuaci6n, a dos columns, el texto.
El dia infelix noturno que nascio eclipsado apollo.
La much tristeza mia que causa vuestro desseo. Suefio fecho
por el mismo garcisichez cuyo comiengo es este.
Por el mes era de mayo quando haze la calor. Glosa del
romance por el mes era de Mayo. Que hizo Garcisanchez de bada-
joz estando preso e en [sic] vna torre. La qual embio a su amiga:
dize el romice assi.
Si d amor libre estuuiera no sintiera mi prison. Comienga la glosa
de cada dos pies del romance en vna copla.
4.0 [2] hojas, letra g6tica. [Toledo, Juan de Villaquiran, i5at2-iSS].
x-3-26 (13)
XIV
[DOS CARTAS: UNA DE CARLOS V PRINCIPE A DONA GER-
MANA DE FOIX, FECHADA EN BRUSELAS it DE FEBRERO DE 15i6
Y OTRA DEL MISMO AL ARZOBISPO DE TOLEDO, SU DATA EN
BRUSELAS A 14 DE FEBRERO DE i5t6].
4. [2] hojas, letra g6tica. En prosa. [Sevilla, Juan Varela de Sala-
manca, 156 ?].
x-3-26 (14)
XV
([ COPLAS DE MADALENICA. | OTRAS DE TAM BUEN GANADICO
ANA IDIDAS POR. JAQUES NORMANTE. IOTROS FIEROS QUE HIZO VN
RNFIAN [sic] EN CAMORA CON VNA PUTA.
4.0 [4] hojas, letra g6tica.
[Otro ejemplar exactamente igual al nomero V].
x-3-26 (i5)
XVI
EGLOGA TROBADA POR JUAN DEL EN I ZINA EN LA QUAL
REPRESENT EL AMOR 13 COMO ANDAUA | A TIRAR EN VNA SELUA.
E DE COMO SALIO VN PASTOR LLA= I MADO PELAYO A DEZILLE
QUE PORQUE ANDAUA A TIRAR EN LUGAR I DE UEDADO. E DES-
PUES COMO LO FIRIO EL AMOR. E COMO VINO O= I TRO PASTOR
LLAMADO BRAS A CONSOLALLO: z OTRO PASTOR LLAMA= I DO
JUANILLO. z VN ESLUDERO QUE LLEGO A ELLOS.
A continuaci6n, a dos columns, el texto.
Ninguno tenga osadia de tomar fuergas comigo.
Ojos gargos ha la nifia quien gelos namoraria. Villancico.
4.0 [4] hojas, letra g6tica. [Toledo, Juan de Villaquiran, s5s3-152o].
x-3-26 (i6)
XVII
COPLAS HECHAS POR VN RELIGIOSO DE LA ORDEN DE SANT
AUGUSTIN DEL BIEN j AUENTURADO SANT ROCH: CONFORMES A
SU HYSTORIA: PARA EXCITAR A LAS GENTES A MAS I DEUOCION:
EN ESPECIAL PARA QUE LE LLAMEN I EN TEMPO DE LA PESTI-
LENCIA: QUE ES SANTO I MUY APROPRIADO PARA LIBRA [sic] DE
TAL NECESSI= I DAD. Y COMIECAN ASSI HABLADO A SAT ROCH.
I[ESTAMPA DE SAN ROQUE, EL PERRO Y EL PADRE ETERNO].
Portada. A la vuelta, a dos columns, el texto.
Tanta fue vuesta bondad santidad y preheminencia.
[Oracion en prosa].
A quien miraran mis ojos sino a vos. Siguese otra obra contem-
platiua: sobre lo que dize sant juan que la sefora estava al pie. de la
cruz mirando su hijo bendito. y dize. [Estampa del Calvario].
4.* [2] hojas, letra g6tica. (Toledo, Juan de Villaquiran, 1515-152o]
x-3-26 (17).
XVIII
CONCILIO DE LOS GALANES: Y CORTESANAS DE ] ROMA INUO-
CADO POR CUPIDO. COMPUE I STO POR BARIHOLOME DE TORRES |
NAHARRO. I [DOCE GRABADITOS EN MADERA DISPUESTOS EN
DOS FILAS, EL PRIMERO CON LETRERIA CUPIDO. PRIMERA
FILA: CUPIDO, DONCELLA, DONCELLA, GALAN, GALAN, DONCELLA;
SEGUNDA FILA: GALAN, DUENA, DUENA, GALAN, DONCELLA,
ANCIANO.
Portada, vuelta en blanco.
Nos el muy alto Cupido por el human fauor. Concilio vene-
rense.
4.* [6] hojas, letra g6tica a dos columns. Incomplete: solo consta de
4hojas. [Roma. 01514-05i6?].
x-3-26 (18)
XIX
[GRABADO QUE REPRESENT UNA ESCUELA] I [TITULO
XILOGRAFICO EN DOS LINESS] CASTIGOS r ENX= | EMPROS DE
CATOM I GRANN BARRA GRABADA, COMPLETADA CON ADORNITO].
Portada, a la vuelta gran grabado, enmarcado por orla desigual de
siete barras, representando la adoraci6n a la Virgen Maria por el Papa
Inocencio I VIII ?.
En roma fue vn h5bre que dezian caton castigaua a su hijo c6
muy grA deuoci. (I Aqui comiEqan los castigos y dotrinas que dio el
sabio caton a su hijo.
Colofon : ( Fue impresso el present tratado en la muy no= [ ble
y leal cibdad de Lybo5a [sic] por Germi galhar I de Frances a los doze
dias de Septembre. Afio I de mill y quinientos y.xxj. afios. I Dios sea
loado. Amen.
A la vuelta del uiltimo folio, gran escudo con las quinas de Por-
tugal.
4.0 112] hojas, letra g6tica. Signatures: aij-avj.
y-3-37 (1)
[ORLA MUY BELLA, DE CUATRO PIEZAS Y UN PEQUEIIO
ANADIDO, EN LA BARRA INFERIOR LA FECHA i54i. DENTRO:
PRECIOSO GRABADO DE UN RELOJ Y TITULO]. DESPERTADOR
IDE PECCADORES: INUENTA= | DO POR VNO DELLOS.
Portada, a la vuelta
Carta del auctor al senior Almirante [en prosa]
ArgumEto de toda la obra [en prosa].
Durmiose mi pesamiEto en lo mejor de mis afios. Comien;a el
Despertador de peccadores.
Qui amarga es tu memorial qui peligroso tu oluido. Esparsa
sobre las palabras del sabio: 0 mors quam amara est memorial.
Colofon: (i Fue impressa la present obra lla= I mada Desper-
tador de peccadores. En la muy I noble y mas leal ciudad de Burgos.
| Acabose a .xxx. dias del mes de I Marco. Afio de. I M. d. xlj. I I.
4.0 [16] hojas, letra g6tica. Signatures: aiiij-biiij.
y-3-37 (2).
INDICE GENERAL DE PRIMEROS VERSOS
A boca de sorna por yr encubierto el fiero German tomo su desgarro, II. Gra-
cioso razonamiento...
Abrasme madalenica ay jesus quien anda ay, V y XV. Comiengan las coplas
de Madalenica.
Abras-me tu el hermitafio, VII. [Tono al cual se se cantan las coplas de Cris-
tobal de Pedraza : Alegrias alegrias].
Albricias digo aha huyho, VII. Otras [coplas de Oristobal de Pedraza] al
tono del Corro.
Alga la boz el pregonero porque quien su muerte oyere, XII. Villancico por
desecha [de Rodrigo de Reinosa].
Alegrias alegrias ques nascido el rey de gloria, VII. [Coplas de Cristobal de
Pedraza] Al tono de abrasme tu el hermitafio.
Alza la voz el pregonero. Vease: Alga la boz el pregonero.
Aquel cauallero madre que no viene, VII. [Tono al cual se cantan las coplas
de Cristobal de Pedraza: 0 rey muy alto del cielo].
A quien deuo yo liamar vida mia, Ill. Villancico.
A quien miraran mis ojos sino a vos, XVII.
Aue aue que bolastes mas que todas quantas fueron, VII. El aue Maria en
coplas sobre cada palabra vna copla. [Cristobal de Pedraza].
Aue reyna gloriosa sacro temple virginal, XI. Aue maria trouada por va...
frayle.
* Ave ave que volaste. Vdase: Aue aue que bolaste.
* Ave reina gloriosa. Vease: Aue reyna gloriosa.
Ay hijo bendito que auedes que, VII. Otras (coplas de Cristobal de Pedraza]
al tono de Pastorcico que auedes que a la fe sefiora vuestros amores he.
Cantemos psalmos de gloria sepan q somos christianos, X. Psalmo de Bar-
tholome de Torres Naharro...
* Corro, El. Vease: El Corro.
* Cuan amarga es tu memorial. Viase: Quan amarga es tu memorial.
* Decidme vos pensamiento. Vease: Dezime vos pensamiento.
Demandame carillo que a ti darme han, XII. [Tono al cual se cantan las
coplas de Rodrigo de Reinosa: Porque sea satisfecho].
Dezime vos pensamiento donde mis males estan, XII. Romance que hizo
nufies...
* Doncella do amor esta. Vdase: Donzella do amor esta.
Dcnzella do amor esta no dira, XII. Comienqan otras [coplas] suyas [de
Rodrigo de Reinosa]... al tono de fasta la venida que venga me attended.
Durmiose mi pensamiento en lo mejor de mis afios, XX. Comienqa el Des-
pertador de peccadores.
El Corro, VII. [Tono a[ cual se cantan las coplas de Cristobal de Pedraza :
Albricias digo aha].
El Corro, VII. [Tono al cual se cantan las coplas de Cristobal de Pedraza:
Puer natus glorioso].
El dia infelix noturno que nascio eclipsado apollo, XIII. Las maldiciones
dichas clara escura del mismo garcisanchez de badajoz.
El sieruo de dios que pue para las tierras agenas, VII.
En esta jornada guio no tras bien que no me guia, IX. Sobreesta cancion
[Tristura comigo va] haze el mismo [Comendador Estufiiga] estas coplas
de macho y hembra.
En roma fue vn hombre que dezian caton, XIX. Castigo t enxempros de
caton.
Entre valencia y alcagar trauessando vnos boscajes, IX. Metafora en metros
que fizo quiros ..
Fasta la venida que venga me attended, XII. [Tono al cual se cantan las coplas
de Rodrigo de Reinosa: Donzella do amor esta].
Gentiles ojos aueys nifia que a mi muerto me han, XI. Otras [coplas] suyas
[de Rodrigo de Reinosa] a vna moga porque en el aflo de la hambre de mill
z quinientos z seys ..
Gran deported es el amor aunque haze padezer, XII. [Rodrigo de Reinosa].
Hasta aqui por excellentia, I. Comedia Tinelaria... [por] Bartolome de Tor-
res Naharro.
* Hasta la venida que venga. Vease: Fasta la venida que venga.
La carta lleua consigo mi desseo captiuado, VIII.
La much tristeza mia que causa vuestro desseo, XII. Suefio fecho por el
misrmo garcisanchez [de Badajoz].
Las que nascen sin ventura como yo triste perdida, IV. En las presen-
tes coplas se trata como vna hermosa donzella andando perdida...
La triste carta que va mas breue que mensajera, VIII.
Los altos merescimientos de vuestra virtud y fe, VIII.
Ninguno tenga osadia de tomar fuergas conmigo, XVI. Egloga trobada por
Juan del Enzina...
No ay palabras que declared lo que siento, VII. Villancico a nuestra sefiora
[por Cristobal de Pedraza].
* No hay palabras que declared. Vease: No ay palabras que declared.
No puede sanar ventura mi dolor XII. Cancion [de Rodrigo de Reinosa].
Nos el muy alto Cupido por el human fauor, XVIII Concilio venerense [por
Bartolomd de Torres Naharro].
No te tardes que me muero carcelero. Villancico. V, XV.
Oh rey muy alto del cielo. Vedse: 0 rey muy alto del cielo.
Oh santo misterio. Vdase: 0 sancto misterio.
Ojos garqos ba la nifia quien ge los namoraria, XVI. Villancico [de Juan del
Encina].
O rey muy alto del cielo poderoso,VII. Otras [coplas de Cristobal de Pedraza]
al tono de aquel cauallero madre que no uiene algo tenia en el campo que
le duele].
O sancto misterio del rey infinite, VII. Otras [coplas de Cristobal de Pedraza]
al tono de Tambuen ganadico.
Pastorcico que auedes que a la fe sefira vuestros amores he,VII. [Tono al cual
se cantan las coplas de Cristobal de Pedraza : Ay hijo bendito].
Por el mes era de mayo quando haze la calor, XIII. [Glosa de este romance
hecha por Garcisanchez de Badajoz en : Si de amor libre estuuiera]
Porque sea satisfecho de vos la muy gentil dama, XII [Coplas de Rodrigo de
Reinosa]... al tono de demandame carillo que a ti darme han.
* Por unos puertos arriba. Vdase: Por vnos puertos arriba.
Por vnos puertos arriba de montafia muy escura, III. Romance [de Juan del
Encina].
Por vos gentil seiiora yo soy venido aqui, VII. [Tono al cual se cantan las
coplas de Cristobal de Pedraza: Por vosotros pecadores].
Por vosotros pecadores quise venit ancarnar, VII. Otras [coplas de Cristobal
de Pedraza] al tono de por vos gentil seiiora yo soy venido aqui aued com-
passion de mi.
Puer natus glorioso por nuestro bien y reposo, VII. Otras [coplas de Cristo-
bal de Pedraza] al tono del Corro.
Pues el fin de mi esperanga tanto tarda,V y XV. Villancico.
Pues no me puedo partir de quereros y seruiros, VIII.
Quan amarga es tu memorial quan peligroso tu oluido, XX. Esparsa sobre
las palabras del sabio: 0 mors quam amara est memorial.
Quedaos a dios que me vo do nunca pienso venir, VIII.
* Reina sin comparacion. Vdase: Reyna sin comparacion.
* Retraida esta la infant. Vedse: Retrayda esta la infant.
Retrayda esta la infant bien assi como solia, III. Romance del conde
alarcos...
Reyna sin comparacion madre de los peccadores, XI. Prosa... que haze vn
deuoto a la... madre de dios...
Sefiores que mandays como que queres hazer, IX. Perque de Quiros despi-
diendose de vnos amigos suyos.
Si con el triste quexarme os he hecho mas cruel, VIII.
Si de amor libre estuuiera no sintiera mi prison, XIII. [Glosa del romance
Por el mes era de mayo, hecha por Garcisanchez de Badajoz].
Si te vas vafiar juanica dime a quales vafios vas, XII. [Coplas hechas por
Rodrigo de Reinosa]... hanse de cantar al thono de los vuestros cabellos
nifia.
* Si te vas a bafiar Juanica. Vedse: Si te vas vafiar juanica.
Tambuen ganadico, V y XV [, Afiadido por Jaques Normante ?].
Tambuen ganadico, VII: [Tono al cual se cantan las coplas de Cristobal de
Pedraza: 0 sancto misterio].
* Tan buen ganadico. Vedse: Tambuen ganadico.
Tanta fue vuestra bondad santidad y preheminencia, XVII. Coplas hechas
por vn religioso de la orden de sant Augustin del bienauenturado sant
roch...
Tristura comigo va porque con ella vo, IX. Cancion del comendador estu-
fiiga de macho y hembra.
Vuestros cabellos nifia, XII. [Tono al cual se cantan las coplas: Si te vas
vafiar Juanica].
Ya estaua partida de mi pensamiento, VI. Elegia fecha a la muerte del catho-
lico rey don Fernando...
Yo te voto a dios 'ximena puta vil rostros de mona, V y XV. Coplas hechas
por Aluaro de Solana...
INDICE DE ATRIBUCIONES EN LOS PLIEGOS
Badajoz, Garcisanchez de.
El dia infelix noturno, XIII.
La much tristeza mia, XIII.
Si de amor libre estuuiera, XIII.
Encina, Juan del.
Ninguno tenga osadia, XVI.
Ojos gargos ha la nifia, XVI.
Por vnos puertos arriba, III.
Estufiiga, Comendador.
En esta jornada guio, IX.
Tristura comigo va, IX.
Normante, Jacques ?
Tambuen ganadico, V, XV.
Nufiez.
Dezime vos pensamiento, XII.
Pedraza, Cristobal de.
Alegrias alegrias, VII.
Albricias digo aba, VII.
Aue aue que bolaste, VII.
Ay hijo bendito, VII.
No ay palabras que declared, VII.
O rey muy alto del cielo, VII.
O sancto misterio, VII.
Por vosotros pecadores, VII.
Puer natus glorioso, VII.
Quiros.
Entre valencia y alcacar, IX.
Sefiores que me mandays, IX.
Reinosa, Rodrigo de.
Ala la boz el pregonero, XII.
Donzella do amor no esta, XII.
Gentiles ojos aueys nifia, XII.
Gran deported es el amor, XII.
No puede sanar, XII.
Porque sea satisfecho, XII.
Si te vas vafiar juanica, XII.
Solana, Alvaro de.
Yo te voto a dios, ximena, V, XV.
Torres Naharro, Bartolome de.
Cantemos psalmos de gloria, X.
Hasta aqui por excellentia, I.
Nos el muy alto Cupido, XVIII.
LOS PLIEGOS PORTICOS DE OPORTO
NOTAS TIPOGRAFICAS
Se basan las atribuciones aqui hechas en el exAmen de los carac-
teres de imprenta y en el cotejo de las xilografias, letras iniciales, etc.,
con las encontradas en libros fechados y firmados por sus impresores.
Puede decirse que en la 6poca de que se trata el material empleado
por cada taller espafiol tiene su caricter propio. Que haya algunas
fundiciones tipograficas empleadas por varias imprentas es verdad, mas
siempre pueden notarse diferencias menores caracteristicas de un solo
taller, diferencias que se notan ora en la forma de alguna letra, ora en
los signos ortogrificos (calderones, guiones, etc.). Si, como a veces
acaece, hacen falta en un texto corto las letras o los signos revelado-
res todavia queda probable que ofrezca la prueba deseada otra fundi-
cion del libro. Las atribuciones aqui hechas tanto a los talleres de
Toledo y Sevilla como a los de Roma puede afirmarse que son segu-
ras, puesto que no surgeon grandes dificultades ni ambigiedades de
identificaci6n. Las fechas indicadas son menos precisas. No siempre
hay material xilogrAfico conocido cuyas deteriorizaciones pueden indi-
car su fecha, y en algunos casos los tipos se emplearon durante muchos
afios sin las bastante frecuentes modificaciones que tanto sirven para
establecer la cronologia de la obra de Coci o de Cronberger. Sin
embargo, tomando en cuenta tanto las consideraciones hist6rico-litera-
rias como las tipograficas no creo que ninguno de los pliegos del tomo
de various de Oporto sea ni anterior ni posterior al segundo decenio del
siglo XVI.
A. Obras de Torres Naharro, impresas en Roma, I, X y XVIII.
I, Comedia Tinelaria. Las tres fundiciones, de portada, dedica-
toria y texto, son las empleadas por el tip6grafo romano Joannes Beplin.
Existen libros impresos con su material desde i5o6 hasta 15t7, mas
despues de 1512 no se conoce obra alguna firmado por 6l. Beplin, o
quiza un sucesor an6nimo. trabaj6 sobre todo, en los iltimos anios tal
vez exclusivamente, para el conocido editor romano Jacobus Mazochius.
Es possible que Mazochius mismo haya sido impresor tawbidn, mas
hizo imprimir muchos libros en los talleres de Beplin y de Marcellus
Silber. Varios de los libros asi encargados por 61 se imprimieron con
orlas y escudos que eran de su propiedad. Es el caso aqui tam-
bien: el escudo de armas del papa Le6n X, proviniendo siempre del
mismo taco y mostrando deteriorizaciones progresivas, aparece desde
it53 en una series de libros sin colof6n impresos en los talleres de
Beplin o de Silber y tambien en algtin libro que lleva el colof6n de
Mazochius. Por el estado del taco el escudo de la portada de la Come-
dia parece ligeramente posterior a los primeros meses de 1515. Se
trata pues de un libro impreso en el taller de Joannes Beplin por
encargo de Jacobus Mazochius hacia i515-16.
X y XVIII, Psalmo de la gloriosa Victoria y Concilio de los
Galanes. Estin impress los dos con el material de Marcellus Silber
cuya carrera tipogrAfica abarca los afios de i5 1-1527; hered6 la
imprenta fundada en Roma en i480 por su pariente Eucharius Silber.
Los caracteresaqui empleados se encuentran tambidn en obras impresas
por Eucharius, y por esto no ayudan a fechar los libros, mas consta
que las xilografias del Concilio son obra de hacia 1515. Puede decirse
que nada ofrecen estos libros que contradiga la opinion de Gillet quien,
basindose en la evidencia textual e hist6rica, los fech6 en 15i4 (Psalmno)
y 1516 (Concilio) (t).
El identificar al impresor del Concilio equivale a nombrar al
impresor de una edici6n fraudulent de la Tragicomnedia de Calisto y
Melibea con colof6n rimado de Sevilla, 1502, es decir la edici6n N de
Foulchd-Delbosc; tanto los tipos como las figures xilogrificas del Con-
cilio, como ya lo habia notado Gillet (2), se emplean en la Tragicome-
dia, y puesto que estas xilografias imitan a las de las autinticas edi-
ciones sevillanas de la Tragicomedia es evidence que se grabaron
para esta obra y no para el Concilio, que consecuentemente ha de ser
posterior.
B. Ediciones toledanas, VIII, IX, XI, XIII, XVI y XVII.
Son todos libros impress con los caracteres de la imprenta que
fund en Toledo Pedro Hagembach, que despues de su muerte en 1502
dirigi6 un an6nimo hasta 1512, ado en que aparecen un par de libros
firmados por los socios Nicolas Gazini de Piemonte y Juan de Villa-
quirAn, y que desde principios de 1513 sigui6 dirigiendo el Villaquirdn
tan s6lo.
Se emplean dos fundiciones solamente, g6ticas las dos. La
mayor, para portadas y encabezamientos, se introdujo por Hagem-
bach ya antes de establecerse en Toledo y sigui6 empleindose por sus
sucesores. Mide i5o mm. aproximadamente (3).. No aparece en el
no. XI. La menor era de las mis difundidas en Espafia, ya que se
emple6, siempre con diferencias menores, por Jacobo Cronberger,
Juan Varela, Arnao Guillen de Brocar, Juan de Porras, etc. Mide
(i) Gillet, tomo i, p. to4.
(2) Ibid., p. io3.
(3) Es decir 15o mm. por veinte lineas, segon las normas de Proctor e de
Haebler.
aproximadamente 94 mm. y se encuentra por primera vez en Toledo
en el Libro de albeyteria de Manuel Diez del 6 de nov. de 1507.
Ambas se emplean frecuentemente, sin modificaci6n, en la obra de
Villaquiran, y es a su epoca a la que parecen pertenecer los seis plie-
gos, por su disposici6n tipogrifica y por lo que tienen de ornamentos.
El XIII (Garcisinchez), el IX (Quir6s) y el VIII (Cartas y coplas)
parecen ser de los primeros afios de Villaquirin, o sea dificilmente
posteriores a 1565-el XIII y el IX van tan desprovistos de ornamen-
tos que no se puede excluir en absolute la posibilidad de que scan
algo anteriores, es decir de hacia 1511, epoca de la imprenta an6nima.
El XI (Ave Maria), el XVI (Encina) y el XVII (Sant Roch) ofrecen
solamente indicaciones generals; puede afirmarse que son de los
afios 1513-1520 y posiblemente de i515-1518.
C. Ediciones sevillanas de Juan Varela, II-VII, XII, XIV y XV.
Los primeros libros conocidos de Juan Varela de Salamanca son
los de su imprenta granadiana (50o4-g). Su material parece provenir
de la imprenta de Juan Pegnicer, tiltimb de los Cuatro Compafieros
Alemanes de Sevilla, cuyo libro final es de noviembre de 15o3. No
parece impossible que haya sido en su taller donde aprendi6 Varela su
arte. En 15o09 establece Varela su primera imprenta sevillana, mas
en 1510o aparece en Toledo, ciudad en que sigue imprimiendo hasta i514
cuando fija su residencia definitivamente en Sevilla.
En los pliegos aqui descritos emplea Varela cuatro fundiciones
mayores, para portadas, etc., de 262, 188, 152 y 127 mm. aproxima-
damente, y tres menores, para texto, de 98, 92 y 82 mm., todas g6ti-
cas. 152, 127, 98 y 92 provienen del taller de Pegnicer, 262 aparece
por primera vez en 1513 durante la estancia toledana, y 188 y 92 se
estrenan en Sevilla en 1514. Es de notar que la imprenta de Cronber-
ger emplea con frecuencia unas fundiciones parecidas a las 262, 152,
127 y 98, mas siempre con unas particularidades que se distinguen
bastante facilmente. La 188 aunque no empleada por Cronberger era
muy difundida y se encuentra por ejemplo en las portadas de la Biblia
Complutense.
IV, Elegia (tipos 188, 82) y XIV, Cartas, de Carlos V (262, 188,
127, 92) podrian ser del afio 1516 al que se refieren o muy poco poste-
riores. El tipo 82 de la Elegia parece que lo abandon antes de octu-
bre de 152o, techa en que estren6 otra fundici6n muy distinta del mismo
tamaho. La A y la L xilogrificas de las Cartas ocurren tambidn en el
Quinto Curcio impreso por Varela el 26 de abril de 1518.
III, Conde Alarcos (188, 98) y IV, Como una hermosa donjella...
(188, 92) pueden fecharse bastante exactamente en los aios 15i6-t7 por
la coincidencia de parte del material xilogrifico de la primera pigina
con el empleado por Varela en la portada del Libro del famoso Marco
Paulo del 16 de mayo de i518 e por estar en estos pliegos algo menos
deteriorado este material. VII, Pedraza (188, 127, 92) por emplear el
mismo material ya algo mis deteriorado pero todavia probablemente
anterior al Marco Paulo puede situarse en los anos 1517-18. II, Gra-
cioso ragonamiento (127, 92) por la comparaci6n de su material con el
de la obra de Pedraza se ve que es ligeramente posterior, o sea de los
afios 1518-x9. Un element xilogrifico de una orla, complete aqui, apa-
rece cortado en un par de libros que parecen ser de hacia i52o. Final-
mente el V, y su double el XV, Madalenica (152, 98) y el XII, Coplas
de Reynosa (i52, 98) aunque carecen de indicaciones tan precisas pue-
den situarse en los afios 1515-19, puesto que desde una fecha todavia
no determinada mas muy posiblemente en 1520, la fundici6n 98 apa-
rece con unos calderones muy distintos de los anteriores.
F. J. NORTON
Cambridge, 3o de enero de 1962.
SERVIKOS BIBLIOGRAFICOS NACIONAIS E ACTIVIDADES
CONEXAS EM 196o
Portugal
I. ORGANISMOS NACIONAIS DE NIVEL SUPERIOR
I. Comissao national de arquivos, de bibliografia, de biblioteca
de pesquisa, de documentagfio
Para os arquivos e as bibliotecas:
= Inspeccio Superior das Bibliotecas e Arquivos
Largo da Biblioteca Ptiblica. Lisboa
Membro da Federag o Internacional das Associaq6es dos Biblio-
tecarios
Anais das Bibliotecas e Arquivos de PortugalD. Lisboa
3.' sdrie, 1958--(publicados sob a forma de separates e em
volume)
Ultimos vol. publicados: tomo 2 (1959); tomo 3 (1960)
Para a bibliografia e a documentacdo:
= Centro de Documentagio Cientifica do Instituto de Alta Cul-
tura (C. D. C.)
Campo dos Martires da Pitria (ex-Faculdade de Medicina -
i.o andar). Lisboa
Membro national da Federaqgo Internacional de Documenta-
;do (F. I. D.)
Ver: Lista das publica;6es
2. Arquivos nacionais
= Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Palicio da Assembleia Nacional. Lisboa
249
= Arquivo Hist6rico Ultramarino
Palacio da Ega. Calqada da Boa-Hora. Lisboa
Boletim do Arquivo Hist6rico UltramarinoD
= Arquivo Hist6rico de Angola
Museu de Angola. Luanda
iBoletim do Arquivo Hist6rico e da Biblioteca do Museu de
Angolai
= Arquivo Hist6rico de Mogambique
Lourengo Marques
=Arquivo Hist6rico do Estado da India
3. Biblioteca national
Biblioteca Nacional de Lisboa
Largo da Biblioteca PtIblica. Lisboa
aBoletim de Bibliografia Portuguesa,. Lisboa. 1935--(mensal)
= Biblioteca Nacional
Luanda
= Biblioteca Nacional
Lourengo Marques
= Biblioteca Nacional iVasco da Gamab
Goa
= Biblioteca Nacional e Museu Comercial e Etnogrifico aLuis de
Cam6es
Macau
4. Centro national de informa~go bibliogrifica
= Centro de DocumentagAo Cientifica do Instituto de Alta Cultura
(C. D. C.)
Campo dos Mirtires da Pitria (ex-Faculdade de Medicina-
i.0 andar). Lisboa
Membro national da Federagdo Internacional de Documentacgo
(F. I. D.)
Ver: Listas das publicag6es
= Centro de Documentacao Cientifica Ultramarina da Junta de
Investiga96es do Ultramar
Rua da Junqueira, 86. Lisboa
Membro associado da F. I. D.
Objectivos:
Coordena9go das actividades bibliogrificas e documentgrias
na Metr6pole e no Ultramar
Publicagio de bibliografias e obras de referencia, correntes
e retrospectivas
aBoletim Bibliogrifico do Centro de Documentagco Cientifica
Ultramarinai. Lisboa. 1958--(bimestral) / Bibliografia ultra-
marina corrente portuguesa e estrangeira/
aBoletim Analitico do Centro de Documentacgo Cientifica
UltramarinaD. Lisboa. x959-*(bimestral) / Publicaq6es da
Junta de Investigaq6es do Ultramar e outras publica96es
ultramarinas /
Lisboa. 1938-*(anual). Ultimo volume publicado: jg6o
Ver: Lista das publicag6es
5. Centro national de trocas
Servigo de Trocas Internacionais, Biblioteca Nacional de Lisboa
Largo da Biblioteca PtIblica. Lisboa
6. Outro centro national interessado nestas actividades:
7. Novos services
== Centro de Documentaq~o do Instituto Nacional de Investigaio
Industrial
Rua Garcia de Orta, 68- i.0 Lisboa-2
-= Nicleo de Documentacao Tecnica. Direcgao-Geral das Obras
PNblicas e Comunicaq6es. Ministerio do Ultramar
Rua da Imprensa Nacional, 16o -3. Esq.0 Lisboa
xBoletim BibliogrificoD. Lisboa. ig6o0-(mensal)
==Secqo de Estudos de Economia Aplicada. Associaaio Indus-
trial Portuguesa (corn um servigo de documentagao)
Avenida Infante Santo, Lote 3 i. C. Lisboa
Serviqo de Documentaqao da Missfio de Estudos Agron6micos
do Ultramar
Rua Rodrigo da Fonseca, io3-4. Lisboa-i
= Servigo de Bibliotecas da FundaAo Calouste Gulbenkian.
Lisboa
Avenida de Berna. Lisboa
,iBoletim InformativoD. Lisboa. i96o-*(trimestral)
Em relacgo corn actividades das bibliotecas itinerantes
Campanha Nacional de Educagio de Adultos. Direccgo-Geral
do Ensino PrimArio
Campo dos MArtires da Pitria. Lisboa
Cerca de 3oo bibliotecas itinerantes
=Centro de Estudos do Livro Portugues. Inspecqgo Superior
de Arquivos e Bibliotecas e Instituto de Alta Cultura
Calqada do Mirante. Lisboa-3
=--Centro de Documentaqgo Cientifica do Instituto de Investigagao
Cientifica de Angola. Luanda.
Caixa postal 3244. Luanda (Angola)
aBoletim Bibliogrifico do Instituto de Investigagco Cientifica
de Angolaz. Luanda. i959-.
=Centro de Documentagqo Cientifica do Instituto de Investiga-
aio Cientifica de Moqambique. Lourenpo Marques
Caixa postal 1780. Lourenco Marques (Mogambique)
tBoletim Bibliogrifico do Instituto de Investigagio Cientifica
de Mogambiquep. Lourenco Marques. 1958--,
II. ASSOCIA:(OES PROFISSIONAIS
i. Arquivistas
Nao hi
2. Bibli6grafos
Ver: Documentalistas
3. Documentalistas
Associa io Portuguesa de Documentaqgo e Informag5o Cienti-
fica e Tdcnica
(Em organizaqgo)
Ver: Projecto de estatutos
III. BIBLIOGRAFIA NATIONAL
i. Livros e brochures publicados no pais:
=- Boletim de Bibliografia Portuguesa,. Lisboa, 1935--(anual
atd 1954; mensal a partir de 1955)
Bibliografia complete, para as obras e brochures a venda;
seleccionada para os artigos dos principals peri6dicos. Por
assuntos (Classificapgo Decimal Universal).
Publicada pela Biblioteca Nacional de Lisboa
Ultimos volumes publicados: Vol. 25 (1959); vol. 26 (196o);
em curso
= cBibliografia Cientifica da Junta de Investigag6es do Ultra-
mars. Lisboa, 1938/58-*(Anual)
Publicada pelo Centro de Documenta9ho Cientifica Ultrama-
rina sob a forma de volumes impresses de um s6 lado e
sob a forma de fichas. Por assuntos (Classificaqo Decimal
Universal).
Volumes publicados: Vol. i (1938/58); Vol. 2 (1959); Vol. 3
(1960)
Publicada tambein sob a forma de fichas bibliogrificas 75xi25""1
(2794) fichas)
= Bibliografia ultramarina portuguesa
Elaborada pelo Centro de Documentacgo Cientifica Ultrama-
rina e em via de publicaqgo
aDipouillement sistemitico de 222 peri6dicos portugueses e de
45 estrangeiros. Bibliografia corrente e retrospective por
autores, por assuntos e por territ6rios.
= Bibliografia ultramarina corrente. 1958-.(bimestral)
Publicada pelo Centro de Documentacao Cientifica Ultrama-
rina in aBoletim Bibliograifico do Centro de Documentagio
Cientifica Ultramarinas. Regista os principals livros, os
peri6dicos corn os sumirios, os relat6rios e documents
nio impressos, as cartas, etc., publicados na metr6pole e
nas provincias ultramarinas; regista tambdm os sumarios
dos principals peri6dicos estrangeiros.
q= Livros de Portugah. Lisboa, 194o-,(mensal)
Publicado pelo Grimio Nacional dos Editores e Livreiros
Ultimo volume publicado: 196o
-=-Serviqos Bibliogrificos da Livraria Portugalh. Lisboa, 1945
-- mensall)
Ultimo nimero publicado: 1960
= aBibliografia do Ultramar Portugues existente na Sociedade de
Geografia de Lisboaz -por Julio Goncalves. Lisboa, 1958
In aBoletim da Sociedade de Ceografia de Lisboai.
2. Publicag6es oficiais:
== In
= Quando peri6dicas:
In aPeri6dicos Portugueses de Ciencias, Letras e Artes>. Lis-
boa. 1954--
Publicado pelo Centro de Documentacao Cientifica do Instituto
de Alta Cultura.
In aPeri6dicos Portugueses de Interesse Ultramarino. Lis-
boa. 1959--
Publicado pelo Centro de Documentacao Cientifica Ultrama-
rina da Junta de Investigac6es do Ultramar
3. Teses
Quando impressas (a maior parte)
In aBoletim de Bibliografia Portuguesas
= As teses apresentadas A Faculdade de Letras da Universidade
de Coimbra ((956-*)
In cArquivo de Bibliografia Portuguesai. Coimbra. Vol. 2
(1956)-
4. Cartas e atlas:
=-In aBoletim de Bibliografia Portuguesa
= Para as cartas do Ultramar:
In aBoletim Bibliogrifico do Centro de DocumentalAo Cienti-
fica UltramarinaD
5. Partituras musicals:
= Quando impressas
In aBoletim de Bibliografia PortuguesaD
6. Filmes, filmes fixos, diapositivos:
=Diapositivos: aEstado Portugues da India Goa. Agencia
Geral do Ultramar
ColecqAo de 1454 diapositivos em cores
7. Registos sonoros:
8. Bibliografias das bibliografia :
==n aBoletim de Bibliografia PortuguesaD
= Quando peri6dicas:
In aPeri6dicos Portugueses de Ciencias, Letras e ArtesD.
Lisboa
In tPeri6dicos Portugueses de interesse ultramarinoi. Lisboa
IV. BIBLIOGRAFIAS ESPECIALIZADAS CORRENTES
i. Principals bibliografias actualmente em publicagdo
CDU o I
= aBoletim Internacional de Bibliografia Luso-Brasileirab. Lis-
boa. 1960o-
Publicado pela FundaqAo Calouste Gulbenkian
254
CDU o16
-= Subsidios para a Bibliografia de Timor por Manuel Ferreira.
Dili. 1958--
CDU o5
= -Peri6dicos Portugueses de Ciencias, Letras e Artes, actual-
mente em cursor. Lisboa. 1954-*
Publicado pelo Centro de Documenta~go Cientifica do Insti-
tuto de Alta Cultura
== Peri6dicos Portugueses de interesse ultramarino, actualmente
em publicaglo. Lisboa. 1959-*
Publicado pelo Centro de Documenta9o Cientifica da Junta de
Investigaq6es do Ultramar
CDU 091
= aBoletim da Filmoteca Ultramarina PortuguesaD. Lisboa. 1954-
Publicado pelo Centro de Estudos Hist6ricos Ultramarinos.
Lisboa
Ultimo volume publicado: 196o
Manuscritos portugueses existentes nos Arquivos Ultramarinos
e outros
=
Lisboa. Comissao Executiva das Comemoraq6es do V Cen-
tenirio da Morte do Infante D. Henrique. 1960. 3 vols.
CDU x
_= Suplemento Bibliogrifico da Revista Portuguesa de Filosofiap.
Braga. 1945-.
Faculdade Pontificia de Filosofia de Braga. Tomo 22: 1960
CDU 325
= Bibliografia Portuguesa sobre Politica Ultramarina. Lis-
boa. i96o
In cEstudos UltramarinosD. Lisboa
CDU 33
= Bibliografia sobre a Economia Portuguesa por Amaro Duarte
Guerreiro. Lisboa. 1948/49--
Publicado pelo Centro de Estudos Econ6micos, Instituto Nacio-
nal de Estatistica. Lisboa
Ultimo volume publicado: vol. 2 (195o, publicado em i959)
= tBibliografia sobre a Economia Ultramarina Portuguesa,. Lis-
boa. 1959
In aEstudos Ultramarinos,. Lisboa
CDU 385
S0 Porto de Lisboa. Bibliografia
In O Porto de Lisboa. Estudo...D
Publicado pela Administra9go Geral do Porto de Lisboa. Lis-
boa. 1960
-= Bibliografia para o estudo das elites political, etc. da Africa*
Publicada pelo Centro de Estudos Politicos e Sociais. Lis-
boa. 1958
CDU 4+8
a= Bibliografia Linguistica e Estudos Liteririosa
In cEstudos Ultramarinosp. Lisboa. N.0 3: 3oq-324, 1959
== Notas Bibliogrificas da Revista Portuguesa de Filologiap.
Coimbra.
Casa do Castelo, Editora. Coimbra
Bibliografia da Critica Liter6ria Portuguesai. S. Paulo. 1954--
In aBoletim de Bibliografia e Informagdo do Instituto de Estu-
dos Portugueses da Universidade de S. Paulo. Ano 2 (7-8):
1958/59
CDU 527
= Bibliografia Niutica de Obras impressas e manuscritas,
at 1700))
In A Marinharia dos Descobrimentosi. 3.a ediggo
Publicada pela Agencia Geral do Ultramar
CDU 55
= Bibliografia Geol6gica de Mogambiquev
In tA Geologia e o Desenvolvimento Econ6mico e Social de
Mogambiques
Publicada pela Imprensa Nacional de Mogambique. Lourengo
Marques. 1959
= eBibliografia Geol6gica de PortugalD. Lisboa. i960-*
Publicada pelo Centro de Estudos Geol6gicos, Instituto de Alta
Cultura. Lisboa
Fichas bibliogrificas 75 x i25 mm
= tBibliografia Geol6gica do Ultramar Portuguesi, por Fran-
cisco Goncalves e Jaime Caseiro. Lisboa. 1959
Publicada pela Junta de Investigaq6es do Ultramar. Lisboa
Publicada em volume e em fichas bibliogrificas 75 x 125 mm
Volumes publicados: vol i (ate 1958); vol. 2 (1959) em publi-
caqo
=tBibliografia Geol6gica-Mineira de Angolas. Luanda. N.0 i :
io3-to5, 1960
CDU 572
= Bibliografia Antropol6gica do Ultramar Portuguese, por J.
Jutlio Gongalves
Publicada pela Agencia Geral do Ultramar. Lisboa. 196o
eContribuiqgo para a Bibliografia dos Bochimanes de AngolaD
por Carlos Lopes Cardoso
Publicada pelo Instituto de Investigagao Cientifica de Angola.
Luanda, 1960.
CDU 61
= Bibliografia Mddica PortuguesaD por Zeferino Ferreira Paulo.
Lisboa, 1940--
Publicada pelo Centro de Documenta9go Cientifica, Instituto
da Alta Cultura. Lisboa
Publicados 12 vols. (1940 at 1t955); vol. 1956/60 (em vias de
publicaqdo)
== aInforma9go Bibliogrifica sobre Medicina Tropicalb. Lis-
boa. 1954-
Suplemento de aAnais do Instituto de Medicina Tropicali.
Lisboa
Ultimo volume publicado: vol. 6 (1959)
CDU 62
= gBoletim Bibliogrifico. Ndcleo de DocumentagAo T&cnicax.
Lisboa. 196o-*
Publicado pela Direcclo-Geral de Obras Ptiblicas e Comuni-
cagoes, Ministdrio do Ultramar.
==cBoletim Mensal de Informagao do Laborat6rio Nacional de
Engenharia Civils. Lisboa. 1949-.
Publicado pelo Serviqo de DocumentagAo do Laborat6rio
Nacional de Engenharia Civil. Lisboa
Ultimo volume publicado: 196o
CDU 622
= aBibliografia Mineira de Portugalh. Porto. 1952-+
Suplemento de cEstudos, Notas e Trabalhos do Servigo de
Fomento MineiroD. Porto
Ultimo volume publicado: 196o
CDU 63
x= Bibliografia Corticeirap. Lisboa. i96o0-
In aBoletim da Junta Nacional da Cortiqca. Lisboa
= Bibliografia Especifica das Laterites,
In tPublica9go. Laborat6rio de Ensaios de Materiais e MecA-
nica do Solo de Moqambique). Lourengo Marques. 1959
= iCadernos Bibliogrificosi. Lisboa. 1946-,
Publicados pela Direcg o-Geral dos Servigos Florestais e Aqui-
colas. Lisboa.
= aInformacao Bibliogrifica. Serviqo de Informagao Agricolap.
Lisboa. 1959-*
Publicada pela Direc9go-Geral dos Servicos Agricolas
CDU 63
= ,Trabalhos Portugueses Ineditos sobre Economia Agriria.
InventirioD
Publicados pelo Centro de Estudos de Economia Agrdria.
Fundacao Calouste Gulbenkian. Lisboa. 1959
CDU 737
=- Bibliografia Numismitica Portuguesa nos tiltimos trinta anosD.
In aNummosD. Lisboa. Vol. 5: 81-95, 1959
CDU 78
= Bibliografia Musical PortuguesaD
In eArte music.> (Lisboa), n.0 11/12: 407-408, Out.0 1960
CDU 8.09 Cf. p. 8
CDU 946 9
-= Bibliografia Henriquinai.
Publicada pela Comissio Executiva das Comemorap6es do
V Centenirio da Morte do Infante D. Henrique. Lis-
boa. 196o. 2 vol.
= (Bibliografia de Textos Medievais Portuguesesy por Maria
Adelaide Vale Cintra. Lisboa. Centro de Estudos Filol6gi-
cos. 1960. (PublicagAo n.0 io)
= (Guia da Bibliografia Hist6rica PortuguesaD. Lisboa. 1959 -+
Publicado pela Academia Portuguesa da Hist6ria. Lisboa
Volume publicado: I (1959).
V. DESIDERATA BIBLIOCRAFICOS
i. Lacunas a preencher:
Bibliografias sinaldticas completes:
Bibliografia das publica96es oficiais portuguesas (compreendendo
as publica96es impressas em ciclostilo, os relat6rios, etc.)
Bibliografia das Teses Universitirias
Bibliografia Portuguesa das Cartas e Plan4s (Metr6pole e Ultra-
mar)
Bibliografia Portuguesa das Partituras Musicais
Bibliografia Portuguesa dos Filmes
Bibliografia Portuguesa dos Registos Sonoros.
Esta colec go de bibliografias deveria ser publicada em volu-
mes, sob uma forma coordenada e normalizada.
Bibliografias selectivas, analiticas (com as analises redigidas numa
lingua de grande expansio international para permitir uma larga
difuslo) relatives aos principals dominios cientificos: medicine,
engenharia civil, agronomia, etc.
2. Coordenaiao a estabelecer :
Colaboragio dos Centros e das Bibliotecas especializadas para
uma atribuiqio coordenada das diferentes funq6es bibliogri-
ficas especializadas correspondendo aos grandes ramos das
actividades humanisticas, cientificas e ticnicas.
Melhoramento e desenvolvimento dos Centros de Documenta-
cio de caricter national.
Cursos oficiais de documentalistas para os Centros de Documen-
taao especializados.
VI. PERIODICOS
i. Novos peri6dicos aparecidos em 1960
Ver:
= -Boletim de Bibliografia Portuguesa. Lisboa
= aPeri6dicos portugueses de interesse Ultramarinov. Lisboa
2. Peri6dicos que deixaram de aparecer em 1960
3. Peri6dicos que mudaram de titulo em 196o
4. Indice e edipouillementD dos peri6dicos, publicados em 196o:
Ver:
= eBoletim de Bibliografia PortuguesaD. Lisboa
= aBibliografia Cientifica da Junta de Investigag6es do Ultra-
marD
=(Boletim Bibliografico do Centro de Documentag9o Cientifica
Ultramarinai. Lisboa
=-
marinas. Lisboa
= uBoletim Bibliogrifico do Centro de DocumentagAo Cientifica
do Institute de Investigagao Cientifica de Angolap. Luanda
-= Boletim Bibliogrifico do Centro de Documentag9o Cientifica
do Institute de Investiga9go Cientifica de Mogambiquei. Lou-
renqo Marques
==etc. etc. (Ver: a maior parte das bibliografias especializadas
correntes).
VIII. COOPERACAO ENTIRE BIBLIOTECAS
i. Catilogos colectivos:
&Publicac6es Peri6dicas Estrangeiras inventariadas nas biblio-
tecas portuguesass
Catilogo colectivo dos peri6dicos estrangeiros existentes em
Portugal organizado pelo Centro de Documentag9o Cienti-
fica do Instituto de Alta Cultura. Lisboa
Relative a 272 bibliotecas de Lisboa, Porto, Coimbra, Elvas,
Santardm
Ja publicados os volumes i a 5
Oltimos vols. publicados: 6 (1959); Suplemento do vol. I (196o)
= Catilogo colectivo dos peri6dicos portugueses existentes nas
bibliotecas portuguesas
Organizado pelo Centro de Documentagio Cientifica do Insti-
tuto de Alta Cultura. Lisboa
Relativo a 66 bibliotecas
= Catilogo colectivo dos peri6dicos portugueses existentes nas
bibliotecas metropolitanas de interesse para o Ultramar
Organizado pelo Centro de Documentacgo Cientifica Ultrama-
rina da Junta de Investiga6es do Ultramar. Lisboa.
Relativo a 28 bibliotecas de Lisboa e Coimbra
=Catilogo colectivo dos peri6dicos estrangeiros existentes nas
bibliotecas metropolitanas de interesse para o Ultramar
Organizado pelo Centro de Documentaaio Cientifica Ultrama-
rina da Junta de Investigaq6es do Ultramar. Lisboa
Relative a 28 bibliotecas de Lisboa e Coimbra
=-Catilogo colectivo dos livros portugueses e estrangeiros nas
bibliotecas metropolitanas de interesse para o Ultramar
Organizado pelo Centro de Documentacao Cientifica Ultrama-
rina da Junta de Investigaq6es do Ultramar. Lisboa
Relativo a 25 bibliotecas de Lisboa e Coimbra
=Catilogo colectivo dos peri6dicos portugueses e estrangeiros
existentes nas bibliotecas de Angola
Organizado pelo Centro de Documentacgo Cientifica do Insti-
tuto de Investigacio Cientifica de Angola. Luanda
=Catilogo colectivo dos peri6dicos cientificos existentes nas
bibliotecas de Moqambique
Organizado pelo Instituto de Investigaqgo Cientifica Algo-
doeira. Lourenqo Marques.
2. Services de empristimo entire bibliotecas
Sem regulamentaqao official
3. Servigos centrais de microc6pia (microfilmes, microfichas, etc.)
=Servigo fotogrifico da Biblioteca Nacional de Lisboa
Largo da Biblioteca Pdblica Lisboa
Reproducao de documents existentes na biblioteca
Ver: Lista dos pregos no tDirectory of Photocopying and
Microcopying ServicesD 2.' edicao. FID Publication n.0 278.
1955
= Servico de microfilmes do Arquivo Hist6rico Ultramarino
Calgada da Boa Hora, Palacio da Ega Lisboa
Reprodugio dos documents existentes no arquivo
Ver: Lista dos pregos no
copying Services 2.a edigco. FID Publication n." 278.
1955
= Servico de microfilmes e fotoc6pias do Centro de Documenta-
cao Cientifica do Instituto de Alta Cultura.
Campo Mirtires da Pitria (ex-Faculdade de Medicina 1.).
Lisboa
Reproduqao dos documents existentes no Centro de Documen-
tacgo Cientifica e nalgumas bibliotecas portuguesas
Ver: Lista dos pregos no (Directory of Photocopying and
Microcopying Services$ 2.a edi.go. FID Publication n.0 278.
1955
Troca de microfilmes, etc., corn os principals servigos estran-
geiros
E ainda possivel obter reprodu96es fotogrificas nas seguintes
instituiq6es:
= Institute de Medicina Tropical Servigo de Documenta-ao
Bibliogrifica Lisboa
= Faculdade de Ciencias de Lisboa Lisboa
= Institute Portuguas de Oncologia Lisboa
= Junta de Investigag6es do Ultramar Centro de Documenta-
cao Cientifica Ultramarina (fotoc6pias) -Lisboa
= Arquivo Nacional da Torre do Tombo (fotoc6pias) Lisboa
= Laborat6rio Nacional de Engenharia Civil Lisboa.
4. Outras formas de cooperacgo:
Coopera4io no piano international
Para as actividades bibliotecdrias e dos arquivos :
A Inspec9~o Superior das Bibliotecas e Arquivos e membro da
Federaqao Internacional das Associag6es de Bibliotecirios, do
Conselho Internacional dos Arquivos, etc.
Para as actividades bibliogrdficas e documentais:
Colabora9go intima corn os grupos de trabalho e dos centros de
bibliografia, classificagao, normalizacgo da documentagAo, etc.
especialmente de Espanha (Servico de Documentagao do Con-
selho Superior de Investigac6es Cientificas, Instituto Nacional
de Racionalizagdo do Trabalho, etc.) e do Brasil (Instituto Bra-
sileiro de Bibliografia e Documentacgo, AssociaiAo Brasileira