ARQUIVO
DE
BIBLIOGRAFIA
PORTUGUESA
ANO VI ; JULHO-DEZEMBRO Ak N.os 23-24
ATLANTIDA
C 0 M B R A-- 9 6o
77/O k
Arquivo de Bibliograjia Portuguesa
(Publicaqgo trimestral)
DIRECCAO DE
MANUEL LOPES DE ALMEIDA
S U M A R 1 0
D E S T E
N M ER 0
MARIA DE LOURDES BELCHIOR PONTES-A oratoria sacra em Portugal no
sdculo XVll, segundo o manuscrito 362 da Biblioteca Nacional de Lisboa
a CARLOS ESTORNINHO 0 culto de Cam6es em Inglaterra A JoXo DE
SOUSA DA CAMARA 0 alcaide-mor de Portalegre, Gonpalo VaT de
Castelbranco A JORGE PEIXOTro-Espdcies portuguesas do sec. XVI des-
conhecidas Relectio de Manuel Tavares, de .598. Outras edif6es de
Ant6nio MariT ndo citadas por Anselmo A GEORGES BONNANT Les
libraires du Portugal au XVIII siecle vus d travers leurs relations d'affai-
res avec leurs fournisseurs de Genbve, Lausanne et Neuchatel A Epis-
toldrio A Notas de Leitura A Noticias
Assinatura annual (4 nimeros) . . . .
Ntmero avulso . . . . .
N(imero duplo avulso . . . . .
Toda a correspondencia deve ser dirigida ao Arquivo de Bibliografia
Portuguesa, Rua de Ferreira Borges, ro3-iz Coimbra
45*'oo
20*00
3o~co
Arquivo de Bibliografia Portuguesa
ANO VI ^& JULHO-DEZEMBRO 4 N.' 23-24
A orat6ria sacra em Portugal no seculo xvII,
segundo o manuscrito 362
da Biblioteca Nacional de Lisboa
Alm das noticias, mais ou menos escassas e virias, que os
manuals de Hist6ria da Literatura Portuguesa inserem (i), alim das
piginas que os estudos consagrados a Vieira (2) lhe dedicam, pouco
se tern escrito sobre a orat6ria sacra em Portugal, de um modo geral,
e, particularmente, sobre a orat6ria sacra nos seculos xvi e xviI.
Quanto aos modos, tendencias e escolas de pregar que se degladia-
vam, no seculo xvii, deixa-nos Vieira entrever alguma coisa no Sermfio
da Sexagessima e em outros serm6es seus; a pregacgo de frei Ant6nio
das Chagas tambem nos revela algo sobre o estado e os mdtodos da
orat6ria sacra seiscentista (3). Mas, infelizmente, por falta de dados (?),
por inciria da investigagqo (?), ainda se ndo esbo9ou sequer um pano-
rama da arte do ptilpito em Portugal. Pouco sabemos sobre a argu-
mentaqao, o travejamento e processes do sermonirio, referentes aos
autos da f6, que foi muito rico, pelo menos, quantitativamente (4).
(i) Cf. por ex., A. J. Saraiva-Oscar Lopes, Hist. Lit. Portuguesa, pgs. 400-
-401 e 414-18; Feliciano Ramos, Hist. da Lit. Portug., pgs. 430 e segts.; 6 ainda
Fidelino Figueiredo, em Histdria da Literatura Cldssica (Continuaqio da 2.* epoca:
1580-1756), pgs. 54 e segts., quem fornece mais dados e orientag6es sobre o assunto.
(2) Devem sobretudo assinalar-se as do P.e Gonzaga Cabral no 2.0 volume
do seu Vieira pregador e as de Hernani Cidade nas Lif6es de Cultura e Literatura
Portuguesas, vol. i, e na obra P.e Antonio Vieira, estudo biogrdfico e critic (ed. Agan-
cia Geral do Ultramar), etc.
(3) Cf. Maria de Lourdes Belchior Pontes, Frei Antonio das Chagas um
home e um estilo do sec. XVIl, Lisboa, 1953.
(4) Cf. A. Cassuto, Bibliografia dos Sermoes de Autos de fd, impressos in
Arquivo de Bibliografia Portuguesa, Ano i, Out. Dez., n.e 4, Coimbra, 1955, e Ed.
Glaser, Portuguese Sermons at Autos da Fe. Introduction and Bibliography in Stu-
dies in Bibliography and Booklore, vol. n, Dez., 1955, n.* 2; nesta introduqfio Glaser
alude as tecnicas e is fontes dos Serm6es dos Autos do fe (cf. pgs. 56-59). Deve
ver-se ainda sobre o assunto o que Mendes dos Remddios escreveu em Serm6es em
Autos dafd (Biblos, im, 6-7, 1923). '
Pouco sabemos sobre o serrnoairio fdnebre, constituido por panegi-
ricos do defunto, feitos de encomenda; igaorarnos como era apresen-
tada a morte e a sua problemrtica, ao audit6rio; nao temos noticia
sobre se o pregador encarreirava a pregaqao para a meditaqao dos
novissimos ou distraia os ouvintes corn argdcias e erudiqao, etc.. Que
esp&ies de serm6es se pregavam? Ascitico-misticos, nas ordenaq6es
sacerdotais ou nas vestiq6es religiosas? Apologeticos? Catequiticos
e sentimentais, corn vista a alimentar a piedade popular ? Teria acaso
valor literdrio a maioria dos serm6es pregados ? Sobre os serm6es
impressos e manuscritos que jazem nas bibliotecas e arquivos portu-
gueses e que se hi-de basear qualquer formulaqao vdlida de juizos de
valor, referentes A orat6ria sacra portuguesa. Enquanto se nao conhe-
cerem os gostos e as tendencias dos pregadores e dos audit6rios portu-
gueses, dos seculos xvi e xva, ignoramos qual fosse a arte do pdlpito
nos s6culos de ouro da Literatura Portuguesa (i).
Ora na Biblioteca Nacional de Lisboa, onde jazem, como alias
em outras bibliotecas e arquivos, centenas, pelo menos, de volumes de
serm6es por desbravar, ha um Catilogo dos Serm6es portugueses que
se imprimiram entire a segunda metade do seculo xvi e os alvores do
seculo xvin, catalogo cuja importancia tern passado ate hoje quase
despercebida (2). E a esse Catilogo de Serm6es dos seculos xvi
a xvin, seguido de uma lista de pregadores (ao que parece elaborada
por D. Manuel Caetano de Sousa) que me you referir.
Trata-se do manuscrito 362 do Fundo Geral da Biblioteca Nacio-
nal. Na folha 5o de tal manuscrito encontra-se o titulo: aCatalogo
dos Sermoens Portugueses que se tern impressos avulsos athe o Anno
de 1776 que tern juntos corn suma curiosidade Bernardo Gomes;
segue-se, na folha 52, lac6nica, a indicaqao: Serm6es que anddo
impressos desde o Anno de i55r the 17066; e vemn depois uma longa
lista de pregadores e serm6es, agrupados segundo os temas ou os pre-
textos da pregagao: autos da f6, acq6es de gragas, por nascimentos de
principles, aclamaq6es; serm6es pelas almas, em honra dos santos, da
(i) Nfio existem entire n6s obras que se possam comparar corn o estudo do
P.e Giovanni da Locarno, Saggio sullo still dell'oratoria sacra nel Seicento esempli-
ficata sul P. Emmanuele Orchi, Roma, 1954 ou o de Andres Soria Orteaga El
maestro fray Manuel de Guerra y Ribera r la oratoria sagrada de su tiempo,
Granada, ig5o.
(2) Cita-o Fernando Castelo Branco em Lisboa Seiscentista, pg. 284: Um
manuscrito da Biblioteca Nacional indica-nos que de i551 a 1706 foram impressos
795 serm6es*. Sdo aliAs 828 e nio .795 os serm6es pregados. No Diciondrio das
Literaturas Portuguesa, Galega e Brasileira refere-se-lhe o Prof. Jacinto do Prado
Coelho, a quem comuniquei a noticia da existencia do manuscrito, aludindo A sua
importAncia.
Virgem Maria, da Paixio e de outros passos da vida de Cristo, etc..
Ainda dentro da seriagao por temas, a agrupacgo faz-se, por vezes,
segundo os lugares onde foram pregados os serm6es; este e o caso
dos serm6es feitos em autos da te: serm6es pregados em Lisboa,
Coimbra, Evora e Goa.
Ao todo sao citados 828 serm6es de pregadores virios: jesuitas,
dominicanos, 16ios, gracianos, etc.. Sio centenas de pregadores, o que
represent por si, uma apreciivel informaqdo, embora s6 quantitativa,
para determinar a importancia e as caracteristicas da orat6ria sacra em
Portugal.
Em Lisboa pregaram-se, entire 16[9 e 1683, 16 serm6es que
foram impressos. No nimero dos pregadores predominam os domini-
canos (frei Ant6nio de Sousa, frei Manuel Rebelo, frei Alvaro Leitdo,
frei Manuel Pereira sao dados como tal), mas tambim hi pregadores
jesuitas (P.e Andre Gomes, P.e Sebastiio do Couto, P.e Bento de
Sequeira) e pregadores de outras proveniencias (trinos, franciscanos,
carmelitas, etc.). Assim, por exemplo, o primeiro pregador da lista do
nosso manuscrito e frei Greg6rio Taveira, aSupprior do real Convento
de Tomar da Ordem de CristoD, segundo a identificag9o fornecida
num dos serm6es citados por E. Glaser, historiador dos Serm6es Ide
Autos da TF (1). O P.e Andre Gomes pregou, de facto, em Lisboa,
em 1621, conforme indica a lista do ms. 362, e o seu sermao foi
impresso (2). De Joane Mendes de Tivora sabemos ser c6nego magis-
tral da S6 de Lisboa e temos confirmacgo de que pregou o sermao do
auto da f6 de 1629, em Lisboa (3), segundo informa a lista que vimos
a comentar.
D. Luis de Melo, que pregou em Lisboa em 1637 e e dito adeam
da S6;, seri o mesmo D. Luis de Melo,
das Espanhas e Inquisidor Apost61lico da Inquisicao de Lisboa e seu
distritoD, que pregou num auto da fU celebrado na Ribeira Velha,
em it de Outubro de 1637? (4)
(1) Cf. Invitation to Intolerance. A study of the Portuguese sermons preached
at autos da fd in Hebrew Union College Annual, vol. xxvi, ig56, e uPortuguese ser-
mons at autos da fde (Studies in Bibliography and Booklore), pg. 62. Este sermao 6
citado por Cassuto (Cf. Bibl. cit.) como tendo sido pregado em Tomar (Cf. op. cit.,
pgs. 294 e 311) o que esta certo e de acordo tambdm corn a cita de Glaser. 0 nosso
manuscrito apresenta pois pequenas inexactid6es.
(2) Sermio / que fez o Padre / Andre Gomes da / Companhia de Jesus / No
Auto da F6, que se celebrou no Recio (sic) da Cidade de Lisboa, em 28. de No-/
vembro, primeiro Domingo do / Advento. de 621. / ... / Em Lisboa/ Com licen9a.
Por Pedro Craesbeck Anno 1621. Este sermao nio 6 citado por A. Cassuto.
(3) Cf. Glaser, Portuguese sermons at autos da fd, pg. 64 e Cassuto, op. cit.,
pgs. 294 e 323.
(4) Cf. Glaser, pg. 66 e Cassuto, pgs. 295 e 323-324.
Nio e agora altura de identificar todos os autores (i) citados na
lista do ms. 362 e confirmar os dados que fornece; basta ter feito
algumas sondagens, para verificar que as informa96es nele contidas
parecem seguras. Todos os pregadores vem bern identificados e os
serm6es que pregaram foram de facto impressos. Na lista dos Ser-
m6es que se fizeram em Lisboa surgem apenas duas ddividas: o
P.e Filipe Moreira que pregou em 1645 e dado como graciano e
segundo o texto dos seus sermoes impressos foi frade da Ordem de
Santo Agostinho e fr. Greg6rio Taveira pregou em Tomar, ao que
parece, e nao em Lisboa. As listas de Coimbra, Evora e Goa tambim
merecem confianpa. A de Coimbra s6 include abusivamente o sermao
de frei Manuel de Lemos, que foi pregado em Aveiro (2),; todos os
serm6es foram impressos; de 1618 a 1696 pregaram-se ali i3 serm6es
de autos da f6. Segundo a lista de Evora houve 14 autos de f6
de 61i5 a 1672 e, segundo a de Goa, 4 de 1617 a 1672. Sao, no
total, 47 serm6es pregados no seculo xvii; as listas apenas acrescen-
tam 7, pregados nos comegos do seculo xvm (3).
Os serm6es pretextados por nascimentos de principles e abons
sucessosb de armas sdo numerosos: 56 vem apontados no manuscrito,
mas sem discrimina9go dos assuntos; apenas aparecem os nomes dos
autores do sermonirio. Entretanto e flagrante a abundancia de peas
de orat6ria sacra neste capitulo da vida social da nacgo. Como tendo
sido pregados em acgio de gracas pela aclamagio del-rei D. Joao IV
citam-se iI serm6es, nao incluidos na lista dos 56. Pretextados pela
morte de pessoas reais, altezas, fidalgos e grandes senhores apare-
cem ii18 serm6es: 4 nas exequias de Filipe I, 6 nas de Filipe II, 2
nas de D. Joao IV, Ii nas da Rainha Dona Maria Sofia, 9 nas de
D. Pedro II, io nas do principle D. Teod6sio, etc.. Nos funerals de
D. Rodrigo da Cunha 2 serm6es, nos de D. frei Aleixo de Mene-
ses 2 serm6es, etc.. Esta abundancia de serm6es de exequias poderA
acaso contribuir para o estudo do sentiment da morte, ao long dos
s6culos ? Que diziam os pregadores comemorando a morte de Reis,
Papas, Principes e grandes senhores ? Encubririam a crua realidade
corn galas verbais e erudi9go t6pica ? Ou aproveitavam a ocasiao
para pregar os novissimos Juizo, Inferno, Paraiso ? Tambdm estr
(i) Parte da tarefa encontra-se facilitada pelo trabalho de E. Glaser, em
Studies in Bibliography and Booklore, jd citado e pela Bibliografia de Cassuto.
Em outra ocasido, ao estudar os temas e as tecnicas da orat6ria sacra seiscentista,
se fard oportunamente a identificai.o pormenorizada dos pregadores.
(2) Cf. Cassuto, op. cit., pgs. 294 e 31o.
(3) 0 ms. 362 dd portanto noticia de 54 serm6es de autos da f& todos assi-
nalados j por Glaser (art. cit.) que enumera 70 serm6es de autos da fe, tambem
citados por Cassuto (op. cit.).
por estudar este capitulo da orat6ria sacra. E o material nao 6
escasso...
Algumas series de listas fornecem indica96es sobre a devocao e
piedade populares, em materia de hagiografia e outros pontos. Assim,
temos noticia de 12 serm6es pelas Almas, i i em honra de Santo Agos-
tinho, 2 em honra de Santo Andrd; a Santo Ant6nio sao dedicados
i5 serm6es, aparecendo entire os pregadores o P.* Manuel Godinho,
bi6grafo de frei Ant6nio das Chagas, e o P.0 Ant6nio Vieira; a Santo
Aleixo apenas e dedicado i sermao; ii a S. Bento; 5 a S. Ber-
nardo, etc.. Sao Boaventura (i), Sao Bom Homem (i), Santa Bar-
bara (i), Santa Clara (3), Sao Caetano (7), Santa Comba (1), cornm o
sermao pregado por frei Jer6nimo Baia, Santa Cecilia (2) Sao Ciro (i),
Sao Carlos Borromeu (i), Santa Escolistica (i), Santo Elias (i), Sao
Francisco de Assis (i5), sendo um dos serm6es da autoria do P.6 A.
Vieira, etc. sao, entire outros, os santos celebrados. Apontam-se
ainda S. Francisco de Boria (6), Sao Francisco Xavier (3), Sao Jose (i5),
sendo um dos serm6es pregados pelo P I A. Vieira, Sao Joao Bap-
tista (5), Santa Teresa (8), S. Joao de Deus (2) e outros que alongam
a teoria dos santos celebrados.
Seri acaso legitimo, atravis da simples enumeracgo dos nomes
dos santos mais festejados, tirar conclus6es sobre a devocao da 6poca ?
Foram feitos serm6es sobre o Born Ladrdo (4), sobre Jubi-
leus (4), sobre as ligrimas da Madalena (6), e as de S. Pedro (5),
sobre os evangelistas S. Lucas (t), S. Marcos (i) e S. Joao (io), etc..
0 Sermonario marianico e bastante rico: 93 serm6es em honra
da Virgem, invocada sob v6rios nomes. aNossa Senhora em sua Sole-
dadeD e object de 20 serm6es; Nossa Senhora da Conceicgo de 17;
aparecem, depois, N.a S.a da Encarnacao, da Purificacgo, da Expecta-
c9o, da Visitacgo, da Assunqdo, Nossa Senhora do Desterro, N.a S.a
dos Anjos, da Piedade, do Amparo, N.a S.a das Neves, da Pureza;
N.8 S.a do Monte Carmo, da Divina Providencia, do Rosario, etc..
Algumas das invocac6es levam-nos a pensar em locais de peregrina-
qdo mariinica ou em imagens que atraissem a devogao dos fidis:
Nossa Senhora de la Antigua, Nossa Senhora da Luz, Nossa Senhora
de Penha de Franga, N.4 S.a do Vale. As duas devog6es maiores sao,
como pode verificar-se, N.3 S.a da Soledade e N a S.a da Conceicao.
TerA sido o sermonirio marianico de seiscentos informado por segura
teologia marial ou ter-se-A reduzido a series de metiforas e exclama-
q6es, rudimentarmente fundamentadas em saber teol6gico? A Dogmi-
tica n~o parece ter fornecido materia fecunda ao pilpito em seiscentos.
Recorde-se Vieira, recordem-se frei Ant6nio das Chagas, Manuel Ber-
nardes, frei Bartolomeu do Quental e outros... Segundo os enuncia-
dos do ms. 362 da B. N. L., os mistdrios divinos sao, na maioria dos
casos, abordados dum ponto de vista ascitico e narrative, demorando-se
I II
a pregacao, sobretudo, nos misterios de Cristo. Sao os aspects morais
e hist6ricos (?) destes misterios os que mais prendem a aten9go dos
pregadores. Por serem os que mais prendiam os ouvintes ? HA 19 ser-
m6es do Mandato, um do Menino Jesus, dois sobre o nascimento de
Cristo, ii sobre os passes de Cristo e dois sobre a Paixao. 0 temi-
rio cristol6gico tera sido muito frequentemente abordado na prega9go
seiscentista ? A resposta esta por encontrar. Continuam por devassar
os dominios da orat6ria sacra, no sec. xvii, excepcao feita para prega-
dores como Vieira e poucos mais. De frei Joao de Ceuta, por exem-
plo, ha quatro volumes de serm6es ndo explorados, de frei Filipe da
Cruz tries e assim por diante... A lista dos pregadores portugueses
que 0 ms. 362 contim, acrescentada de outra da lavra de D. Manuel
Caetano de Sousa (Cf. ms. 362 B. N. L., fol. 8o), que enumera 58 pre-
gadores, e as que Glaser e Cassuto fornecem, confrontadas cornm algu-
mas mais que a erudicgo sobre a pregacgo barroca possa estabelecer, ja
oferecem campo largo A investigagao.
O manuscrito 362 da B. N. L., que temos vindo a analisar,
alude a 5 serm6es sobre a Circuncisdo de Cristo, a 12 pretextados
pela aCruz e festas de CristoD e, particularizando, enumera 6 sobre
o aDescendimento da Cruz,; em comparaqAo cornm os serm6es sobre
a Trindade (2) e sobre o Espirito Santo (3) verifica-se que os mist6-
rios de Cristo sao os mais pregados. Necessidades da catequese ?
Corrente spiritual tendente A aimitaqao de Cristo* que se opusesse.
para combater o erro, a certos desvios iluministas que levavam o fiel
a distrair-se de Cristo ? Religido sentimental que insistia sobre-
tudo nos aspects dolorosos da f6 ? A catequesefazia-se ao long
do ano liturgico e d o que ressalta do sermonario que se estende das
Domingas do Advento (i.a 3 serm6es; 2.a 2; 3.a -4; 4.--2) ao
tempo pascal. A sequdncia do ano litirgico e assinalada pela pre-
gagdo dita do tempo, isto 6, alusiva aos misterios propostos naque-
les dias A particular meditagio dos cristios. Assim, a lista cita a
terceira dominga post-epifania (i sermio), a dominga 5.a, tambem
post-epifania (i sermao) as domingas da quinquagessima (i), da sexa-
gessima (2) e da septuagessima (2), o Domingo de Pascoa (3) o
Domingo in Albis (i sermao), etc..
O tempo mais'solenizado pela pregagio era, ao que parece, o da
Quaresma. Oito serm6es das cinzas, dezoito serm6es repartidos por
5 domingos quaresmais, e mais 12 subordmados A rubrica: atardes das
Domingas da QuaresmaD, o que torna evidence que alum do sermao da
Missa, de manhi, havia pregagio A tarde. E ha ainda pregagao sema-
nal nas 4.a", 6 as e sabados da Quaresma.
Depois da pregagco litutrgica, provAvelmente de caracter catequ&-
tico. surge, abundante, uma pregacao que, A falta de melhor term, se
podera designer de devota. Vinte e dois serm6es se pregaram de
,Dezagravo do Sacramento ; mais 14 ao Sacramento ; 3 na devo9!o
das quarenta horas, 5 chamados de preces, etc.. Manifesta-se visivel
neste sermonirio uma piedade eucaristica actuante.
Finalmente, e talvez devesse aludir aos serm6es que a seguir se
citam no capitulo dos reflexos da vida social da naqao, finalmente,
abordem-se as listas de sermSes proferidos em profiss6es religio-
sas (17), capitulos Provinciais de Ordens (3), edificagio de tem-
plos (to). E que a religiao cat61lica, no seculo xvin, e religiao de
Estado e as cerim6nias religiosas participam do caricter de actos da
Nacao. Alm disto, as estruturas sociais levavam aos conventos e is
ordens muitos filhos segundos de alta estirpe; a assistdncia As profis-
s6es religiosas revestia-se por isso de solenidade, simultaneamente
sacra e profana. Seriam os discursos, entao proferidos, meditagdo
profunda dos mist6rios do tempo, da Eternidade e do Amor de Deus ?
Ou mais um pretexto para vaidades ? E os ditos nos capitulos Pro-
vinciais das Ordens ? Seriam serm6es ascitico-misticos ? 0 manus-
crito 362 da B. N. L. e apenas catilogo; urge estudar o catilogo, e
fazer o levantamento da perspective da orat6ria sacra seiscentista corn
os elements que ele fornece. E sdo suficientes para elaborar uma
panordmica da pregagco religiosa de seiscentos. S6 entao seri legi-
timo falar desta ou daquela corrente spiritual, deste ou daquele estilo,
que informem a orat6ria sacra seiscentista.
MARIA DE LOURDES BELCHIOR PONTES
ARQUIVO
DE
BIBLIOGRAFIA PORTUGUESA
RQUI
DE
BIBLIOGRAFIA
ANO-VI
ATLANTIDA
C 0 1 AlM B R A-i 9 6o
A
V
0
PORTUGUESA
DIRECCAO D)E
Manuel Lopes de Almeida
Cgtalogo
dos
Sermoens Portuguezes
que se tern impresso avulsos
athe o Anno de 1716.
que tem juntos corn suima curiosid.e
Bernardo Gomes
fol. 52
Sermoens que anddo Impressos
desde o Anno de i55i
athe 1706
Sermoens que se fejerio no Auto da fd.
Em Lisboa despois q ouue emprencdo delles.
Frei Gregorio Taveira
P.e Andre gomez da Comp.a de Jesus .
Frey Antonio de Sousa Dominico . .
P.e Sebastido de Couto da Comp.a de Jesus.
Joanne mendez de Tavora .
Dom Luiz de Mello deam da S6 .
Frey Manoel Rabello Dominico
Frey Thomaz de Sao Cirillo Carmelita Descalgo
P.e Bento de Sequeira da Comp.a.. . .
Frey Feliphe moreira graciano. . .
Frey Ant. das chagas. Franciscano . .
Frey Nuno Viegas. Carmo .
Frey Cristovdo de Almeida graga . .
Frey Alvaro Leitao Dominico . .
D. Frey Luiz da Silva, trino . .
Frey Manoel Pr.a Dominico . .
D. Diogo danunciaqao .
P.e Fran.co de S.ta M.a- Loyo . . .
Frey Bernardo telles .
P.e Fran.co Pedoroso (sic) . . .
fol. i
anno de 16iq
1621
1624
1627
1629
1637
1638
1640
1642
1645
1654
166o
1664
1666
1673
1683
1705
1706
1709
1713
fol. i V
Sermoens 4 se feqerao no Auto da f
Em a cidade de Coimbra depois a ouve emprecao.
De Frey Manoel de Lemos
De Frey Estevdo de Santa Anna .
do P.0 Francisco de mendonga
anno 1618
1612
1618
de Frey Manoel Evangilista .
de Frey Jorze Pinheiro.
de Frey Ambrosio de Seraz (?)
do P.e Manoel fagundes
do D.or Manoel daCosta Soares
de Frey Ant.0 da Resurrei9go .
de Frey Bento de S.to Thomaz
de Frey Antonio Correa
do P.e Ayres de Almeida
do D.or Jodo de Souza de Carv.0
do P.e Miguel furtado .
de Frey Antonio de S.ta M.a .
Sermoens 4 se fezerdo no Auto da fe. Em Evora.
. 1i6ig
. 1620
1621
1625
1627
1629
1673
1682
1694
1696
1704
17o6
fol. 2
De Frey Manoel dos Anjos
do P.e Francisco da Costa.
de Frey Joao de Ceita . .
do P.e Manoel fagundes
de Frey Manoel dos Anjos.
de Frey feliphe moreira
do P.e Bento de Sequeira .
de Frey Antonio Coutinho .
de Frey Ascurcio de Sao Pedro .
de Frey Diogo Cezar . .
de Frey Valerio de Sao Raymundo
de Frey Joseph do Espirito Santo
do P.e Antonio Ferreira
do P.* Luis Alvares. .
de D. Diogo danunciaqgo .
Sermoens 4 se figerdo no Auto da e em Goa
de Frey Manoel da Em Carnacao .
de Frey Gaspar de Amorim .
do P.* Diogo de Areda . .
de Frey Antonio Pereira .
. i6i5
. . . 162t
. 1624
1626
. . . 1629
163o
. 1636
. 1637
. 1644
. 1649
1662
1664
1670
1672
1709
tol. 2V
1617
i635
1644
1672
fol. 3
Sermoens em 4 se filerdo em accdo de gracas por nascimentos de
Principes, e Bons sucessos de Armas.
De Frey Luis de Sa
do P.e Bento Sequeira
de Frey Jorze de Carvalho
do P.e Gaspar de Macedo
do P.e Fran.co Aranha
do P.e Diogo Lopes
de Frey Cristovdo de Lisboa
do P.e Franc.co Machado
de Frey Antonio das Chagas
de Frey Jorze Pinheiro
de Frey Antonio da Luz
do P.e Antonio Bandeyra
do D.or Gabriel da Costa
de Frey Joseph de oliv.a
de Frei Luis de Si... [ilegivel]... do Espirito Santo
de Frey Fran.co de Escobar
de Frey Alvaro Leitdo
fol. 3v.
mais em acpco de gracas
de D. Ant.0 Ardizone
de Frey CristovAo de Almeida
do P.e Antonio de Sa
do P.e Andre Cardoso
de Frey Vicente de Aragdo
de Frey Gaspar dassen9go
de D. Apolinario de Almeida
do D.or Bertholameu Cagella
de Frey Fernando Soeiro
de Frey Nuno Viegas
de Frey Amador da ConceiqAo
de Frey Manoel de S.to Ant.0
de D. Manoel Caetano de Souza
de Frey Francisco Vieyra
de Frey Manoel de Gouvea
de Frey Inacio de S.ta M.a
de Frey Jodo da Nazar6
de Frey Simao Correa
de Frey Joao de Deos
de Frey Franc.co de Britto
fol. 4
Mais sermoens em acpdo de gracas
de Frey Antonio da Madre de Deus vai naclamagao
de Frey Arcanjo de aragio
de Frey Manoel dasumpqao
de Frey Joseph do Espirito Santo
de Dom Lucas da Gama
de Frey Antonio da Conceigao
de Frey Luis de Sa
do P.e Angello dos Reys
de Frey Manoel de S.to Athanazio
de Frey Joseph delgarte
de Frey Simio da Lux
de Frey Manoel de Lima
de Frey Manoel de So Placido
de Frey Manoel da Madre de D.
de D. Bazillio de Santa Maria
de Frey Manoel de Sio Carllos
de Frey Amador da Conceigio
de Frey Joseph de Santa M.a
do P.* Manoel dos Reys Bernardes
fol. 4tv.
Sermoens em accio de gracas pella aclamacto del Rey D. Jo0o o 4-.
de Frey Martinho Moniz
de D. Francisco da trindade
de Frey Antonio da Madre de Deos
de D. Francisco de Menezes
do L.do Lourengo Rivas (?)
de Frey Manoel das Chagas
de Frey Antonio Correa
do P.e Simio da Cunha
de Frey Simio da Graga
de Frey Feliphe Moreira
de Frey Joao da S6 aclamagio de D. Joao 4.0
120
fol. 5
Sermoens q se fijerdo pellas Almas
de Frey thomas aranha
do D.or Joseph de faria M.el
do P.o Fernando de Mello
de Frey Jorge de Carvalho
do mesmo autor outro
do mesmo autor outro
de Frey Antonio de Santa M.a
de Frey Amador da Concei9!o
de Frey Fernando da Soledade
de Frey thomaz teixeira
do P.e Joseph Veloso corn S. Miguel (?)
de Frey Gidio de Gamboa dos ossos
fol. 5v
Sermoens de Santo Agostinho
de Frey Luis dos Anjos
de Frey Simio da Graga
de Frey Jodo da Nazar6
de D. Antonio dos Martires
do D.or Frey Joseph da Natividade
de Frey Ruperto de Jesus
do mesmo autor outro
do mesmo mais outro
de Frey Simio da Graga
de Frey thomaz da Concei9io
de Frey Gaspar da Villarroel
Sermoens de Santo Andre
de Frey Vicente de Aguiar
de Frey Manoel da Graga
fol. 6
Semoens q se figerdo a Santo Antonio
de Frey Antonio de thomar
do p.e Luis de Lemos
do P.e Manoel Pereira
do D.or Heronimo Ribr.0
de Frey Agostinho da Concei9io
do mesmo autor outro
do P.e Manoel Godinho
de Frey Miguel Pacheco
de Frey Jacome da Purificaggo
do p.e Pedro Correa Barbosa
de Frey Franc.co de S.to thomas
do P.e Lour.qo Ribeiro
de Frey Antonio do Rosario
do mesmo autor outro
do P.e Antonio Vieyra
fol. 6v
Santo Aleixo
Frey Simio da Graga
A Mencdo de Cristo
do P.e Frey Andre dos Reys
do P.* Frey Joseph da Purificaaio
do P.e Nicolao frzco Lares
Sermoens de Sdo Bento
do P.0 Heronimo Ribr.0
do P.e Heronimo de Sao tiago
do P.e Francisco de Matos
do P.e Antonio da Costa
de Frey Ruperto de lesus
de Frey Alvaro de escobar
de Frey Pantaledo do Sacram.to
do D.or Luis da Annuciagao
de Frey Alvaro Leitio acq o de Gragas
de Frey Bernardo de Braga
de Frey Bernardo de Braga outro
fol. 7
Sermoens de Sdo Bernardo
de Frey Antonio dos Inocentes
de Frey Simio da graqa
do P.e Manoel de Matos botelho
de Frey Manoel da Graga
de D. Rafael Bultiau
Bulla da Crugada
de Frey Pedro Calvo
de Frey Manoel ferreira
de Frey Bernardo de Barga
de Frey Diogo Cesar
de Frey Jorze de Carvalho
de Frey Diogo Cesar outro
Bom Ladrdo
de Diogo da Annuciadio
de Frey Fernando de Santo Ag.0
de Frey Agostinho da Costa
de Frei Alvaro Leitio
fol. 7i"
Sdo Bom Homem
do L.do thomas de Barros
Sao Boa Ventura
de Frey Pantalego do Sacram.to
Santa Barbara
de Frey Joseph da Purificagio
Cinja
do D.or Heronimo Peixoto
de Frey Salvador do Esprito S.to
do P.e Antonio de Sa
do P.R Joao de Carvalho
de Frey Amador da ConceiAio
de D. Luis dasensAo
de Frey Martinho Pr.a
de Frey Martinho P.a outro
/ol. 8
Circumcicdo de Xp.to
do P.e Jorze da Costa
do P.0 Simao de Vasconcellos
123
De Dom Rafael Bultiau
do P.e Manoel da Madre de DE
de Frey Manoel de Lima
de D. Joseph Barboza
Crul e Festas de Cristo
de Frey Manoel da Conceicio
de Frey Paulo de Santa Catherina
de Frey Gaspar de Amorim
de Frey Simio da Graqa
de Frey Francisco da Conceiaio
do P.e Manoel da Madre de DE
do D.or Fran.co de macedo
de Frey Luis de So Francisco
de Joseph de Faria Manoel
de Frey Pedro de Sio Joseph
de Frey Joseph do Esprito Santo
de Frey Alvaro Leitio
fol. 8v
Santa Clara
de Frey Antonio dos Arcanjos
de Frey Francisco de S.to Ambrosio
de Frey thomas aranha
Sdo Caetano
de Frey Antonio Correa
de Frey Joseph dasumpsio
de Frey Antonio Correa outro
de Frey Jos6 dasumpsio
de Frey Ant6nio Ribeiro
do P.e Hippolitho Moreira
de Frey Thomas de Sousa
Calenda donatal
de Frey Joseph da Purificacgo
de Frey Joseph do Esprito Santo
Santa Comba
de Frey Heronimo Vahia
fol. 9
Santa Cigilia
de Frei Fernando de S.to Ag.0
de Frey thome da resurreigio
Sdo Ciro
de Dom Lucas da Gama Portugal
Capitollo de Provincial
de Frey Antonio da Concei9do
de Frey Ignacio de S.ta Maria
de Frey Amador da Conceigao
Sao Carllos Borromeu
de Frey thomas aranha
Calvario
Frey Agostinho da Costa
do P.e Barthezar Correa Pinto
fol. 9v
Dominga Pr.a do dvento
do P.* Heronimo falcio de Souza
de D. Luis da Asump9go
de Frey Fernando de Santo Ag.
Dominga Seg.da do Advento
de Frey Jogo de SAo Bernardino
de Frey Fernando de S.t* Agostinho
Dominga treceira do Advento
de Frey Cristovao de Lisboa
de Frey gregorio de figueiroa
de Frey Fernando de Santo Ag.
de Frey Luiz de SA em acqao de gragas
Dominga quarta do Advento
de Frey Joo datavidade (sic)
de Frey Fernando de Santo Ag.'
fol. Jo
D." treceira postepifania
do P.8 Nicolao Fernandes Colarei
D." j." post epifania
do P.e Lourenco Guedez
Dominga daquinquagesima
de Frey Luis de Sio Joseph
Dominga da sexagesima
do P." Nicolao Fernandes Colares
do P.e Francisco daprezentaqgo
Dominga da setuagesima
de Frey Antonio das Chagas
de Frey Sebastigo da emCarnag9o
Domingo in Albis
do P.* Luis Cardeira
folf.! oY
Dominga Pr." daquaresma
do P.e Antonio Teixeira Chaves
de Frey Fernando de Santo Ag."
de Frey Urbano de S.to Antonio
de Frey Bernardo de Castello br.co
Dominga segunda daquaresma
de Frey Fernando de Santo Agostinho
de Frey Urbano de Santo Antonio
de Frey Joseph da Purificagio
Dominga terceira daquaresma
do P.e Joao de Carvalho
de Frey Fernando de Santo Agostmnho
de Frey Urbano de S.10 Antonio
Dominga quarta daquaresma
de Frey Cristovao de Lisboa
do P.e Dr. (?) Heronimo Ribeiro
do p.e Antonio de Sa
de Frey Francisco Vieyra
de Frey Urbano de Santo An.0
fol. n
Dominga quinta da quaresma
de Frey Cristovao de Almeida
de Frey Urbano de Santo Antonio
de Frey Cristovao de foyos
Dessendimento da Crux
de Frey Cristovao de foyos
de Frey Joao de Bota fogo
de Frey Joao de Sao Francisco
de Frey Fernando da Soledade
de Frey Agostinho da Costa
de Frey Alvaro Leitdo
De Sdo Domingos
de Frey Pedro Calvo
de Frey Antonio de Abreu
de Frey Luis de Santa Catherina
de Frey Manoel de Santa Rosa
de Frey Simlo da Graga
fol. yIV
Dejagravo do Sacramento
de Frey Dionizio dos Anjos
de Frey Gregorio Taveira
de Dom Luis de Mello
de Frey Gaspar Cota
de Frey Diogo Cezar
de Frey Cristov.o de Almeida
de Frey Antonio Correa
de Frey Gaspar Cota
de Frey Antonio da Madre de Deos
de Frey Lourengo da Cruz
de Frey Antonio Correa segundo
de Frey Joao de Sao Francisco
de Frey Luis de Sao Francisco
de Frey Manuel de Gouvea
de Frey Antonio Pr.a
de Frey Luis de Sao Francisco 0outro
de Dom Manoel Caetano de Souza
de Frey Antonio Coutinho
do P.e Diogo de areda em S.taJusta
do P.e Diogo de areda em S. emgracia
de D. Manoel do tojal
de Frey Pedro Monteyro
fol. r
Exequias del Rey D. Manoel
do Doutor Antonio Pinheiro
de Frey Cristovao de Almeida
de Dom Rafael Bultiau
de Frey Fernando de Santo Agostinho
de Frey Joao Soares em castelhano
de Frey Francisco de Britto
de Frey Francisco de Britto outro
de Fr. Pedro Monteiro
Exequias del Rey feliphe pr.0
De Frey Manoel Coelho
do D.ar Francisco Fernandes galvao
de Frey Joao aranha
do Doutor Grabiel da Costa
Exequias de feliphe Segundo
de Frey Baltezar Paes
de Frey Antonio dos Inocentes
de Frey Antonio da Resurreisgo
de Frey Antonio feyo
do P." Heronimo defluencia
do D.or Baltezar de Torres em Castella
fol. 12v.
Exequias del Rey D. Joao 0 4.0
de Frey Antonio dos Arcanjos
do D.or Joao Correa
Exequias del Rey Luis l3 de Franca
de Frey Francisco de S.to Ag.o
Exequias da Rainha Donna M." Sofia
de Frey Fernando da Soledade
de Frey Martinho Pr a
de Frey Vicente da Luz
de Dom Diogo da Annunciaqao
de Frey Joseph de Santo Antonio
de Frey Joao da Natividade
de D. Pedro da emcarnaao
do P.e Domingos Ramos
de Frey Antonio da Piedade
do P.e Antonio de faria
do P.* M.el de Oliueira no Coll.0 de Coimbra
Exequias da Rainha D. M.a Fran.ca
de Dom Rafael Bulteau
de Frey Costantino de nantes
fol. z3
Exequias da Rainha Donna Margarida
de Frey Andre de Guimarges
do D.or Sebasti5o da Costa
de Frey roque do sobral
de Dom Manoel de Sarmento em Castella
do D.or Joao Ximenes em Castella
de Frey Joao de Vargas em Castella
de Frey Affonso de Lagerna em Castella
de Frey Francisco tamayo Em Castella
de Frey Goncalo de medina em Castella
Exequias del Rey Dom Pedro seg.0
do D.or Francisco de Sao Bern.do
de Frey Gidio de Gamboa
do P.e Francisco de Santo thomas lovo
do Doutor Francisco salgueiro
do Doutor clemente Roiz montenha
do P." Domingos Ramos
de Frey Joseph de olivr.a
do P.e Miguel Dias da Comp.a Roma
do P.e Antonio Maria Roma
tol. z3v.
Exequias do Infante D. Duarte
de Frey thimotio de seabra
do P.e Bento de Sequeira
de Frey Joao de S. Bernardino
do P.* Diogo de arada (?)
de Frey Bernardo de Braga
de Frey Grabiel de Almeida
de Frey Francisco Brandio
de Frey Francisco de Escobar
de Antonio de Miranda Henriq
Exequias do Principe D. Theodogio
de Frey Joao da Silveira
de Dom Manoel de Noronha
do P.e Antonio Veloso
de Frey Alvaro Leitio
de Frey thomas aranha ........ 2
do D.or Heronimo Ribr.o
de Frey Luis de Saa
do D.or Luis Machado Pr.a
de Frey thomaz Barreto
de Frey Nuno Viegas : latino
fol. 14
Exequias de D. Fr.co de Castro
de Frey Manoel ferreira
do P.* Nuno da Cunha
de Frey Antonio Vel.
Exequias de Frey Joseph de Lemcastro
de Frey Joseph de olivr.a
do D.or Anronio do Sacram.to
do D.or Joio de Souza de Carv.0
Exequias de Dom rodrigo da Cunha
de Frey Antonio da Natividade
de Frey Nuno Viegas
Exeqnias de Dom Frey Alexo de meneqes
de Frey Gaspar de Amorim
de Frey Manoel da Conceigio
Exequias do Duque Dom theodosio
do P.e Andre gomes
do P.* Bertholameu Guerreiro
fol. 14v
Exequias do Papa clemente 9.0
de Frey Antonio da Madre de Deos
Exequias de clemente io
do P.0 Antonio de matos teixeira
Exequias de Inocencio ii
de Frey Francisco da Natividade
Exequias de Inocencio 12
de D. Gaspar da Emcarnagio
Exequias de D. Vinesimo de Lemcastro
do D.or Frey Francisco de Lima
Exequias de Ferndo Martins
do P.* Diogo de areda
Exequias de D. Pedro de Lemcastro
de Frey Jorze de Castro
Exequias de D. Affonso furtado
de Frey Francisco da Maya
fol. i5
Exequias de Dom Francisco Bar.to
de Frey Nuno Viegas
Exequias de D. Frey Jodo da Madre de D9.
do P.e Alexandre de Guzmio
Exequias de Frey Jodo Pereira
de Frey Jolo de Sio Fran.co
Exequias de Frey Bento Madeira
do P." Bento Rodrigues
Exequias do P.e Frey Simdo de S.ta M.a
de Frey Antonio de Escobar
Exequias do D.or M.eI Pr.a de Mello
de Frey Antonio Correa
Exequias de Frey Luis Aluares de tauora
de Frey Joio de Vasconcellos
Exequias de Frer Heronimo de Br.t1 e Mello
do licenciado Mel Alz Pinto
Exequias de D. Miguel de Castro
de Frey Simdo da Lux
Exequias de Dom Joseph de Barros
do D.or Joseph da Natividade
Exequias do Duque D. Ambrosio
de Frey Francisco da Natividade
Exequias do Marquej de Tavora
de Frey Luis da Silva
Exequias do MarqueT de Alegrette M.e' TelleT da Silva
de Fr. Pedro Monteyro
Exequias de Affonso furtado de m.dca
de Frey Antonio de gouvea
Exequias de D. Francisco de Lemcastro
de Frey Salvador do Esprito S.to
Exequias de D. Jodo f.0 do Duq de Aveiro
de Frey Joseph do Esprito S.10
Exequias do Bardo de Boteuila
D. Dom Rafael Bultiau
Exequias de D. Jodo de Souga
do D.or Fran.co de Slo Bern.'"
fol. i5S.
fol. 16
Exequias de roque da Costa
de Frey Manoel da Madre de D9
Exequias aos soldados da Vitoria de m.tes claros
Frey Cristovao de Almeida
Exequias de Andre furtado de Mendonca
de Frey Antonio de Gouvea
Exequias de D. Nuno Alves Portugal
de Frey SimAo da Luz
Exequias da Infanta D. Joanna
de Frey Manoel das chagas
Exequias da Infanta D. Iabel
do P.e Antonio da Silva
Exequias de Donna Joanna Juliana
de Frey Joseph do Esprito Santo
Exequias de Donna Ignacia da Silva
de Frey Cristovao de Almeida
Exequias do grande Affonso de Albuquerq
de Frey Manoel da Concei9do
fol. r6v.
Do Esprito Santo
do P.R Ant.0 de Sai Justiga
do P." Frey Joseph da Purificapgo
do P.e Nicolao Fernandes Colares
134
Santa escolastica
de Frey Bernardo de Braga corn profigio
Santo Elias
do P." Francisco de Matos
Edeficapoens de templos
do P." Grabiel da Nunciacgo
do P." Bento Siqueira
de Frey Joseph daSumpsao
de Frey Antonio Correa
de Frey daSumpsao outro
de Frey Antonio Correa outro
de Frey Cristovio de Almeida
de Frey Christovao do Rosario
de Frey Francisco de foyos
de Frey Joseph delgarte
de Frey Manoel da Conceigco
fol. 17
mais Edificafdo detemplo
de Frey Antonio dos Arcanjos
de Frey Francisco Vieyra
Sao Francisco de Asil
de Frey Antonio da trindade
de Frey Jolo de Sio Francisco
do P.e Bento de Sequeira
de Frey Simlo da Gra9a
de D. Rafael Bultiau
de Frey Luis de Sio Fran.co
de Frey Pantalido do Sacram.to
do P.e Francisco de Matos
do P.e Diogo da Nunciaiao chagas
do P.e Frey Agostinho da Concei-io
de Frey Jacinto da Esperanga
de Frey Ignacio de JHS M.a
de Frey Sebastido do Salvador
do P.e Antonio Vieyra
de Frey Bern.do de figueiroa
fol. 17v
Sao Fran.co de Borja
de Frey Manoel dos Anjos
do P.e D.or Gaspar dos Anjos
de Frey Cristovao de Foyos
de Frey Manoel da Conceiglo
do p.e Joseph da Purifica9qo
de Frey Luis de Santa Catherina
Sao Fran.co Xavier
do D.or Heronimo Ribr.0
do P.e Angello dos Reys
do P.e Luis Gonzaga
S. Gregorio papa
do P.* Fran.co de Matos
Sdo Goncalo
de Frey Cristovio de Lisboa
Graca hebrea
de Frey Pedro Correa
fol. 18
Sao Heronimo
de Frey Gaspar dos Anjos
de Frey Fernando de S.to Ag.o
do P.e Manoel dos Revs
Sdo Joseph
de Frey Cristovao de Lisboa
do P.e Heronimo Ribeiro
do P.e Antonio de Sda
do P.e Sebastiao de Matos
de Frey Urbano de S.to Antonio
de Frey Grabiel da Purificaqao
de Frey Cristovio de Almeida
de Frey Grabiel da Purificaao 2.0
de Frey Antonio dos Arcanjos
de Frey Joseph da Purifica9Ao
de Dom Antonio Ardizone
de Frey Simao da graga
de Frey Fran.co Araceli
de Frey Manoel de Lima
do P.e Antonio Vieyra
jol. ]8v
Sdo Jodo Evangelista
de Frey Paulo da Poricincula (sic).
do D.or Heronimo Peixoto
do D.or Gongalo da Madre de D9
de Frey Manoel da Graqa
do P.e Luiz da NunciaqAo
de Frey Manoel de Lima
de Frey Fran.co de Santo thomaz i.0
de Frey Fran.- de Santo thomaz 2.0
de Frey Fran.co de Santo thomaz 3.o
de Frey themotio de Ciabra
Sdo'Jodo Baup.ta
de Frey Luis de Miranda
do D.or Sebastigo de matos
do D.or Heronimo Peixoto degoladto
de Frey Joseph do Espr.to S.10 degolagdo
de Frey Fran.co tello de Learn
Sdo Damajo papa
de Frey thomas Barretto
fol. i9
Santo Ignacio
do D.or Vasco de Souza
de Frey Simio da graga
de Frey Fran.co da Cruz
do P.e Fran.co de mattos
de Frey Antonio Tavares
de D. thomd de faria
de Frey Gaspar de Villa roel
de Frey Luiz de oliva
Sao Joao da Crul
do P.e Lourengo Ribr.0
Sdo Jodo de Deos
do D.or Gongalo da Madre de D9
de Frey Jolo dalMagdalena
Sao Jorge
de Frey thomas aranha
do P.e Manoel Pires dourado
Santa Joanna
de Frey Luiz Lamberto
do P.e Sebastiio Pacheco
fol. z9v
Santa Igabel
do P.e Frey Andre dos Reys
de Frey Pantaleio do Sacram.10
de Frey Joio de Deos em acqio de gra;as
Jubileos
de Frey Ignacio Coutinho
do P.e Jorge da Costa
de Frey Joao de Sao Fran.co
de Frey Nicolao da Conceigio. N. Sr.a dos Anjos
Lagrimas de Magdalena
do D.or Heronimo Peixoto
de Frey Joseph de oliveira
do P.R Joio de Carvalho
do P.e Lourengo Guedes
de Frey Alvaro Leitao
de Frey Sebastiio da Emcarnagio
Sdo Lour.fo Martir
de Frey Manoel da Graga
de Joao de Sousa de Carv.0
fol. 20so
Lagrimas de Sao Pedro
do P.e Manoel Barbosa
do p.e Heronimo Ribr.0
do P.e Ant.o de Sao Carllos
de Frey Agostinho da Costa
de Frey alvaro Leitio
Sao Lucas
de Frey thomas aranha
Sao LuiT Beltram
de Frey Joao da Purificagio
Lausperene
de Frey Fran.co de Foyos
Santa Lujia
de Frey Manoel de Azevedo
Santa Emgracia
do D.or Sebastilo de matos Souza
Sao Marcos
do D.or Joao de Souza de Carvalho
fol. 20v.
Menino Jesus
de Frey Joseph do Espr.to Santo
Sdo Miguel
do P.e Joseph Veloso corn Almas
139
Mandato
de Frey Joao de Sdo Fr.co
de Frey Diogo Cezar
do D.or Heronimo Ribeiro
do L.do Pedro Soarez
de Dom Luiz dascencgo
do D.or Gonqalo da Madre de Deos
do P.e Joao de Carvalho
do Dom Luis dasencgo outro
de D. Frey Luiz da Silva
de Frey Urbano de Santo An.to
do P.e Jorze Benci
de Frey Martinho Pr.a
de Frey Martinho P.a outro
do P.e Antonio da Silva
de Frey Agostinho da Costa
fol. 21
Mandato Mais
de Frey Alvaro Leitgo
do P.e Mestre M.el Carvalho
do P.e Nicolao Fr2 Colarez
de Frey Bern.do de Castellobr.co
N. Snra em Sua Soledade
de Frey Luiz de Miranda
de Frey Pedro do Rosario
do P.e Luiz Cardeira
do D.or Heronimo Ribr.o
do D.or Gongalo da Madre de D9
do D.or Francisco de macedo
de Frey Cristovdo de Almeida
do P.e Joao de Carvaiho
de Frey Euzebio da Soledade
de Frey Urbano de S.to Ant.0
de D. Caetano Barbosa
do P.e Jorge Benci
do P.e Miguel da Vizita9go
de Frey Manoel da Madre de D9
fol. 2 IV
Soledades mais
de Frey Fr.c de S.to Agostinho
do P.*e Dom Luis Lobo dasenqlo
de Frey Agostinho da Costa
de Frey alvaro Leitgo
de Frey Manoel da Madre de D9
N. Snra da EmCarnacdo
de Frey Luiz de Sao Joseph
do P.e Lour.qo Carneiro
de Frey Urbano de Santo An.to
de Frey Fran.co Vieyra
de Frey Agostinho Velozo
de Frey Grabiel da Purifica9go
N. Snfa da Expetacdo
de Frey Antonio dos Inocentes
de Frey Joao da Conceigio
jol. 22
N. Snra da Conceicdo
de Frey Joao de Sao Bernardino
de Frey Antonio dos Arcanjos
do D.*r Heronimo Ribeiro
do P.e Antonio da Costa Cordovil
do mesmo autor outro
do mesmo autor outro
do P.0 Antonio de Saa
de D. Antonio Ardizone
do mesmo autor outro
de Frey Urbano de S.to An.to
de Frey Manoel de Sao Carllos
de D. Antonio dos Marterez
de Frey Grabiel da Purificaqo
de Frey Cristovdo de lisboa
de Frey Joseph do Esprito Santo
de Frey Manoel de Sao Placido
de P.e Dom Joseph Barbosa.
fol. 22V.
N. Sn~ra da Luj em dia da Natividade
do P.R Luis Gomes
de Frey Sebastigo Sarmento
do D.or Gongalo da M.W de D9
N. Snra da Vigitacdo
de Frey SimAo da Graca
do P.e Fran.co de S.ta M.a
de Frey Fernddo de S.to Ag.o
N. Sfira da Grafa
do D.or Heronimo Peixoto
N. Sfra da Purificacdo
de Frey Alvaro de escobar roubam (?)
do Doutor Heronimo Ribeiro
do P.* Manoel Pirez dourado
de Frey Grabiel da Purificapgo
do P.e Heronimo Carneiro
N. Snra dalaantigua
de Frey themotio deciabra
do Doutor Heronimo Ribr.0
fol. 23
N. Snra do desterro
de Frey Manoel da Conceigao
do P.e Antonio de Sio calls (sic)
de Frey Grabiel da Purificagao
N. Snfa dasumpcdo
do P. Antonio Pinto da Cunha
de Frey Vicente de Aguiar
de Frey Joseph do Esprito Santo
N. Snra dos Anjos
de Frey Nicolao da Conceigco
N. SnFa da Piedade
de Frey Luiz de Sao Joseph
N. SnFa do Emparo
do P.e Lour.qo Ribeiro
fol. 23v.
N. SnFa das Neves
de Frey Diogo Cezar
de Frey Manoel da Graga
de Frey Joao da Nazare
N. SnFa da Purega
de Dom Alvaro da Conceigio
N. SnFa do Monte ,do Carmo
de Frey Bernardo de Braga
de Frey Joseph do Espr.to Santo
N. SnFa da Divina Providencia
de Dom thomas de Begman
de Dom Caetano Barbosa
de Dom thomaz de Begman outro
N. Snfa do Rosario
do D.or Heronimo Ribr.o
do P.0 Joao Coelho
de Frey Ant.0 de N. Snra.
fol. 24
N. SnFa da Penha de Franca
de Frey Manoel de Lima
de Frey Joao da Nazare
de Frey Manoel de Gouvea
de Frey Manoel de Sio Carllos
de Frey Joao da Nazare 20
N. Snfa do Valle
do P.e Fran.co de Santa M.a
do P.e Antonio de Sao Carlios
do P.e Fran.co da Prezentagio
do P.e Miguel da Vizitagio
do P. Antonio de Sio Carllos outro
N. SnFa da PrejentaFdo
de Frey Fr.c de foyos, corn lausprene
N. Snfa da Nagar6
de Frey Bernardo de Braga
N. Snfa da Juda
de Frey M.el da Madre de D9
0ol. 24 V.
N. Snfa da Pay
de Frey Manoel Janeira
Sdo Nicolao tolentino
de Frey Simio da Graga
Nacimento de Xp.o1
de Frey Joseph do Esp.to Santo
do P.e Nicolao Fri Colares
ProfiFoens de varias Pefoas
do P.C Diogo de Areda
do P.R Antonio Vieyra
de Frey Jorze de Carv.0
de Frey Ant." dos Arcanjos
de Frey Luis de Santa Catherina
de Dom Luiz das sengam
de Frey Sebastiio do Salvador
de Frey Bernardo de Braga
de Heronimo Ribeiro
de Frey Luiz Lamberto
de Frey Fr.cO de Araceli
de Frey Ignacio de S.* M.a
de Frey Manoel de Sao Placido
de Frey Joseph de Santa thereza
fol. 25
Mail de Proficoes
do P.* Manoel dos Reys
do P.e Nicolao Ffiz Colares
de Frey Jodo Manoel
Passos de Xp.to
do P.e Antonio Pinto da Cunha
do D.cr Heronimo Peixoto
de Frey Cristovio de Almeida
de Frey Joseph de oliveira
do P.e Antonio de Sa
de Frey Alvaro Leitao
de Baltezar Correa Pinto Calvario
de Frey Manoel da ConceiAo
de Frey Manoel de Sao Carllos
de Frey Agostinho da Costa
de Frey Agostinho da Costa Calvario
Paixao de Cristo
de Frey Carllos de Slo Fr.co
de Frey Alvaro Leitio
Paschoa
de Frey Vicente de Aguiar
do P.6 Fr.co de Santa M.a
de Frey Joseph da Purifica!o
f 25 v.
Sao Pio quinto
de Frey Domingos de S.10 thomas
de Frey Domingos de S.10 thomas 2.0
de Frey Domingos de S.t0 thomas 3.0
de D. Alberto de Sao Gongalo
de Frey feliphe da Concei9do
do P.e Joseph da Purificagdo
de Frey Fernando Soeyro
de Frey Guilherme do Vadre
de Frey Luis do Rosario
Sao Pedro de Alcantara
de Frey Alvaro Leitio
Sao Pedro de Arbuas
do D.or Joseph da Purificadio
de Frey Antonio Correa
do P.e Fran.co do Amaral
Sao Feliphe Nere
do P.e Jorze Benge
(ol. 26
de Sao Pedro
de Frey Simio da Graga
de Frey Fran.co de Santo Ambrozio
do P.e Manoel Pires dourado
do P.e Sebastigo de Matos corn S. Paulo
de Frey Joseph de Sao Patrigio
Sao Paulo
de Frey Luis de miranda, Conver go
de Frey Luis de s.ta Catherina Profi9go
Sao Pedro martin
de Frey Antonio Rozado
de Frey thomas aranha
de Frey Manoel Guilherme
de Frey Ruperto de Jesus
Sao Paulo Pr.0 Hermitdo
de Frey Jorze de Carvalho
Penitencia
de Frey Pantalio do Sacram.to
de Frey Carllos de Sao Fran.co
fol. 26v.
Preces
de Frey Ignacio Coutinho
de Frey Cristovio de Lx.a
do P.e Nicolao Ffiz Colares
de Frey Bernardo de Castello Br.co
do P.e Fran.co Aranha da Comp.a
Sdo Paschoal Bailon (?)
de Frey Fran.co de Araceli
quarenta horas
do P.e Lour.co Carneiro
do P.e M.el Carneiro
do P.e Franc.co de Matos
quarta Feira 3." da quaresma
de Frey Mathias de Matos
quarta feira 4." da quaresma
de Frey Cristovio Carneiro
do P.e Nicolao Ffiz Colares
quarta feira 5.a da quaresma
de Frey Gregorio taveira
do P.0 Fr.co de Santa M.a
fol. 27
quarta Feira 6.' da quaresma
de Frey Bernardo de Castello Br
Reys
de Frey Manoel da Graga
de Frey Manoel de Gouvea
de Frey Joao da Magdalena
de Frey Rodrigo de Lemcastro
do p.e Fran.co de Santa M.'
Sao Roque
do P.e Antonio de Sao Carllos
Resgate
Frey Joseph de Santa M.,
Santa Rosa
de Frey Joao de Sao Fran.co
de Frey Bento de Santhomas
do P." Alvaro de Escobar Roubao
S. Bertholameu
do P.e Lour.co Carneiro da Comp.a
fol. 27V.
Sacramento
de Frey Joio de Sao Heronimo
de Frey Manoel das Chagas
do P.e Ant.0 Ardizone
do Doutor Heronimo Ribr.o
de Frey Luis de Miranda
do P.e M.el da Madre de D9 miranda
de Frey Urbano de Santo An.t0
de Frey Urbano de S.0to An.to 2.0
de Frey Urbano de S.to An.to 3.
de Frey Urbano de S.1 An.to 4.
de Heronimo Peixoto
de Frey ruperto de Jesus
de Frey Joseph de Santa thereza
de Frey Cristovao de Almeida
Sexta Feira i." da quaresma
do P.e An.to de Sa
de Frey Gregorio Baup.ta
Sexta feira 2."
do p.e Joseph de Faria M.'l
do p.e Manoel da Madre de D9 Miranda
fol. 28
Sexta feira 3.a da quaresma
do P.R Gonqalo da Madre de D9
de Frey Fran.co Vieyra
de Frey Cristovao de Lx.a
de Frey Sebastigo da EmCarnaqao
Sexta feira 4." da quairesma
de Frey Urbano de Santo An.to
Sexta feira 5." da quaresma
de Frey Cristovao de Lx.a
do D.or Heronimo Peixoto
de Dom Luis dascengam
Sabado 6.0 da quaresma
de Frey Cristovao de Almeida
Senodo
do P.~ M. Rezende
de Heronimo Mascarenhas
de Frey Manoel da Madre de D9
de Frey Manoel da Madre de D9 outro
fol. 28v.
Sdo Simdo e Sao Judas
de Frey Grabiel da Purificaggo
do Doutor M.0' Fernandes
Sam Sebastiam
de Frey Amador da Conceigio
de Frey Bento da Crux
de D. Bazilio de Santa Maria
Sam thome
do P.e Bertholomeu Guerreiro
do P.e Fran.co de macedo
do P.e Manoel de Escobar
do P.e Dom Ant.0 Ardizione
do P.e Diogo de Areda
do P.e Heronimo Ribr.0
do P.e An.to de Sa
Trindade
do P." An.T1 da Costa Cordovil
do P." Sebastilo de matos
de Frey Joseph do Espr.to Santo
0ol. 29
Santa thereTa
do D.or Heronimo Rib.ro
de Frey Ruperto de Jezus
do P.e Sebastiio Pacheco
do P.e Sebastiio Pacheco outro
de Frey Joseph do Esp.t" Santo
de Frey Pedro da Madre de D9
do P.e Nicolao Ffz Colares
de Frey An.td da Piedade
Sdo Feliphe e Sdo tiago
do P.e Angello dos Reys
Santo thomas de Aquino
do P.e Melchior da Piedade
de Frey Ignacio Galvio
do P.e Joseph de Murcia de V.a nova
de Frey Ignacio de Atayde
Sdo tiago
de Frey thomas Aranha
de D. M.el alone (?) de Guerra
todos os Santos
de Frey Manoel da Conceigio
Sdo theotonio
do P.e Joao da Cunha
Sdo Vicente
de Frey Antonio dos Inocentes
do P.e Joseph da Costa Proenga
do P.e Diogo da Anunciagio
de Frey Joao daIConceig9io
Vigita
Frey M.el de Sao Carllos
Via Sacra
de Frey Luis de Sao Fran.co
Santa Maria Magdalena
do P.e Nicolao Fernandes Colares
tardes das Domingas da quaresma
de Dom Antonio Ardizone
do P.e Sebastifio de matos
de Frey Fran.co de Santo Ambrozio
do P.e Antonio da Silva
do P.e Euzebio de matos
de Frey Simdo da Graga
de Alvaro de Escobar roubio
de Frey Simao da Graga 2.0
de Frey Agostinho da Costa
de Frey Alvaro Leitdo
de Frey Ant.0 do Rosario a S.'toAnt.
de Frey Ant.0 do Rosario 2.
fol. 29V.
fol. 30
0 culto de Cam6es em Inglaterra
Muito embora tenha cabido a Sir Richard Fanshaw (16o8-1666),
notivel poeta e hibil diplomat, que foi embaixador em Lisboa e nego-
ciador do casamento de Catarina de Braganga corn o Rei Carlos II, a
honra de ser o introdutor de Cam6es em Inglaterra, pela publicagdo,
em 1655, da primeira tradu~go inglesa dos Lusiadas, (i), (reeditada
por ocasido do Duplo Centen'rio da Funda9&o e Restauragio de Por-
tugal, em 1940, conjuntamente pelas Universidades de Harvard e
Oxford) (2)-contudo, a bem dizer, o nosso Epico s6 principiou a ser
conhecido e estimado ali, corn William Julius Mickle (1735-1788), cuja
versdo dos Lusiadas, publicada pela i." vez em 1776 (3), teve grande
repercussdo nao s6 nos meios universitirios, cultos e literarios, mas
tambem nos circulos aristocriticos, politicos e diplomiticos, como nos
revela a impressionante lista de assinantes que acompanha a sua pri-
meira edi9ao. Poeta ele mesmo, literato de vasta erudi9do e cultural,
Mickle pertenceu ao cenaculo do famigerado ditador literario Dr. John-
son, de que faziam parte figures celebres das letras inglesas da 6poca,
como Boswell, Garrick, Goldsmith, Hoole, etc. Feita corn a coopera-
cao nao s6 deste circulo, como ainda do Dr. William Crowe, de Oxford,
e da col6nia portuguesa da capital britanica, a obra de Mickle repre-
senta o primeiro esforgo serio e sistemdtico de divulgacqo, em Ingla-
terra, do poema maximo de Cam6es e da sua atribulada biografia.
(i) The Lusiad, or Portugals Historicall Poem: written in the Portingall
Language, by Luis de Camoens, and Now newly put into English, by Richard Fan-
shaw, Esq., London, 1655.
(2) Edited by J. D. M. Ford. Harvard Univ. Press & Oxford Univ. Press, 1940.
(3) The Lusiad; or The Discovery of India. An Epic Poem. Translated
from the original Portuguese of Luis de Camoens, by William Julius Mickle.
Oxford, 1776. Mickle publicara na revista The Gentleman's Magazine, vol. xLI,
pp. 134 (Margo de 1771) a tradug9o, por ele feita, dum fragmento de o106 versos do
canto v dos Lusiadas, (Epis6dio de Adamastor), cuja critical vem inserta na mesma
revista, de Julbo do mesmo ano, a pp. 323. A seguir, como amostra e publicidade
da sua traduqfo, a fim de angariar assinaturas, Mickle lancou ((The First Book of
the Lusiad published as a specimen of a Translation of the celebrated Epic Poems,
by William Julius Mickle, Oxford 1771, seguida de ,Proposals for Printing by
Subscription. A Translation of the Lusiad, from the Portuguese of Camoens, into
English Verse, by William Julius Mickle, Oxford, 1722.
Precedida de extensos proleg6menos, em que o autor disserta,
corn razoaveis conhecimentos, sobre a vida de Cam6es, o significado
dos Lusiadas e a hist6ria do estabelecimento e decadencia do impdrio
portugues no Oriente, e enriquecida corn copiosas e pertinentes notas
explicativas, a famosa verso de Mickle, muito embora bastante livre e
aumentada mas fiel ao espirito do original constitui um bom poema
em si, tendo disfrutado de espantosa popularidade, como o atestam as
suas numerosas ediq6es doze, pelo menos (i) feitas tanto em Ingla-
terra como na America.
Quando Mickle visitou Portugal, em 1779-80, foi condignamente
recebido e festejado pelas principals figures das letras, do clero e da
nobreza, tendo a boa fortune de assistir A inauguracgo da Real Acade-
mia das Cidncias de Lisboa (em Maio de 1780), de que foi logo eleito
s6cio. 0 respective fundador e primeiro Presidente, D. Joio de Bra-
ganga, Duque de Laf6es, ofereceu-lhe entio o seu retrato, em sinal de
estima e aprego pela sua versao dos Lusiadas (2).
Mickle foi, pois, o divulgador do Cam6es Epico e o precursor
dos estudos camonianos em Inglaterra.
A revelag9o e expansdo do Cam6es Lirico, porem, deve-se ao
jovem poeta e diplomat, Lord Visconde de Strangford, Percy Clinton
Sydney Smythe (1780-1855), e data de 18o3, corn a publicacgo, aos
23 anos de idade, do seu popular livro ((Poems from the Portuguese
of Luis de Camoens, (3).
Remontando, embora, a 1687 isto e, 32 anos depois da publi-
cacao dos Lusiadas, de Fanshaw a primeira traduqdo inglesa conhe-
cida duma poesia lirica camoniana, o soneto aVerdade, Amor, Razdo
e MerecimentoD, feita por Philip Ayres, incluida no seu livro *Lyric
Poems, made in imitation of the Italians, of which many are trans-
lations from other languages (4)-sendo a Inglaterra na opinido do
Prof. Doutor Hernani Cidade, o i.0 pais fora da Peninsula a conhecer
a dualidade podtica de Cam6es e se deva a William Hayley a priori-
dade de, no seu aEnsaio sobre a Poesia Epicas, publicado em 1782 (5),
ter chamado a atengco dos seus compatriotas para a existencia e excelen-
(i) Oxford, 1778 (2.'); Dublin, 1791. 2 vols. (3.'); London, 1798 The Third
Edition [sic] (4.'); London, 1807, in three vols. (5.'); London, 18o09. In three vols.
(6.) ; London, 18og (7.'); London, 181o (8.') ; Philadelphia, 1822 (9.'); London, 1877.
Fifth Edition [sic] to.', London, 19goo (i.*); Fifth Edition [sic] London, 1907 (12.1).
(2) Ver -Life of Mickle,, pelo Rev. John Sim, in Poetical Works of Wm.
Julius Mickle. London, 18o6.
(3) Poems, from the Portuguese of Luis de Camoens: with remarks on his
Life and Writings. Notes, &c., &c., by Lord Viscount Strangford. London, i8o3.
(4) London, 1687.
(5) An Essay on Epic Poetry, in five epistles to the Revd. Mr. Mason. With
notes, London, 1782.
cia das suas composig6es liricas que ilustrou corn a tradu9go de 3 sone-
tos (i), dando origem ao aparecimento, a partir de entdo, em livros e
publica96es peri6dicas, de verses isoladas de um ou outro soneto,
6cloga ou redondilha (2), contudo foi Strangford quem deu a conhe-
cer aos leitores de fala inglesa, duma forma pokticamente atraente, a
qualidade e variedade, graga e dogura, emog~o e sentiment da Lirica
camoniana.
Strangford, que fez acompanhar a sua versdo de cerca de cin-
quenta poesias liricas (25 sonetos, 19 redondilhas, trechos de 2 odes,
parte de uma elegia e seis estancias dos Lusiadas) (3) dum meditado
(i) Os sonetos traduzidos sio: *Enquanto quis fortune que tivesseD ; Alma
minha gentile; e nQuando de minhas magoas a compridan. Tanto o Ensaio como
as traduq6es acham-se publicadas no seu livro .Poetical Epistles on Epic Poetry),
London 1782, depois incluidas in nPoetical Works of W. Hayleyn, Dublin, 3 vols.
1785. Hayley diz que a traducgo de dois dos sonetos transcritos se deve a um seu
.engenhoso amigos, cujo nome nio cita, sendo, portanto apenas sua a tradugo de
nQuando de minhas magoas a comprida.
(2) Temos, por exemplo, no livro de Thomas Russell (Sonnets and Miscel-
laneous Poems. Ed. by Willian Howley", Oxford, 1789, a tradugco de dois sonetos,
um dos quais (A Formosura desta fresca serra", e na revista aThe Monthly Mirror
de 1802 a traducao do soneto "Num bosque que das Ninfas se habitava,, feita por
um poeta anonimo, transcrita in "Memoirs of the Life and Writings of Luis de
Camoens", by John Adamson. London, 1820. Vol. i, pp. 264.
(3) Dos 25 sonetos traduzidos, 20 conservam a forma poetica original
(pp. 87-10o6), a saber: ,O culto divinal se celebravan; .O cisne quando senate ser
chegada,; aAgora toma a espada, agora a pena, ; -No mundo poucos anos e can-
sados" ; .Aquela triste e leda madrugadan; aJulga-me a gene toda por perdidon ;
.Se quando vos perdi, minha esperanqa"; 'Claras aguas e frias do Mondegov; "Quem
diz que Amor 6 falso ou enganoso ; Dizei Senhora, da beleza ideia ; aApolo e as
nove musas descantando',; .Em flor vos arrancou d'entAo crescidan; (A Formo-
sura desta fresca serra, ; aSenhora minha, se a fortune imigan ; "Eu cantei ji
d'amor tdo docementen; aSe da c6lebre Laura a fermosura"; "Eu vivia de lagri-
mas isento" ; "Lindo subtil trangado que ficasteo; ,Senhor Jodo Lopes, o meu
baixo estadon ; e (Os olhos, onde o casto amor ardia. Os seguintes cinco sone-
tos foram transformados em canq6es e canqonetas: Canmonets : aEsti-se a Pri-
mavera transladandon (pp. Si); ,Eu cantei ja, e agora you chorandon (pp. 70);
CanTons: Quando o sol encoberto vai mostrando" (pp. 52); (Se as penas com
que Amor tao mal me trata (pp. 64); e Arvore, cujo pomo belo e brando, (pp. 68).
As 2 odes passess) foram transformadas em Madrigals (aNunca manha suave),
pp. 54) e ,Stanjas to Night)) (,Detem umrn pouco, Musa, o largo pranton); a elegia
(parte) 6 O Sulmonense Ovidio desterrado (pp. 75).
As 19 redondilhas, quer em portugu8s, quer em castelhano, transformaram-se
em: 5 canTons: ,Pois se 6 mais vosso que meu" (pp. 37) ; aDo la mi ventura"
(pp. 59); -Ojos, herido me habeisM (pp. 61); aA minha dor e o nomea, (pp. 71); ,De
pequena tomei amor', (pp. 79). 6 Canjonets: aTiempo que todo mudas,, (pp. 43);
,Vi chorar uns claros olhos, (pp. 45); 'Menina formosas (pp. 56); "Os olhos soce-
gados, (pp. 63); aQuando me quer enganar (pp. 73); aNao nos engane a riqueza)
pp. 77). 4 Madrigals: aDe atormentado e perdido) (pp. 39); aVos teneis mi Cora-
estudo sobre a vida de Cam6es (baseada principalmente nos elements
autobiogrdficos contidos na Lirica, corn especial enfase pelo lado amo-
roso e infeliz, romantico e aventureiro do Poeta) e de numerosas
notas explicativas, obteve um exito clamoroso, alcangando o seu livro
pelo menos 12 edig6es (12), contribuindo assim, decisivamente, ao lado
de Mickle, para a fixagdo e divulgacao do conhecimento e faina de
Cam6es nos paises anglo-sax6nicos.
Podemos, pois, afirmar que, se a popularidade do Cam6es 6pico,
em Inglaterra, muito ficou a dever ao facto de Mickle ter sabido explo-
rar devidamente o espirito do seu tempo, dominado pelo surto da expan-
sdo naval e commercial do nascente imperialismo britanico, agora, nos
alvores do gosto romintico, essa popularidade foi substancialmente
reforgada e acrescentada por Strangford, indo alimentar, com as suas
traduc6es, a avidez de sentimentalismo e exotismo entdo existente nos
espiritos.
Registe-se, em Aparte, que Strangford, por seu lado, muito ficou
a dever profissionalmente a Cam6es, pois que este Ihe serviu de tram-
polim da sua fulgurante carreira diplomitica. Nomeado, logo no ano
seguinte ao da publicaqao das suas tradu96es, secretirio da Lega-
g9o em Lisboa, foi pouco depois promovido a Encarregado de Neg6-
cios e a Ministro, corn apenas 27 anos de idade, tendo-lhe cabido
o encargo de, nessa qualidade, persuadir D. Jogo VI a embarcar
para o Brasil em 1807, quando as forgas de Junot invadiram Por-
tugal.
A primeira monografia sobre a vida e obra de Cam6es e da auto-
ria do grande e tenaz camonista e lus6filo John Adamson (1787-1855),
membro da Academia Real das Cidncias de Lisboa e Cavaleiro da
Ordem de Cristo, que foi, assim, o pioneiro dos estudos camonianos
em Inglaterra, corn a publicagio, em 1820, dos seus dois s61lidos e bem
zon, (pp. 40); ,Ngo me buscais, Amor ligeiron (pp. 41); e uQuem se confia em uns
olhoso (pp. 53). 3 Stanzas: Os bons vi sempre passarn (pp. 49); aTrabalhos des-
cansariam, (pp. 58); e aDe dentro tengo mi main (pp. 107); e i Rondeau: -Com
amor a rosan (pp. 47).
As seis estAncias dos Lusiadas pertencem ao canto VI: XXXVIII-XLIII
(pp. 108-115).
Ver: Jos6 Joaquim da Encarnagio e Sousa: -A Poesia Lirica de Cam6es em
Inglaterrau. Dissertago de Licenciatura. Coimbra, 1937 (dactilografada).
(12) 2.*- London 1804; 3.*- London, 18o4; 4."-The Fourth Edition. Lon-
don, i8o5; 5.* Boston, 1807; 6.* Fifth Edition (sic) London, 18o8; 7.* Bal-
timore, 18o8; 8. The Sixth Edition (sic) London, 18to; 9. "-Sixth Edition
(sic), London, 1824; io. -A New Edition-London, 1824; I." -London, 1824;
I2.* Privately reprinted, 1886. Traz a seguinte informacgo : aThe impression of
this edition is limited to one hundred copies. 5o on Japan paper; 5o on Whatman
paper.
155
elaborados volumes das
Cam6es (i).
Atd aqui, tivemos a acompanhar as edig6es dos Lusiadas de
Mickle, e das Poesias, de Strangford, duma forma resumida e de certo
modo parcial, elements sobre a vida do nosso Poeta. Tambem na
obra de alguns viajantes ingleses, como Richard Twiss (2) e James
Murphy (3) se encontravam ji piginas relatives A biografia de Cam6es.
Graqas a Adamson, porem, a Inglaterra passou a dispor dum tra-
balho douto e exaustivo, feito met6dicamente, sobre todos os aspects
biograficos, critics e bibliogrificos de Cam6es. valorizado com a inclu-
sdo das traduq6es inglesas das Rimas atd ent~o publicadas, e de valio-
sas informag6es sobre os seus tradutores, comentadores e apologistas.
A obra de Adamson, que serviu em nao pequena media de auxi-
liar a Juromenha, e, de certa forma, digna e longinqua precursora
daquela outra que, setenta anos mais tarde, Wilhelm Storck viria a
publicar na Alemanha.
John Adamson passou a vida a reunir uma magnifica biblioteca
portuguesa, onde se destacava a mais complete camoniana da 6poca (4),
tendo traduzido tambem quinze sonetos de Cam6es, que fez inse-
rir nos volumes das citadas aMemoirs (5), da cLusitania Illus-
(i) ,Memoirs of the Life and Writings of Luis de CamoensD. 2 vols. Lon-
don, 182o.
(2) aTravels throughPortugal and Spain in T772 and 1773). London, 1775.
Referencias a pp. 299 e um estudo sobre Cam6es, pp. 375-386, corn traduc6es de
Fanshaw.
(3) aA General View of the State of Portugal; containing a topographical
Description thereof). London, 1798. 0 estudo sobre Cam6es vem a pp. 175-179.
(4) Bibliotheca Lusitana, or Catalogue of Books and Tracts, relating to
the History, Literature and Poetry of Portugal. New-Castle-on-Tyne, 1836.
(5) Sio to os sonetos traduzidos por Adamson insertos nas Memoirs of
the Life and Writings of Luis de Cam6esi, juntamente corn o respective original
portugues, a saber: aEsta o lascivo e doce passarinhon (pp. 252); ,Quern v8
Senhora, claro e manifesto, (pp. 254) ; aA Formosura desta fresca Serran (pp. 255);
uSe quando vos perdi, minha esperanga* (pp. 258); aDoce contentamento jd pas-
sadou (pp. 259); (Se depois de esperanga tio perdidan (pp. 260); aPensamentos, que
agora novamenten (pp. 262); *Horas breves de meu contentamenton (pp. 263);
,Suspiros inflamados, que cantais (pp. 266) ; e ,Ditoso seja aquele que s6mente,
pp. 267) Nove destas tradug6es e respectivos originals foram reproduzidos por
Adamson no i. volume da aLusitania lllustratao, acrescidos agora duma nova tra-
ducqo a do soneto aQuem v0, senhora, claro e manifesto,. Alem destas, Adam-
son publicou, em 1845, no volume de ,Sonnets (Newcastle-upon-Tyne), mais
4 traduc6es, ou melhor, imitaq6es, de sonetos de Cam6es ,Como quando do mar
tempestuoso,), aMudam-se os tempos, mudam-se as vontadess, "Todo animal da
calma repousavau e Num bosque que das Ninfas se habitavan, e dois sonetos
camonianos, destinando-se um deles a servir de inscriqgo a mem6ria de Luis de
Cam6es, para a Igreja de Santa Ana, de Lisboa. Estes sonetos de aSonnets,
tratas (i) e nos aSonnetsa (2) e prefaciado e anotado a tradugdo dos
Lusiadas, de Quillinan.
Deve-se, assim, a Mickle, Strangford e Adamson nao s6 o conhe-
cimento, divulgaqio e relative popularidade de Cam6es em Inglaterra,
mas tambdm o que e muito mais important para n6s o inicio do
culto camoniano ali, corn a sua escola de insignes camonistas, que, a
partir de entdo, nunca mais deixou de florescer, dando-nos sucessivas
gerac6es de esclarecidos e dedicados lus6filos poetas e literatos, mili-
tares e diplomats, acadimicos e eruditos, simples civis e comercian-
tes que, corn tanta ciencia e paciencia, amor e carinho, e, quantas
vezes, atd! trabalhos e sacrificios, term vindo a empregar a sua satide
e o seu dinheiro, o melhor do seu esforgo e do seu lazer, a ler e estu-
dar, traduzir e comentar, escrever e publicar obras sobre o Poeta
Nacional Portugues.
Como resultado deste verdadeiro culto e a comprovar o seu valor
e importancia, basta-nos citar as numerosas tradug6es dos Lusiadas e
das Liricas, e a vasta e valiosa bibliografia de estudos e ensaios publi-
cados em Inglaterra sobre Cam6es, sua vida e obra.
Um breve reliance sobre a camoniana inglesa, permite-nos avaliar
da importancia, valor e projecc9o deste culto e da actividade da corres-
pondente escola.
Principiemos pelos Lusiadas.
Elevam-se a dez as suas tradug6es em lingua inglesa. Aldm das
duas ji mencionadas (as de Fanshaw e Mickle), as restantes devemo-
-las, pela ordem cronol6gica, aos seguintes tradutores: Thomas Moore
Musgrave, agent de navegag9o em Lisboa (1826) (3); Edward Quil-
linan (4), natural do Porto, conhecedor profundo da nossa lingua e
literature, poeta da escola laquista, aparentado corn Southey e genro
de Wordsworth (i853); Sir Tomas Livingston Mitchell, celebre sol-
dado e explorador australiano, que tomou parte na Guerra Peninsular,
foram reimpressos no volume aJohn Adamson Seis Sonetos Camonianos. Reim-
pressdo precedida de uma noticia e retrato do autor. Lisboa, 1886, mandada fazer
por Manuel Gomes na Imprensa Nacional,.
(i) Lusitania Illustrata; Notices on the History, Antiquities, Literature, etc.,
of Portugal. Pt. i Literary Department. Selection of Sonnets with biographical
Sketches of the authors. Pt. ii, Minstrelsy. London, 1842.
(2) London, 1845.
(3) The Lusiad, an epic poem, by Luis de Camoens. Translated from the
Portuguese by Thomas Moore Musgrave. London, 1826.
(4) The Lusiad of Luis de Camoens. Books i to v. Translated by Edward
Quillinan. With Notes by John Adamson. London, 1853. A versdo do epis6dio
de Ines de Castro vemn reproduzida in ,Ignez de Castron. Fragmento, i88o (Folha
avulsa do Gabinete Portugu8s de Leitura do Rio de Janeiro); tambem: The Lusiads,
Canto V, Adamastor. Fragmento, 188o, Gab. Port. Leit. Rio de Janeiro.
cuja traducgo foi feita para entreter o espirito durante a longa e tasti-
diosa viagem de regresso A Australia (t854) (i); John James Auber-
tin, s6cio da Academia Real das Ciencias e Cavaleiro da Ordem de
Santiago, engenheiro ferrovidrio que residiu muitos anos no Brasil, bas-
tante familiarizado corn a nossa lingua e literature, tendo-lhe surgido a
ideia de traduzir os Lusiadas numa sua visit a Coimbra e cuja traducgo
- a mais fiel e das melhores at6 entto publicadas, a ponto de ser a
tinica que mereceu uma segunda ediao tem a particularidade de ser
acompanhada do texto portugues, representando assim a primeira e unica
edicao portuguesa dos Lusiadas impressa em Inglaterra (1878) (2); Sir
Richard Francis Burton, explorador, orientalista, erudito e poliglota,
talvez o mais apaixonado e fanAtico camonista que a Inglaterra jamais
produziu, e que fez questto de honra em percorrer todos os pontos do
globo pisados por Cam6es (.880) (3); Robert Ffrench Duff, Cavaleiro
da Ordem de Cristo, descendente duma familiar inglesa estabelecida em
Portugal, empregado na fabrica de papel da Abelheira, genro do gene-
ral portugues Champalimaud e cuja traducqo, por assinatura, teve a
deterdncia de ser publicada pela Imprensa Nacional de Lisboa em duas
ediq6es-uma especial e outra vulgar (1880)(4); e, ji nos nossos dias,
Leonard Bacon, poeta norte-americano recentemente falecido, corn pre-
ciosa introducgo e notas, e publicada pela Hispanic Society of America
- talvez a melhor traducqo existente em lingua inglesa (1950) (5); e,
finalmente, William C. Atkinson, professor de estudos hispanicos da
Universidade de Glasgow, cuja traducao, incluida na colecego clissica
da editorial Penguin, teve uma extraordindria expansdo sendo a pri-
meira e tunica da lingua inglesa feita em prosa (1952) (6).
(i) The Lusiad of Luis de Camoens, closely translated. With a portrait of
the poet, a Compendium of his life, an Index to the Principal Passages of his Poem,
a View of the tFountain of Tears,, and marginal and annexed notes, original and
select. By Lt. Col. Sir T. Livingstone Mitchell, Kto, D. C. L., London, 1854.
(2) Os Lusiadas de Luiz de Cam6es. The Lusiads of Camoens. Translated
into English verse by J. J. Aubertin. In two volumes. London, 1878. A 2.& ediq~o
6 de 1884- sendo a versio aperfeigoada e precedida dum pref.cio especial e uma
poesia a prop6sito do Tricentenario. Aubertin publicou tambm : nCamoens. The
Lusiads. Canto V. AdamastorD. Fragmento. Folha avulsa do Gabinete Portuguez
de Leitura. Rio de Janeiro, 188o.
(3) Os Lusiadas (The Lusiads): Englished by Richard Francis Burton:
(Edited by his wife Isabel Burton). In two volumes. London, 1880. A traduqio 6
acompanhada dum prefAcio, precedido dum soneto de Burton, To My Master
Camoens, com a epigrafe: Tu es lo mio maestro, el mio autore.
(4) The Lusiad of Camoens. Translated into English Spenserian Verse by
Robert Ffrench Duff. Lisbon, 188o.
(5) The Lusiads of Luiz de Cam6es. Translated by Leonard Bacon, with
an Introduction and Notes. The Hispanic Society of America. New York, ig5o.
(6) Luiz Vaz de Cam6es: The Lusiads. Translated by William C. Atkinson.
The Penguin Classics. London, 1952.
Alem destas traduq6es, foi tambem publicado o Primeiro Canto,
em ingles, da verso de James E. Hewitt, pela Imprensa Nacional de
Lisboa, como recordagao do TricentenArio de Cam6es (1881), seguida
do Segundo Canto, aparecido no Rio de Janeiro em 1883 (i).
Quanto A Lirica, depois de Strangford, apareceram sucessiva-
mente os seguintes tradutores de poesias camonianas: William Her-
bert (2), que verteu a caniao GVNo as Serenas AguasD (1806); Hon.
Capt. Herbert, com a redondilha em espanhol aIrme quiero, madres
(18o8) (3); a consumada poetisa Felicia Hemans (1793-1835), com
16 sonetos, 3 redondilhas e fragments duma &cloga (1818) (4); 0
poeta laureado Robert Southey, com 5 sonetos (182o) (5); Mrs. Cockle,
(1) 0 Primeiro Canto dos Lusiadas em Inglez, por James Edwin Hewitt.
Lisboa, Imprensa Nacional, i88t. (Recordaqio do Tricentenario de Cam6es); The
First Canto of the Lusiad, translated into English verse by... Accompanied by the
Portuguese text, together with a letter from the great American Poet, Henry W.
Longfellow. R. Janeiro, 1883. Esta versio do i., canto apareceu primeiro nos
seguintes n.0' do journal aBritish and American Mails, do Rio de Janeiro: i3, i5, 16,
20, 22 e 24 (1878) sob o titulo The Lusiad. Translated by James Edwin Hewitt.
Canto I. 0 segundo canto tern por titulo aThe Second Cantoof the Lusiad. Accom-
panied by the Portuguese Texto. Rio, t883.
(2) In aTranslations from the Italian, Spanish, Portuguese, German, etc.,
to which is added Miscellaneous Poetryn. London, i8o6. A traduqi.o da canq.o
camoniana vem no 2.0 volume.
(3) In aTranslations, Imitations and other Poems, London, i8o8 pp. 85-
-86, by Capt. The Hon. Charles. Herbert.
(4) In a(Translations from Camoens and other Poets, with original Poetry.
By the Author of -Modern Greeceo (i. e, Felicia D. Browne, afterwards Hemans).
Oxford and London, 18t8. Esta obra foi depois incluida em aThe Works of
Mrs. Hemans. With a Memoir of her Life by her Sister. In seven vols. Edinburgh
and London, 1839, pp. 226-240. 0 lusofilismo de Felicia Hemans manifesta-se tam-
b6m no tratamento de temas portugueses, como nas obras: aThe Coronation of
Inez de Castron, in Songs of the Affectionsu, London 183o; ,Sebastian of Portu-
gal), 1822 (fragmento dramatico; e aOde on the Defeat of King Sebastian of Por-
tugal, and his Army, in Africa. Translated from the Spanish of Herrera, London i83i.
(5) Publicadas originAriamente no 2. volume da uAnnual ReviewD, repro-
duzidas de 18o3, na recensio dos (Poems from the Portuguese-, de Strangford e
in John Adamson: ((Memoirs of the Life and Writings of Luis de Camoens" Lon-
don, 1820, i. vol. As traduq6es acompanhadas do original portugues, sao dos
seguintes sonetos: aAlma minha gentile (pp. 94); ,Brandas aguas do Tejo que
passando, (pp. io5); ((Quando da bela vista, e doce risoD (pp. 251); UAlegres cam-
pos, verdes arvoredoso (pp. 256); -Quem diz que Amor e falso ou enganoso.
(pp. 265). Recentemente, pordm, o Sr. Prof. Doutor Adolfo de Oliveira Cabral,
na dissertagio de concurso para a Faculdade de Letras da Universidade de Lis-
boa, intitulada aSouthey e Portugal, 1774-1801. Aspectos de uma Biografia Lite-
rAria. Lisboa, i959, revela tres vers6es in6ditas de Southey, dos seguintes sonetos
camonianos, incluidas no c6dice designado por Ms. Eag. poet. e. I 1, da Biblioteca
Bodleiana de Oxford: aDoces e claras Aguas do Mondegoa (fl. 117, datada de ii de
Fevereiro de 1799); aEu me parto de v6s, ninfas do Tejoo (ft. 124, datada de 11 de
com um soneto, uma canqgo e uma elegia (1820) (1); John Adamson,
corn 14 sonetos (1820) (2); John Bowring, com duas redondilhas em
espanhol Irme quiero, madre e De dentro tengo mi malI (3);
Harris, corn 4 sonetos (1844-45) (4); Edward Quillinan corn dois sone-
Janeiro de 1799, soneto hoje identificado como sendo da autoria de Diogo Ber-
nardes, e nio de Cam6es, como se julgava na 6poca; e aQuem diz que Amor 6
falso ou enganoso,, numa versdo inedita, diferente da publicada nas
de Adamson (fl. 116 v., datada de 28 de Dezembro de 1799).
Por aqui se v6 que, do soneto aQuem diz amor" existed 3 vers6es de Sou-
they, a saber, o aut6grafo de Oxford, inedito (1798), agora revelado pelo Doutor
Cabral, a prop6sito de Strangford (18o3) e no livro de Adamson (1820).
(i) In Adamson, aMemoirso, London, 1820, vol. I. 0 soneto 6e Um mover
de olhos, brando e piedoso, (pp. 67), a cangio nVio as serenas aguasu (pp. 59-63)
e a elegia ,O sulmonense Ovidio desterrado, (pp. 77-83) corn o respective origi-
nal portugues. As tradug6es sao assinadas com a inicial aC,.
(2) In aMemoirs,. London, 1820. i. vol., acham-se to, a saber: Esti
o lascivo e doce passarinho (pp. 252); "Quem ve, senhora, claro e manifesto,
(pp. 254); ,A formosura desta fresca serra, (pp. 255); *Se quando vos perdi,
minha esperanqa, (pp. 258); ,Doce contentamento jd passadon (pp. 259); aSe,
depois de esperanga tio perdida, (pp. 260); ,Pensamentos, que agora novamente,
(pp. 262); tHoras breves de meu contentamento (pp. 263); ,Suspiros inflamados,
que cantais, (pp. 266); e *Ditoso seja aquele que s6mente" (pp. 267); e outros qua-
tro, no volume -Sonnets), Newcastle-upon-Tyne, t845, a saber: aComo quando do
mar tempestuoson, aMudam-se os tempos, mudam-se as vontades,, Todo animal
da calma repousavan e (Num bosque, que das Ninfas se habitavau. No volume
kLusitania Illustrata: Notices on the History, Antiquities, Literature, etc., of Por-
tugal. Literary Department. I. Selection of Sonnets, with biographical sketches of
the Authors, Newcastle-upon-Tyne, 1842, Adamson transcreve a sua traduqio de
todos os sonetos camonianos insertos no -Memoirs,) (corn excepqio de ,Quem v6,
senhora, claro e manifesto,), corn o original portugues, e um esboqo biografico de
Cam6es, que faz acompanhar dum soneto da sua autoria, a similar um epitafio
do Poeta.
No volume de aMemoirsu a que nos referimos, alem das tradug6es citadas,
acham-se mais as seguintes: 3 sonetos por an6nimos: ,Onde acharei lugar tio
apartado, (pp. 173); ,Apolo e as Nove Musas descantandon (pp. 253) e aNum bos-
que, que das ninfas se habitavan (pp. 264); e outros tres, transcritos do aEssay on
Epic Poetry-, de Hayley: -Quando de minhas maguas a comprida, (pp. 257) do
pr6prio Hayley; aEnquanto quis fortune que tivessen (pp. 25o) e ((Alma minha
gentil que te partisten (pp. 261) os dois iltimos da autoria dum amigo an6nimo
de Hayley.
(3) In aAncient Poetry and Romances of SpainD. Selected and translated
by John Bowring. London, 1824 (pp. 169-171).
(4) No Florilegio Camoneano-Porto, 1887, vem as vers6es inglesas dos
sonetos: ((Alma minha gentil,, aQue me quereis, perpetuas saudadesm, aQuem faz
no grAo sepulcro,, aSuspiros inflamados que canteiv; assim como das seguintes
estancias dos Lusiadas: C. I, i-8; C. III, 120-135, que sao atribuidas a Harris,
transcritas do journal ,Lusitanianu, publicado em 1844-1845. Ver Jose do Canto
- eColeccqo Camoneana. Tentativa de um catalogo met6dico e remissivo. Lis-
boa, Imp. Nac., 1895 (pp. 54), n.0 363.
tos (i853) (i); Robert Ffrench Duff, corn uma elegia e as Endechas A
Barbara Escrava (2); o celebre poeta norte-americano, Henry Wads-
worth Longfellow (1871)-com os epis6dios de Ines de Castro e Ada-
mastor, 4 can96es, 3 acanzonetsD, 2 astanzasu e i soneto (3); J. J.
Aubertin, cornm o volume aSeventy Sonnets of Camoens, corn a ver-
sio de setenta sonetos acompanhada do respective original portugues,
(1881) (4); Richard Francis Burton, corn a obra em 2 volumes
aCamoens : The LyricsD, traduqAo de toda a lirica de Cam6es
(1884) (5); Richard Garnett, funcionario superior do Museu Briti-
nico, corn quarenta sonetos (1896) (6); Aubrey Bell, corn 4 sonetos,
4 redondilhas, i elegia, i oitava, i can9ao, i redondilha e trechos de
6clogas (1913) (7); o diplomat Sir George Young, corn 3 sonetos e
(1) (Que me quereis, perpetuas saudadesu e nQuando de minhas magoas
a compridao, in aPoems, by Edward Quillinan. With a Memoir by William Johns-
ton. London, 1853.
(2) aO Poeta Sim6nides, falandon, incluida na sua traducao dos Lusiadas
(Lisboa, i88o), pp. xxxi-xxxvi. As endechas vem incluidas in Xavier da Cunha, aPre-
tidio de Amor,, Lisboa 1893.
(3) In aThe Poets and Poetry of Europe. Philadelphia, 187t. A pp. 740-747,
vem a tradugio dos epis6dios de Ines de Castro e de Adamastor, juntamente com a
das liricas citadas.
(4) In -Seventy Sonnets of Camoens. Portuguese Text and translation.
With original Poems. By J. J. Aubertin. London, 1881.
(5) Camoens. The Lyrics (Sonnets, Canzons, Odes, and Sextines). Englished
by Richard F. Barton, and imprinted for the Translator at London in October, 1884.
2 vols. Nos dois vols. da obra, vetn a tradugio de 36o sonetos, 25 canq6es, 14 odes
e 5 sextinas. No capitulo -Notes on the Lyrics of Camoensm, vem 4 dissertaq6es
sobre, respectivamente, o soneto, a cancgo, a ode e a sextina camoniana. A versdo
do soneto "Alma minha gentile vem reproduzida a pp. 340o, na 12 do eCfrculo Camo-
neanov. Porto, 189o.
(6) In aDante, Petrarch, Camoens. CXXIV Sonnets. Translated by Richard
Garnettw. London, 1896.
(7) In -Poems from the Portuguese (with the Portuguese text). Transla-
ted by Aubrey F. G. Bell.. Oxford, 19t3, pp. 38-69. Os sonetos sao: "Alma minha
gentil ; aA formosura desta fresca serran ; nAlegres campos, verdes arvoredose e
aAquela triste e leda madrugadam. Redondilhas: aVae o bem fugindoc ; eAquela
cativan endechas A Barbara escrava ; aVerdes sio os camposo (Campo que te
estendes); aBabel e Sifo (Sobolos rios que vio : Que foi daquele cantar, 2 estrofes
e meia, 25 versos); e ,Saudade minhan (Este tempo vao). Eclogas: VIII, ,Que
grande variedade vao fazendo, (Canta agora, pastor, que o gado pasce 3 estro-
fes); VI -(As doces cantilenas que cantavame (No cume do Parnaso, duro monte
- 3o versos); Oitava II, a Ant6nio de Noronha, uAo Desconcerto do Mundon -
(Quem pode ser no mundo tao quieto : 2 passes, 4 estrofes Quem tdo baixa tivesse
a fantasia e Mas se o sereno cdu me concedera).
No volume (Studies in Portuguese Literature,, Oxford, 1914, Aubrey Bell, no
l6cido ensaio sobre Cam6es, a pp. 114-161, ilustra a sua interpretagao corn as seguin-
tes tradug6es: i estrofe (9 versos) da cangao XIII ,Vinde ca meu tao certo secre-
tario (Agora, peregrino, vago, errante), pp. 134; e passos da elegia uO Poeta
i endecha (1916) (i); Edgar Prestage, corn trechos de 4 eclogas,
7 elegias, i oitava e 7 redondilhas, ainda nao traduzidas para ingles
atd entao (1924) (2); Leonard S. Downes, corn o soneto aAlma minha
Sim6nides Falandoa-15 versos, a principiar em <'Eis a noite com nuvens se escurece,)
- pp. 154, alem de transcriq6es de vers6es ja publicadas no nPoems from the Por-
tuguese*, a saber: 2 estrofes da Oitava II aAo Desconcerto do Mundo,, (Quem pode
ser no mundo tao quieto), a principiar em ,Mas se o sereno cdu me concedera),
apenas corn uma variante no verso final, em que ((wherein the spirit, foi substituida
por ain which the spirit. pp. 135-136 ; trecho da redondilha ,Aquela cativa, (ende-
chas a Barbara escrava), 12 versos, pp. 149; estrofe da 6cloga VIII, ,Que grande
variedade vao fazendo,, (0 prado, as flores brancas e vermelhas- i estrofe, pp. 158-59;
e os sonetos ((A Formosura desta fresca serra.n corn uma variante no verso final da
2.' quadra, em que aThe gentle warn foi substituida por athe quiet war", fazendo-a
acompanhar, em nota, da traducao de Adamson, pp. 136-137 de aAquela triste e leda
madrugada,, pp. 148, assim como a versao de Southey de ((Alma minha gentile,
pp. 147- tudo acompanhado dos respectivos originals portugueses, alem de outras
traduc6es de versos avulsos. Vemn, tamberm, a traduqco das seguintes estancias dos
Lusiadas: V, 3 (pp. 127); IV, 41-43 (Aljubarrota-pp. 151) e III, 134-135 (morte de
Ines de Castro). Ja no volume aln Portugal, (London, 1912), que 6 urn estudo inter-
pretativo do nosso pals, Aubrey F. G. Bell associa longamente o nome de Cam6es
A terra, paisagem, hist6ria e literature de Portugal citando-o amifide nao s6 no texto
mas ainda nas aberturas de capitulos, intercalando as suas afirmaq6es e observa-
96es, aqui e alem, corn trechos dos Lusiadas e das Ifricas, corn respectivas tradu-
96es aproveitadas depois nos volumes acima mencionados.
(1) In aPortugal-an Anthology. Edited with English Versions by George
Young, formerly Secretary of Legation, Lisbon. With a preface by Dr. The6filo
Braga, Ex-President of the Portuguese Republicu. Oxford, 91g6, pp. 80-97. Os
sonetos sao: Ca nesta Babil6nia donde manan,; aNa ribeira de Eufrates assen-
tadon ; e (Alma minha gentil, ; a redondilha caAquela cativan (endechas a Barbara
escrava); e treze estincias dos Lusiadas, dos cantos VII; IV; e X. Excerptos des-
sas traduc6es foram reproduzidos no volume aPortugal, Old and Young-, by George
Young, Oxford 1917, pp. 37-38 e 131-133.
(2) In aMinor Works of Cam6es (Not hitherto made English) by Edgar
Prestagen. London, 1924- compilaggo dos artigos publicados no semanario cat6-
lico londrino The Tablet, em 2, 9, 16 e 23 de Agosto de 1924-que constitui urn
estudo sobre as poesias de Cam6es nio traduzidas at6 entao para ingles, ilustrado
corn traduq6es de trechos das eclogas nQue grande variedade vao fazendo variouss
passes), ..Ao long do Sereno., aA quem darei queixumes namorados, e ((As doces
cantilenas que cantavam, ; das elegies aO Sulmonense Ovidio,, aNNo porque dal-
gum bem tenha esperangaD, aO poeta Sim6nides falando,, ,Foi-me alegre o viver,
ja me & pesado., .oAquele mover de olhos excelenten, Belisa, finico bem desta alma
tristen e aSaiam desta alma triste e magoada ; da Oitava ,Ao Desconcerto do
Mundo* (Quem pode ser no mundo tao quieto); das Redondilhas aBabel e Silo-
(Sobolos rios varios passes), aBarbara escravan (Aquela cativa), ,,Quem ora sou-
besse, (De amor e seus danos), aCarta escrita de Africa a um amigo. (Por usar
costume antigo estrofe inicial); uMandaste-me pedir Novaso (Contar feitos
esquecidos); "A uma Senhora rezando por umas contasu (Peqo-vos que me digais)
e aA uma senhora que lhe chamou diabon (Nao posso chegar ao cabo) e urna
estrofe (Enfim, mundo, s6 estalagem), de aMundo, se te conhecemosm, da Carta I
de Ceuta.
gentile (i); o poeta norte-americano Leonard Bacon com a redondilha
cS6bolos Rioss (2); o Prof. J. B. Trend corn 2 redondilhas e 4 sonetos,
em prosa (1954) (3); e Roy Campbell, poeta sul-africano, com i can-
9ao, i redondilha e 3 sonetos (1957) (4). Estes foram os tradutores
que conseguimos localizar e identificar e certamente alguns cutros,
talvez muitos mesmo, ficaram fora desta relacao, que nao tern a pre-
tensao de ser exaustiva.
Antes de entrarmos na parte referente a estudos camonianos,
seja-me licito dizer que, aldm das traduc6es mencionadas, a lirica de
Cam6es, atravis, sobretudo das vers6es de Strangford, encontrou eco
na poesia, entire outros, de poetas como Thomas Moore (5), Lord
Byron (6), John Cam Hobhouse (Lord Broughton) (7), William Words-
worth (8) e, duma forma muito especial, dessa adorAivel e delicada
poetisa, Elizabeth Barrett Browning (9), apaixonada esposa do poeta
(1) In aPortuguese Poems and Translations,. By Leonard S. Downes.
Lisbon, 1947, pp. 32. 0 autor foi leitor de ingles da Faculdade de Letras e fun-
dador da Casa de Inglaterra em Coimbra.
(2) In aThe Lusiads of Luiz de Cam6es,. Translated by Leonard Bacon.
With an introduction and notes. The Hispanic Society of America. New York,
195o, pp. 409-423.
(3) In ,Portuguese Poems with Translationse. By J. B. Trend. Cam-
bridge, 1954, pp. 10-17. As redondilhas sao aDescalga vai para a fonte, e "Na fonte
estd Leonora; e os sonetos ,Urn mover d'olhos, brando e piadoso ; Mudam-se os
tempos, mudam-se as vontades, ; ,Quando de minhas mAgoas a compridas e "Erros
meus, ma fortune, amor ardenteu.
(4) In aPortugal,,, by Roy Campbell. London, 1957. Capitulo ((Portu-
guese Poetry), pp. i19-163. A canqio 6 aJunto de um saco, duro, esteril monte;
a redondilha ,lrme quiero, madre, e os sonetos aNo mundo poucos anos, fqcansa-
dose, ,Sete anos de pastor Jacob serviu e ,Alma minha gentil, que te partiste,.
Todas estas traduc6es foram reproduzidas in aThe Collected Poems of Roy Cam-
pbell, vol. m, Translations). London, 196o.
(5) Poesia (To Lord Viscount Strangford, aboard the Phaeton frigate off
the Azores, by moonlight, datada de 18o3 e inserta in aThe Works of Thomas
Moore,, Esq., New York, 1825. II. Epistles, Odes and other Poems. Ep. I.
(6) aStanzas to a Lady with the Poems of Camoens,, escritas em 18o5
e insertas in aHours of Idleness". London, 1807; e -English Bards and Scotch
Reviewers)), Paris, 1818 poema satfrico de Margo de 18o09, versos 289-302, em
que critical as traduq6es de Strangford.
(7) (Verses written in Lord Strangford's Translation of Camoens, and
presented to a young lady who was going to Lisbon for her health", in "Imita-
tions and Translations from the Ancient and Modern Classics, together with Ori-
ginal Poems never before published", London, i8og, pp. 164-167.
(8) \er o celebre soneto em defesa do soneto "Scorn not the Sonnet.../
With it Camoens soothed an exile's grief,, publicado em 1827 e incluido nas suas
obras poeticas.
(9) A i." ed. 6 de London, 185o tendo a obra disfrutado de espantosa
popularidade, que chegou aos nossos dias.
laureado Robert Browning, que deu o sugestivo titulo de aSonnets from
the Portugueses, isto e Sonetos da Portuguesa, A colectAnea dos seus
poemas de amor dirigidos ao seu bem amado, imaginando-se ela de
Catarina a escrever ao seu Cam6es-Browning.
Depois de John Adamson, alem dos mencionados tradutores da
sua 6pica e da sua lirica, que incluiram ensaios prefaciais e notas expli-
cativas alguns deles bern l6cidos e substanciais nos seus volumes,
para auxiliar o leitor a compreender melhor a obra do nosso poeta, os
estudos camonianos acham-se representados quer em capitulos especiais,
ou longas referencias, de livros de caricter mais geral sobre Portugal,
ou sobre Literatura e Poesia, quer em monografias.
Entre os primeiros, citem-se Richard Twiss (i), John Talbot
Dillon (2), James Murphy (3), Isaac D'Israeli (4), Robert Sou-
they (5), William Morgan Kinsey (6), W. H. Harrison (7), Henry
Hallam (8), o pioneiro da literature comparada, o poeta norte-ameri-
(1) In aTravels through Portugal and Spain in 1772 and 1773D. By Richard
Twiss. London, 1775. Alem das referencias a pp. 299, vem umrn estudo sobre Cam6es
a pp. 375-386, acompanhado de traduc6es de Fanshaw.
(2) In ,Letters from an English Traveller in Spain in 1778, on the Origin and
Progress of Poetry in that Kingdom", London, 1781, no capitulo dedicado A literature
portuguesa, carta VII, pp. 83-q7. Dillon mandou tambem cunhar uma medalba em
honra de Cam6es. Ver -Gentleman's Magazines, Londres, Junho de 1784, pp. 415.
(3) In A. General View of the State in Portugal; containing a topogra-
phical Description thereof*. By James Murphy. London, 1798. 0 estudo sobre
Cam6es ocupa as pp. 175-179.
(4) Pai do famoso politico, que foi primeiro ministry da Gri-Bretanha,
que, na sua obra ,Curiosities of Literatureo, lo.a ediqio, London, i838, dedica quase
todo o paragrafo v do capitulo ,(Poverty of the Learned" a Cam6es.
(5) Ver, inter alia, os seguintes artigos e recens6es camonianas de Robert
Southey: cOn Mickle's Translation of the Lusiad, in vols. in (Nov. 1796) e iv.
(Aug. 1797) de aThe Monthly Magazine and British Register)); "On Lord Strang-
ford's Translations from Camoens,, in The Critical Review or Annals of Litera-
tures, 1804, vol. II; "On Lord Strangford's Camoens,, in aThe Annual Review and
History of Literature,, 18o3, 2. vol.; e (On Portuguese Literature", e "On Adam-
son's Camoens and J. A. de Macedo's 0 Orienteu, in aThe Quarterly Review, vol. 2
(Maio 1809) e vol. 53, respectivamente. 0 artigo sobre literature portuguesa acha-se
traduzido para portugues e publicado sob o titulo de aMem6ria sobre e Literatura
Portuguesa. Traduzida do Inglez. Corn notas ilustradoras do Texto. Por J.[ogo
G.[uilherme] C.[ristiano] M.[Uller],.
(6) In aPortugal Illustrated; in a Series of Letters*, by The Rev. W. M]
Kinsey. London, 1828. No capitulo aSecond Supplementary Letter. Portuguese
Literature &c.", feito sobre elements fornecidos por Garrett durante o seu exilio
em Inglaterra, hA referencias a vida e obra de Cam6es, acompanhadas de traduq6es
de seus poemas.
(7) In aThe Tourist in Portugal. Illustrated from Paintings by James
Holland". London, 1889 pp. 127-130, resume da vida de Cam6es.
(8) In "Introduction to the Literature of Europe in the Fifteenth, Sixteenth
and Seventeenth Centurieso. 3 vols. London, 1837-39. in vol. pp. 107-110 to da 2.A ed.
cano Henry Longfellow (i), H. Morse-Stephens (2), John Clark (3),
Edgar Prestage (4), Sir George Young (5), Sir Edmund Gosse (6),
William J. Entwistle (7) e, entire os contemporineos, S. George
West (8), C. M. Bowra (9), William C. Atkinson (io), Rose Macau-
lay, (i ), E. M. W. Tillyard (12), Roy Campbell (13), J. B. Trend (14),
para citarmos apenas alguns, que de moment nos lembramos.
Entre as monografias, sobrelevam-se, dentre todas, a monumental
e exaustiva obra em 2 grossos volumes, do ardente camonista a que ji
(i) In aThe Poets and Poetry of Europe*. Philadelphia, 1871, pp. 740-747.
(2) In ,Portugal, London 1891. Capitulo
pp. 259-277. Ebxiste urna tradugqo portuguesa desta obra, da autoria de Silva
Bastos e revista por Oliveira Martins, publicada em Lisboa em 1893, corn o titulo
de aHist6ria de Portugal.
(3) In sA History of Epic Poetry (Post-Virgilian),, by John Clark. Edin-
burgh, 1900oo. pp. 298-327.
(4) In aPortuguese Literature to the End of the 18th Century. London, 19o9;
aNotas autobiograticas,, in aO Instituton, vol. LXVI, Coimbra g19g -pp. 173-178;
aMinor Works of Cam6es (not hitherto made English), London, 1924; "Portugal,
Brasil e Grd-Bretanha lihio inaugural realizada no King's College em 8 Out. 1923..
Coimbra, 1925; (Sir Richaro Francis Burton o escritor, o viajante e o camonista,.
in aLusitania: fasc. X, vol. IV Out. 1927 (In Memoriam D. Carolina Michaelis de
Vasconcelos).
(5) In aPortugal Old and Young, by George Young, Oxford, 1917. Alem
das traduq6es incluidas na sua Antologia, sio abundantes as referencias a Cam6es,
sobretudo pp. 13o-i32.
(6) In aSilhouettesu, London, i925. pp. 33-39.
(7) ,(The Lusiads, Da Gama and Modern Criticisms. In ,Lusitaniau, Revista
de Estudos Portugueses, fasc. X, vol. IV, Out. 1927 (In Memoriam de D. Carolina
Michaelis de Vasconcelos). Lisboa, 1927, pp. 69-88; ("Spanish Literature to 1681.
V. The Golden Age, in aSpain, A Companion to Spanish Studies,, ed. by E.
Allison Peers. London, i93o, pp. 125, 138-140; 148; aA Sobriedade Classica do author
dos Lusiadas,, W. J. Entwistle. Separate da ,Bibloso, vol. XIX, tomol. Coim-
bra, 1943.
(8) In ((The Work of W. J. Mickle, the First Anglo-Portuguese Scholarn,
by S. George West. Reprinted from The Review ot English Studies, vol. X, n.0 40.
London, 1934 e aW. J. Mickle's Translation of aOs Lusiadas, by S. George West.
(Revue de Litt6rature Compar6e. Extrait du numero special 69, Janvier-Mars t1938
consacre au Portugal). Paris, 1938.
(9) In aFrom Virgil to Miltons, by C. M. Bowra. London, 1945: capltulo
Cam6es and the Epic of Portugal, pp. 86-138.
(10o) In (British Contributions to Portuguese and Brazilian Studies*, by
William C. Atkinson. London. 1945. Capltulo sobre Cam6es, pp. 95-102.
(i ) In aThey Went to Portugal*, by Rose Macaulay. London, 1946. Capf-
tuto "Translator of Camoens, William Julius Mickle, r778-I78o pp. 95-102.
((2) In aThe English Epic and its Background.. By E. M. W. Tillyard.
London, 1954. Capitulo: Portugal. I General; II- Camoensv, pp. 238-250.
(13) In ((Portugal*. London, 1957, no Cap. 7 Portuguese Poetry, pp. t35-146.
(14) In a Portugal, London, y357. Capitulo The Age of Camoens D,
pp. 143-157.
nos referimos, como tradutor tanto da 6pica, como da lirica Sir Richard
Francis Burton: aCamoens, His Life and His Lusiads A Commen-
tary) (i) e o l6cido e penetrante livro de Aubrey F. G. Bell, aLuis de
Cam6es, (2), alem de outros estudos seus mais generalizados, inclui-
dos em diversos trabalhos referentes A literature portuguesa.
Sobem a muitas dezenas as composic6es poeticas encomiisti-
cas que, desde o famoso soneto de Sir Richard Fanshaw (1655) (3),
tem sido publicadas em Inglaterra, de louvor e homenagem ao nosso
vate, destacando-se as de William Hayley (4), William Julius
Mickle (5), John Hunter (6), Rev. William Lisle Bowles (7),
George N. Grenville (8), Eyles Irwin (9), Henry Saint George
Tucker (autor da tragedia aCamoens) (io), Elizabeth Barrett Brow-
ning (it), John Adamson (12), Terence McMahon Hughes (13), J. N.
(1) In Two Vols. London, 1881.
(2) Oxford University Press, 1923. Al6m desta monografia, Aubrey Bell
escreveu sobre Cam6es nos seus seguintes livros: Ian Portugal), London 1911;
aStudies in Portuguese Literature',, Oxford, 1914. Cap. Cam6es pp. 114-161 ; aPor-
tuguese Literaturen, Oxford, 1922 (capitulo Luis de Cam6es. pp. 174-189);
guese Bibliography,) London, 1922; -Four Poets of the Renaissance (Ronsard-
-Cam6es, Luis de Leon and Spenser)., Coimbra, 193o, al6m do notdvel artigo sobre
Cam6es, na "Encyclopaedia Britaonica,, 14.4 ed., 1929-1932.
(3) aSpaine gave me noble birth, que acompanha a gravura de Cam6es
inserta na sua traduqio dos Lusiadas.
(4) In aAn Essay on Epic Poetry, in five Epistleso, Dublin, 1782, esp.
tomo iii, Ep. im; incluido no vol. (Poems and Plays". 6 vols. 1785.
(5) (On Passing the Bridge of Alcantara, near Lisboa, where Camoens is
reported to have chosen his station when age and necessity compelled him to beg
his daily sustenance, in aPoems and Tragedy-, London, 1790.
(6) A Tribute to the Manes of Unfortunate Poets, in four Cantos). Lon-
don, 1798. Iv-178.
(7) ,(The Spirit of Discovery, or The Conquest of Ocean. A Poem in five
Books, with notes, historical and illustrative'. London, 1804. Canto IV, pp. i59-
-161, e ,The Last Song of Camoenso, in aPoems never before published,. Lon-
don, i8og, pp. 81-85. Esta poesia foi transcrita in aFlorilegio Camoneanon. Porto,
1889, pp. 55-6o.
(8) (,Portugal. A Poem in two parts*. London, 1812, pp 3o- invocaggo
a Cam6es.
(9) Soneto a(High favour'd grot That on the jutting verge...", a pp. 149-
-154, vol. i, das aMemoirs( de Adamson. London, 1820.
(io) (,The Tragedies of Harold and Camoensv. London, 1835, pp. 85-g18 a
tragedia ,Camoens,.
(ii) aCatarina to Camoens), London, 1884 e in (aA Vision of Poets, Lon-
don 1844; ambas estas poesias acham-se incluidas no seu volume ,Poems,, Lon-
don, 1887, a r.a a pp. 328-33& e a 2.', i35-r36. Tambmn in aLady Geraldine's Court-
ship), verses 225-232 hd refer-ncias a Cam6es.
(12) "Reply of Camoens,. Newcastle upon Tyne, 1845.
(13) aThe Ocean Flower, a Poemn. London, 1845, pp. 272-274. (The Eye
of Camoens,.
Dawson (i), Dr. John Bowring (2), Maria Middleton (3). J. J. Auber-
tin (4), R. F. Burton (5), Charles Sellers (6), Mrs. H. F. Woodman (7),
Gerald Massey (8), Robert Crutwell Demy (9), A. M. Lightfoot (io), etc.
Aldm de intimeras gravuras originals, de quadros e aguarelas
feitas por artists britanicos, representando Cam6es, epis6dios da sua
vida e da cdlebre gruta de Macau, mencione-se, em especial, que John
Talbot Dillon mandou cunhar em 1782 uma medalha corn a efigie do
Poeta, cujo gravador foi Young (i i).
Quando, em 1917, a Universidade de Londres resolve criar a
catedra de Estudos Portugueses, nao encontrou melhor forma de home-
nagear o nosso pais do que dedica-la a Cam6es, que 6, assim, o patrono
dos jovens estudantes britanicos que se debruqam sobre a lingua, lite-
ratura e hist6ria de Portugal (12).
Se d verdade que a divulga9io e popularidade de Cam6es em
Inglaterra, feita sobretudo por literatos e poetas, foi efemera, teve um
caricter vincadamente sentimental e muito ficou a dever a aconteci-
(1) ,Luis de Camoens, Author of The Luzlada. A Poems. Macao, July
1849. In aAlbum da Gruta de Cam6es, pg. 87, (Boletim da Sociedade de Geogra-
fia de Lisboa, 1893.
(2) aSonnet to Macao: aGem of the Orient earth and open sean 3o de
Julho 1849- a pg. 80 aMem6ria dos Festejos .. em Hong-Kong, i880 vem a tra-
dugdo deste soneto.
(3) -Homage to Camoens and adieu to his Grotto,: aCamoens! How
often have i strayed...)) Macao, August, 185i. In aBol. Soc. Geog.), Lisboa, 1893,
pp. 93-94, e traduqao in aMem6ria dos Festejos, Hong-Kong, 188o, pp. 65-66.
(4) cAStanzas, supposed to have been addressed by the spirit of Camoens
to the Portuguese Nation, composto em io de Junho de t88o, por ocasiio da trans-
ferincia das suas ossadas para os Jeronimos, e incluidas na a. edicio da sua tra-
duqgo dos Lusiadas. London, 1884.
(5) 'To my master Camoensn. Poesia in p. v, tomo i da sua traducgo dos
Lusiadas. London, 188o.
(6) aTo Camoes. Porto, 188o; e QLuis de Cam6es.. In ,Mocidade a
Cam6es", Porto, 188o.
(7) Poesia aCam6es, Three Hundred Years have been numbered..., In
,Di.rio llustrado),, Lisboa, i88o, n.* 2542.
(8) Poesia ,To Richard Burton, Lusladas,, de louvor a Cam6es, inserta na
abertura do volume aCamoens: his life and his Lusiads, de R. F. Burton. Lon-
don, i881.
(9) ,Camoens. The Newdigate Prize Poem MCM4VII. Oxford, 1907.
(to) (Requiem de Vasco da Gama and Luis de Cam6es,, in Poems of Por-
tugal)). London, 1934.
(ii) Ver ,Gentleman's Magazine), Londres, Junho de 1784, pp. 415.
(12) Ver a eloquente e honrosa mensagem dirigida pela Universidade de
Londres A Comissio Portuguesa das Festas do IV Centendrio do Nascimento
de Cam6es (1924), assinada pelo seu Reitor, Ernest Barker e Edgar Prestage,
Titular da Cadeira Cam6es, transcrita nos fasciculos camonianos v e vi da cLusi-
tanian (192a5).
mentos estranhos, como o Romantismo e, em certa media, as Invas6es
Francesas, que fizeram atrair sobre Portugal a curiosidade, atencao e
simpatia do povo britinico, nao e menos verdade que o culto de Cam6es
ali, corn a respective escola camonista, tern caricter permanent, e obra
da inteligencia e tern a servi-lo academicos e eruditos, na sua grande
maioria, esciarecidos ou apaixonados lus6filos, todos eles homes que,
corn amor e dedicag9o, deram o melhor do seu tempo e saber ao estudo
das coisas portuguesas.
Nomes como os citados no decorrer deste artigo, e que nao pode-
mos deixar de acrescentar os de William Beckford, C. Raymond Beaz-
ley, Richard Henry Major, Sir Stephen Gaselee, Sir Henry Thomas,
Rodney Gallop, Rose Macaulay e, de entire os vivos, Sir Thomas Ken-
drick, Sir Marcus Cheke, Prof. Charles Boxer, Prof. Harold Liver-
more, Prof. Peter Russell, Prof. Frank Pierce, Norman Lamb, Elaine
Sanceau, Lady Kelly, Ann Bridge, Charles David Ley, W. G. L. Ran-
dles, Alan Villiers, Elizabeth e William Younger, Eric Axelson, entire
tantos e tantos outros, representam apenas uma parte daqueles todos
que, atraves dos sdculos, em sucessivas geraq6es, term prestado o seu
culto a Cam6es e tem contribuido para divulgar em todo o mundo,
atraves da universalidade da lingua inglesa, nao s6 a excelencia e o
significado da obra do nosso Poeta Nacional, como ainda os principals
aspects da nossa vida e cultural e as produg6es mais caracteristicas da
nossa literature.
Coimbra, Margo de g196o.
CARLOS ESTORNINHO.
BIBLIOGRAFIA
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London, 182o.
TE6FILO BRAGA uAs Traduq6es Inglesas dos Lusiadas. The Lusiads of Camoens
Translated into English Verse by J. J. Aubertin.. In Secqio de Livros e
Impressos, aJornal do Com6rciou, n.* 7337. Lisboa, 18 de Maio de 1878. aAs
Traduq6es Inglesas dos Lusiadas. In cQuest6es de Literatura e Arte Portu-
guesa,, pp. 259-265.. Lisboa, 1882.
RICHARD F. BURTON Camoens: His Life and His Lusiads. A Commentary. In
two vols. London, 188t. Vol. II Chap. II, 3. Notice of English Translators;
4. Minor, partial and miscellaneous English Translations, pp. 127-185.
Jos- DO CANTO Colecqo Camoneana Tentativa de um Catalogo meth6dico e
remissivo. Lisboa, 1895.
Luis CARDIM Projeccqo de Cam6es nas Letras Inglesas. Lisboa, 1940.
CARLOS AUGUSTo GONCALVES ESTORNINHO J. J. Aubertin, o melhor e o mais field
tradutor ingles de Cam6es. (Dissertacgo de licenciatura). Coimbra, 1938.
FRAN PAXECO The Intellectual Relations between Portugal and Great Britain.
Lisboa, 1937.
JOSE JOAQUIM DA ENCARNACIO E SOUSA A Poesia Lirica de Cam6es em Inglaterra.
(Dissertacao de licenciatura na Faculdade de Letras da Universidade de Coim-
bra). Junho, 1937.
FELIX WALTER-La Litterature Portugaise en Angleterre a l'epoque Romantique
Paris, 1927.
S. GEORGE WEST- The Work of W. J. Mickle, the First Anglo-Portuguese Scho-
lar. (Reprinted from aThe Review of English Studies* Vol. X, n.0 4o0,
Oct. 1934). London, 1934.
S. GEORGE WEST W. J. Mickle's Translation of aOs Lusiadasm. (Extrait du
nimero special 69, Janvier-Mars 1938 consacre au Portugal, aRevtse de Litte-
rature Compareen). Paris, 1938.
0 Alcaide-mor de Portalegre, Gongalo Vaz
de Castelbranco
Gonqalo Vaz de Castelbranco recebeu, por meados de Abril
de 1497, um alvar. de El-Rei D. Manuel ccm o imperative de fazer a
entrega imediata da fortaleza de Portalegre ao seu mordomo-mor,
Diogo da Silva de Menezes.
Semelhante ordem, patente hoje atravis de um treslado de 1622 (I),
coaduna-se perfeitamente corn o celebre incident que provocou, nos fins
do seculo xv, a mais obstinada sublevadao da vila de Portalegre.
Desta forma, o present trabalho, lembrando esse acontecimento
e as causes que o determinaram, traz essencialmente um novo element,
a que adiante nos referiremos, para a hist6ria de Portalegre.
Entretanto e curioso notar a ignorancia de Gonq.alo Caldeira Cas-
telbranco, o responsive pelo treslado, relativamente aos pr6prios ante-
passados. Assim, como poderia afirmar que o alcaide-mor de Portalegre,
o que recebeu a carta de D. Manuel, era seu bisavo ?
Gongalo Caldeira de Castelbranco (2), natural de Goa, era filho de
Joao Caldeira de Castelbranco e de D. Guiomar Viegas Girao, sendo
os av6s de seu pai, respectivamente, Joao Caldeira de Castelbranco e
Duarte Vaz de Castelbranco. Este ultimo era filho de Lopo Vaz de
Castelbranco, por sua vez irmro do referido alcaide-mor de Portalegre,
Goncalo Vaz de Castelbranco. Aquele seria, pois, trisav6, nao podendo
este ser bisav6 de Goncalo Caldeira de Castelbranco. Alim disso, os
av6s de sua mae D. Guiomar Viegas Girao, casada em Goa de que
nao existe nem pode existir o assento de casamento ficam-nos desco-
nhecidos. Mas tudo leva a crer que nenhum deles seria o aludido Gon-
galo Vaz de Castelbranco.
(1) Arquivo da Casa Souza da Camara- Vila Vigosa. Nao existe o registo
nos Livros da Chancelaria.
(2) Era 3. av6 de Francisco Xavier de Souza da Camara por sua mae D. I na-
cia de Souza Refoyos, filha de D. Isabel Caldeira de Castelbranco e de Lourengo
Cardoso de Souza Refoios.
Foi ainda no sdculo xmi que os moradores de Portalegre recebe-
ram, no foral de El-Rei D. Dinis, a mercer de que o Alcaide, que tiver
esse castello, nom haja nenhum poderio sobre v6s, senom solamente
em guard do meu castelloD (i).
Corn os anos, esse privilkgio arreigar-se-ia e formaria na menta-
lidade de todos, em Portalegre, a certeza de que a povoagio pertencia
a coroa e que rienhum outro senhor do reino, fosse ele quemr fosse,
poderia substitui-la nesse direito.
Desta sorte, quando D Afonso V entendeu fazer a doaqAo da vila
de Portalegre ao Conde de Odemira, D. Sancho de Noronha, encon-
trou a maior oposiqao. 0 povo nao estava disposto a ceder nas suas
prerrogativas e, assim, nem perante as maiores puniq6es recuou. Houve
entdo que desistir desse intent, estabelecendo-se em Veiros, a 20o de
Margo de 1460, as antigas disposig6es. Declarava-se ai que Portalegre
nao podia ser dado anem a infante, nem a rico-homem, nem a rica-dona,
mas ser d'el-rei e de seu filho primeiro, e herdeiroD (2).
Por outro lado, dentro da fortaleza de Portalegre, o alcaide, corn
plenos poderes, mantinha a sua autoridade. Pertencia esse cargo, desde
o inicio da Casa de Aviz, a familiar Tavares, que dispunha, alim disso,
das alcaidarias-mores de Alegrete e de Assumar. 0 utltimo a desem-
penhar essas funq6es foi Pedro Tavares (3), por fim coagido pelo pr6-
prio rei D. Joao II a troca-las pelo lugar de Mira e pela dizima do pes-
cado, das vilas de Aveiro e Esgueira. Assim refere Pmho Leal: aTirada
a alcaidaria-m6r de Portalegre, A familiar Tavares, o rei (D. Joao II) a deu
a Sebastiao Rodrigues da Gran, dando-lhe tambrm as de Alter-do-Chdo(4)
e de AssumarD (5). No entanto, a breve trecho, a doacio do castelo de
Portalegre era modificada, indo um outro ocupar esse lugar D. Afonso
Henriques, segundo filho de D. Fernando de Alciaovas. Deste modo,
no in volume dos
afirma que a D. Afonso Henriques ipouco depois, ou por asses tempos,
deu-lhe mais D. Joao II os direitos reais, as rendas e a alcaidaria mor
(i) Para a Hist6ria da Legislaqgo e Costumes de Portugal, de Ant6nio
Caetano do Amaral Livraria Civiliza(qo-Editora, tip. A Portuense, 1945, pag. 202.
,2) "Portugal Antigo e Modernon de Pinho Leal, volume vii, Lisboa, Livra-
ria Editora de Mattos Moreira & Companhia, 1876, pag. 227. I
(3) A titulo de curiosidade diremos que deste Pedro Tavares foi bisnela
D. Madalena de Vilhena, mais tarde imortalizada pelo genio de Garrett no drama
Frei Luls de Sousa.
(4) Chancelaria D. Joaio II, Livro 26. fl. Ii I.
(5) ,Portugal Antigo e Modernou de Pinho Leal, pdg. 226.
171
da vila de Portalegre da qual estava de posse em 1490, quando, por
tres cartas do mrs de Maio, lhe foram confirmados os antagos privild-
gios da sua defesa e quinta do Azinhal, nos terms de Purtalegre e
ArronchesD (i).
Ora, o que nem Braamcamp Freire nem Pinho Leal esclarecem e
quem, no principio do reinado de D. Manuel, ocupava a alcaidaria mor
de Portalegre, permitindo-se mesmo afirmar o primeiro que asubindo
D. Manuel ao trono quis fazer doacao da vila de Portalegre a Diogo da
Silva de Menezes, seu aio, escrivao da puridade e vedor da fazenda, e
para realizar o seu intent deu a D. Afonso Henriques, em sua vida,
em satisfaqdo, 250 mil reais de tenqa, devendo dela passar por sua
morte i5o mil a seu filho e sucessoro (2).
Mas, afinal, que esp&cie de satisfaqco podia ser esta ? Acaso era
D. Afonso Henriques o alcaide-mor de Portalegre, quando da entrega
da fortaleza a Diogo da Silva de Menezes ?
Nio, ndo era, pois n6s sabemos hoje, atravis do document ji
referido, que foi Gongalo Vaz de Castelbranco, o afidalgo da nossa caza
que ora tendes por nos a fortaleza da nossa villa de PortalegreD (3)
quem entregou em 1497 esse castelo ao escrivio da puridade de EI-Rei
D. Manuel.
Por esta forma se v6 que o soberano, havia esquecido nio o
seu Aio, recompensando-o, assim, dois anos depois de ser coroado.
Nao e possivel, portanto, que Gonqalo Vaz de Castelbranco tenha
sido alcaide mor de Portalegre por longa data. Afinal, a sua posicio
nesse castelo talvez Ihe viesse do facto de ao utimo alcaide da familiar
Tavares ser seu tio av6, nio esquecendo que Goncalo Vaz, sendo filho
de D. Teresa Caldeira e de Luis Vaz de Castelbranco, pertencia A mais
alta estirpe do reino, pois seu av6 paterno, Fernao Gonqalves, era nem
mais nem menos que o Comendador da .luromenha, irmio do vedor da
fazenda, Nuno Vaz, e do monteiro-mor Lopo Vaz, e tio do almirante
Nuno Vaz e do vedor da fazenda Goncalo Vaz, pai do i.0 Conde de
Vila Nova de Portimdo (4)
AlUm disso, Goncalo Vaz de Castelbranco era neto materno do
alcaide-mor de Mourio, Pedro Caldeira, sobrinho direito de Goncalo
de Lourenqo o escrivao da puridade de EI-Rei D. Joao I.
Pelo que acabimos de recorder, verifica-se que a alcaidaria-mor
de Portalegre, nos primeiros tempos do reinado de D. Manuel, perten-
(1) ,Bras6es da Sala de Sintra de A. Braamcamp Freire, Imprensa da Uni-
versidade, Coimbra, 193o, pag. 157.
(2) Ob ca., pag. 137.
(3) Doc. cit.
(4) Segundo urn Iistrumento de abonagiio de 1557 de Joio Caldeira e Simio
Caldeira de Castelbranco, trasladado em 1619, em pergaminho Arq. Cit.
cia a Goncalo Vaz de Castelbranco, cuja familiar possuia entdo os
mais honorificos cargos da Corte. De admirar e pois o tom da carta
de 1497, que se explica possivelmente pelo exaspero que o levantamento
geral dos moradores de Portalegre, quando da doaqao do Senhorio
dessa vila a Diogo da Silva de Menezes, provocou no inimo do sobe-
rano exaspero que se havia de transformnar em conformacqo. Assim,
mandava EI-Rei: aque tanto que vos este nosso Alvara for aprezen-
tado 'entregueis logo a dita fortaleza ao conde da dita villa, ou a seu
certo recado, e tanto que lha assym entregardez, ou lhe por ella
fizerdes menagem na forma que se nestes nossos Reynos, e Senhorios
costuma vos avemos por alevantada amenagem que anos pella dita for-
taleza tendes feita, e por vossa guard vos mandamos dar este Alvara
por nos assinado feito em anossa cidade Devora aos dez dias. domez de
Abril Affonso mexia ofez anno demil quatro centos noventa e setter (1).
No entanto, corn o aparecimento deste alvari, recuamos dez meses
na data (2) estabelecida pela hist6ria para a doacdo da alcaidaria-mor
de Portalegre a Diogo da Silva de Menezes. Veja-se o que Braamcamp
Freire escreve sobre este assunto no in tomo dos aBras6es da Sala de
Sintra, apoiado na carta de 5-11-1498: acriado conde de Portalegre de
juro e herdade por carta da referida data, dando-se-lhe pela jurisdidio
da mesma vila, de que foi feito alcaide mor bem como do Assumar,
um milhdo de reais de renda em cada anon (3).
0 soberano condescendia assim corn os moradores de Portalegre.
O que se havia passado corn o Conde de Odemira, em o tempo de
El-Rei D. Afonso V, repetia-se agora corn o Conde m< rdomo-mor de
D Manuel. Revogava-se mais uma vez a doacgo do senhorio de Por-
talegre e a Diogo da Silva de Menezes nio ficava mais autoridade do
que a precisa para a guard e defesa do castelo (4).
JoIO DE SOUZA DA CAMERA
TRANSCRICAO
Diz Goncallo Caldeyra de Castelbranco morador na Cidade de
Portalegre que a elle lhe he negessario para bern de sua justiqa o tres-
lado de hum Alvara que appresenta de seu bisavo Gongalo Vaz de
(i) Doc. cit.
(2) Carta de 5-1I-1498, e que alguns marcam corn a data de 6 de Fevereiro-
- aBras6.s da Sala de Sintrav de A. Braamcamp Freire, pag. 349.
(3) Ob. cit., pAg. 349.
(4) Diogo da Silva de Menezes era sobrinho de um irmdo do Conde de Ode-
mira-D. Fernando de Noronha, Conde de Vila Real.
Castelbranco fidalgo da casa de El Rey nosso Senhor por ser ia velho
e antigo demais de qento e vinte e oito annos ou o que na verdade se
achar: Pede a vossa merce Ihe made dar o treslado em modo que
faga fee E recebera merce passe por instrument = Campos =
Saybdo quantos este instromento dado em public forma, corn o treslado de
hum alvard, virem que no anno do nacimento de nosso Senhor Jesu xpo de mil e
seiscentos e vinte e dous em onze dias do mez de fevereyro na cidade de Lisboa no
paco dos taballides pareceo prezente Goncallo Caldeira de Castelbranco, e me
presentou o dito Alvara pedindo me que de meu officio lho passasse em public
forma, e por estar sem cousa que duvida fizesse Iho passey de que o theor he o
seguinte. =
Nos el Rey mandamos a vos Goncallo vaz de Castelbranco fidalgo de nossa
caza que ora tendes por nos a fortaleza da nossa villa de Portalegre que tanto que
vos este nosso Alvara for aprezentado entregueis logo a dita fortaleza ao conde da
dita villa, ou a seu certo recado, e tanto que lha assym entregardez, ou Ihe por ella
fizerdes menagem na forma que se nestes nossos Reynos, e Senhorios costume, vos
avemos por alevantada a menagem que a nos pella dita fortaleza tendes feita, e por
vossa guard vos mandamos dar este Alvara por nos assinado teito em anossa
Cidade Devora aos dez dias. do mez de Abril Affonso mexia o fez anno demil qua-
trocentos noventa e sette e este Alvara fica registado pellos officials da nossa chan-
cellaria da Camara = Rey = Manda vossa alteza a Goncallo vaz de Castelbranco
entregue logo a fortaleza da villa de Portalegre ao Conde (i) da dita villa, ou a seu
certo recado, e tanto que Iha entregar, ou Ihe por ella fizer menagem Ihe aveis por
levantada amenagem que a vossa alteza por ella tern feita = pagou trinta e seis
reis... Joam da fonseca = Alvaro da costa folhas trinta e seis= 6 tresladado o
ditto alvara como dito he. o concertey cornm o taballijio aqui assinado a que me
report e o proprio tornou alevar o dito Goncalo Caldeira de Castelbranco que
assinou aqui de como o recebeo: e eu Pedro Soares da costa tabaliho public de
notas por sua magestade nesta cidade de Lisboa e seu termo que este instromento
do proprio fis tresladar em vertude do despacho atras. do corregedor do civil da
corte Joam de Campos, concertey, sobscrevy, e assincy de meu public sinal, e ao
proprio me report= Lugar do assinal public = concertado por mim tabaliam
Pero Soares da Costa consertado ; Sebasntio Machado = Goncalo Caldeyra de Cas-
telbranco. 0 Doutor Francisco de Carvalho do Conselho da fazenda de sua Mages-
tade juis das justificaq6es della faco saber aos que esta certiddo virem que a mim
me constuu por Auto que tica em poder do escrivdo que a sobescreveo. o treslado
atras ser sobescrito, Easinado em public por Pedro Soares da Costa tabaliam nesta
Cidade, pello que a hey por justiticada Lisboa aos xx de Abril de seiscentos e trinta
e quatro; (pagou dassinar ?) Belchior de Mattos Leittto a fis escrever = Francisco
de Carvalho -
(i) No texto encontra-se aaondem.
SPECIES PORTUGUESAS DO SEC. XVI DESCONHECIDAS
Relectio de Manuel Tavares, de 1598.
Outras edic6es de Ant6nio Mariz
nao citadas por Anselmo
De acordo corn o registo de Anselmo na Bibliografia das obras
impressas em Portugal no sdculo XV I, Ant6nio Mariz teria impresso
de 1556 a 1599, sobretudo em Coimbra, cerca de 95 obras, conside-
rando-se por isso, juntamente corn Germaio Galharde e Joao de Bar-
reira, como os mais prolificos tip6grafos do seculo de Quinhentos no
nosso Pais.
Vamos hoje citar uma outra mais, que nao vem naquele report6-
rio e que naio foi assinalada, que n6s o saibamos, por outros estudiosos
das nossas ediq6es quinhentistas.
E a espicie em questao 6 a seguinte:
Relectionis / ad verba / Christi Domini, loannis XV./ Si non
venissem et locutus eis non fuissem, peccatum non haberent:
nunc / autem excusationem non habent de peccato suo. / [ Flordo] /
Non nvlla pvncta lativs explicanda / d doctor fratre Emma-
nuele Tauares, / ordinis carmelitarv / Feria quinta, mane hora
octaua. / Conimbricae / Typis Antonij d Mariz, Vniuersitatis
Typographi, Anno 1598.
2 fls. inums. Sem assinaturas. Dimens6es: 3o5x21omm. Man-
cha tipogritica: 167X 125mm. Tipo redondo, corn letras floreadas no
inicio de cada um dos 8 pontos e menores do. que na Relectio de
Suarez por n6s tambem descrita (i).
(i) Especies portuguesas do sec. XVI desconhecidas ,Relectio* de Fran-
cisco Suaref, de i598, in Arquivo de Bibliografia Portuguesa, ano v, 1959, ps. 29-35.
Frei Manuel Tavares, segundo Francisco Leitio Ferreira (i) seria
natural de Coimbra e nao de Anqd, fora lente de Durando a partir de
23 de Novembro de 1587, sendo provide na cadeira de Escoto em 23 de
Dezembro de 1596, de que tomou posse em 17 de Janeiro de i517.
Aposentou-se nesta cadeira pela proviso de 9 de Abril de 16o5. Em
24 de Setembro de 16o5 foi nomeado provincial da ordem dos Carmelitas,
onde havia entrado em 3o de Setembro de i5bo e professado a 5 de
Outubro do ano seguinte. Morreu a 31 de Maio de 1622. Stegmuller (2)
cita 14 especies manuscritas deste autor de que teve conhecimento, indi-
cando as bibliotecas e arquivos onde as mesmas se encontram (3).
Os pontos da
PUNCTUM PRIMUM. Doctrina, Et miracula Christi Domini eo
modo, & fine, quo ab ipso facta sunt, sufficientissime probabant
ipsum esse verum Messiam, ac proinde inexcusabiles fuerunt ludmei
de peccato suo, quod non sol/m fuit infidelitas, sed etiam odium, &
inuidia, quibus Christum Dominum infestissime persequebantur.
II. PVNCTVM. Licet Doctrina Christi, supposita efficacia ipsi',
& his, que d Prophetis erant predict sufficient fuerit ad hoc, quod
presertim maiores ludeorum possent credere ipsum esse verum Hes-
siam, vltra tamen suam prcedicationem, ad conuincendum etiam vul-
gus ludcorum, voluit Christus adiungere miracula, & opera, que
nullus alius fecit, vt sic omnes inexcusabilis pcnitus redderentur.
III. PVNCrvM. Fidei Ignorantia, quam viator moraliter expel-
lere non protest, in peccatum infidelitatis illi non est imputanda, secus
vero dicidum est, si culpabiliter in tali ignorantia permanserit. Est
autem infidelitas, maximumpeccatum, si cum vitijs oppositis virtuti-
bus moralibus, comparetur.
IIII. PVNCTVM. Cvm Deus omneshomines suce diuinitatis par-
ticipes effecerit, ipsosque ad intuendam diuinam essentiam ordinaue-
rit, mirum non est si quandiu in hac vita mortal manent, ipsis
prceceptum fidei fuerit impositum; cuius probabilius est nunc posse
dari ignorantiam inuincibilem.
(i) Alphabeto dos lentes da insigne Universidade de Coimbra desde i537 em
diante Coimbra, 1937, p. 49.
(2) Filosofia e teologia nas Universidades de Coimbra e Ivora no sdculo XVI
-Coimbra, 1959, ps. 3o-3i, n.* 40.
(3) Vide aldm daqueles, os Manuscritos 19o09 e 20o38 da Biblioteca Geral da
Universidade de Coimbra, que Stegmuiller nio refere.
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ChriLU Dowini, [danni. X V.
I Doaotifragrc EmmariitoIcTquaret-,
OADIN41g CARUILITARTY
C 0 N I M -B X .1 C AE
T) pis Antonij i MAriz,Vniuctfitatis Typographi, Annos I 19
V. PVNCTVM. Qvilibet Fidelis tam iure natural, qudm diuino
ius habet pradicandi Euangelium in toto orbe. Vnde si aliquis prin-
ceps infidelis sibi subiectos pellet impedire ne prcedicationem fidei
audirent, & Euangelium reciperent sane iustd posset illi bellum inferri.
VI. PVNCTVM. Si Verb nec princeps nec tota prouincia vellet
audire prwedicationem Euangelij, & aliqui priuati in ilia essent, qui
talem prcedicationem optarent, illorum ius sufficient esset, quando
illo vti prohiberetur, ad hoc qubd talis prouincia iuste posset debellari.
VII. PVNCTVM. Infideles Qui fidem Christi nunquam recepe-
runt, siue sint subiecti Principibus christianis, siue extra eorum dic-
tionem maneant, ad baptismum vel fidem suscipiendam, fer vim,
metum, vel iniuriam nullo modo cogendi sunt, nec ea de causa illis
protest bellum inferri: bene tamen beneficijs, promissionibus, & alijs
blandimentis illos ad fidem & baptismum possumus allicere. Secus
vero dicendum est de illis infidelibus, qui fidem aliquddo per baptis-
mum susceperunt, hi enim si ab ea deficiant ad illam omnibus modis
redire sunt compellendi.
VIII. PVNCTVM. Licet Ecclesia potestatem habeat d Deo prwedi-
candi Euangelium toti orbi terrarum, inde tamen non infertur posse
Principes christianos cogere infideles sibi non subditos ad prcedica-
tionem fidei audiendam; coactione tamen non rigorosa, sed moderate,
& temperata infideles subditos posse cogi non est negandum.
Depois de Anselmo haver publicado, em 1926, o seu notivel tra-
balho, do melhor no genero que a cultural bibliogrtfica portuguesa pro-
duziu, apesar das suas naturals e inevitaveis deficiencias, outras impres-
s6es de Ant6nio de Mariz apareceram e das quais temos conhecimento.
Eis algumas edi96es mais de Mariz que Anselmo nao cita:
I) BULA DO ARCEBISPO DE BRAGA, DE 15 DE JULHO DE 1568 (Vid.:
Alberto Feio- Obras desconhecidas ou imperfeitamente des-
critas, impressas em Portugal no sdculo XVI Braga, 1955,
n.0 6, pg. 9).
2) KALENDARIUM GREGORIANUM PERPETUUM Conimbricae excude-
bat Antonius A Maris, 1583 (Vid.: Boletim da Biblioteca Muni-
cipal do Porto-Novembro, 1950; Narciso de Azevedo-
Algumas notas acerca de obras impressas em Portugal no
seculo A VI, in-Bibliotheca Portvcalensis, vol. ii, 1958, p. 121.
Evora, B. P., Cota-sec. xvi, 2400).
3) SCRUTINIUM SACERDOTALE SIVE MODUS EXAMINADI TAM IN VISITA-
TIONE EI'ISCOPALI, QUAM IN SUSCEPTIONE ORDINUM. A R. D. Fabio
INCARNATO Neap. Sac.Theo. Profes. ex plurib. ... Conim-
bricae, Typis Antonij A Mariz, MDXCVI (Vid. Boletim da
Biblioteca Municipal do Porto, Novembro, 1950; e Narciso
de Azevedo- Algumas notas acerca de obras impressas em
Portugal no sdculo XVI, in Bibliotheca Portvcalensis, vol. ni
1958, ps. I20-121).
4) Ant6nio de Abreu Conclusiones de anima. Qvaestio Vtrum
extasis perfect naturaliter contingat ? Defendet Franciscus
Guterres. (Coimbra), Ex Ofticina Antonij A Mariz, 1597 -
(Livros impressos no seculo XVI existentes na Biblioteca
Public e Arquivo Distrital de Evora I Tipografia por-
tuguesa-Evora, 1953, p. 8).
5) Idem Conclvsiones. Ex lib. de anima. Qvaestio. Vtrum
intellectus noster distinguatur specie ab angelico ?... Defen-
det Bento de Castilho. (Coimbra), Ex officina Antonij A
Mariz, 1597.
(Idem, idem, p. io).
6) Idem Conclvsiones ex lib. de Caelo. Qvaestio. Vtrum cor
ab omni veneno primo impetatur... Defendet lonnes Rothe-
ricus (Coimbra), Ex officina Antonij A Mariz, 1597.
(Idem, idem, p. 10).
7) Idem Conclvsiones. Ex lib. de ortv, et interitv. Qvaestio.
Vtrum omnis actio vitalis d non vitali specie distinguatur...
Defendet Baltasar Gondisaluez de Figueiredo. (Coimbra),
Ex. officina Antonij A Mariz, 1597.
(Idem, idem, p. to).
8) Idem Conclvsiones. Logicae. Qvaestio. Vtrum aliquis
assensus sit secundum se certior quam ex parte subiecti...
Defendet Duarte de Mello. (Coimbra), Ex officina Antonij
A Mariz, 1597.
(Idem, idem, p. I1 ).
9) Idem Conclvsiones. Logicae. Qvaestio. Vtrum per speciem
vnam contradictoria representari possint... Defendet laco-
bus de Magalhdes.- (Coimbra), Ex officina Antonij A Mariz,
1597.
(Idem, idem, p. I1).
io) Idem Conclvsiones. Logicae. Qvaestio. Vtrum possit ali-
quid per alterius situm diuinitus situari... Defended Ber-
nardus Correa. (Coimbra), Ex officina Antonij A Mariz, 1597'
(Idem, idem, p. I i).
i i) Idem Conclvsiones. Logicae. Qvaestio. Vtrum primarius
quantitatis effects sit reddere corpus aAtum ad occupan-
dum locum. ... Defendet loannes Daraujo. (Coimbra), Ex
officina Antonij A Mariz, 1597.
(Idem, idem, p. i ).
12) Idem Conclvsiones. Logicae. Qvaestio. Vtrum verbum ali-
quid absolutum formaliter significet ?... Defendet Andreas
Freyre. (Coimbra), Ex officina Antonij A Mariz, 1597.
(Idem, idem, p. 12).
13) Pedro Alvares Conclvsiones ex libris de generation,
qvaestio. Vtrum phaenix ex de mortui cineribus reuiuis-
cat ?. .. defended Emanuel de Learn ... (Coimbra), Ex
officina Antonij A Maris, s. d.
(Idem, idem, p. 20).
14) Idem Conclvsiones logicae. Qvaestio. Vtrum actudlis scien-
tia praestantior sit habituali ?... Tuebitur D. Franciscus
d Castro... (Coimbra), Ex officina Antonij A Mariz, s. d.
(Idem, idem, p. 20).
i5) Idem Conclvsiones meteorologicae. Qvaestio. Vtrum ivven-
tvtis flos natvrae viribvs recvperari qveat... Defendet Bar-
tholomaeus Gonfalues Linhares... (Coimbra), Ex officina
Antonij A Mariz, s d.
(Idem, idem, p. 21).
16) Luis Cerqueira Assertiones logicae qvaestio vtrum actus
scientiae, e opinions diuina virtute simul cohaerere pos-
sint ?... tuebitur Nonius de Barbudo... (Coimbra), Excude-
bat Antonius A Mariz, i585.
(Idem, idem, p. 49).
17) Idem Assertiones metaphysicae. Qvaestio vtrum Anima
separate naturaliter Angelos quiddstatiue cognoscat?. .
tuebitur Antonius Ferreira... (Coimbra), Excudebat Anto-
nius A Maris, 1585.
(Idem, idem, p. 49).
18) Idem Assertiones metaphysicae. Qvaestio vtrum afpetitus
irascibilis e concupiscibilis sint potential ansmae specid dis-
tinctae?... tuebitur Gaspar Ludouicus... (Coimbra), Excu-
debat Antonius A Mariz, i585.
(Idem, idem, p. 49).
19) Idem Assertiones philosophical desvmptae ex libris de
caelo. Qvaestio. Vtrum astra ab orbibus, caelestibus, in
quibus sunt specie different ?. . tuebitur Franciscus
Lupus... (Coimbra), Excudebat Antonius A Mariz, 1585.
(Idem, idem, p. 4-9).
20) Idem Conclvsiones dialecticae qvaestio. Vtrum Deus op.
max. nova praedicamenta possit consider ?... defended
Petrus Saraiua . (Coimbra), Excudebat Antonius A
Mariz, 1585.
(Idem, idem, p. 52).
21) Idem Conclvsiones ex libris de Anima desumptae. Qvaes-
tio. Vtrum visio fiat in pupilla, an in concursu neruorum
opticorum ?. .. tuebitur Stephanus Lopez . (Coimbra),
Excudebat Antonius A Mariz, 1585.
(Idem, idem, p. 53).
22) Idem Conclvsiones logicae. Qvaestio vtrum natural comu-
nes possint diuinitus existere d singularibus separatae...
tuebitur Stephanus Rodericus .. (Coimbra), Excudebat
Antonius A Mariz, 1585.
(Idem, idem, p. 53).
23) Idem Conclvsiones metaphysicae. Qvaestio. Vtrum in
membris corporeis aliquis habitus operatiuus generetur ?...
tuebitur Sebastianus Ramus... (Coimbra), Excudebat Anto-
nius A Mariz, 1585.
(Idem, idem, p. 53).
24) Idem Conclvsiones metaphysicae. Qvaestio vtrum relatio-
nes reales create dicant perfectionem ?... tuebitur loannes
Nunez... (Coimbra), Excudebat Antonius a Mariz, 1585.
(Idem, idem, p. 53).
25) Idem Conclvsiones philosophical ex libris de generation,
et anima desumptae. Qvaestio. Vtrum corporis human prae-
cipuum membrum sit cor, an Caput?... defended Saluator
Ferreira... (Coimora), Excudebat Antonius A Mariz, i585.
(Idem, idem, p. 53).
26) Idem Conclvsiones philosophical. Ex libris de genera-
tione desumptae. Qvaestio. An verum aurum per artem
Alchymisticam naturaliter effici possit?... tuebitur Henri-
cus Nunez... (Coimbra), Excudebat Antonius A Mariz, i585.
(Idem, idem, p. 53).
27) Idem Conclvsiones philosophical ex libris de generation
desumptae. Qvaestio vtrum quatuor humores sint quatuor
substantial specie inter se distinctae ?... defended Gonca-
lus Nunes... (Coimbra), Excudebat Antonius A Mariz, i585.
(Idem, idem, p. 54).
28) Crist6vgo Egidio- Conclvsiones depromptae ex libris Aris-
totelis de coelo, e metheoris. Qvaestio. Quodnam ex qua-
tuor elements sit hominum vitae maxime vtile e necessa-
rium... Defended Franciscus Lopes Coitinho. (Coimbra),
Tyhpis Antonij A Mariz, 1591.
(Idem, idem, p. 7 ).
29) Idem Conclvsiones ex libris de anima etparuis naturalibus.
Qvaestio. Vtrum oculi sint naturae an vero aquae... defended
loannes drumond... (Coimbra), Typis Antonij A Mariz, 159[.
(Idem, idem, p. 75).
3o) Idem Conclvsiones ex libris de anima. Qvaestio. Vtrum
sonus in solo aere realiter inhaereat... defended Ludouicus
Denis... (Coimbra), Tyhpis Antonij A Mariz, 159i.
(Idem, idem, p. 75).
31) Idem Conclvsiones ex libris de generation desumptae.
Qvaestio. Vtrum faetus in vtero sentiat. E intelligat...
tuebitur Vincentius Monteiro... (Coimbra), Typis Antonij A
Mariz, 1591.
(Idem, idem, p. 75).
32) Idem Conclvsiones logicae. Qvaestio. Vtrum cognitio
principif accrescat ex scientia plurium conclusionum. .
Defendet Balthazar Garcia... (Coimbra), Typis Antonij
A Mariz, 1591.
(Idem, idem, p. 75).
33) Idem Conclvsiones logicae. Qvaestio. Vtrum detur dis-
cursus in instant .. defended Sebastianus a Costa de
Andrada- (Coimbra), Typis Antonij A Mariz, 1591.
(Idem, idem, p. 76).
34) Idem Conclvsiones metaphysicae. Qvaestio. Vtrum inten-
sio qualitatum sit motus continues, an discretus... Defen-
det Andreas Baianus . (Coimbra), Typis Antonij A
Mariz, 1591.
(Idem, idem, ps. 76-77).
35) Idem Conclvsiones methaphysicae. Qvaestio. Vtrum natu-
ralis animi praestantia ex externa corporis forma colligi
possit... Defendet Philipus Ludouicus Bandeira. (Coim-
bra), Typis Antonij a Mariz, 1591.
(Idem, idem, p. 77).
36) Idem Conclvsiones methaphisicae. Qvaestio. Vtrum subs-
tantiae separate non interueniente motu local possint imme-
diati immutare corpora... tuebitur Ludouuicus Ferdinan-
dus... (Coimbra), Typis Antonij A Mariz, 159i.
(Idem, idem, p. 77).
37) Idem Conclvsiones philosophicae de anima qvaestio. Vtrum
colors immutent medium realiter, an solum intentionali-
ter... Defendet Gaspar gonsaluez... (Coimbra), Typis
Antonij A Maris, i59i.
(Idem, idem, p. 79)-
38) Idem Conclvsiones philosophical e a lib. Physicorum desum-
ptae. Qvaestho. Vtrum music praeter intentionalem motio-
nem, kabeat aliquam efflcientiam... defended Dominicus
Ferdsnaudus... (Coimbra), Typis Antonij A Mariz, 1591.
(Idem, idem, p. 79).
39) Festa propria, et specialia, diaecesis conimbricensis . .
Conimbricae, Typis Antonij de Mariz, 1595.
(Idem, idem, p. 85).
40) Lourenco de Freitas Positiones philosophical. Qvaestio.
Vtrum dari possit infinitum divina potestate?... defen-
det Georgius Fernandes...' (Coimbra), Apud Antonium de
Maris, 1575.
(Idem, idem, p. 91).
41) Nicolau God inho Assertiones dialecticae. Controversial dis-
pvtanda. An formalis sign ratio mental verbo conue-
mat?... Tuerbitur Ludovicus A/uarez de Moura. (Coim-
bra), Ex officina Antonij A Mariz, 1595.
(Idem, idem, p. 93).
42) Idem Assertiones dialecticae. Controversial dispvtanda.
Vtrum per vehementem, et pertinacem dubitationem amitti
queat habitus scientiae?... Defendet loannes Galuanus...
(Coimbra), Ex officina Antonij A Mariz, 1595.
(Idem, idem, ps. 93-94).
43) Idem Assertiones metaphysicae. Controversial dispvtanda.
Vtrum voluntas, repraesentato sibi obiecto sub ratione boni,
necessar:o perciptat complacentiam?... Tuebitur Gaspar
Rodericus Branddnus... (Coimbra), Ex officina Antonij A
Mariz, 1595.
(Idem, idem, ps. 94-95).
44) Idem Assertiones philosophical, ex libris de Coelo. Con-
troversia dispvtanda. Possit ne aer igna contiguus nauiga-
tioni inseruire ?... Tuebitur Petrus Franciscus... (Coim-
bra). Ex officina Antonij A Mariz, 1595.
(Idem, idem, p. 95).
45) Idem Assertiones philosophical ex libris de physico audit.
Controversia dispvtanda. Vtrum cum admiratione semper
aliqua ignoratto coniungatur ?... Tuebitur Mauritus Cor-
nelius... (Coimbra), Ex officina Antonij a Mariz, 1595.
(Idem, idem, p. 95).
46) Idem Assertiones philosophicae, ex libris de physico avditv.
Controversia dispvtanda. Vtrum graultas, et leuitas sint qua-
litates motuum actiuae?... defended Emmanuel Vaz...
(Coimbra), Ex officina Antonij A Mariz, 1595.
(Idem, idem p. 95).
47) Manuel de G6is Assertiones ex libris Aristotelis de Anima
desumptae. Qvaestio. Vtrum Anima a corpore separate non
solum se ipsam, sed etiam liquid aliud localiter mouere
possit?... defended Georgius Sanches... (Coimbra), Apud
Antonium A Mariz, 1582.
(Idem, idem, p. 96).
48) Idem- Assertiones ex libris de Anima desumptae qvaestio.
Vtrum in speculo videatur imago, an res per imagmnem
repraesentata?... tuebitur loannes Pimenta.. (Coimbra),
Apud Antonium A Mariz, 1592.
(Idem, idem, p. 96).
49) Idem-Assertiones ex libris de Anima desumptae. Qvaestio.
Vtrum per intellecttionem producatur verbum?... tuebitur
Antonius Aguiar... (Coimbra), Apud Antonium A Mariz,
1582.
(Idem, idem, p. 96).
50) Idem Assertiones ex libris de Caelo. Quaestio Vtrum
intellegentia Coelum moueat persolum intellectum, et volun-
tatem, an per aliam potential ab his distinctam... tuebitur
Antonius Diaz d Cunha... (Coimbra), Apud Antonius A
Mariz, 1582.
(Idem, idem, p. 97)-
51) Idem Assertiones ex libris de Generatione desumptae.
Qvaestio. Vtrum calor animals sit eiusdem speciei cum
coeteris caloribus?... tuebitur Fernandus Bocarrus...
(Coimbra), Apud Antonius A Mariz, 1582.
(Idem, idem, p. 97).
52) Idem Assertiones ex libris de Generatione desumptae.
Qvaestio. Vtrum detur fascinatio... tuebitur Emmanuel
Rorz...( Coimbra), Apud Antonius A Mariz, 1582.
(Idem, idem, p. 97).
53) Assertiones logicae. Qvaestio. Vtrum vel habitus in dispd-
sitionem, vel dispositio in habitum euadere possit?... tuebi-
tur Gaspar Pereira... (Coimbra), Apud Antonium A Mariz,
1582.
(Idem, idem, p. 97)-
54) Manuel de Lis Iesvs. Conclvsiones ex libris de Caelo.
Qvaestio. Qualis fuerit Stella, quae Magos duxit Beth-
leem... Defendet Emmanuel Rodericus d Fonsequa...
(Coimbra), Typis Antonij A Mariz, 1590.
(Idem, idem, p. 124).
55) Melchior Lobato Ex libris physicorum sequentes deducun-
tur conclusiones. Quaestio. Vtrum res naturales habeant
terminum magnitudinis et paruttatts... tuetur Gaspar Men-
dez... Conimbricae, Apud Antonius A Maris, 1569.
(Idem, idem, p. I3o).
56) Pedro Lopes Assertiones ex lib. de Generatione Meteoro-
logicorum, et Parvorum Naturalium. Quaestio. Vtrum in
corrvptione rerum corrumpatur etiam quantitas?... tue-
bitur Emmannuel Soares... (Coimbra), Apud AntoniU A
Mariz, 6583.
(Idem, idem, p. 131).
57) Idem Conclvsiones dialecticae. Quaestio. Vtrum aliquis
intellectus creatus certo cognoscat future contingentia ?...
tuebitur Michael da Maia... (Coimbra), Ex officina Anto-
nij A Mariz, 1583.
(Idem, idem, p. 13z).
58) Idem Conclvsiones philosophical ex lib. De Coelo et Meteo-
ror. Quaestio. Vtrum forma coeli concurrat effectiud ad
ipsius motum naturalem... tuebitur Franciscus d Fon-
seca... (Coimbra), Ex officina Antonij A Mariz, 1563.
(Idem, idem, ps. 633-134).
59) Manvale missalis romani, ex decreto sacrosancti concilii
Tridentini restvti... Conimbricae, Ex officina Antonij A
Mariz, 1584.
(Idem, idem, p. 138).
6o) Rodrigo Martins Assertiones ex libris de Coelo, de Genera-
tione, atq; Meteorologicorum desumptae. Qvaestio. Vtrum
element maneant formaliter immixto?... defendet Gaspar
de Campos... (Coimbra), Apud Antonium A Mariz, 15...
(Idem, idem, p. 140).
61) Joao de Melo Assertiones dralecticae. Qvaestio. Possint
ne species infimae substantiarum beneficio intellectus agen-
tis abstrahi, an non?... tuebitur D. Ludouicus d Noro-
nha... (Coimbra), Ex officina Antonij A Mariz, 1585.
(Idem, idem, p. 145).
62) Idem Assertiones logicae. Qvaestio. Expediat ne magis
scientiam proprio labor, an docentis ministerio compa-
rare?... tuebitur D. Ludouicus de Noronha... (Coim-
bra), Antonius A Mariz, 1588.
(Idem, idem, p. 144).
63) Idem less. Assertiones phylosophicae ex libris de Anima
depromptae. Qvaestio. Consuetudo nd praua, an naturalis
in vitium propenswo virtuti plus official?. .. tuebitur
Roderacus Dias... (Coimbra), Antotius (sic) a Mariz, i588.
(Idem, idem, p. 144).
64) Idem less. Conclvsiones desvmptae, ex libris de Genera-
ttone et Corruptione. Qvaestio. Sit ne ver omnium anni
temporum saluberrimum?... tuebitur Michael Bentes...
(Coimbra), Antonius A Mariz, i588.
(Idem, idem, p. 144).
65) Idem lesvs. Conclvsiones ex libris de Anima depromp-
tae. Qvaestio. Sint ne tres tantum sensus interni... Tue-
bitur Petrus da Graa... (Coimbra), Antonius A Amariz
(sic), 1588.
(Idem, idem, p. 145).
66) Idem Iesvs. Conclvsiones ex libris de Anima. Qvaestio.
Sit ne sola rationalis forma indiuisibilis... Tuebitur loan-
nes Sarrdo Doliueira... (Coimbra), Antonius A Mariz, 1588.
(ldem, idem, p. 145).
67) Idem lesvs. Conclvsiones ex libris de Coelo desvmptae.
Qvaestio. Vtrum maior sit copia terrae an aquae... Tuebi-
tur Petrus d Fonsequa... (Coimbra), Antonius A Mariz, 1588.
(Idem, idem, ps. 145-146).
68) Idem Conclvsiones ex libris de Generatione desvmptae.
Qvaestio. Num per naturam possit contingere, vt quis
habeat capillos virides... tuebitur Dominicus Mendes...
(Coimbra), Antonius A Mariz, 1588.
(Idem, idem, p. 146).
69) Idem Conclvsiones ex libris Physicorvm. Quaestio. Num
ars praestet naturae... Tuebitur Bartholomaeus do Valle...
(Coimbra), Antonius A Mariz, 15?38.
(Idem, idem, p. 146).
70) Idem Conclvsiones ex variis Naturalis Philosofphiae libris
desumptae. Qvaestio. Sit ne scientia inuenta de iride...
Tuebitur lurddo de Medeiros... (Coimbra), Antonius A
Mariz, 1588.
(Idem, idem, p. 146).
I87
71) Idem Conclvsiones logicae. Qvaestio. Num omnia sint
signa... tuebitur Simon Diaz... (Coimbra), Antonius a
Mariz, i588.
(Idem, idem, p. 146).
72) Idem Iesvs. Conclvsiones logicae. Qvaestio. Num pos-
sit scientia comparari antequam scibile existat... Tuebitur
Petrus d Gouuea... (Coimbra), Antotius (sic) A Mariz, 1588.
(Idem, idem, p. 146).
73) Idem- Conclvsiones logicae. Qvaestio. Vtrum appraehen-
sio enunciatiua sit -diuersa d iudicio... Tuebitur Fran-
ciscus de Mondragdo... (Coimbra), Antonius A Mariz, 1588.
(Idem, idem, p. 147).
74) Idem lesvs. Conclvsiones metaphysicae. Qvaestio. Agno-
uerint ne philosophorum principes Deum esse causam effec-
tricem rerum omnium ?... tuebitur Franciscus Ferdinan-
dus... (Coimbra), Antonius a Mariz, 6588.
(Idem, idem, p. 147).
75) Idem lesvs. Conclvsiones metaphysicae. Qvaestio. Virum
quaeuis substantia quouis accident sit nobiltor.. tuebitur
Franciscus Rodericus daguila... (Coimbra), Antonius a
Mariz, 1588.
(Idem, idem, p. 148).
76) Idem lesvs. Conclvsiones philosophical ex lib. de Coelo.
Qvaestio. Necessarijs nd ducti rationibus antibodas antiqui
negauerint... Tuebitur Gaspar Ldpez... (Coimbra), Anto-
nius A Mariz, 1588.
(Idem, idem, p. 148).
77) Idem Conclvsiones philosophical ex libris de ortu, et inte-
ritu desumptae. Qvaestio. Vtrum lux sit omnium qualitatum
princeps?... tuebitur Petrus Dias Cardim... (Coimbra),
Antonius A Amariz (sic), i588.
(Idem, idem, p. 148).
78) Idem Conclvsiones philosophicae ex libris physicorum.
Qvaestio. Vtrum forma sit tota rei quidditas. tuebitur
Antonius d Costa... (Coimbra), Antonius A Mariz, 1588.
(Idem, idem, p. 149).
79) Ant6nio de Morais Assertiones ex libris Aristotelis de
Anima. Qvaestio. Vtrum spirits animates sint igneo ful-
gore micantes?... Defendet Rochus Ferdinandus... (Coim-
bra), Ex officina Antonij A Mariz, 1596.
(Idem, idem, p. 154).
80) Idem Assertiones ex libris Aristotelis de Generatione.
Qvaestio. Aer ne an alimentum magis alteret natiuum tem-
feramentum?... defended Petrus Marques Vieyra. (Coim-
bra), Ex officina Antonij A Mariz, 1596.
(Idem, idem, p. 155).
81) Idem Assertiones ex libris A ristotelis de Generatione.
Qvaestio. Vtrum ex insomnijs possit deprehendi aegri,
vel sani corporis temperatura?... Defendet Franciscus
Lopez. (Coimbra), Ex officina Antonij A Mariz, 1596.
(Idem, idem, p. i55).
82) Idem Assertiones logicae. De vniversalibvs, et praedica-
mentis. Qvaestio. Vtrvm praedicamentvm ad aliqvit sit
perfectio reryvm?... Defendet Dom Francisco da Costa...
(Coimbra), Ex officina Antonij A Mariz, s. d.
(ldem, idem, p. i55).
83) Idem Assertiones logicae. Qvaestio. Vtrum esse immor-
tale possit esse differentia essentials hominis?... defended
Antonius Rodrigues... (Coimbra), Ex officina Antonij A
Mariz, 1596.
(Idem, idem, p. 155).
84) Idem Assertiones logicae. Qvaestio. Vtrum homo inge-
niosus habeat relationem realem Domini ad rudiores vt ad
seruos?... Defended Emmanuel Correa... (Coimbra), Ex
officina Antonij A Mariz, 1596.
(Idem, idem, p. i55).
85) Idem Assertiones logicae. Qvaestio. Vtrum in specie
intelligibili repraesentetur simul essential communis vt vni-
uersalis, et singularis ?. . Defendet D. Franciscus a
Costa... (Coimbra), Ex officina Antonij A Mariz, 1596.
(Idem, idem, ps. 655-156).
86) Idem Assertiones philosophical. Quaestio. Vtrum aliqua
creature patiatur violentiam respect Dei mouentis aut
detinentis motum naturalem ?... Defendet Christophorus
Gomes. (Coimbra), Ex oflicina Antonij A Mariz, 15t,6.
(Idem, idem, p. I56).
87) Francisco Pereira Assertiones logicae. Qvaestio. Virum
notitia primorum principiorum possit esse discursiua?...
Defendet Ludouicus Pereira de Miranda. (Coimbra), Apud
Antonio A Mariz, 15...
(Idem, idem, p. 171).
88) Idem Conclvsiones ex vniversa philosophia desumptae.
Qvaestio. Vtrum aestus maris reciprocus ad Lunae vim
sit referendum ?... defended Andreas Rodrigues. (Coim-
bra), Apud Antonifi A Mariz, 15...
(Idem, idem, ps. 171-172).
89) Joao Pinto Iesvs. Assertiones. De vniuersa dicendi arte
... tuebitur in secunao gymnasto Franciscus Pintus Peretra,
et Emmanuel Gomestus de Crasto... (Coimbra), Typis
Antonij A Mariz, 1590.
(Idem, idem, p. 175).
90o) Idem Dialecticae assertions. Problema. An relationibus
res aliqua perfeciatur ?... Tuebitur Antonius Dalboquer-
que. (Coimbra), Ex officina Antor.ij a Mariz, 1596.
(Idem, idem, p. 175).
9 i) Psalterivm David Regis. Ivxta Editionem vulgatam. Conim-
bricae, Typis Antonij A Mariz, i588.
(Idem, idem, ps. i8o-i81).
92) Regras geraes, e ordem de celebrar as missas, ...segundo
o costume do missal nouo romano... (Coimbra), Ant6nio
de Maris, 1571.
(Idem, idem, ps. 183-184).
93) Francisco de Sa de Miranda Comedia dos Vilhalpan-
dos... (Coimbra), Ant6nio de Maris, i56o.
(Idem, idem, p. 192. Difere do descrito por Anselmo,
n.0 828).
94) Jacob do Vale Conclvsiones dialecticae ex primo cursu.
Qvaestio. Vtrum aeuum primi aeuiterni sit mensura extrin-
seca omnium aeuiternorfi, quae ad praedicamentit quando
fertineat?... tuebitur Gaspar Vdz... (Coimbra), Ex offi-
cina Antonij A Mariz, 1583.
(Idem, idem, ps. 205-206).
95) Gaspar Vaz Conclvsiones philosophicae ex libris Physico-
rum collectae. Qvaestio. Vtrum motio primae causae prae-
currat omnem actionem causae secundae... Defendet Bal-
thasar Arnao... (Coimbra), Excudebat Antonius A Mariz,
1588.
(Idem, idem, p. 210).
96) Idem Conclvsiones logicae. Qvaestio. Virum nomen defi-
nitioq; scientiae mathematics disciplinis conueniat?. .
Defendet Antonius Botelho da Salueyra. . (Coimbra),
Excudebat Antonius A Mariz, 1589.
(Idem, idem, p. 211).
97) Idem-Iesvs assertions ex libris Arist. de Generatione. Qvaes-
tio. Vtrum sola per se aqua nutriat... Defended Petrvs Pav-
Ivs... (Coimbra), Excudebat Antonius A Mariz, 1589.
(Idem, idem, p. 211).
98) Idem Iesvs assertions ex libris Arist. de Ortv, et inte-
rztu desumptae. Qveastio. Vtrum naturalis mors cum volu-
ptate contingat. . Defended Simon das fontes Lossa.
(Coimbra), Excudebat Antonius a Mariz, 1589.
(Idem, idem, p. 211).
99) Idem lesvs assertions ex libris de Coelo et Meteorum col-
lectae. Qvaestio. Vtrum coelum empyreum agat in haec
inferiora... Defendet Pavivs Rodericus. . (Coimbra),
Excudebat Antonius A Mariz, 1589.
(Idem, idem, p. 211).
100) Idem lesvs assertions logicae. Qvaestio. Vtrum relatio
per actionem aliquam a fundamento oriatur... Defen-
det loannes peyxoto... (Coimbra), Excudebat Antonius A
Mariz, 1589.
(Idem, idem, p. 211).
101o) Idem-lesvs. Assertiones metaphysicae. Qvaestio. Emineat
ne propter oculos caput, an propter cerebrum... Defendet
Christophorus de macedo... (Coimbra), Excudebat Antonius
a Mariz, 1589.
(Idem, idem, p. 2 12).
0o2) Idem Iesvs concivsiones de promptae ex variis libris phi-
losophiae Aristotelhs. Qvaestio. Habitent ne interni sensus
in captte an vero in corde... Defendet loannes Aluarez da
Cunha... (Coimbra), Excudebat Antonium A Mariz, 1589.
(Idem, idem, p. 212).
to3) Idem Iesvs conclvsiones de svmptae ex libris de Coelo &
Meteorum. Qvaestio. Vtrum per occultas venas, fontes,
& flumina ex mari per collentur... Defendet Aegidius
pereyra de Castro... (Coimbra), Excudebat Antonius A
Mariz, 1589.
(Idem, idem, p. 213).
104) Manuel da Veiga Conclvsiones philosophicae ex libris de
Ortu & Interitu. Qvaestio. Vtrum aer natural humidior
sit aqua?... defended Franciscus Frz... (Coimbra), Excude-
bat Antonio A Mariz, 1587.
(Idem, idem, p. 216).
So5) Missale romanvm, ex decreto sacro sancti concilif Triden-
tini restitutum: Pij V. Pont. Max. Ivssv editvm. Conim-
bricae, Ex otlicina Antonij A Mariz, IS89.
(Idem, idem, p. 224).
1o6) Francisco Suarez Relectionis in locum Pavli ad Ephes. 1.
Vbi de Deo loquens ait: qui operator emnia secundi~ consi-
liri voluntatis suw. Pvncta aliquot ex iis. que copiosius
differentur, breuiter collect. (Coimbra), Ex otlicina Anto-
nij A Mariz, 1598. (Jorge Peixoto Espicies portuguesas do
sic. XVI desconhecidas- Relectio* de Francisco Suarez,
de y598, in-Arquivo de Bibliografia Portuguesa, ano V,
n.os 17-18, 1959, ps. 29-35).
Nos Livros impressos no siculo XVI existentes na Biblioteca
Puiblica e Arquivo Distrital de Evora. I- Tipografia Portuguesa
citam-se mais as seguintes especies impressas por Ant6nio de Mariz e
que Anselmo nao viu:
i) Manvale missalis romani, ex decreto sacrosancti concilii
Tridentini restitvti, nvnc ad literam excerptvm et impres-
svm. Conimbricae, Antonij A Mariz, 1574.
Os autores daquele report6rio, ps. 137-138, dizem em nota expli-
cativa: Deve ser a obra descrita por Anselmo no n.0 8j3, a qual nio
conheceu, apontando-a, por isso, como impressa em 15771.
2) Missale romanvm, ex decreto sacrosancti Concilij Triden-
tini restitutum. Pii V pont. max. ivssv editvm. Conimbri-
cae, ex officina Antonij A Mariz, 1575.
(Idem, idem, p. i5S).
3) Dalgrias pregfitas acerca dos religiosos. E primeiramente
dos prelados.
Naquele report6rio, p. 178, ha a seguinte nota: ,Ans. ref. sob o
n.0 293. Diz que o exame dos caracts. tips. leva a atribuir a imp. a
Joao Alvares e Joao de Barreira e que esta especie se encontra enc.
corn o ex. que ref. sob o 292 (aManual de confessores e penitentes),
de Martim de Azpilcueta Navarro. 1552. Coimbra. Joao Alvares e Joao
de Barreira).
0 ex. da B. P. E., que Ans. nao conheceu, encontra-se enc. corn
o (Manual de Confessores e PenitentesD, de Martim de Azpilcueta, mas
e uma edicgo de data e imp. diferente: 1567. Setembro, 3o. Coimbra.
Ant6nio de MarisD.
4) Diogo do Rosario Summa cayetana tresladada em portu-
tugues, corn muytas annotardes, e casos de consciencia, e
decretos do sagrado Concilio Tridentino. Coimbra, Ant6nio
de Maris, 1573.
(Idem, idem, p. 191).
Alem das especies acima enumeradas que Anselmo nao conse-
guiu haver a mao para fazer a respective descrigio, temos, de
moment, mais outras, tais como:
Itinerario de Antonio Tenrreyro... em que se contem como
da India veo por terra a estes Reynos Coimbra. Em casa de
Antonio de Maris, i56o.
(Anselmo, n.0 83o; D. Manuel II, 2.0 vol., n.0 97; British
Museum, C. 63. h. 29).
0 Tractado de remedio de pobres, de Miguel Giginta Coim-
bra. Antonio de Mariz, 1597, que Anselmo, n 877, tambem assi-
nalou sem igualmente ter encontrado qualquer exemplar, temos hoje
noticia da existencia de dois exemplares, um no British Museum
(C. 96. a. 10 (2), e outro na Biblioteca Nacional de Madrid (R. 11590o),
que pertencera ao grande bibli6grafo Pascual de Gayangos.
Dialogos de varia historic, de Pedro de Mariz. Coimbra, offi-
cina de Antonio de Mariz, 1594, que Anselmo, n. 9o05, tambem
nao viu, encontra-se na Biblioteca Ptiblica do Porto videe: Luis
de Matos in Boletim Internacional de Bibliografia Luso-Brasi-
leira, Vol. I, n.0 4, Out.-Dez., 1960, p. 553) e no British Museum,
C. 62. a. 32.
0 Dr. Alberto Navarro, visconde da Trindade, possui na sua
magnifica livraria o exemplar da Bulla da cea do nosso Santissimo
Padre Papa Clemente VIII. Coimbra, Antonio de Mariz, 1597,
que pertencera a Luis Monteverde e que Anselmo, n. 912, des-
creve sem, no entanto, o ter visto.
JORGE PEIXOTO
Les libraires du Portugal ao xvIIIe siecle
vus A travers leurs relations d'affaires avec
leurs fournisseurs de Geneve, Lausanne
et Neuchatel
A notre connaissance, on n'a guere public de renseignements sur
les libraires etablis au Portugal au xvule siecle. Nous avons donc eu
le propos de transcrire ci-apres les informations qu'il nous a dtd donn6
de recueillir sur leur compete en Suisse. Ces indications sont naturelle-
ment fragmentaires. Nous espirons cependant qu'elles puissent servir
de point de depart a des etudes gendrales ou particulires qui utilise-
raient des sources portugaises ou d'autres sources, telle que les archi-
ves du libraire Luchtmanns de Leyde, par example.
Les exportations des libraires genevois au Portugal ont probable-
ment ddbutd dans la second moitid du xvne siecle. Toutefois, ce com-
merce atteignit un essor particulier A partir de 1730 jusque vers 1770.
II prit fin avec le xvine siecle (i). Les principaux libraires de Geneve
dans ce ndgoce furent les de Tournes (2), les Cramer (3) et les Gosse (4).
A Lausanne, deux libraires genevois d'origine, Marc Michel Bousquet (5)
(i) Georges BONNANT: La librairie genevoise au Portugal du XVf au
XVIIIe siecle. Genava. N. S. m, Geneve, 1955, pp. 183/2oo.
(2) Maison fondue a Lyon en 1542. Etablis a Geneve des i585, les de Tour-
nes se sont retires des affaires en 1780. Ils ont t6e les principaux libraires et
imprimeurs de Geneve. lUs possddaient une succursale a Lyon depuis 1728.
(3) Imprimeurs et libraires d Geneve depuis la fin du xv1Ie siecle les Cramer
furent les 6diteurs de Voltaire et parmi les plus important libraires de la ville
jusque vers 1775. Un leurs grands livres est conserve aux archives d'Etat de
Geneve (AEG Corn. 57).
(4) Henri Albert Gosse & Cie succ6da a Bousquet et Pelissari en 1739.
La maison cessa son activity en 1791. Trois registres de copies de lettres sont
conserves aux archives d'Etat de Geneve (AEG Corn. 61/63)"
(5) Marc.Michel Bousquet, imprimeur et libraire, 6tabli a Geneve de 1707
a 1736. 11 se transfer ensuite a Lausanne, oui il travaille jusqu'a son deces, survenu
en 1762.
puis Francois Grasset (i), vendent leurs marchandises au Portugal de 1736
A 1789 A Neuchatel enfin, l'importante Socidte typografique (2) export
dgalement ses livres en Lusitanie.
Vers 1740, il y avait semble-t-il deux libraires important sur
les bords du Tage: Reycend et Gendron. Gosse dcrit le ler mars 1779
A J. B. Reycend A Lisbonne (3): aNous avons fait dans les annies 1741
et 1742 des affaires considerables avec un Monsieur qui 6tait peut-etre
de votre fdmille et don't nous avions lieu d'etre contents). Sur Gen-
dron, Gosse communique le 25 aotit 1759 A Bouchard de Rome: Il
y a bien longtemps que nous n'avons plus de correspondence avec
M. Gendron. Anciennement, nous avons fait des affaires assez consi-
derables ensemble por sa maison de Lisbonne, mais on nous a dit qu'il
avait quitt6 le commerce de librairie et qu'il vivait tranquillement de
ses rentes A Paris) (4)-
Au libraire lyonnais Jean Marie Bruyset, Gosse precise, le 8
fevrier 1760: aM. Gendron a toujours dt6 distingue de nos autres
correspondents, parce que nous faisions ensemble des affaires de dix,
douze ou quinze mille livres A la fois et qu'il prenait des nombres con-
sid6rables de nos livres d'impression (5).
Plus tard, les clients portugais de Gosse sont Martin et Jean
Joseph Bertrand, les freres et neveux Ginioux, Hugues GaLtan
Collumb, Laurent Antoine Bonnardel, tous libraires A Lisbonne
entire 1759 et 1761, Borel et Cie et Jean Baptiste Rercend de 1777
a 1787 (6).
Le i i juin 1754, Grasset rencontre A Paris des libraires iberiques,
clients des Cramer. II dcrit en effet a ceux-ci: (tJ'eus l'honneur de
voir hier Mr Gendron et Mr Reycend de Lisbonne qui me parlerent
beaucoup de vous, Messieurs. Je vous avoue que j'6tais fort embarass6.
Ce dernier n'est pas sir d'aller A Geneve. Si vous avez quelques notes
A me donner et des instructions relatives au suiet, je pourrai peut-etre
(i) Commis chez les freres Cramer & Geneve, de 1740 A 1754, Franpois
Grasset entire l'annde suivante au service de Bousquet A Lausanne. 11 s'6tablit
ensuite a son compete et d6c6de en 1789. II1 avait voyage en France, Italie et Espa-
gne et peut 6tre considdrt come le principal libraire de Lausanne dans la deu-
xi6me moitid du xvsie sticle. Sa correspondence avec le savant Albert de Haller
est conserve a la Bibliotheque de la Bourgeoisie de Berne.
(2) Societe typographique de Neuchatel, 1769/1798 (STN). SocidtS d'impri-
merie et de librairie don't les archives sont conserves A la Bibliotheque de la Ville
de Neuchatel.
(3) Henri Albert Gosse et Cie, copie de lettre, ]er mars 1779, a J. B. Rey-
cend, libraire a Lisbonne, p. 174.
(4) Gosse CL 25 aouIt a Bouchard, Rome, p. 92.
(5) Gosse CL 8 f6vrier 1760 a Jean-Marie Buyset, Lyon, p. 229.
(6) Gosse CL passim.
conclure avec lui quelques bonnes affaires. M. Barthilemy de Madrid
est aussi ici. . a ( ).
En 1755, Les Cramer ont un credit en compete de 2000 livres
tournois chez Faure & Bertrand de Lisbonne, de i4oo livres t. chez les
freres Ginioux, A Coimbre et de 142 livres t. chez Coimbra A Porto (2).
De 1755 a 1761, ils font des affaires avec Jean Joseph Bertrand, Lau-
rent Antoine Bonnardel, Bonnardel & Dubeux et de 1758 A 1761 avec
J. B. Reycend & J. Collomb, ainsi que H. G. Collomb, tous A Lisbonne.
Em 1755, ils negocient avec Jean Joseph Dubeux A Co'mbre (3).
Le libraire de Cadix, Antoine Caris, 6crit le 29 novembre 1771 a
la Socidt6 typographique de Neuchatel: all me parait que vous pour-
riez placer vos articles dans d'autres parties de l'Espagne oi la littd-
rature est beaucoup plus 6tendue qu'A Cadix. Madrid et Lisbonne
pourraient vous faire des demands. .Ie vous remets ci-apres l'adresse
de quelques libraires :
Les freres Barthilemy, libraires a Madrid
Don Angel Corradi, libraire A Madrid
Michel Copin, libraire a Madrid
M. Orcel, libraire A Madrid
Joseph Bertrand, libraire A Lisbonne
M. Dubeux, libraire A Lisbonne
M. Georges Rey & Cie. libraires A Lisbonne
M. Borel, libraire A Lisbonne
J. B. Reycend, libraire A Lisbonne
Vous pourrez vous adresser aux libraires ci-dessus. Ce sont eux qui
sont les plus solides A Madrid et A Lisbonne* (4).
La plupart de ces libraires sont d'origine francaise. Francois
Grasset, dans un mimoire qu'il adresse en novembre 1754 A M. de
Malesherbes, directeur g6ndral de la librairie en France, fournit l'ex-
plication suivante: aLe commerce de la librairie en Espagne et au
Portugal, de meme que celui de beaucoup de villes d'Italie, est pres-
que tout entire les mains des franqais, tous sortis d'un village situd
dans une valide du Brianqonnais, dans le Dauphin6. Ces gens, actifs,
laborieux et extremement sobres, passent successivement en Espagne
(i) Grasset, L 12 juin 1754 aux Freres Cramer. AEG, PC n 1o259.
(2) AEG, Actes du notaire .lean Louis Choisy, 14 de juin 1755. vol. r,
pp. 226/033.
(3) Grand livre des Cramer, 1755/1767. AEG Com. 57.
(4) Antonie Caris, Cadix, L 6 septembre 1771 & STN, Ms. [132 fo 22.
et s'allient presque toujours entire eux. Leurs finesses dans le com-
merce leur a fait donner le nom de Bigouards. Ils donnent A ce nom
une singuliere etymologie, ils pretendent que Bis signifie deux et que
youard, dans la langue de leur pays, veut dire honnete homme et que,
par consequent, le mot de Bigouard veut dire deux fois honnete homme.
Quoiqu'il en soit de cette rare et singuliere etymologie, il n'est pas
moins certain que non seulement le commerce de la librairie est dans
leurs mains, mais encore ceux des cartes de gdographie, d'estampes,
horlogeries, toiles, indiennes, bas, bonnets, etc.D (i).
En effet, les libraires Borel, Martin, Bertrand, Aillaud, Rey,
Orcel, Dubeux et Semion, A Lisbonne, et Jacques Antoine Orcel a
Co'imbre, sont originaires du Briangonnais (2). Quant ao mot de
bijouard, c'est une expression dialectale des Alpes dauphinoises qui
signifie colporteur. Nous laissons donc A Grasset la responsabilit6 de
son etymologie (3). On sait que, vers le milieu du xvIe siecle, ces
colporteurs de livres du Briangonnais sillonnaient les routes de France
et s'6taient igalement 6tablis tant dans la peninsule ibdrique qu'en
Italie.
Ainsi, les libraires du Portugal, frangais d'origine, ont-ils con-
servd des attaches dans leur mere patrie et se rendent de temps en
temps en France pour aller voir leurs fournisseurs A Avignon, Lyon et
Paris. Ils vont parfois A Gen&ve: tel est le cas de Borel en 1777 et de
Revcend en 1780 (4). Il n'est pas rare que les libraires de Gen&ve et
Lausanne fassent le voyage d'Espagne pour aller prendre des comman-
des. Voici quelques uns de ces deplacements: en 1755, Francois Gras-
set, qui agit alors pour le compete de Bousquet & Cie de Lausanne,
gagne Marseille d'ou il s'embarque pour Alicante. Parvenu A Madrid,
il y sdjourne quelque temps, se rend ensuite A Grenade, Cadix et
jusqu'aux frontieres du Portugal. Son voyage, qui dure quinze mois,
rapporte 88.000ooo livres A ses commettants (5). En 1761, Grasset report
pour l'Espagne via Marseille, Montpellier et Toulouse; en 1762, il est
arret6 A Salamanque par ordre du roi, conduit au camp de Ciudad
Rodrigo, oblige et contraint de servir dans 1'armie espagnole en qua-
lit6 d'officier pendant un mois et demi. II assisted ainsi A la prise de
(i) Grasset, L [novembre 1754] a Malesherbes, directeur general de la librai-
rie en France. Bibliotneque national de Paris. Ms. fr 2213o/37.
(2) Aristide ALBE.r : Ie maitre d'dcole brianfonnais, les brianfonnais librai-
res, Grenoble, 1874, pp. 21, 22.
(3) Renseignements aimablement communiques par I'archiviste du Departe-
ment des Hautes-Alpts, Gap.
(4) Gosse, CL 29 avril 1777 a Borel chez Los Rios, Lyon, p. 42; CL 25 juil-
let 1780 A Reycend & Cie, Lisbonne, p 323.
(5) Grasset, correspondence avec A. de Haller. Ms. Hist. Helv. xvwr, passim.
Chaves, Miranda et Almeida. Le chiffre des affaires faites durant ce
deuxieme voyage montent A 6o.ooo livres (i)
Le libraire Gabriel Cramer se rend aussi dans la Peninsule
ib6rique en 1757; son itindraire passa par Lyon, Avignon, Marseille,
Toulouse, Bourdeaux, Bayonne, Valladolid, Madrid, Lisbonne, Cadix,
Valence Sarragosse, Barcelone, Montpellier, Marseille (2). En 1773,
c'est Piestre, un des commis des de Tournes, qui fait ce voyage (3).
((Les presses de notre pays roulent depuis vingt A trente ans pour
I'Espagne et le Portugal, dcrit Grasset A Malesherbes en 1754, pour
les gros corps volumineux tels que Barbosae opera fol. 20 tomes, Fer-
mosinos opera fol. 14 tomes, Castillo opera fol. It tomes &c, &c, &c (4).
A une autre occasion, il precise: aDans les voyages que j'ai fait en
Espagne et sur les frontieres du Portugal, l'on m'a conseill l'im-
pression de beaucoup de livres, non seulement les libraires. mais
encore d'autres ndgociants spiculateurs, et particulierement A Cadix;
ils se sont tous accords A me dire et A me conseiller l'impression des
Breviaires et Missels remains. 11 s'en consomme en Espagne, Portu-
gal et dans toutes les Indes, annuellement pour des sommes tres consi-
d6rables; ajoutez-y encore le reste de I'Europe catholique, le moindre
petit prestolet ne peut s'en passer et it fout tout au moins qu'il 1'use
une fois chaque jour... Outre les villes d'Espagne oh la ddbite s'en
fait ouvertement, it s'en charge toutes les ann6es dans la baie de Cadix
plusieurs caisses de bord A bord; plusieurs riches negociants m'y don-
nerent, il y a deux ans, les informations A ce sujet les plus exactes et
ils continent par lettres A m'encourager dans cette entreprise> (5).
En I,54, Gosse envoie A Jean Joseph Bertrand des Sobrino et
des Velasco. II offre aux, libraires de Lisbonne, outre ses ouvrages
d'impression, des livres d'Allemagne et d'Italie (6), pour la plupart des
traits de droit canon. Toutefois, plus tard dans le siecle, le caractere
des importations se modifie. Georges Rey & Cie 6crit ainsi A la
Socidtd typographique de Neuchatel: aParmi les articles que nous vous
demandons, il y en a quelques uns qui sont prohibis dans ce pays.
(a) Grasset, correspondence citee. Cf. aussi Avis des editeurs dans [Ch, F.
DUMOURIER]: Etat present du Royaume de Portugal en P'annee 1766. Lausanne,
chez Franqois Grasset & Comp, 1775, 120.
(2) Cramer, grand livre cite.
(3) Antoine de Tournes, AEG, Notaires Mercier & Dunant, 23/24 decembre
1773, vol. i p. 643.
(4) Grasset, L [novembre 1754] A Malesherbes. BNP, Ms. fr. 2213o/37.
(1) Grasset, L 27 f6vrier I75:s a A. de Haller, Ms. Hist. Helv. xvm. 17. 41.
(6) Gosse. CL 29 mars 1760 a J. J. Bertrand, Lisbonne, p. 285; CL 30 juillet
1759 A Ginioux Freres et neveux, Lisbonne, p. 65; CL io novembre 1759 aux
memes, p. 168.
Tous ceux marquis d'un asterisque, vous aurez la bont6 de les insurer
dans quelque autre ouvrage, de faqon qu'ils ne soient pas apercus A la
revisions (i). Pour le meme motif, des deux exemplaires de Crival ou
les ventures d'une guine broche bien battue reclames A la Societe
typographique par Bertrand, l'un est adress6 au Senhor Jose Galvdio,
official mayor do Secretario de Estado dos Negocios estrangeiros e da
Guerra em Lisboa; I'autre est livre en feuilles, ales feuilles sdparees
et melees A la maculature, afin qu'on ne le voie pass (2).
En 178o, Reycend announce de Lisbonne que adepuis la r6forme
de l'Universit6 de Coimbre, ainsi que de l'ouverture d'une Acad6mie
de Sciences et Arts de cette ville, les Portugais commencent d'avoir un
peu plus de goft pour la lecture des bons livres tant latins que franqais
& autre languei (3). Dans la liste des ouvrages qu'il reclame A cette
occasion A la Soci6te typographique, il y a les oeuvres completes de
Voltaire, tandis que Gosse envoie A Borel, Borel & Cie, des dictionnai-
res, des grammaires frangaises et les oeuvres de Montesquieu (4).
En 1760, Gosse expedie ses marchandises an Portugal via le
Havre: (Le 25 du courant, nous vous exp6didmes par adresse de
Mrs Prior & Prior fils, du Havre, un fardeau marque F. G. no i Libri,
avec ordre de I'acheminer sous le nom de Manuel Gomes Costa, par le
premier batiment sous pavilion neutrea (5). Les Cramer, Bousquet et
Grasset, qui ont des entrepots A Marseille, choisissent plut6t la voie de
la MWdit6rrannie, tandis que la Soci6te typographique a souvent recours
A cette meme voie, mais a partir de Genes.
Les factures sont r6glees en argent de France, par lettres sur
Paris ou Lyon (6). En 1761, Gosse se plaint A J. J. Bertrand de
l'insolvabilit6 de Bonnardel aqui doit avoir perdu beaucoup avec les
jesuitesD (7). 11 est evident que depuis 1759, l'interdiction des ouvrages
d'auteurs de la Compagnie de .Jsus et la fermeture de ses colleges au
Portugal avaient demode d'un seul coup une litt6rature abondante qui
avait constitu6, pendant trbs longtemps, un des 61dments les plus impor-
tants des fonds des librairies portugaises.
GEORGES BONNANT
(i) Georges Rey & Cie, Lisbonne, L 28 juillet 1772 a STN, Ms 12o5 fo 307.
(2) Bertrand, Lisbonne, L 22 decembre 1778 A STN, Ms. 1121 fo 199.
(3) J. B. Reycend & Cie, Lisbonne, L 8 fevrier 1780 A STN, Ms i205 fo 334.
(4) Gosse, CL jer mai 1787 & Borel, Borel & Cie, Lisbonne, p. 175.
(5) Gosse, CL 29 mars 1760 A Ginioux, Lisbonne, p. 283.
(6) Bertrand, Lisbonne, L 29 juillet 1788 & STN, Ms. t1121 to 178. Gosse,
CL 29 mars 1760 a J. J. Bertrand, Lisbonne, p. 281.
(7) Gosse, CL 12 septembre 176t a J. J. Bertrand, Lisbonne, p. 693.